Editora: TopSeller (2018)
Formato: Capa mole | 288 páginas
Géneros: Romance histórico, ficção histórica
OMG, uma publicação no blogue! Finalmente conquistei a minha preguicite (mas durante quanto tempo, I wonder)!
"Verão em Edenbrooke" foi uma leitura estranha para mim. Como consumidora ávida de romances históricos mais picantes, esta tentativa de Julianne Donaldson de criar algo mais "clássico", ao estilo de Jane Austen, falhou em imensos aspetos, que irei enumerar a seguir a uma breve descrição da ação.
Marianne Daventry é uma jovem de 17 anos proveniente da baixa nobreza (pelo menos é o que parece). Vive com a avó em Bath após a morte da mãe e de o pai ter "fugido" para Paris para suportar o desgosto. Foi, estranhamente, separada da irmã gémea, Cecily, que foi mandada para Londres.
Marianne aborrece-se em Bath, com a avó sempre a querer que ela se comporte "como uma senhora" e com o pretendente, cujo nome não fixei, mas que é mais velho do que ela e cujo único problema parece ser o de acumular demasiada saliva nos cantos da boca (de resto parece ser um cavalheiro simpático).
Por isso, quando a convidam para passar algum tempo em Edenbrooke, casa de uns amigos de família, Marianne sente-se feliz. Mas o problema é que vai ter muitos tête-a-tête com o anfitrião, o jovem (e belo) Sir Phillip.
Ora bem... o que dizer deste livro? Numa palavra: simplista. A escrita é fácil de ler q.b., mas Verão em Edenbrook tem muito pouco de original. Não só lhe faltam as cenas picantes, como as personagens principais são quase tiradas a papel químico dos famosos heróis de Jane Austen, Elizabeth Bennet e Mr Darcy.
Se não, vejamos: Marianne é um espírito livre (porque gosta de rodopiar e do campo), mas ao mesmo tempo uma senhora recatada e seguidora dos costumes que fica chocada com o facto da irmã trocar uns chochos com um ou outro pretendente. Esta parte moralista desagradou-me um bocado, mas pronto. Já Sir Phillip é um cavalheiro do mais alto gabarito com quem a heroína se dá mal logo de início e com o qual tem muitos debates acesos.
Mas se as características são semelhantes, faltam a Marianne e a Phillip o fogo dos seus modelos. São personagens muito superficiais e pouco desenvolvidas.
O enredo é bastante típico e parece que Donaldson decidiu meter tudo o que é cliché em romance histórico no livro: desentendimentos, mal-entendidos, salteadores, raptos, declarações fervorosas de amor... tudo acontece e mesmo assim, a prosa da escritora não consegue nunca dar-nos um sentimento de urgência, de calor; as emoções não saem do papel, não se concretizam.
No geral, uma leitura "meh". Acabei o livro ontem à noite e os pormenores já se desvanecem da minha mente. Houve algumas falhas de caracterização da época, alguma moralidade incomodativa e de nariz empinado e personagens que não ficam na memória. Poderia tecer muitos e muitos mais comentários à falta de desenvolvimento das personagens e do enredo, à superficialidade de todo o livro, às múltiplas situações que demonstram falta de conhecimento da época da Regência britânica e de como as pessoas se comportavam. Mas não vale a pena; basta dizer que as palavras que melhor caracterizam este livro são "superficial" e "simplista". Uma leitura rápida e, no final, agradável q.b., suponho.
Detalhes da versão original:
Título: Edenbrook
Ano: 2012
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