Angelologia de Danielle Trussoni
Aviso: Contém SPOILERS!
Editora: Editorial Presença (2010)
Formato: Capa Mole | 588 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Mistério/ Thriller
Sinopse (Goodreads): "Desde o início dos tempos que os nefilins, a raça que descende de anjos e humanos, procura dominar a humanidade semeando o medo, provocando guerras e infiltrando-se nas mais poderosas e influentes famílias da história. Apenas a sociedade secreta de angelologistas, com os seus conhecimentos ancestrais, tem conseguido detê-los. Agora, a Irmã Evangeline do Convento de Santa Rosa, no estado de Nova Iorque, está prestes a juntar-se a eles. Mas conseguirá ela resistir ao imenso poder dos nefilins e evitar o apocalipse? Uma narrativa vigorosa, complexa e inteligente que funde elementos bíblicos, míticos e históricos e envolve o leitor da primeira à última página."
Não sei se sou eu que preciso de fazer uma pausa nas leituras ou se este livro foi pura e simplesmente tão mau como me pareceu. Seja qual for a razão, "Angelologia" foi mais uma leitura penosa, com uma história muitas vezes confusa e uma narrativa desconjuntada, para já não falar de personagens pouco desenvolvidas e pelas quais não senti qualquer empatia. Oh, o tema tem potencial... mas sinceramente, os aspectos que a autora escolheu para constituir a história são provavelmente os mais aborrecidos dentro da temática.
Para fazer uma análise do que "correu mal", terei de me debruçar sobre a história, pelo que esta opinião vai conter bastantes SPOILERS. Se ainda não leram o livro e querem lê-lo, fiquem por aqui. :D
O começo do livro é bastante emocionante; é um prólogo perfeito que não só introduz o teor da história como leva o leitor a questionar-se sobre o que irá acontecer. No início é-nos relatada uma expedição efectuada por um grupo de investigadores (Angelologistas) a umas montanhas na Europa em 1943. Aí, eles fazem uma descoberta incrível que poderá mudar o modo como as pessoas vêem a religião. Isto porque o que eles encontram na caverna é o corpo de uma criatura que parece ser um anjo.
Como disse, um começo auspicioso. Comecei logo a pensar em sociedades secretas e em pesquisas igualmente secretas sobre as origens do anjo, a sua estrutura e como seria necessário manter o segredo, etc. Coisas do género. Mas o livro não é acerca de nada disto... ou quase nada.
E a primeira parte não desfez totalmente a minha esperança. Esta abre em 1999, num convento em Nova Iorque, onde uma jovem freira, Evangeline, recebe uma pedido para aceder aos arquivos do convento. Ela ia negar o pedido, mas este desperta-lhe a curiosidade e assim vai ela investigar o assunto.
Nesta primeira parte são-nos apresentados os intervenientes: Evangeline, o autor da missiva que é o jovem Verlaine, algumas das freiras que parecem ter alguns segredos e os vilões... que neste livro são os Nefilins.
Já nesta primeira parte achava que a acção progredia de forma muito lenta e que a autora se perdia em descrições exageradas de pormenores que pouco interessavam. A primeira parte termina com uma velha freira a adormecer e a sonhar com o passado. Imaginem o meu espanto quando passo para a segunda parte (o tal sonho da freira) que deve ter bem mais de 100 páginas e que é, no fundo, uma versão muito mais pormenorizada do prólogo. Alguma da informação contida nesta segunda parte é essencial para a progressão do enredo de 1999, sim, mas muita dela foi também supérflua e sinceramente, aborrecida. As partes necessárias podiam ter sido incluídas de forma mais fluída na narrativa presente e deveriam ter ocupado muito menos páginas.
Chegamos à terceira parte. Sabemos agora o objectivo tanto dos vilões como dos heróis. É altura do mistério "à la Dan Brown". Infelizmente, como a segunda parte é tão grande (e a primeira parte introdutória também se alarga consideravelmente), esta parte da história é contada de forma apressada e desinteressante.
De facto, este livro tem muito pouca acção em geral. A premissa é pouco interessante e está bastante mal explorada. As interacções entre as personagens são muitas vezes irrealistas; aquelas encontram-se bastante mal desenvolvidas com excepção, talvez, de Gabriella. Achei que os "Angelologistas" eram cientistas muito pobres que não se interrogavam sobre o que viam, não sentiam curiosidade. Os Nefilins não tinham grandes traços distintivos tanto em termos de personalidade como físicos. A autora dá a entender que nem todos são iguais, mas as suas explicações vagas pouco ou nada ajudam à compreensão do leitor sobre essas diferenças.
Toda a história me pareceu aborrecida e irreal, para já não dizer previsível (foi facílimo adivinhar a verdadeira "identidade" da Evangeline). O final foi pobrezito e bastante anticlimático.
No geral, foi uma obra descritiva ao ponto de ser aborrecida com um enredo e umas personagens poucos interessantes.
Para fazer uma análise do que "correu mal", terei de me debruçar sobre a história, pelo que esta opinião vai conter bastantes SPOILERS. Se ainda não leram o livro e querem lê-lo, fiquem por aqui. :D
O começo do livro é bastante emocionante; é um prólogo perfeito que não só introduz o teor da história como leva o leitor a questionar-se sobre o que irá acontecer. No início é-nos relatada uma expedição efectuada por um grupo de investigadores (Angelologistas) a umas montanhas na Europa em 1943. Aí, eles fazem uma descoberta incrível que poderá mudar o modo como as pessoas vêem a religião. Isto porque o que eles encontram na caverna é o corpo de uma criatura que parece ser um anjo.
Como disse, um começo auspicioso. Comecei logo a pensar em sociedades secretas e em pesquisas igualmente secretas sobre as origens do anjo, a sua estrutura e como seria necessário manter o segredo, etc. Coisas do género. Mas o livro não é acerca de nada disto... ou quase nada.
E a primeira parte não desfez totalmente a minha esperança. Esta abre em 1999, num convento em Nova Iorque, onde uma jovem freira, Evangeline, recebe uma pedido para aceder aos arquivos do convento. Ela ia negar o pedido, mas este desperta-lhe a curiosidade e assim vai ela investigar o assunto.
Nesta primeira parte são-nos apresentados os intervenientes: Evangeline, o autor da missiva que é o jovem Verlaine, algumas das freiras que parecem ter alguns segredos e os vilões... que neste livro são os Nefilins.
Já nesta primeira parte achava que a acção progredia de forma muito lenta e que a autora se perdia em descrições exageradas de pormenores que pouco interessavam. A primeira parte termina com uma velha freira a adormecer e a sonhar com o passado. Imaginem o meu espanto quando passo para a segunda parte (o tal sonho da freira) que deve ter bem mais de 100 páginas e que é, no fundo, uma versão muito mais pormenorizada do prólogo. Alguma da informação contida nesta segunda parte é essencial para a progressão do enredo de 1999, sim, mas muita dela foi também supérflua e sinceramente, aborrecida. As partes necessárias podiam ter sido incluídas de forma mais fluída na narrativa presente e deveriam ter ocupado muito menos páginas.
Chegamos à terceira parte. Sabemos agora o objectivo tanto dos vilões como dos heróis. É altura do mistério "à la Dan Brown". Infelizmente, como a segunda parte é tão grande (e a primeira parte introdutória também se alarga consideravelmente), esta parte da história é contada de forma apressada e desinteressante.
De facto, este livro tem muito pouca acção em geral. A premissa é pouco interessante e está bastante mal explorada. As interacções entre as personagens são muitas vezes irrealistas; aquelas encontram-se bastante mal desenvolvidas com excepção, talvez, de Gabriella. Achei que os "Angelologistas" eram cientistas muito pobres que não se interrogavam sobre o que viam, não sentiam curiosidade. Os Nefilins não tinham grandes traços distintivos tanto em termos de personalidade como físicos. A autora dá a entender que nem todos são iguais, mas as suas explicações vagas pouco ou nada ajudam à compreensão do leitor sobre essas diferenças.
Toda a história me pareceu aborrecida e irreal, para já não dizer previsível (foi facílimo adivinhar a verdadeira "identidade" da Evangeline). O final foi pobrezito e bastante anticlimático.
No geral, foi uma obra descritiva ao ponto de ser aborrecida com um enredo e umas personagens poucos interessantes.
Comentários
Mesmo assim hei-de ler... Nunca se perdeu nada por ler um livro! (?)
Laura: Definitivamente não se perde nada em ler um livro. Por exemplo eu com este aprendi que existe realmente uma disciplina chamada "Angelologia". Mas também perdi bastante tempo. De qualquer modo este livro não é na veia daqueles muito populares estilo Crepúsculo, não tem nada a ver! :D É mais contemplativo e mais um thriller não tem nada de romance. Só gostaria que a autora tivesse levado a história por outro caminho, mas no fim ela é que é a autora, lol, não eu. :D
Não sei se mais alguém partilha desta opinião, mas eu tenho a vaga sensação de que os livros e os filmes são cada vez piores - pelo menos os mais famosos. Depois há uns quantos bons que são pouco conhecidos ou que se são muito conhecidos, têm um género muito específico. Isto na minha opinião, claro, mas hoje em dia parece que qualquer um escreve um livro. --' também vou escrever um! LOL
Bem, quanto aos filmes, sim, não têm grande história têm é muitos efeitos especiais. Livros, lá está depende dos gostos (filmes também, no fundo) mas creio que tens uma certa razão... se for um livro de determinado tema, mesmo sendo fraquito, quase de certeza que é publicado.
E porque não? Se o tema for o correcto (vampiros, lobisomens e amores impossíveis) quase de certeza que to publicam, lol. Então a "Lua Vermelha" não está no ar à 500 mil anos com milhões de episódios? O_O
Ora deixa cá pensar... Não! *aponta para a pilha* Vês? Mesmo que eu quisesse ler algo assim tão chato, tenho aqui muuuitos...
Sim, também tenho reparado que começa a haver muita coisa má nos cinemas, ou pelo menos desinteressante. Não há nada que me chame muito ao cinema (talvez com a excepção de uma ou outra adaptação de um livro que gosto) e parece que tem quase tudo a mesma fórmula. Tenho ideia que isso não acontece tanto nos livros, onde há um maior espaço para desenvolver personagens (que deve ser mesmo o que mais me atrai numa história, a forma como os personagens evoluem e crescem), daí que me sinta mais satisfeita e julgue o tempo investido melhor empregue na leitura que no visionamento de filmes. :/