Opinião: As Mulheres de Summerset Abbey (T.J. Brown)

As Mulheres de Summerset Abbey by T.J. Brown
Editora: Noites Brancas (2013)
Formato: Capa mole | 300 páginas
Género: Ficção Histórica
Descrição (GR): "Quem se rendeu à série televivisa Downton Abbey não pode perder este livro. E todos os outros também não. Porque se ambos têm como pano de fundo os usos e costumes da época vitoriana, os jogos de poder da aristocracia britânica e um determinado estilo de vida, As Mulheres de Summerset Abbey tem muito mérito próprio.
Três jovens mulheres, uma bela propriedade rural, um lifestyle característico do início do século XX, histórias de uma amizade profunda e segredos de família são alguns dos elementos que os leitores vão encontrar neste romance de T. J. Brown.
A autora inspirou-se na mesma época retratada na famosa série de televisão para contar as histórias de Rowena e Victoria Buxton e Prudence. A história segue a vida destas três jovens, criadas como irmãs por Sir Philip Buxton. Rowena e Victoria são irmãs, Prudence era filha de uma governanta e para o lorde de Summerset isso faz com que seja apenas mais uma entre os criados da propriedade. Ainda assim, a ligação que as une é forte. 
Numa época plena de mudanças e com os primeiros sinais de uma provável guerra, As Mulheres de Summerset Abbey é um romance histórico ímpar que capta como poucos as relações entre mulheres."
Comprei este livro principalmente pela associação com a série de TV Downton Abbey. É uma série de época bastante conhecida e apesar de não a adorar acho que é bastante interessante. Na sequência da popularidade da série apareceram vários livros de ficção histórica passados na época exactamente anterior à 1.ª Guerra Mundial. Este é um deles.

Não tinha expectativas, pelo que não me senti particularmente chateada quando o livro revelou ser "nada de especial". É uma leitura agradável, certamente, e percebe-se que a autora tinha a intenção de explorar a dinâmica das diferentes classes sociais no início do século XX (um período de acentuada mudança social, geopolítica e tecnológica), mas é bastante óbvio que T.J. Brown não soube equilibrar correctamente as diversas vertentes (a luta de classes, a exploração da personalidade de três mulheres e o romance) que quis incluir no livro.

Rowena, Victoria e Prudence cresceram juntas na casa de Londres de Sir Buxton, apesar de Prudence ser filha da governanta. Mas quando o pai de Rowena e Victoria morre, dá-se uma mudança radical na vida destas três jovens; são levadas para Summerset Abbey, a casa ancestral do Conde de Summerset, o irmão de Sir Buxton. Aí, são confrontadas com uma realidade muito diferente da que estavam habituadas; os Buxton são aristocratas e orgulham-se do facto. E apesar de Rowena e Victoria serem da família, Prudence não é.
O livro explora as jornadas destas três mulheres: Rowena, dividida entre o mundo sedutor da superioridade aristocrática e a educação igualitária que recebeu; Victoria, que anseia ser mais do que é; e Prudence que se vê relegada para o papel de criada, apesar de ter sido criada como irmã das Buxon, e que sente na pele, pela primeira vez, o quão injusta é a sociedade.

O problema deste livro é ser demasiado curto. São 290 páginas nas quais a autora pretendia caracterizar três mulheres complexas que vivem uma situação complexa numa época complexa. Escusado será dizer que não funcionou. Nada é explorado a fundo, as "mulheres de Summerset Abbey" não se desenvolvem assim muito ao longo do livro (excepto, Prudence) e o romance é tudo menos verosímil.

Mesmo assim, gostei da escrita e certamente do conceito; mas gostaria que as protagonistas mostrassem mais personalidade e que a luta de classes fosse mais evidenciada.

No geral, uma leitura agradável, mas bastante mais superficial do que esperava.

Curtas: Mais romance histórico

Confessions from an Arranged Marriage - Miranda Neville
Editora: Avon (2012)
Formato: e-book | 384 páginas
Género: Romance Histórico
Mini-opinião: Depois de ler o The Dangerous Viscount e de ter adorado a Minerva, a irmã mais nova da protagonista, tinha mesmo de ler este Confessions from an Arranged Marriage, cuja heroína é a já mencionada Minerva. Ela é forçada a casar-se (devido a circunstâncias comprometedoras) com Lord Blakeney (que também já aparecia no livro anterior), com quem ela não tem nada em comum.
Gostei muito deste livro. Adorei as interacções entre os protagonistas, a química e o foco da autora na esfera política do país. A Minerva gosta de política e o seu sonho é ser casar com um homem politicamente influente (que possa aconselhar); pelo contrário, Blake, apesar de ser herdeiro de um Duke e assim, muito poderoso em termos políticos, não se interessa por estes assuntos.
Confesso que fiquei um pouco desiludida com o The Dangerous Viscount (o primeiro que li da autora), mas com este, Miranda Neville redimiu-se. Uma leitura leve (mas com momentos mais sérios), engraçada e com uma profundidade inesperada. Nota-se que a autora investiu neste livro e investigou a época e os acontecimentos políticos da mesma (nomeadamente a Reforma).


Born in Sin - Kinley MacGregor
Editora: HarperCollins (2006)
Formato: e-book | 384 páginas
Género: Romance Histórico
Mini-opinião: Tal como a maioria dos livros de Sherrilyn Kenyon (que escreve aqui sob o pseudónimo de Kinley MacGregor) este livro é demasiado dramático e algo foleiro. O herói é tipicamente torturado (até demais, é só o que vos digo) e apenas o amor da heroína o irá libertar (claro). A escrita é fluída e cativante como sempre, mas no geral não achei assim nada de especial. Típico de Sherrilyn Kenyon; apesar de se passar na Inglaterra Medieval (com montes de imprecisões históricas, ainda por cima), quase parece que estamos a ler um livro dos Predadores da Noite. Enfim, pelo menos a heroína aproveita-se, tem espírito.


The Ugly Duchess - Eloisa James
Editora: Avon (2012)
Formato: e-book | 384 páginas
Género: Romance Histórico
Mini-opinião: Mais um livro fofinho. Há uns anos atrás, li um livro de Eloisa James do qual não gostei particularmente. Mas este tem tudo para ser um sucesso para mim: personagens carismáticas, química entre os protagonistas, um romance doce e alguns dissabores pelo meio. A parte em que o James se torna pirata foi um bocado ridícula e o enredo lembra-me um pouco o do Ravishing the Heiress, mas a Theo é uma personagem fantástica! Além disso, adoro o tema dos casamentos arranjados. 


Editora: Avon (2009)
Formato: Capa mole | 384 páginas
Género: Romance Histórico
Mini-opinião: Outro livro de Miranda Neville. É bastante óbvio que se trata do primeiro livro da autora porque o enredo está fragmentado e algo confuso, a química entre as personagens deixa muito a desejar e o ritmo é irregular. Não consegui sentir nada pelos protagonistas e dei por mim a saltar um ou dois parágrafos lá mais para o fim uma vez que nem o mistério me agarrou a atenção. Uma coisa de louvar é a atenção aos detalhes históricos (pelo menos do que consegui ver).

Review: Wrong Ways Down (Stacia Kane)

Wrong Ways Down by Stacia Kane
Publisher: ? (2013)
Format: e-book | 142 pages
Genre(s): Urban Fantasy, Dystopia
Description (GR): "It’s a thin line between right and wrong. It’s an even thinner one between wrong and dead…
Terrible has always been on the wrong side of the law, living up to the only name anyone ever gave him. As the chief enforcer for Downside’s most powerful criminal, it’s his job to collect debts and protection money by any means necessary. And he’s very good at his job.
But part of that job is also to keep Bump’s various employees safe. So when a street dealer is found dead and a prostitute is brutally attacked, Terrible immediately starts using his fists to hunt down the ones responsible.
He’s determined to find and destroy them. They’re determined to use his desire for the woman he secretly loves to break him."
WARNING: some (minor) spoilers for the Downside Ghosts series.

Terrible: giving depth to thugs everywhere. You'll never look at Thug A from Action Movie 12495 the same way again! And that's a damn feat in my book.

Stacia Kane's characters are so human I actually want to meet them. They are so appealing I actually want to forgive Terrible for his crimes. Damn.

Wrong Ways Down is a novella from Terrible's (the unlikely male protagonist/hero of the Downside Ghosts series) point of view. Terrible is the "chief enforcer" for Bump, one of Downside's drug dealers. As such, he is expected to make sure all of Bump's operations run smoothly. However, when one of Bump's dealers is murdered and Bump's prostitutes are brutally attacked, it is up to Terrible to investigate. So he does it the way he knows best... with his fists.

This story takes place between books 1 and 2 of the series, so, as many readers have already remarked upon, there aren't many "aww moments" between Chess and Terrible. This isn't really about our drug addict of a heroine (erm... no pun intended or whatever); it's about Terrible. And that's fine.

I loved this story because I got to know more about Terrible. Not just how much he cares for Chess (although I must admit that part was too cute for words) but also what makes him tick, how he feels about what he does (and his feelings aren't pretty sometimes) and how he sees himself (as a dumb, ugly goon). We also get to see a bit of how Chess sees him and how that changes him. This interaction helps explain their mutual attraction.

As for the plot itself, it was pretty run of the mill. It served mostly to make the characters interact, which is a constant in Kane's books. Although she has constructed a pretty believable and interesting dystopian world, with solid supernatural elements, it isn't actually the world or even the stories/mysteries that make the series shine, in my humble opinion; it is the characters, that are so excellently written and developed that make me come back to these books again and again. I think did mention in my last review(s) that I was a bit frustrated with the lack of world development; Kane's world remains static (we still don't know much about Haunted Week, there are no factions that we know of, that question the Church's version of events, there are no alternate explanations, etc) and the characters are too absorbed by their little worlds to think about the bigger picture.

But that is a rant for another review. Suffice to say we got little to no world building/development in this short story, but we do find out more about Terrible, which was great to me.

In general, a great read. As compulsive and compelling as always!
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Review: Mila 2.0 (Debra Driza)

Mila 2.0 by Debra Driza
Publisher: Katherine Tegen Books (2013)
Format: e-book | 480 pages
Genre(s): Young Adult, Science Fiction
Description (GR): "Mila was living with her mother in a small Minnesota town when she discovered she was also living a lie.
She was never meant to learn the truth about her identity. She was never supposed to remember the past—that she was built in a computer science lab and programmed to do things real people would never do.
Now she has no choice but to run—from the dangerous operatives who want her terminated because she knows too much, and from a mysterious group that wants to capture her alive and unlock her advanced technology.
Evading her enemies won't help Mila escape the cruel reality of what she is and cope with everything she has had to leave behind. However, what she's becoming is beyond anyone's imagination, including her own, and that just might save her life.
A compulsively readable sci-fi thriller, Mila 2.0 is Debra Driza's bold debut and the first book in an action-filled, Bourne Identity–style trilogy."
I've been meaning to write a review for this book for a while now, but sometime in the last few months I understood I had some conflicted feelings about Mila 2.0.

I didn't know what to expect of this book, although many of my friends at Goodreads did like it. The concept seemed interesting and very cinematographic in a way. But I was curious to know how the author would translate it to a book.

Overall, it was a nice read, but not developed enough for my taste (though I understand why it isn't... word count restrictions and the fact that it is a series probably).

I did like the general concept. It was interesting while not particularly original, because we've all seen movies/TV series where the android is lifelike and thinks it is a human (I can think of the movie AI, of the TV series Caprica and of Battlestar Galactica, for example). However, I've never read a book about it. I was curious to see how the author would tackle the nuances of an android that sophisticated (that it would think it was human) and the moral implications (and the human feelings on the matter) of the android's sense of self.

I think Ms Driza did a good job exploring this part. Taking into account this is a YA book and as such I didn't expect it to be very focused on Mila's inner ramblings, quiet despair or philosophical search for humanity, I thought the author still managed to portray that struggle. Mila has to fight to remain "human", she clings to her emotions and she questions the morality of her actions (which makes her, in essence, human). She also has as doubts when she uses her "android capabilities". This, to me, was the best part of the book. Mila still has her "search for humanity", but the whole book isn't about it... which is good.

However (there's always a but, unfortunately): I did think the other elements of the story (the ones that are, I suppose, designed to appeal to a younger audience) were too common in these types of books (YA Sci-fi). The world building was too run-of-mill; there was nothing distinctive about Mila's origins or purpose. I also thought the "imagery" was pretty standard (giant tube to stash/fix the robots, etc).
The whole love story felt phony and a little flat (I still think Hunter is fishy, but I guess I'll have to read book 2 to find out). This aspect was attenuated by Lucas, one of the most awesomest (I am aware this isn't a word, by the way) members of a love triangle... ever (it even made me like love triangles... but only in this book).
The villain was a bit too much of the "mustache twirling", mwahahah-ing type (pretty stereotypical, I mean) for my taste.

Overall, Mila 2.0 was an interesting read. It's definitely geared towards young adults with its high school feel, its teen romance and its... well, teens. But it also has some depth and it tackles important issues such as ethics in science, among others. The prose was simple bu fluid and contributed to a quick, almost compulsive reading (even if the first part was a bit boring, when compared to the second part). I'd recommend this book. It is certainly a solid debut and the series has the potential to turn into something really good. Also, the fact that I remember this book, a few months later tells me it was actually remarkable.

I received a digital copy of Mila 2.0 from Katherine Tegen Books through Netgalley. Thank you.

Opinião: Mariana (Susanna Kearsley)

Mariana by Susanna Kearsley
Editora: Asa (2013)
Formato: Capa mole | 352 páginas
Género: Romance, Ficção histórica
Descrição (GR): "Julia Becket acredita no destino. Ela tinha apenas cinco anos quando viu Greywethers pela primeira vez, mas soube de imediato que aquela era a sua casa. Vinte e cinco anos depois, tornou-se finalmente sua proprietária. Mas Julia depressa começa a suspeitar de que existe algo de poderoso e inexplicável por detrás da sua decisão radical de abandonar Londres e começar de novo numa pequena aldeia. Os novos vizinhos são calorosos e acolhedores, muito particularmente Geoff, o aristocrático proprietário de Crofton Hall, com quem sente uma ligação imediata. Mas a vida tal como ela a conhecia acabou, e outra bem diferente está prestes a começar. Uma vida que inclui Mariana, que habitou aquela mesma casa trezentos anos antes e cujo destino ficou tragicamente por cumprir. A história de Mariana vai- se revelando a pouco e pouco, apoderando-se da sua vida como um feitiço. Ao longo dos séculos que separam as duas jovens, uma promessa de amor eterno aguarda o desfecho que o destino lhe negou. Conseguirá Julia desvendar no presente os enigmas do passado? Será que Mariana esteve sempre à sua espera?"
AVISO: SPOILERS (assinalados).

Se mistérios e thrillers não são o meu género de eleição, é certo que torço também o nariz ao romance contemporâneo. Não sei bem porquê (talvez tenha lido demasiadas vezes o "Diário de Bridget Jones" na minha juventude). Mas quando a Catsadiablo gosta de um livro e o recomenda, obviamente que uma pessoa fica mais predisposta a ler algo do autor.

Cinquenta mil visitas a Fnacs, Continentes e afins depois, ainda não tinha encontrado o livro (em Portugal intitulado, "O Segredo de Sophia"), pelo que me decidi a comprar antes este, que é da mesma autora. 

Ainda bem que o fiz. Este livro foi uma leitura extremamente agradável e viciante mesmo.

Julia sonha com uma determinada casa desde que a viu pela primeira vez, aos cinco anos. Para ela Greywethers é efectivamente a sua casa. Por isso, quando surge a oportunidade de a comprar, Julia reúne as suas poupanças e juntamente com a herança deixada por uma tia, compra a casa, que data do século XVII. Depressa começa a ter estranhas visões, que incluem um cavaleiro montado num cavalo cinzento e uma jovem chamada Mariana. Quem é Mariana e qual é a relação desta com Julia?

O tema deste livro é um amor tão forte que atravessa os séculos. Geralmente não vou muito à bola com este tipo de histórias, porque são quase sempre exageradas e melodramáticas, mas neste caso, a autora conseguiu um equilíbrio perfeito e felizmente o enredo não é "foleiro" nem ao estilo de uma novela da TVI (não é por nada, mas o nível de drama nessas novelas é demais para o meu gosto... só isso). Júlia é uma personagem simpática, de quem é fácil gostarmos. Quanto ao herói (do qual também é extremamente fácil gostar, para que saibam... é muito querido)... bem, é aqui que começam os spoilers. Porque, sim, este livro foi bastante absorvente; sim, gostei da leitura e do ritmo da narrativa e das personagens e mesmo do romance, em geral. Mas este livro tem um triângulo amoroso e não creio que lhe tenha sido dado o destaque necessário. Como explicar? Aqui vai. (SPOILERS ahead!)

A Mariana reencarna na Julia e esta segue a viagem daquela e vive o seu romance em "visões" do século XVII. Ora, o herói, o Richard de Mornay também reencarnou. E a heroína passa o livro quase todo a pensar que ele é uma determinada pessoa e só no final (literalmente nas últimas páginas) é que se apercebe que é outro homem. Logo, não há grande desenvolvimento na relação entre a Julia e o Richard de Mornay do século XX. Para já não falar do facto que o homem que a Julia pensa ser Richard de Mornay tem muito mais destaque do que o que é efectivamente Richard de Mornay; e a Julia gosta dele (do primeiro e não do segundo). No entanto, quando ela descobre a verdadeira identidade do Richard parece conseguir descartar os seus sentimentos pelo outro homem, assim sem mais nem menos. Basicamente, esta dinâmica pareceu-me estranha e pouco convincente. FIM dos SPOILERS.

No geral, um livro muito ternurento. Bem escrito, interessante, com uma pitada de história à mistura. Só tenho pena que o final tenha sido tão abrupto, que a relação entre os protagonistas tenha parecido bastante vazia e que o facto de Julia se sentir atraída por outro homem no presente não pareça ter criado conflito. Mas isso é um ponto menor. Recomendado.

Aquisições da semana (39) - Edição tuga

Quase um mês depois, temos mais um Aquisições da Semana. Este ano, os meus pais foram uns queridos e deram-me uns vales para utilizar na Bertrand; o que fiz quase imediatamente, claro. Para além disso, esteve a decorrer uma Feira do Livro no Continente, pelo que claro, tinha de aproveitar. Decidi portanto, que estava na altura de investir em livros em português.

The Cuckoo's Calling - Robert Galbraith (hey, é a JK Rowling!)
A Escola Nocturna - C.J. Daugherty
Um Beijo Inesquecível - Teresa Medeiros
Emoções Proibidas - Jess Michaels
Paixão Sublime - Lisa Kleypas
Deslumbrante - Madeline Hunter
Obsessão - Maya Banks
Filhas da Fortuna - Tara Hyland
Ligeiramente Casados - Mary Balogh
O Império das Asas - Claire Corbett

Baseado na rubrica In my Mailbox.

Opinião: O Estrangulador de Cater Street (Anne Perry)

O Estrangulador de Cater Street by Anne Perry
Editora: Asa (2013)
Formato: Capa Mole | 336 páginas
Género: Ficção histórica, mistério/ thriller
Descrição (GR): "O primeiro mistério do casal de detectives Charlotte e Thomas Pitt Enquanto as irmãs Ellison - Charlotte, Sarah e Emily - visitam amigos e tomam chá nos melhores salões londrinos, uma das suas criadas é brutalmente assassinada. Para Thomas Pitt, o jovem e pacato inspetor destacado para o caso, ninguém está acima de suspeita. A sua investigação na requintada casa da família Ellison vai provocar reações extremas: para uns, será de absoluto pânico; para outros, de deselegante curiosidade; para a jovem Charlotte será algo mais íntimo e empolgante. Algo capaz de levar Thomas a perder momentaneamente o seu instinto detetivesco e a andar com a cabeça nas nuvens. Mas sobre o casal pairam sombras impossíveis de ignorar: Charlotte é uma menina da sociedade e Thomas pertence à classe trabalhadora... e o assassino que atormenta as ruas da cidade continua à solta, implacável."
Aviso: Um spoiler muito pequeno (nem sei se é)

Já tinha ouvido falar de Anne Perry, claro, porque esta senhora já escreve livros há bastante tempo e tem fama de escrever bons livros. No entanto, os mistérios nunca foram o meu género favorito e foi por isso que comecei esta leitura com alguma trepidação. 

Se me perguntassem o porquê de ter, sequer, adquirido este livro, tenho de confessar que não saberia como responder. Talvez tenha sido a capa, com o Big Ben em proeminência, ou a sinopse que dá a entender que se trata, mais ou menos, de um "cozy mystery" ao estilo dos da Agatha Christie, passado na época Vitoriana. Sinceramente não sei. Mas comprei-o e deu-me vontade de o ler, e apesar de este realmente não ser o meu género acho que valeu a pena pois foi uma leitura muito agradável.

Charlotte Ellison é a irmã do meio de uma família de classe média alta. O seu pai trabalha num banco na City e ela pode dar-se ao luxo de ser ociosa e de se preocupar com tão pouco como a paixoneta que tem pelo marido da irmã ou com os cachecóis que tem de levar à casa do vigário. Mas Charlotte é inquisitiva e gosta de fazer coisas "pouco femininas" como ler os jornais e discutir os assuntos que tipicamente são mais masculinos do que femininos.

Quando uma jovem aparece estrangulada em Cater Street, perto da sua casa, Charlotte trava conhecimento com Thomas Pitt, um inspector da polícia (de classe mais baixa, claro). Pitt dá-lhe a conhecer um mundo que Charlotte desconhecia e à medida que o assassino tresloucado vai deixando um rasto de vítimas, ela e Pitt têm de unir esforços (mais ou menos) para descobrir a identidade do estrangulador.

Este livro lembrou-me realmente, em certos aspectos, dos de Agatha Christie. Há um foco bastante vincado no desenvolvimento das personagens, no que diz respeito aos seus sentimentos relativamente aos crimes. Anne Perry mostra-nos com mestria como uma comunidade mais ou menos amigável se vai tornando hostil quando se abate sobre eles a suspeita. É curioso ler sobre os processos de pensamento de Charlotte, da sua mãe e de Dominic o marido da irmã de Charlotte, por quem ela tem uma paixão secreta. É também interessante (mas algo macabro) descobrir as motivações do culpado.

O mistério é bastante simples, mas não deixa de ser inventivo. Talvez se deva ao facto de ler poucos livros de mistério, mas apesar de ter algumas suspeitas não consegui ter a certeza da identidade do assassino.

O que já não achei tão bom foi o "romance". Charlotte e Pitt são uma "dupla" de detectives (isto não é propriamente um spoiler, vem na contracapa) e é neste livro que se conhecem. No entanto, não achei que houvesse grande química entre ambos. Mas tenho de reconhecer que ambas as personagens são carismáticas; gostei bastante do facto do Thomas gostar da Charlotte exactamente por ela não ser um modelo de feminilidade Vitoriana.

No geral, uma leitura agradável. A autora imprime um bom ritmo à narrativa, não havendo tempos mortos, apesar de haver uma boa dose de introspecção por parte das personagens. O mistério é adequado, as personagens são interessantes q.b. e a escrita é fluida. Para quem gosta de história, as descrições dos valores e do quotidiano vitorianos irão com certeza ser uma adição intrigante. Devo também referir a excelente qualidade da tradução (quero dizer, pelo menos do texto). Recomendado para os fãs de Agatha Christie.

Review: All Night with a Rogue (Alexandra Hawkins)

All Night with a Rogue by Alexandra Hawkins
Publisher: St. Martins (2010)
Format: e-book | 320 pages
Genre(s): Historical Romance
Description (GR): "Notorious, handsome, and decadent, the Lords of Vice prowl the glittering ballrooms of Regency London— breaking rules and hearts with equal aplomb. But even the wildest rogue must eventually meet his match…
Seduce Lady Juliana Ivers and then cast her aside: Those are his sister’s instructions. Alexius Braverton, Marquess of Sinclair—known as Sin to the ton—is happy enough to oblige, especially when he catches a glimpse of his target. Juliana is completely unlike the empty-headed chits who barely hold his attention for a week. A true gentleman would leave her to find a worthy suitor. But then, a Lord of Vice would never claim to be a gentleman.
Juliana is expected to marry well to improve her family’s finances, even if she secretly longs to make a living through her musical compositions. A dalliance can only complicate matters, though not even practical Juliana can help succumbing to the aptly named Sin. But one unforgettable night will draw her into a scandalous affair—and a seduction begun as sport will soon become deliciously, dangerously real…"
WARNING: this review contains some spoilers, is ranty and may offend sensitive readers. Maybe. Probably. (?)

No. Just no, no and NO!

This is one of the worst books I've read in a while. I did not want to say this, but it is true. This book was so annoying.

Let's see if I can write something that isn't too ranty (yeah right).

So, this book takes place in 1820, in English society. The heroine (if you can call her that), starts the book pretty well, fleeing from the unwanted attentions of a lecherous guy. She even climbs a tree, which I kind of thought was cool.

Then... she meets the hero. His name is Sin(clair) and he is a rogue. He looks up while he is getting a blowjob from a woman, sees her, thinks he'd like to bang her (trust me, I'm being way more subtle and less rude than the book itself) and there you have it.

Next day his sister tells him she wants him to seduce this young girl named Juliana, because she is totally stealing her beau. He is like, ok and lucky! Juliana happens to be the girl in the tree.

"Seduction" for this "rogue" is basically half-stalking the girl and sort-of-mauling her even after she said "no". It was so freaking disgusting. I mean, WHAT???? Then, to help matters, the author decides she doesn't really care how Victorian society was and she is going to write a scene where Juliana's mother lets her unmarried daughter enter a carriage alone with a known rogue (damn, it was a man). She also decides that everyone will coo when Juliana, an unmarried woman receives an expensive present from a man (who is a bachelor and a rogue). Hello? Are we in alternate 19th century England?

Well, after he "bangs" her they decide to be lovers, but we're never shown the development of their relationship (yep, it's a sentence telling the reader that they had a torrid, sex-based affair). Because soon new villains that are intent on having our heroine appear out of nowhere.

And that's it... they're in love (not the villains, the hero and heroine).

So. As you can see I thought the plot was the most contrived, annoying thing ever (well, not ever, but...). It was ridiculous, it made no sense and some of the scenes were creepy. As much as a "rogue" is a player I don't want to read about a creepy man (that is the hero). Sin, the "hero" promises the heroine he will bed her. He takes advantage of her (innocence), mauls her and I'm supposed to think that is romantic? Sorry, people are free to think it is, but I sure don't.

Character development was null. Oh wait, the heroine was sort of spunky for the first few pages, but then she noticed the hero was hot and she turned into a whimp. Sin was an idiot, there was no reason for his stupid behavior and he only slightly redeemed himself at the end.

Chemistry between the characters: there was none. As I mentioned above it wasn't even explained how they fell in love. The author just told us they did, but from the sex to the drama there was no development at all.

The supporting characters were equally lackluster.

Overall, very weak. Definitely not my type of book. I like my heros with some redeeming qualities and my romance to be actually romantic. Oh and heroines with some backbone. I will say though, that I thought the writing was ok.