Conheces os teus hábitos de leitura?

Ok, aqui vai. Estas perguntas são em honra do Dia Mundial do Livro (que foi ontem), mas achei que mesmo assim podia responder hoje, porque sim. E porque everybody's doing it e eu sou uma Maria vai com as outras (vi isto no Este meu Cantinho... e no Papéis e Letras, claro que tinha de imitar). Enfim, aqui ficam as minhas respostas. :)

Hoje, Dia Mundial do Livro, tenho um desafio para vos lançar. Um pequeno questionário sobre os nossos hábitos de leitura para nos ficarmos a conhecer melhor! ;) Se tens blog usa estas perguntas e publica-as com as tuas respostas. Se não tens, porque não envias um mail aos teus conhecidos e esperas pelas suas respostas?

1. Gostas de comer/petiscar enquanto lês? Se sim, qual o teu petisco favorito? 
Por acaso gosto. Geralmente como bolachas ou doces (sim, sim eu sei faz mal, etc), mais do que isso também já não consigo. De vez em quando leio enquanto estou a almoçar, mas é raro (o facto de ter de cortar a carne/peixe estraga um pouco a leitura e dá-me cabo do ritmo).  

2. Qual é a tua bebida favorita para acompanhar uma leitura?
Tudo o que não seja alcoólico (sumo, água, chá, coca-cola). 

3. Costumas sublinhar uma ou outra passagem enquanto lês um livro ou achas que escrever nos livros é uma ideia abominável? 
Costumava sublinhar livros universitários. Geralmente os de ficção não costumo sublinhar, mas não acho que seja propriamente um "ideia abominável". Simplesmente costumo estar demasiado imersa na leitura para me lembrar de tirar notas ou de sublinhar passagens. :)

4. Como marcas os livros quando interrompes a leitura? Tens um marcador especial ou usas o que tiveres à mão (ex. bilhete de autocarro, um papel dobrado, etc)? Ou dobras o canto da folha do livro?
Quase sempre com um marcador, mas quando não tenho vai um lápis ou uma caneta *esconde-se*. Quando era mais nova dobrava o canto dos livros, mas deixei-me disso. 

5. Qual o teu género de eleição: ficção, não-ficção ou ambos?
Gosto mais de ficção, mas se o livro de não-ficção for interessante, também marcha. 

6. Gostas de ler até ao fim do capítulo ou interrompes a leitura em qualquer sítio?
Gosto de ler até ao fim do capítulo que é para saber exactamente onde vou. Mas não me incomoda assim muito ficar a meio do capítulo, por exemplo (mas tento chegar pelo menos ao fim da página).

7. És do tipo de pessoa que atira o livro de um lado ao outro da sala caso o autor te irrite? 
Não. Apesar de às vezes me apetecer, com certos livros.

8. Se encontras uma palavra que desconheces vais logo procurar o seu significado?
Nunca fiz isso. Geralmente o próprio contexto do livro nos ajuda a perceber o significado de uma palavra menos clara.

9. O que estás a ler presentemente?
"Under the Never Sky" de Veronica Rossi.  

10. Qual foi o último livro que compraste para oferecer?
Não faço ideia. Estive para aqui a pensar e não me lembro mesmo.

11. És do tipo de pessoa que só lê um livro de cada vez ou lês vários livros ao mesmo tempo?
Prefiro ler só um livro de cada vez, para me poder concentrar totalmente na história (e mesmo assim chego ao fim e já só me lembro de metade, ahah), mas já houve alturas em que li mais do que um livro de cada vez.

12. Tens um sítio favorito onde ler? E qual a melhor altura do dia?
Nem por isso. Leio em todo o lado (excepto no trabalho), mas gosto mais de ler em sítios confortáveis (cama, sofá, etc). Também não tenho uma altura preferida.

13. Preferes séries ou histórias únicas? 
Normalmente, séries. Porque se é um livro que gosto, quero sempre ler mais sobre as personagens. :)

14. Tens algum livro ou autor específico que dês por ti a recomendar vezes sem conta?
Não costumo recomendar livros, mas costumo dizer com frequência que a Jane Austen tem livros muito fixes. E romances históricos, claro. :D

15. Como organizas a tua biblioteca? Por género, por título, pelo nome do autor ou pela editora?
De maneira a poupar espaço. Tento que os livros da mesma colecção/série fiquem juntos e que estejam alinhados por tamanho mas de resto... vale tudo. 

Review: Beauty Queens (Libba Bray)

Beauty Queens by Libba Bray
Publisher: Scholastic Press (2011)
Format: e-book | 445 pages
Genre(s): Young Adult, Romance
Description (GR): "From bestselling, Printz Award-winning author Libba Bray, the story of a plane of beauty pageant contestants that crashes on a desert island. Teen beauty queens. A "Lost"-like island. Mysteries and dangers. No access to emall. And the spirit of fierce, feral competition that lives underground in girls, a savage brutality that can only be revealed by a journey into the heart of non-exfoliated darkness. Oh, the horror, the horror! Only funnier. With evening gowns. And a body count."
You know those made-for-TV movies that are on every channel on the weekends? Those adventure and/or romance movies with really predictable characters (perfect cliches) and storylines, all so overdone you can't help but roll your eyes and ask yourself and the world "Is this for real?".

Beauty Queens has that vibe. Everything about it is cliche... on purpose. Yep, this book is satire. I'd say it's a parody that mixes a lot of tropes and premade ideas with the objective of pointing out the sheer trope-ness (I think I just made up a new word) and stereotyped way of life of western societies. Beauty Queens touches a lot of subjects from sexism to reality TV (which is also sexist) and of course, the evils of rampant capitalism. All in an easy-to-read, easy-to-comprehend and highly marketable package. I mean this book is about sexy girls. All together. On a deserted island.

The book starts with a bunch of beauty pageant contestants on a plane. The plane crashes on an island and voila! You have the perfect setting for bunch of girls to find themselves. As the survivors try to survive one more day they'll have to deal with their inner demons not to mention with sexy pirates and corporate militias.

This book sort of defies description. There are no really great characters (or character development), no really great plot (the story is kind of nonsensical, actually) and no world building to speak of.

It's a cliche, inside a trope that has a stereotypical message inside. It's a very in-your-face kind of book about how sexist our society is, how ridiculous reality TV is and how big corporations have too much power over us and shape us with their products. It isn't subtle. It doesn't try to be. It's loud and it drills these realities into your head. Still, it's probably the only way teens will read something more critical than "Twilight" nowadays. It's marketable and/or pop "makes you think, at least a little" literature.

Overall, a funny and cute book, I suppose. Not especially deep, but it does have a specific purpose and its not afraid to tell you what it is.

Review: Pushing the Limits (Katie McGarry)

Pushing the Limits by Katie McGarry
Publisher: Mira Ink (2012)
Format: Paperback | 416 pages
Genre(s): Young Adult, Romance
Description (GR): "So wrong for each other...and yet so right.
No one knows what happened the night Echo Emerson went from popular girl with jock boyfriend to gossiped-about outsider with "freaky" scars on her arms. Even Echo can't remember the whole truth of that horrible night. All she knows is that she wants everything to go back to normal. But when Noah Hutchins, the smoking-hot, girl-using loner in the black leather jacket, explodes into her life with his tough attitude and surprising understanding, Echo's world shifts in ways she could never have imagined. They should have nothing in common. And with the secrets they both keep, being together is pretty much impossible.Yet the crazy attraction between them refuses to go away. And Echo has to ask herself just how far they can push the limits and what she'll risk for the one guy who might teach her how to love again."
I was never one to read contemporary YA. I think I simply got my fill when I was younger as we have a YA series written by famous teen book author (at least in Portugal) Maria Teresa Maia Gonzalez. She wrote numerous adventure type books featuring teenagers but she also wrote a series (called Profession: Teenager) in which she explores several subjects and problems that teens generally have: image in high school, bulimia, broken homes, among others. I always thought she had a very realistic outlook on these issues and I loved her books when I was younger. 

American contemporary YA is different. It generally follows the same structure: you have a boy and a girl one or both are troubled and they end up together and supporting each other through their problems. While I like this formula as much as the next person, the thing I loved most about Gonzalez's books was that romance was usually not needed for the characters to move forward; they do it by themselves. Also, in some books, the changes the characters go through aren't going to make everything peachy and sometimes they even make wrong choices. 

So why am I talking about another YA series in my review for Katie McGarry's "Pushing the Limits" you ask. Well, I just want to establish the background; the possible reason why I don't find "realistic YA" as enticing as many other people do. While they do bring up serious issues, I feel these books are so formulaic I end up not paying enough attention to the issues they address. 

"Pushing the Limits" suffers from the same problem. I mean it is obviously a love story so I don't get why exactly both characters need to be so troubled. And their issues are so... strange, or Echo's are anyway, a convergence of events so bizarre that it is probably quite rare in real life. 

Still, while the cliches abound, McGarry does know how to write. It was a compulsive reading but I must say I was disappointed with the cliche characterization of most of the characters (especially Noah). Where is the cute, awkward geek in these books? He never gets to be a hero! I want YA fiction with a game geek and/or an otaku for a change... I'm kind of tired of pseudo-bad-boys who sleep around and are "reformed" by the heroine. Oh well :P 

But it was a nice read anyway. Echo and Noah's voices were realistic enough, likable enough and the issues were well explored. 

Overall: a typical contemporary/ realistic YA book that failed in its characterization and fell into the same old formulas for this kind of book. However, the writing was very good and Noah's choices at the end made him a lot more likable to me. It was a good book, but more of a romance book than a "let's explore teen issues" book.

Aquisições da semana (35)

Mais um Aquisições da semana. Desta vez, apenas um livro que já andava a "namorar" no Continente há imenso tempo. :)

 A Feira das vaidades - William Thackeray 

Baseado na rubrica In my Mailbox.

Opinião: Em parte incerta (Gillian Flynn)

Em Parte Incerta by Gillian Flynn
Editora: Bertrand (2013)
Formato: Capa mole | 520 páginas
Géneros: Thriller, Mistério
Descrição (GR): "Uma manhã de verão no Missouri. Nick e Amy celebram o 5º aniversário de casamento. Enquanto se fazem reservas e embrulham presentes, a bela Amy desaparece. E quando Nick começa a ler o diário da mulher, descobre coisas verdadeiramente inesperadas…
Com a pressão da polícia e dos media, Nick começa a desenrolar um rol de mentiras, falsidades e comportamentos pouco adequados. Ele está evasivo, é verdade, e amargo - mas será mesmo um assassino?
Entretanto, todos os casais da cidade já se perguntam, se conhecem de facto a pessoa que amam. Nick, apoiado pela gémea Margo, assegura que é inocente. A questão é que, se não foi ele, onde está a sua mulher? E o que estaria dentro daquela caixa de prata escondida atrás do armário de Amy?
Com uma escrita incisiva e a sua habitual perspicácia psicológica, Gillian Flynn dá vida a um thriller rápido e muito negro que confirma o seu estatuto de uma das melhores escritoras do género."
(A edição lida foi a inglesa, mas apresentam-se os dados da portuguesa)

AVISO: contém SPOILERS!
"Em Parte Incerta" (Gone Girl) foi um dos livros sensação de 2012, tendo sido apelidado de "thriller do ano" pelo jornal Observer.

Este livro, escrito de dois pontos de vista diferentes, segue a história de um casal, Amy e Nick Dunne. Como qualquer casal, têm problemas, muitos deles relacionados com as dificuldades inerentes à vida no século XXI, como a falta de emprego, por exemplo. Escrito de forma "semi-epistolar" (parte do livro contém entradas do diário da Amy), relata a degradação progressiva do casamento que culmina no misterioso e aparentemente violento desaparecimento de Amy.

Está dividido em três partes; a primeira serve para apresentar as personagens e estabelecer a acção. O Nick é o narrador e a Amy só a conhecemos através do seu diário. Temos pois, dois estilos de narrativa diferentes, de alturas diferentes (a do Nick foca-se no presente e a de Amy relata diversas situações da sua vida de casada) que, conjuntamente nos podem ajudar a perceber a situação atual do casal e o porquê do desaparecimento da Amy. A segunda parte mostra-nos outro ponto de vista e ajuda-nos a perceber, finalmente, o que se passou. E a terceira parte mostra-nos como é que as personagens lidam com tudo o que passaram.

Ora bem... o que achei deste livro. É difícil dizer se gostei ou não (se é que faz sentido). Certamente que há um crescendo de tensão ao longo da obra. É um livro de leitura compulsiva, a escrita é fluída e a própria organização da obra faz com que o leitor tenha sempre algo para descobrir. Muito
s poderiam pensar que o aparente "mistério" do desaparecimento de Amy seria o que torna este livro tão interessante, mas, pelo menos para mim, essa foi a característica que menos interesse despertou. Achei o mistério previsível (talvez tenha visto muitos filmes para TV do canal Hallmark) e consegui descortinar a solução bastante cedo (foi o vaso da Amy que me disse tudo).

O que me interessou realmente neste livro foram as personagens. As personagens que são tão retorcidas e ao mesmo tempo tão humanas. As personagens que estão tão bem escritas que não temos escolha senão sentir algo por elas (geralmente desprezo ou nojo). E as questões que têm de ser postas quando lemos sobre este tipo de personagens: Será que o comportamento do Nick tem desculpa por ser resultado de uma educação sexista e da manipulação da Amy? Será que algum deles tem redenção possível?

No geral, gostei da caracterização das personagens e na minha opinião este é o aspecto mais forte do livro. O mistério é bastante previsível e o final é bastante irritante, porque a meu ver, justifica os comportamentos do Nick quando eles são injustificáveis. Neste livro não devia haver "heróis". 
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