Opinião: Fated (Benedict Jacka)

Editora: Orbit (2012)
Formato: Capa mole | 322 páginas
Géneros: Fantasia Urbana

... ou "A razão pela qual não consigo escrever nada de jeito ultimamente... porque não há nada para escrever!". 

Sim, este é mais um livro de fantasia urbana que tinha cá por casa e que decidi ler. E sim, esta é uma das séries de fantasia urbana mais populares (pelo menos pelo número de vendas e/ou pessoas que leram os livros no Goodreads), mas tal como aconteceu com Rivers of London, senti-me algo defraudada depois de terminar a leitura (quase que poderia dizer que há dúzias de livros de fantasia urbana que mereciam mais a atenção, mas alas! São escritos por mulheres e o público masculino não se aproxima deles nem que lhes paguem).

Como descrever este livro? Pouco imaginativo, mal desenvolvido, com um protagonista irritante que tenta desesperadamente ser Harry Dresden (e falha redondamente).

Alex Verus é um "mago de probabilidades". Ou, podem apenas chamar-lhe um vidente. A única coisa mágica que Alex consegue fazer é ver todos os possíveis futuros associados, ainda que remotamente, à sua pessoa, e evitá-los. É quase impossível surpreender um "mago de probabilidades" (ou possibilidades), mas os inimigos de Alex fazem-no, neste livro, logo desde o início. Ou então ele é burro demais para não saber o que se passa, apesar do seu aparente acesso aos possíveis futuros. Then again, se ele tivesse analisado bem a situação, tinha fugido a sete pés e não havia livro.

Basicamente, o nosso herói é um pária, porque foi aprendiz de um Mago negro e depois não gosta do Conselho de Magos, porque eles são muito permissivos com os Magos negros. Os magos negros são, aparentemente, iguais aos Magos brancos em tudo exceto na filosofia [de vida], por isso poderia argumentar-se que algumas das pessoas do Conselho dos Magos são magos negros porque lhes faltam completamente os escrúpulos e matam indiscriminadamente. Mas para o autor, não. Penso que o objetivo era reavivar aquele argumento (já abordado em 500 000 livros) que a magia não é má, as pessoas é que são.

Mas voltando à sinopse. O Alex é um pária, mas aparentemente o Conselho e alguns magos negros precisam dos seus "skillz" para tentar "abrir" uma relíquia mágica. Há um objeto muito cobiçado dentro da relíquia e toda a gente ultrapassará toda a espécie de limites para o obter. E como Alex foi o único "mago de probabilidades" que não fugiu a sete pés, andam todos atrás dele.

Como disse, este livro é pouco imaginativo, mal desenvolvido e tem um protagonista irritante. É um daqueles livros em que o autor força os acontecimentos fazendo com que aconteçam coisas extremamente convenientes (como a amiga do Alex encontrar "por acaso" - ou magia - a "chave" da relíquia"). A construção do mundo não me convenceu, com a sua distinção nebulosa entre magos "brancos" e "negros", o seu "Conselho de Magos" (nada cliché) e a sua magia à Dungeons and Dragons.

Alex é irritante e... bem, é irritante e isso estragou logo tudo, pronto.

No geral, mais uma série que vai para a "caixinha" das abandonadas. Fantasia urbana no seu mais cliché, sem nada de remotamente original.

Ora, afinal até escrevi alguma coisita.

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