Opinião: A Informacionista (Taylor Stevens)

A Informacionista by Taylor Stevens
Editora: Topseller (2014)
Formato: Capa mole | 336 páginas
Géneros: Mistério/Thriller
Descrição (GR): "Vanessa «Michael» Munroe trabalha com informação. Depois de escapar a uma infância traumática numa África Central sem lei, a sua formação e o seu treino permitem-lhe obter todo o tipo de informações, independentemente do cenário de operações onde se encontre. Por isso, é agora requisitada por empresas, instituições, chefes de estado e clientes privados que podem pagar os seus serviços únicos no mundo.Quando um bilionário texano do mundo do petróleo a contrata para encontrar a sua filha desaparecida em África, Munroe regressa a um mundo selvagem e profundo que tão bem conhece, enfrentando forças misteriosas que estão determinadas em manter em segredo o destino da rapariga desaparecida.Para ter alguma esperança de sair da selva com vida, Munroe vai ter de enfrentar, finalmente, os fantasmas do passado que durante tanto tempo fez por esquecer"
Aviso: SPOILER (assinalado)
Certamente que já disse isto uma e outra vez, mas convém sempre repetir, para que os eventuais leitores desta opinião tenham consciência de que este facto pode "colorir" a minha leitura deste género de livros. Ahem... thrillers nunca foram exatamente a minha praia. Vou lendo um ou outro, de vez em quando, mas na maioria dos casos os protagonistas são uns mulherengos idiotas e irritam-me de sobremaneira; e os mistérios não são propriamente envolventes.

"A Informacionista" pareceu-me um livro invulgar dentro do género porque a protagonista especializa-se em adquirir informações e achei que seria interessante ver como a autora lidava com isso, especialmente nos países africanos.

E realmente essa parte do livro foi bastante interessante. Infelizmente nem tudo foi positivo nesta leitura.

Gostei da escrita da autora; é fluída e viciante, ajuda a manter o leitor agarrado ao livro mesmo nos tempos mortos. Gostei das descrições de África, dos países da África Central e da forma como a autora parece ter pesquisado (ou ter experiência própria em) a sociedade desses países e as formas como a Ocidentalização incompleta introduziu mudanças sociais e políticas (nomeadamente com as empresas petrolíferas, etc.).

No entanto, não gostei particularmente da história ou das personagens. Vanessa, a protagonista, tem potencial para se tornar interessante, especialmente devido ao seu passado obscuro e às suas estranhas capacidades para as línguas e a sobrevivência. Mas as explicações sobre o passado de Munroe são fragmentadas e sinceramente, pouco apropriadas para explicar algumas das suas atitudes. Também não ajuda que Vanessa seja uma mulher altamente "masculinizada", que gosta de se vestir de homem e gosta de ser "dura". Enfim... certamente que usa vestidos e tudo o mais, mas penso que foi retratada demasiado como um homem. Não é das piores heroínas nesse sentido, mas também não é das melhores.

Os outros protagonistas eram todos pãozinhos sem sal e nem me lembro bem dos nomes deles. É por isso que o romance entre Munroe e um dos protagonistas masculinos (um dos homens do seu passado) não me caiu bem no goto... ela chega, vão para a cama e depois ela fica inconsolável SPOILER quando ele morre? FIM DO SPOILER. Não me pareceu muito realista.

A história é... bem, previsível. Desconfiei logo quando o empregador da Munroe disse que tinha gasto milhões de dólares à procura da filha e não a tinha encontrado em quatro anos. A Munroe começa a investigação e encontra-a numa semana? Erm... muito óbvio. E quando a história passou a ser sobre pessoas a tentarem matar a protagonista ao invés de a protagonista e companhia a tentarem encontrar a rapariga desaparecida... bem, perdeu muito do seu encanto.

No geral, um livro de leitura compulsiva, especialmente no início, quando existe alguma investigação. O desenvolvimento das personagens é incipiente, se bem que existe potencial pelo menos em Vanessa Munroe, e a história passa demasiado depressa a "descrição de um filme de ação" para meu gosto. A parte investigativa é curta, o mistério é atirado demasiado depressa para segundo plano e depois é só pessoas a correr, fugir e a disparar armas por todo o lado. Uma leitura... mediana.

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