Opinião: Estrada Vermelha, Estrada de Sangue (Moira Young)

Estrada Vermelha, Estrada de Sangue by Moira Young
Editora: Editorial Presença (2012)
Formato: Capa mole | 336 páginas
Géneros: Ficção Científica, Lit. Juvenil
Descrição (GR): "Estrada Vermelha, Estrada de Sangue é um thriller futurista, uma aventura épica que se passa num período pós-apocalíptico e extremamente violento. Saba, a protagonista, é uma jovem que viveu sempre em Silverlake, numa zona remota, inóspita e quase deserta, até ao dia em que uma tempestade de areia traz consigo um bando de terríveis criminosos que lhe matam o pai e levam consigo Lugh, o irmão gémeo que ela adora. Sozinha com Emmi, a irmã mais nova, Saba vai investir toda a sua coragem e o seu espírito combativo na busca do irmão, numa demanda perigosíssima e empolgante, através de intermináveis extensões desérticas e violentas intempéries, que culminará numa apoteose de pura adrenalina."
(a edição lida está em inglês, mas são apresentados os dados da portuguesa)

Ainda não sei bem o que dizer deste livro, mais um de tantos que estão na minha estante há já algum tempo, mas nos quais tenho medo de pegar por ouvir tanta coisa boa. Parece estranho, mas é verdade; quando oiço/leio muitas coisas boas acerca de um livro, tenho mais receio de lhe pegar. Porque penso sempre "e se eu não gostar do livro? Como é que vou escrever uma opinião de um livro tão adorado?"

Felizmente, não foi o caso com "Estrada Vermelha, estrada de sangue" (Blood Red Road). Gostei bastante deste livro, com as suas personagens refrescantes, o seu romance bem desenvolvido e a sua heroína "kick-ass". Ok, algumas partes foram um bocado foleiras (o colar da Saba, por exemplo), mas no geral foi uma boa leitura, compulsiva mesmo.

Saba vive num local isolado com a sua família, constituída pelo pai, pela irmã de nove anos Emmi e pelo seu gémeo Lugh. Eles são as únicas pessoas em Silverlake.

Mas quando homens armados a cavalo raptam Lugh e matam o seu pai, Saba sente a raiva a crescer dentro de si. Ela vai ter de atravessar desertos e enfrentar tempestades de areia para cumprir a promessa que fez ao irmão: a de que o encontraria, seja onde for que ele estivesse.

Pela primeira vez, Saba sai da sua pequena terra e enfrenta um mundo hostil onde o deserto e o sol reinam e não existem leis a não ser as da crueldade, impostas por um misterioso Rei.

Estrada Vermelha, estrada de sangue tem uma estrutura parecida com as dos livros de fantasia, apesar de ser um livro distópico/ pós-apocalíptico. Saba deixa a sua terra isolada numa demanda (encontrar o irmão e salvá-lo dos seus raptores), conhece outros locais e vai "coleccionando" companheiros que a ajudarão a conseguir o seu objectivo. O próprio mundo tem um ambiente muito fantástico, com criaturas estranhas, um Rei tirânico e tudo coberto de areia. No entanto, Young conseguiu introduzir habilmente ao longo da narrativa alguns aspectos que nos lembram que este local fantástico é, de facto, o nosso próprio planeta. Por exemplo, Saba mede a distância a que está uma tempestade contando os segundos entre o relâmpago e o trovão com uma variante da utilizada pelos americanos ("one Mississipi, two Mississipi"); Jack possui uns binóculos; uma das personagens tem um livro sobre Luís XIV.

Mas nunca sabemos muito sobre o que aconteceu à sociedade humana e ao planeta para que a primeira tenha sido destruída e o segundo transformado num grande deserto com poucas fontes de água. Existem pistas, mas nada de concreto; espero que a autora nos diga mais sobre o que se passou em livros posteriores.

Apesar da construção do mundo ser um pouco vaga, a acção e as personagens mantêm-nos interessados. Saba é uma heroína deliciosa: é teimosa e rude, mas de forma engraçada. Tem defeitos (alguns deles algo graves), mas redime-se ultrapassando os seus maus hábitos e as suas percepções erradas de certas coisas. Saba (e as outras personagens) é muito humana e é definitivamente uma personagem que gostei de seguir. As suas interacções com Jack explodem de química e alguns dos momentos entre estes dois protagonistas são tão incrivelmente "fofos" que só apetece dizer "awwww" (eu senti-me sorrir diversas vezes).

Temos então uma história interessante e bem construída, personagens carismáticas que são alvo de desenvolvimento e uma narrativa com um bom ritmo, colorida com o inglês (ou português, na tradução) estranho falado pelos protagonistas. Isto, para mim, equivale a umas horas bem passadas. Gostei imenso deste livro por ser YA mas não se focar no romance (apesar de haver romance), por ter um enredo imaginativo e por ter personagens com fibra (e sem poderes especiais). Gostaria de ter lido mais sobre o mundo e as suas origens, mas esta falta de desenvolvimento do mundo não impediu o desenvolvimento da história uma vez que esta não estava directamente ligada ao mundo e ao que se acontecera no passado (ao contrário do que se passa em muitos livros pós-apocalípticos), porque as personagens não estavam interessadas em saber o que causou o declínio da sociedade. Assim a falta de desenvolvimento do mundo não me irritou tanto como o faz geralmente, mas estou algo curiosa e espero saber mais sobre ele.

No geral, uma boa leitura. Recomendo este livro sobretudo pelos protagonistas.

Review: Spark (Brigid Kemmerer)

Spark by Brigid Kemmerer
Publisher: Kensington (2012)
Format: e-book | 290 pages
Genre(s): Young Adult, Urban Fantasy
Description (GR): "Gabriel Merrick plays with fire. Literally. Sometimes he can even control it. And sometimes he can't. Gabriel has always had his brothers to rely on, especially his twin, Nick. But when an arsonist starts wreaking havoc on their town, all the signs point to Gabriel. Only he's not doing it. And no one seems to believe him. Except a shy sophomore named Layne, a brainiac who dresses in turtlenecks and jeans and keeps him totally off balance. Because Layne has a few secrets of her own..."
First impressions/ Right after finishing: YEAH! Now we're talking! I just knew the twins were going to be great!

After being thoroughly disappointed by the first book in this series (Storm), which I thought was pretty average (one of those "why the hype" and "you're so not working for me, book" cases), with unappealing characters and a contrived plot, I was weary of reading book 2. But Gabriel and Nick (the Merrick twins) were my favorite characters in book 1, even if they were not the protagonists; and this book is about Gabriel, the "bad-boy", the guy who plays with fire (literally) and since I loved the concept of the series and the writing is good I decided to give it another chance.

I can now say this series is for me. There was a marked improvement in this book, not only in terms of characters but also in terms of plot.

Gabriel is such a layered and appealing character. He seems like a stereotype for the high school bad-boy who sleeps around and causes trouble, but Kemmerer explored his inner demons/ issues really well. She went to the root of Gabriel's problems, she made the character speak to the readers and she made them understand why Gabriel is like he is. Why he seeks conflict, why he wants to beat people and why he is always angry. Gabriel admits to his flaws in such an honest manner that the reader (at least I did) connects with him. This character really resonated with me. Gabriel exposes himself and his problems but it never seems weird or forced.

I also loved Layne. She wasn't as complex as Gabriel, but there was something about her that I found appealing.

There were no superfluous characters in this book (except perhaps Becca's father). Everyone was there for a reason. Simon, Becca, even Chris had his own little role.

This book had everything I felt was missing in book 1: more developed characters (that were interesting), a more linear and interesting plot (that wasn't all over the place) and the promise of a "greater" plot/story.

Overall, a big improvement from book one. I'll definitely keep following this series.

Review: The 5th Wave (Rick Yancey)

The 5th Wave by Rick Yancey
Publisher: Penguin Books (2013)
Format: e-book | 480 pages
Genre(s): Young Adult, Science fiction
Description (GR): "The Passage meets Ender’s Game in an epic new series from award-winning author Rick Yancey.
After the 1st wave, only darkness remains. After the 2nd, only the lucky escape. And after the 3rd, only the unlucky survive. After the 4th wave, only one rule applies: trust no one.
Now, it’s the dawn of the 5th wave, and on a lonely stretch of highway, Cassie runs from Them. The beings who only look human, who roam the countryside killing anyone they see. Who have scattered Earth’s last survivors. To stay alone is to stay alive, Cassie believes, until she meets Evan Walker. Beguiling and mysterious, Evan Walker may be Cassie’s only hope for rescuing her brother—or even saving herself. But Cassie must choose: between trust and despair, between defiance and surrender, between life and death. To give up or to get up."
WARNING: MAJOR SPOILERS!

Sorry if this review is confusing. I'll probably edit it in the next few days, I wanted to write it while the book was fresh in my mind. 

The 5th Wave. Half my friends list is giving 5 stars to this book or recommending it or reading it (I'm exaggerating, but, yes it was that popular), so obviously I had to read it. 

It's a popular book so I was skeptical. I know I shouldn't be, the premise is fantastic, but still. But I'm happy to say I did enjoy this book. The story had enough action, romance, shock factor and awesomeness to keep me entertained.

Not all was good, unfortunately. I think some parts just didn't work for me. Like the multiple POVs (I'll explain why later) and the love story, although I think I do understand why Cassie 'fell in love' with the Silencer. She was alone and vulnerable, he had cared for her and he was hot... and it was kind of the end of the world. Sure, I get it. I just wasn't sold on it.

I think I'll divide this review into two parts: what worked and what didn't work. Because I have so many thoughts running through my head about this book and I wouldn't want to miss anything.

 What worked

The 5th Wave is an incredibly charismatic book. Does that make sense at all? It pulls you in with its story and its characters. There is just enough action, twists (predictable or not) and romance to get you through the exposition (I kind of like exposition if it's not too boring, but it might not work for everyone). The characters are though but lovable and the writing style is fluid and it makes the book easy to read and even addictive. 

So, this is what worked for me: the fact that the book reads like a movie (albeit a made-for-TV one, where the characters go through much hardship... but not as lame as made-for-TV movies usually are), due to its action and general plot (alien invasion, electromagnetic wave, etc). 

The fact that it had some... raw parts (sorry, can't think of a better expression) also helps. Some parts, like the army of kids and those same kids burning corpses were pretty disturbing and were quite successful at making me feel something (disgust?). So I'd say that worked too. 

The characters (as mentioned before) worked as well, mostly. Zombie and Cassie especially, but most of the characters worked because they are just examples of "overcoming hardships". So they are lovable. Everyone likes these types of characters. 

What didn't work

For me, the weakest point was the world building. I didn't get the aliens' intentions, I felt they were there only to be the villains, even though the characters hinted that it was more complex than that. That there was a purpose to the invasion. I didn't see any and I think the fact they are attacking Earth makes no sense. Here's why: it was said that the aliens needed a new place to live, but it was also noted, earlier in the book that there are lots of planets in the Universe that can sustain Human life - so, no need to attack Earth even if they are humanoid. Plus, the aliens have no bodies. They could either make new ones (wouldn't need an Earth-like planet then, they could adapt to different conditions, perhaps?) or use human bodies (out of the question, since their goal is extermination). 

So that was a fail. I liked the world well enough because it allowed for some character development and for a certain type of story to be told, but I wasn't crazy about how the aliens were a collective villain without much individuality and without good reasons for their actions. They were little more than a rather obvious plot device

Evan didn't work for me. He was too stereotypical. As I said before, the romance also didn't ring true, especially because Evan was too "tall, dark, handsome and brooding" for my taste. It was just unrealistic under the circunstances. And why would Cassie fall for him, anyway (even after she learns the truth)? Consequently, I didn't think he was needed and was annoyed when he was given book time. Too many unneeded POV (Nugget's didn't add that much to the story either). 

Overall: it was a interesting book that kept me reading for hours because I had to see what happened next. I liked the overall premise/concept, the characters and the way the author told his story. I do think the romance between Cassie and Evan was not needed, though. Evan himself was not needed. He is the type of character that plagues these types of books and even these types of movies/TV series (I'm looking at you "V"). 

The world building needed work as well. Why would an alien species wreak such destruction? There must be a story there... and we don't get a worthy hint (poor aliens have no home, doesn't count). I also disliked the fact that the story seemed somewhat familiar (although one of our narrators tells us this "invasion" is not like what we see in the movies, it ended being quite like it, actually). 

Still, I liked The 5th Wave. It was, mostly, interesting and captivating and it's far better developed than most YA science fiction books. Worth a read, if you're into the theme.

Curtas: Legend e Geek Girl

Mais uma edição das "Curtas", uma vez que não tenho muito a dizer sobre estes livros... foram leituras rápidas e medianamente interessantes.


Legend by Marie Lu
Editora: Razorbill (2011)
Formato: Capa mole | 262 páginas
Géneros: Ficção Científica, Lit. Juvenil
Sinopse.
Mini-review: Mais um livro interessante, ou pelo menos de leitura compulsiva. É uma distopia juvenil e, apesar de ter achado que a autora desenvolveu bastante bem o mundo (apesar da premissa que o sustenta não ser particularmente original), não gostei assim muito das personagens. Tanto a June como o Day eram bastante estereotipados e não sofreram grande evolução (ok, a June teve uma espécie de epifania quase no final do livro, mas algo inverosímil, sem muito que a sustentasse). Além disso, eram tão parecidos um com o outro que só sabia quando é que cada um deles estava a narrar porque o tipo de letra era diferente para cada um (oh, e aparecia o nome da personagem no início do capítulo). O romance foi... insta-love, se bem que não sei se hei-de considerar o relacionamento entre os personagens como um... romance, exactamente. Estou algo confusa em relação a esta parte; mas seja lá o que for que aconteceu foi... insípido; tépido... e demasiado rápido para meu gosto.

Do que gostei mais foi mesmo do mundo. E do facto de este livro ser, de facto, uma distopia, uma vez que a June está plenamente convencida de que vive numa sociedade, se não perfeita, pelo menos boa. 

No geral, um livro que se lê bem e que no final abre as portas a um maior desenvolvimento da história geral da série. Mas este primeiro volume deixou um pouco a desejar ao nível das personagens. O mundo, apesar de desenvolvido, é bastante "standard".


Editora: Harper Collins (2013)
Formato: e-book | 356 páginas
Géneros: Lit. Juvenil
Mini-review: Geek Girl de Holly Smale é o tipo de livro que no faz rir à gargalhada e que tratam de temas difíceis (como o bullying e as expectativas da sociedade em relação... à forma como sociabilizamos suponho), sim, mas de forma leve e cómica. Foi outra leitura rápida.

Gostei do facto de a Harriet (a nossa protagonista geek) encontrar as suas respostas sozinha, ou com a ajuda de pessoas de quem gosta mesmo e não devido a um romance instantâneo com um rapaz qualquer. Aliás o romance é quase inexistente neste livro, o que foi refrescante. 

Algumas das personagens eram hilariantes (o Wilbur e o pai da Harriet) mas mesmo assim penso que algumas partes do livro foram apressadas e como tal o desfecho de algumas linhas de acção (a animosidade de Alexa por Harriet por exemplo) não foi satisfatório.

No geral, uma leitura rápida e engraçada com personagens com que os adolescentes se podem realmente identificar (porque parecem mesmo adolescentes!).

Adult Dystopia Challenge


Ahem... geralmente sou um falhanço total a cumprir desafios, mas a Diana do Papéis e Letras descobriu um que me parece perfeito para mim... porque não tem limite de tempo! O objectivo é ler todos (?) os livros da lista indicada em baixo. E mais nada. Simples, hã?


Por isso decidi participar. Porque posso tratar isto mais como uma lista de sugestões do que outra coisa, suponho.

O desafio é da autoria do site Uncorked Thoughts.

A Lista:
1. White Horse by Alex Adams
2. Feed by M. T. Anderson [Opinião em EN]
3. The Handmaid’s Tale by Margaret Atwood
4. Oryx and Crake by Margaret Atwood
5. The Year of the Flood by Margaret Atwood
6. The Windup Girl by Paolo Bacigalupi
7. Nod by Adrian Barnes
8. City of Bohane by Kevin Barry
9. Jennifer Government by Max Barry
10. Mountain Man by Keith Blackmore
11. Fahrenheit 451 by Ray Bradbury
12. The Postman by David Brin
13. The Sheep Look Up by David Brin
14. Armageddon’s Children by Terry Brooks
15. The End of This Day’s Business by Katharine Burdekin
16. A Clockwork Orange by Anthony Burgess
17. The Wanting Seed by Anthony Burgess
18. Veracity by Laura Bynum
19. The Death of Grass by John Christopher
20. The Passage by Justin Cronin [Opinião em PT]
21. The Twelve by Justin Cronin
22. Do Androids Dream of Electric Sheep? by Philip K. Dick
23. Shades of Grey by Jasper Fforde
24. Alas Babylon by Pat Frank
25. The Carhullan Army by Sarah Hall
26. The Gone-Away World by Nick Harkaway
27. Into the Forest by June Hegland
28. The Unit by Ninni Holmqvist
29. The Possibility of an Island by Michel Houellebecq
30. Brave New World by Aldous Huxley
31. Never Let Me Go by Kazuo Ishiguro
32. This Dark Earth by John Hornor Jacobs
33. The Children of Men by P. D. James
34. When She Woke by Hillary Jordan
35. The Trial by Franz Kafka
36. In a Perfect World, by Laura Kasischke
37. The Stand by Stephen King
38. Always Coming Home by Ursula LeGuin
39. Lathe of Heaven by Ursula K. LeGuin
40. The First Century After Beatrice by Amin Maalouf
41. I am Legend by Richard Matheson
42. The Road by Cormac McCarthy
43. A Creed for the Third Millennium by Colleen McCollough
44. I Have Waited and You Have Come by Martine McDonagh
45. A Canticle for Leibowitz by Walter M. Miller Jr.
46. Cloud Atlas by David Mitchell
47. V for Vendetta by Alan Moore
48. 1Q84 by Haruki Murakami
49. Bend Sinister by Vladimir Nabokov
50. Sulphuric Acid by Amelie Nothomb
51. 1984 by George Orwell [Opinião em PT]
52. Anthem by Ayn Rand
53. Mistborn by Brandon Sanderson [Opinião em PT]
54. Blindness by Jose Saramago
55. Seeing by Jose Saramago
56. The Diamond Age by Neal Stephenson
57. Earth Abides by George R Stewart
58. Dies the Fire by S. M. Stirling
59. The Domination by S. M. Stirling
60. A Voyage to Kazohinia by Sandor Szathmari
61. Battle Royale by Koushun Takami
62. Far North by Marcel Theroux
63. The Traveler by John Twelve Hawks
64. The Sleeper Awakes by H.G. Wells
65. The Time Machine by H.G. Wells
66. Julian Comstock: A Story of 22nd Century America by Robert Charles Wilson
67. The Book of the New Sun by Gene Wolfe
68. The Crysalids by John Wyndham
69. We by Yvengy Zamyatin
70. Corpus delicti by Juli Zeh

Opinião: Destinos Interrompidos (Lissa Price)

Destinos Interrompidos by Lissa Price
Editora: Planeta (2013)
Formato: Capa mole | 352 páginas
Géneros: Ficção Científica, Lit. Juvenil
Descrição (GR): "Callie tem dezasseis anos e vive com Tyler, o irmão mais novo, e Michael, um amigo, nos escombros da cidade de Los Angeles. Quando as Guerras dos Esporos rebentaram, matando todos aqueles que tinham mais de vinte anos e menos de sessenta, Callie perdeu os pais. Como muitos outros Iniciantes, teve de aprender a sobreviver, ocupando prédios desabitados, roubando água e alimentos, fugindo aos Inspectores e combatendo os Renegados. Para tirar Tyler das ruas e garantir ao irmão uma vida melhor, Callie só vê uma solução: oferecer a sua juventude à Destinos Primordiais, uma empresa misteriosa que aluga corpos adolescentes aos velhos Terminantes - seniores, com centenas de anos, que querem ser jovens outra vez. Tudo corre como previsto, até o neurochip que lhe colocaram na cabeça avariar. Callie acorda, de súbito, na vida da sua locatária, a viver numa luxuosa mansão, a guiar carros topo de gama e a sair com o neto de um senador. A vida quase parece um conto de fadas, até Callie descobrir que a sua locatária não quer apenas divertir-se e que, no mundo perverso da Destinos Primordiais, a sobrevivência é apenas o começo."
ATENÇÃO: SPOILERS!! Ficam avisados

(A edição lida estava em inglês mas apresentam-se os dados da portuguesa)

Mais um daqueles livros sobre os quais me custa opinar. Talvez porque, como a capa da versão inglesa (que foi a que li), seja uma das coisas mais genéricas que já li desde sempre este ano. Para já não falar do facto de a autora decidir que o desenvolvimento do mundo era para os parvos e os leitores que "imaginassem". Epá eu gosto de imaginar mas preciso de um ponto de partida. 

Ora vamos lá fazer isto por tópicos... 

1. O livro passa-se num futuro distante e incerto (e só sabemos que é no futuro pelos avanços algo inverosímeis ao nível da extensão da esperança média de vida - no livro, uns 200 anos - entre outras coisas giras e 'totes' sci-fi); 

2. No livro, houve um cataclismo à la Hunger Games i.é. uma guerra qualquer (não sabemos contra quem foi ou porque é que se deu, mas como diz a Teresa Guilherme, isso agora não interessa nada) que alterou a dinâmica da sociedade. Previsivelmente alguém (desconhecido) lançou uma arma biológica contra (os EUA, o mundo, o planeta?) os EUA e alguém (também desconhecido) achou que era boa ideia vacinar os mais idosos e as crianças primeiro (aparentemente ser uma das mentes brilhantes que poderia encontrar a cura ou o Presidente do país inteiro não dá a ninguém privilégios nenhuns) pelo que no final ficam vivas apenas essas classes etárias. E um ano depois, temos uma data de putos ranhosos entre os 0 e os 20 anos (os Iniciantes - obrigada Scott Westerfeld, por começares a moda de dar nomes estapafúrdios às classes sociais nos livros de ficção científica... se é que foste tu) e uma data de velhadas entre os 60 e os 200 anos (os Terminantes); 

3. Previsivelmente (NOT) os idosos decidem que proteger a juventude é overrated e so last season e que há que pôr os órfãos a trabalhar num regime de semi-escravatura. E os jovens, claro, aceitam tudo muito caladinhos; 

4. Os idosos Terminantes até chegam ao ponto de criar uma cena (sim, cena... acaba o país de sair de uma guerra e é nisto que se gasta dinheiro? Mas esta gente não aprende?) que lhes permite habitar e controlar os corpos de adolescentes. Assim podem "alugar" corpos e sentir-se jovens outra vez! Cute. A empresa que teve a feliz ideia chama-se Destinos Primordiais (wha?). 

5. Mas à la Total Recall/Desafio Total a empresa é um bocado manhosa... então, perguntam vocês, isso significa que a Callie, a heroína deste livro, entra pela Destinos Primordiais adentro de arma em punho, tipo Colin Farrell/Arnold Schwarzenegger e dá porrada nos vilões todos? 

Hmmm... não. Previsivelmente (e como) ela vai cair numa armadilha, as coisas não são o que parecem e há um rapaz todo bom por quem ela sente uma atracção instantânea. Estão a ver como é que vai ser não é? 

Ok, depois desta exposição toda, que basicamente sumariza aquilo que se passa no livro inteiro (sim, SPOILERS) e o meu aborrecimento com o já mencionado monte de folhas, passemos a uma breve análise do que gostei e não gostei neste livro. 

Que não gostei do desenvolvimento descuidado e muito incompleto de Destinos Interrompidos deve ser bem claro por esta altura. Também não apreciei grandemente o enredo algo formulaico, com o romance aborrecido e sem química que constitui quase que um pré-requisito neste género de livros. Irrita-me que a autora não pareça ter feito um esforço para desenvolver o seu mundo ou tornar as suas personagens realistas e mais do que meros estereótipos deste tipo de literatura. 

O conceito desta sociedade de extremos não foi mais do que aflorado, todo o mundo é um esboço construído à volta de Callie... duvido que consiga subsistir sem ela. Por outro lado, a escrita simples e o ritmo da narrativa prendem a atenção do leitor e penso que tem um twist interessante no final. 

No geral, um livro com um conceito prometedor mas ao qual falta desenvolvimento. A palavra perfeita para descrever este livro é, de facto, "genérico".

Opinião: Tu Contra Mim (Jenny Downham)

Tu Contra Mim by Jenny Downham
Editora: Bertrand (2011)
Formato: Capa mole | 344 páginas
Géneros: Lit. Juvenil, Ficção realista, Romance
Descrição (GR): "Se alguém fizesse mal à tua irmã e tu fosses um rapaz haverias de te vingar, não achas? Se o teu irmão fosse acusado de um crime horrível mas se dissesse inocente, tu acreditavas nele, não era?
Quando a irmã do Mikey diz que foi violada, o mundo dele começa a desmoronar-se. Quando o irmão da Ellie é acusado do crime, o mundo dela começa a revelar-se. Quando o Mikey e a Ellie se encontram, são dois mundos que colidem.
Um romance corajoso e inabalável da autora de Antes de Eu Morrer. Um livro sobre a lealdade e as escolhas a que ela obriga. Mas acima de tudo um livro sobre o amor."
Na verdade não sei bem o que dizer acerca deste livro (desculpem se não for muito coerente... esta obra deixou-me confusa). O ano passado li outro livro com esta temática, mas que se centrava mais nos sentimentos da vítima. "Tu Contra Mim" centra-se nos sentimentos de todas as pessoas envolvidas num drama destes. Especialmente a família do agressor. Muitas vezes não nos apercebemos que os acusados também têm família... e que essa família não consegue acreditar que essa pessoa que pensavam conhecer tão bem seja capaz de fazer algo tão horrível.

Esta foi uma leitura um bocado estranha para quem, como eu, está habituado a livros juvenis escritos por autores americanos. A linguagem, a caracterização e a própria sociedade e hierarquia adolescente são diferentes (a acção passa-se no Reino Unido). Achei sinceramente que os adolescentes descritos por Jenny Downham são mais... realistas do que os que encontramos em livros juvenis americanos. Menos sofisticados, mais infantis e, ao mesmo tempo, mais humanos e reais.

Mikey MacKenzie não tem uma vida fácil. A sua família é pobre, a sua mãe tem problemas de alcoolismo e está desempregada. É Mikey que sustenta a família e cuida das irmãs. E um dia acontece o impensável: Karyn, a sua irmã de 15 anos é violada. Mikey não sabe como se sentir, apenas sente raiva e vontade de partir a cara ao tipo que magoou a sua irmã.

Ellie Parker não acredita no que aconteceu à sua família. O seu irmão, Tom, o irmão engraçado e amoroso que sempre conheceu é acusado de violação. O que não pode, de todo, ser verdade. A rapariga tem de estar a mentir... certo?

Mikey e Ellie conhecem-se a tentam vingar-se um do outro ao mesmo tempo que se apaixonam sem querer. Mas as acções de Tom pairam sobre a sua relação; será que conseguirão ficar juntos?

Como disse em cima, penso que os tópicos abordados neste livro são importantes. O problema foi que foram abordados como forma de justificar as interacções entre Mikey e Ellie que vivem um romance inverosímil (quase amor instantâneo).

No geral, esta leitura não me impressionou (apesar de ser bastante pesada, devido ao tema). Achei que o romance foi mal explorado e que faltava química às personagens, e sinceramente sendo esse o foco da narrativa, deveria ter sido melhor explorado do que foi.
Penso que a parte mais digna deste livro foi a exposição de como um crime como a violação afecta todos os que estão envolvidos (amigos, família da vítima e do acusado e o próprio acusado). Gostei também da exploração das "pressões do grupo" na adolescência, como o facto de querermos estar integrados num grupo nos pode levar a fazer coisas que não faríamos normalmente.
Teria gostado de um maior desenvolvimento das personagens secundárias (a Karyn e o Tom) e talvez de um final menos abrupto, mas mesmo assim achei que foi um final (relativamente) positivo tendo em conta o assunto do livro.

Nota (sobre a tradução): Este é o primeiro livro em português que leio este ano. Não sei se é por isto, mas confesso que a tradução me impediu de apreciar o livro tanto como devia. As frases tinham demasiadas vírgulas e muitas vezes os tempos verbais mudavam dentro da mesma frase ou do mesmo parágrafo... é natural que um tradutor cometa erros mas sinceramente é para isso que servem os revisores, certo?

Enfim... achei que a tradução devia ter sido revista com mais cuidado para evitar as quebras na leitura que inevitavelmente ocorreram quando me deparava com uma frase do género: Ele achava, que, não devia ter feito aquilo, mas não conseguia evitá-lo e, gostava dela. Esta frase é completamente inventada e não consta do livro, mas penso que dá para perceber do que estou a falar.

Opinião: Vain (Fisher Amelie)

Editora: Fisher Amelie (2012)
Formato: e-book | 180 páginas
Género: Romance, Lit. Juvenil
Descrição (GR): "If you’re looking for a story about a good, humble girl, who’s been hurt by someone she thought she could trust, only to find out she’s not as vulnerable as she thought she was and discovers an empowering side of herself that falls in love with the guy who helps her find that self, blah, blah, blah...then you’re gonna’ hate my story.
Because mine is not the story you read every time you bend back the cover of the latest trend novel. It’s not the “I can do anything, now that I’ve found you/I’m misunderstood but one day you’ll find me irresistible because of it” tale. Why? Because, if I was being honest with you, I’m a complete witch. There’s nothing redeeming about me. I’m a friend using, drug abusing, sex addict from Los Angeles. I’m every girlfriend’s worst nightmare and every boy’s fantasy.
I’m Sophie Price...And this is the story about how I went from the world’s most envied girl to the girl no one wanted around and why I wouldn’t trade it for anything in the world."
E, pronto, aqui está outro livro que parecia ter uma premissa original. Uma heroína que é má como as cobras mas não se arrepende do seu comportamento? Uma heroína que não é transformada pelo amor de um rapaz bonzão? Sim, se faz favor!

Ou não... porque a sinopse, meus amigos... mente! Mente, digo-vos!

É verdade que a Sophie Price é muita má... não porque dorme com todos, mas porque dorme com os namorados das amigas e ainda se vangloria! Claro que tem "má reputação" (e pelas razões erradas) mas isso agora não interessa nada. O que interessa é que esta rapariga estouvada que trai as amigas e snifa coca está prestes a ver a sua vida dar uma grande reviravolta. Depois de ser apanhada a consumir drogas é julgada e condenada a trabalho voluntário... num orfanato no Uganda.

Sim, fiquei muito entusiasmada e sinceramente perguntei-me como é que nenhum editor tinha pegado no livro... mas depois li mais e voilá fez-se luz! Após algumas páginas em que se fala um pouco da terrível e desumana situação das crianças no Uganda (muitas são recrutadas pelo Exército de Resistência do Senhor) a história passa a centrar-se nos sentimentos "poderosos e inexplicáveis" da Sophie pelo... bonzão de 20 anos que trabalha no orfanato. E a Sophie passa a ser uma mulher mudada! Em parte por causa dos órfãos mas mais porque o bonzão ao princípio não gosta dela!

Sinceramente, depois da autora introduzir um assunto tão sério e merecedor de atenção, o romance entre as personagens não era definitivamente sobre o que eu queria ler! Além disso prometeram-me uma transformação gradual e significativa de um ser humano que, sinceramente, não era assim muito boa pessoa. Mas isso não encontrei eu no livro. Nada de auto-reflexões, nada de tentativas da parte da Sophie de perceber porque é que se comportava da maneira como se comportava... nada. Só "oh, ele é mesmo bom" e "oh, sinto uma ligação física com este gajo bom". 

A mudança de Sophie não foi gradual... foi abrupta e irrealista para que a autora se pudesse focar no romance. O desenvolvimento das personagens é incipiente e as suas atitudes pouco realistas (mais para o fim há um acontecimento traumático com o qual os protagonistas lidam friamente). Os diálogos têm pouco brilho (vejam o meu comentário sobre a escrita mais em baixo) e soam a falso. Ao romance (o aspecto principal do livro) falta-lhe magia. 

Enfim... podia ter sido muito, muito bom, este livro mas não foi. Não posso deixar de mencionar a escrita: por vezes a construção frásica era um pouco estranha e encontrei bastantes erros gramaticais e de escrita (este livro precisava urgentemente de um editor). Como foi a minha primeira obra "self-published" custou-me um pouco a ultrapassar estes problemas. 

No geral, um livro que podia ter sido bom, podia ter explorado problemas atuais e importantes, mesmo incluindo o romance adolescente, mas que preferiu focar-se no romance adolescente. Para meu desespero. Oh e durante o tempo todo só ouvia esta música na minha cabeça (sei que não sou a primeira reviewer a dizer isto, mas estou totalmente a falar a sério). :P

Opinião: The Immortal Rules (Julie Kagawa)

The Immortal Rules by Julie Kagawa
Editora: Harlequin Teen (2012)
Formato: Capa dura | 485 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Ficção Científica
Descrição (GR): "To survive in a ruined world, she must embrace the darkness…
Allison Sekemoto survives in the Fringe, the outermost circle of a walled-in city. By day, she and her crew scavenge for food. By night, any one of them could be eaten. Some days, all that drives Allie is her hatred of them—the vampires who keep humans as blood cattle. Until the night Allie herself dies and becomes one of the monsters.
Forced to flee her city, Allie must pass for human as she joins a ragged group of pilgrims seeking a legend—a place that might have a cure for the disease that killed off most of civilization and created the rabids, the bloodthirsty creatures who threaten human and vampire alike. And soon Allie will have to decide what and who is worth dying for…again.
Enter Julie Kagawa's dark and twisted world as an unforgettable journey begins."
AVISO: Spoilers
Há livros que são intrinsecamente bons; não me refiro a livros assim classificados pelas sumidades da literatura ou por quem atribui o Prémio Nobel da Literatura ou o Pulitzer... mas sim segundo os leitores. Há livros que possuem todas as qualidades para integrarem aquela prateleira dos "favoritos" porque simplesmente contêm todos os 'ingredientes' necessários para nos proporcionar bons momentos.

The Immortal Rules, de Julie Kagawa é, para mim, um desses livros. Não sei se gostei dele o suficiente para o integrar na minha prateleira dos "favoritos", mas este é definitivamente um livro que li com muito gosto e que reúne alguns dos elementos sobre os quais mais gosto de ler: vampiros, sociedades distópicas e elementos sobrenaturais.

Julie Kagawa é uma autora de fantasia urbana juvenil bem conhecida nos Estados Unidos. A sua série, The Iron Fey, é bastante popular e interessante (na minha opinião), por misturar mitos e criaturas antigos com elementos modernos (talvez até seja um pouco ficção científica, suponho? Não sei, percebo pouco de classificações deste género).

The Immortal Rules segue a história de Allison Sekemoto, uma jovem de dezassete anos que vive uma existência miserável. Ela vive numa cidade controlada por vampiros, que "obrigam" todos os humanos a registarem-se como doadores de sangue. Há sempre uma alternativa, claro... uma pessoa pode sempre não se registar; mas em contrapartida não tem direito a comida e a água.

Allison tomou a decisão de não se registar pelo que vive da mendigagem e dos roubos oportunísticos (qualquer pessoa não registada apanhada a roubar é imediatamente condenada à morte).

Para além das muralhas da cidade dos vampiros não existe nada a não ser os restos de uma civilização perdida que os humanos controlavam e os rábidos (uma espécie de mistura entre vampiro e zombie nascidos da combinação do sangue de vampiros com uma doença fatal denominada doença do Pulmão vermelho - Red Lung disease), pelo que é proibido sair da cidade.

Quando Allie descobre uma cave cheia de comida nas ruínas, ela conduz o seu grupo até lá para poderem transportar a comida de volta para a cidade. Infelizmente são atacados por rábidos e Allie vê os seus amigos morrerem um por um. Em estado crítico devido ao ataque, Allie é interpelada por um vampiro que lhe dá uma escolha: morrer ou tornar-se um deles.

O livro segue Allie enquanto ele se esforça por sobreviver (e viver) com a sua nova condição num mundo pós-apocalíptico.

Como disse, não tenho muito jeito para descortinar as classificações dos livros. Para mim, esta obra não pode ser propriamente classificada como "ficção científica" uma vez que não se fala muito de ciência avançada. Talvez ficção especulativa? Porque é uma distopia com elementos paranormais? Não sei.

Gostei imenso deste livro (como já devem ter percebido pelo meu parágrafo de abertura). A Allison é uma personagem bem construída, dura e habituada às desilusões da vida devido a tudo o que passou. Quando se torna um vampiro, dão-lhe uma catana e POW! Transforma-se numa heroína kick-ass. Mesmo! Também gostei bastante do resto das personagens, embora não estivessem tão bem desenvolvidas como a Allison (mas pronto, sendo uma série, percebe-se).

Outro aspecto positivo deste livro: a escrita. Já nos livros da série Iron Fey tinha achado que a Julie Kagawa escrevia bem que se fartava. A escrita dela é simples e pouco rebuscada (para mim isso é, geralmente, uma coisa boa), mas tem uma qualidade cinematográfica maravilhosa que nos permite imaginar o mundo em que as personagens se movem de forma vívida.

Portanto, recapitulando: gostei do cenário geral, das personagens e da escrita. Gostei do facto de não haver insta-love (amor instantâneo) ou um triângulo amoroso. Gostei do facto de a nossa heroína ser independente e corajosa, mas mesmo assim feminina. E, claro, gostei da luta constante da Allison com a sua natureza vampírica; uma luta que, de resto, não vence sempre, o que achei refrescante. A Allison não é um paradigma de bondade e perfeição como tantas heroínas de livros juvenis; não, ela tem defeitos e virtudes e dúvidas. É sobre este tipo de personagens que mais gosto de ler.

Um outro aspecto que adorei: a autora não apressou certas partes do livro para chegar à parte central da história (a Allison depois de se tornar vampira)!

Os aspectos menos positivos prendem-se talvez com a natureza algo genérica do mundo distópico/pós-apocalíptico: uma doença fatal correu o globo cerca de 60 anos antes do início da história matando boa parte da população mundial. Os vampiros foram utilizados em experiências para encontrar uma possível cura, mas isso deu para o torto (e assim nasceram os rábidos) pelo que a civilização acabou por ruir. Não há grande desenvolvimento do mundo em que as personagens se movem neste primeiro livro e creio que não haverá muito para desenvolver porque a autora nos dá, neste primeiro volume, toda a informação sobre o que causou a queda da civilização e o "atual" estado de coisas.

No geral, um livro de leitura compulsiva que reúne os meus elementos favoritos numa obra de ficção, pelo que recomendo vivamente para quem, como eu, gosta de livros YA com acção, romance (que não é instantâneo), elementos paranormais e alguns elementos distópicos/pós-apocalípticos. Nesse caso, recomendado.

Review: Blaze (Laurie Boyle Crompton)

Blaze by Laurie Boyle Crompton
Publisher: Sourcebooks Fire (2013)
Format: e-book | 202 pages
Genre(s): Young Adult, Romance
Description (GR): "Blaze is tired of spending her life on the sidelines.
All she wants is for Mark the Soccer Stud to notice her. Not as Josh's weird sister who drives a turd-brown minivan. And not as that nerdy girl who draws comics.
What she gets is her very own arch-nemesis.
Name: Mark Deninger, aka Mark the Shark
Occupation: Soccer star and all-around lady killer
Relationship Status: Serial ater
Group Affiliation: No loyalty
Known Superpowers: Anti-girlfriend force field, breaking hearts
Mark may have humiliated Blaze supervillian-style, but what he doesn't know is how geek girls always get revenge.
#GeekGrlzRevenge"
WARNING: some (minor) SPOILERS.

This book is NOT bad. That's the first thing I want to say. It's just so... underdeveloped that I was disappointed and couldn't really connect with the characters. The premise, however, was interesting.

Basically I had a problem with the length of the book (less than 200 pages) because it didn't allow for the story to be properly developed. There was so much the author could have done with the characters, so much depth she could have added to their... character. She could have explored Mark's past better; she could have explored Blaze's feelings about her parent's divorce better; she could have explored Blaze's and Quentin's relationship (she could actually have included it in the book). Blaze herself deserved more development. The entire issue(s) raised by this book deserved more development, to be better and more deeply explored (I'm not saying the book had to be bleak... but some serious moments among the predominantly humorous moments would have made this book so much more interesting) and more "closure" than they got.

As it was, I couldn't really connect with the characters. I felt like only Blaze and Josh (her younger brother) were really more then cardboard cutouts (which I felt the rest of the characters were; just there to fill the book with... characters), but even them lacked development.

I don't know. This could have been a really good book about double standards based on gender in our society, the dangers of social media, etc. But... it needed more development and a bit more depth. As it was, I thought it was a quick, fluffy read and Blaze's love of comics was awesome, but that's all this book was... and it could have been so much more.

Overall... a quick, fluffy read that could have been so much more.
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