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Opinião: Um Acordo Muito Sedutor (Maggie Robinson)

Um Acordo Muito Sedutor de Maggie Robinson
Editora: Editorial Planeta (2015) 
Formato: Capa mole | 336 páginas 
Géneros: Romance histórico
Sinopse.

Uma história bastante típica dentro do romance histórico, cuja resolução é fraquita, especialmente porque havia lugar para um mistério interessante, se o mesmo tivesse sido bem desenvolvido.

E a tradução não ajudou. Tenho visto imensos erros de tradução em livros, mas este livro foi dos piores. A tradução literal abunda e faz-me questionar se a tradutora percebe realmente o inglês e as suas nuances. Algumas frases foram traduzidas tão literalmente que nem sequer faziam sentido. É por isso que os tradutores devem ser profissionais formados e não umas pessoas quaisquer que fazem barato e "até percebem mais ou menos de inglês" (claro que não sei se será este o caso... mas sei que é esta a mentalidade relativamente à profissão/trabalho de tradução). O resultado nunca é satisfatório e é insultuoso para os leitores, que não pagam pouco pelo livro, depararem-se com uma qualidade que deixa tanto a desejar. Enfim.


Opinião: Verão em Edenbrook (Julianne Donaldson)

Editora: TopSeller (2018) 
Formato: Capa mole | 288 páginas 
Géneros: Romance histórico, ficção histórica 

OMG, uma publicação no blogue! Finalmente conquistei a minha preguicite (mas durante quanto tempo, I wonder)!

"Verão em Edenbrooke" foi uma leitura estranha para mim. Como consumidora ávida de romances históricos mais picantes, esta tentativa de Julianne Donaldson de criar algo mais "clássico", ao estilo de Jane Austen, falhou em imensos aspetos, que irei enumerar a seguir a uma breve descrição da ação.

Marianne Daventry é uma jovem de 17 anos proveniente da baixa nobreza (pelo menos é o que parece). Vive com a avó em Bath após a morte da mãe e de o pai ter "fugido" para Paris para suportar o desgosto. Foi, estranhamente, separada da irmã gémea, Cecily, que foi mandada para Londres.

Marianne aborrece-se em Bath, com a avó sempre a querer que ela se comporte "como uma senhora" e com o pretendente, cujo nome não fixei, mas que é mais velho do que ela e cujo único problema parece ser o de acumular demasiada saliva nos cantos da boca (de resto parece ser um cavalheiro simpático).

Por isso, quando a convidam para passar algum tempo em Edenbrooke, casa de uns amigos de família, Marianne sente-se feliz. Mas o problema é que vai ter muitos tête-a-tête com o anfitrião, o jovem (e belo) Sir Phillip.

Ora bem... o que dizer deste livro? Numa palavra: simplista. A escrita é fácil de ler q.b., mas Verão em Edenbrook tem muito pouco de original. Não só lhe faltam as cenas picantes, como as personagens principais são quase tiradas a papel químico dos famosos heróis de Jane Austen, Elizabeth Bennet e Mr Darcy.

Se não, vejamos: Marianne é um espírito livre (porque gosta de rodopiar e do campo), mas ao mesmo tempo uma senhora recatada e seguidora dos costumes que fica chocada com o facto da irmã trocar uns chochos com um ou outro pretendente. Esta parte moralista desagradou-me um bocado, mas pronto. Já Sir Phillip é um cavalheiro do mais alto gabarito com quem a heroína se dá mal logo de início e com o qual tem muitos debates acesos.

Mas se as características são semelhantes, faltam a Marianne e a Phillip o fogo dos seus modelos. São personagens muito superficiais e pouco desenvolvidas.

O enredo é bastante típico e parece que Donaldson decidiu meter tudo o que é cliché em romance histórico no livro: desentendimentos, mal-entendidos, salteadores, raptos, declarações fervorosas de amor... tudo acontece e mesmo assim, a prosa da escritora não consegue nunca dar-nos um sentimento de urgência, de calor; as emoções não saem do papel, não se concretizam.

No geral, uma leitura "meh". Acabei o livro ontem à noite e os pormenores já se desvanecem da minha mente. Houve algumas falhas de caracterização da época, alguma moralidade incomodativa e de nariz empinado e personagens que não ficam na memória. Poderia tecer muitos e muitos mais comentários à falta de desenvolvimento das personagens e do enredo, à superficialidade de todo o livro, às múltiplas situações que demonstram falta de conhecimento da época da Regência britânica e de como as pessoas se comportavam. Mas não vale a pena; basta dizer que as palavras que melhor caracterizam este livro são "superficial" e "simplista". Uma leitura rápida e, no final, agradável q.b., suponho.

Detalhes da versão original:
Título: Edenbrook
Ano: 2012

Opinião: Uma Noite para se Render (Tessa Dare)

Uma Noite para se Render de Tessa Dare
Editora: Topseller (2016)
Formato: Capa mole | 320 páginas
Géneros: Romance histórico
Sinopse.

(Nota: a edição lida foi a inglesa, mas apresentam-se os dados da portuguesa)

Uma Noite para se Render, o primeiro livro da série Spindle Cove, de Tessa Dare, foi já uma leitura do ano passado. Na verdade, comprei a versão original deste livro porque a autora, apesar de nunca ter sido uma das minhas favoritas, é bem cotada entre os leitores de romance histórico e parece ter ideias originais para os seus livros.

Infelizmente, não fiquei grandemente impressionada com esta leitura (assim como já não tinha ficado impressionada com a anterior).

Penso que parte do problema se deve ao facto de eu já ter lido muitos livros dentro deste género; como tal, tenho menos tolerância para os estereotipos que povoam este tipo de obras. E um livro, como este, que acumula tantos clichés é particularmente irritante. Ora, vejamos, temos:

 - Um heroi alto, belo e forte que é torturado pelo facto de não poder voltar para a guerra (pois sofreu um ferimento que impede essa possibilidade) para fazer coisas "másculas" como dar ordens ao seu pelotão, lutar e gritar de forma viril (a la Braveheart ou algo do género);

- Uma heroina que é supostamente "independente" (notem as aspas), especialista nas artes de curar e Muito Competente (tm)... ou seja, uma Mary Sue. Ela ainda é solteira apenas porque é, imagine-se, demasiado alta (e bela, claro) para os padrões do século XIX... afinal, o que se quer por estas alturas são mulheres sem graça e inteligência (e, aparentemente, baixas). A nossa heroina é também torturada, porque, woe, para além de ser uma solteirona tem também problemas com o pai;

- Paixão desmesurada à primeira vista (um olhar e pimba... quero mesmo ir para a cama com ele/ela, ai nunca me senti assim) que serve de base para a história de amor;

- A nossa heroina que supostamente é independente e inteligente, quer secretamente ser dominada por um homem (e não apenas na cama, em todos os aspetos da vida... se fosse só na cama, não me faria tanta impressão);

- O nosso heroi é muito macho e tem muito pensamentos/fantasias de dominância, quer resolver tudo com lutas e é daqueles que gosta da carne mal passada (agora repitam comigo: Arrrr! e imaginem um homem com uma espada na boca);

- A opinião geral de que solteironas inteligentes e criativas precisam mesmo é de um homem machão que as domine (yuck, much?);

- Zero porcento de química entre os protagonistas;

- O enredo (o pouco que há... este livro é maioritariamente composto por uma quase interminável cena de sexo, interrompida por alguns acontecimentos pelo meio) e a narrativa seguem padrões tão previsíveis que a leitura me aborreceu em diversos momentos;

Acho que é bastante óbvio que não gostei assim muito deste livro. Já não é o primeiro da autora que leio e, apesar dos primeiros livros dela (os mais antigos) até terem a sua graça, os últimos têm pendido para a categoria de "tempo perdido". O foco na lúxuria instantânea dos protagonistas é sinceramente aborrecido e, apesar de a escrita ser competente, penso que as personagens e o mundo parecem demasiado "modernos" por vezes, o que estraga também a leitura. Tenho sempre a sensação de que a autora está a tentar fazer algo (ou dizer algo) com as suas heroinas, mas nunca lá chega porque quem vence sempre (ou os valores que vencem sempre) são os dos seus "homens medievais".

Penso que continuarei a ler livros desta autora no futuro (quanto mais não seja porque já comprei mais livros dela, antes de ler este malfadado livro), mas não espero muito.

No geral, não é das autoras que mais recomendaria para quem quer algo diferente dentro dos romances históricos. E, sim, é possível escrever um livro focado no romance e mesmo assim abordar temas interessantes ou relevantes. Veja-se o caso de A Loucura de Lorde Ian MacKenzie, editado em Portugal pela Topseller: é um romance histórico, mas foca-se num tema pouco explorado neste género, a Síndrome de Asperger. E mesmo que os livros sejam puramente romances históricos, sem temas mais sérios, podem ser bons, explorar melhor as personagens, criar uma química mais verosímil e um romance mais realista. Como os romances de Sherry Thomas, por exemplo. 

Se querem uma leitura leve e familiar (cheia de clichés), apostem neste livro. Se, como eu, já são leitores calejados neste género e querem algo diferente, não o recomendo. Mas, como digo, uma opinião vale o que vale. O melhor mesmo é experimentarem. :) 

*Esta opinião foi adaptada da minha crítica original em inglês, publicada no Goodreads em 2015.


Outras opiniões sobre livros da autora no blogue:

Curtas: Ataque do romance histórico

Mais uma edição das curtas, dedicada ao romance histórico, porque parece ser tudo o que me apetece ler, de momento. As opiniões, pelo contrário, teimam em não querer ser escritas, pelo que o melhor mesmo é deixar aqui apenas umas breves impressões.

The Duke's Disaster de Grace Burrowes
Editora: Sourcebooks (2015)
Formato: e-book | 448 páginas
Géneros: Romance histórico
Sinopse.

Impressões: O meu primeiro livro de Grace Burrowes. Não sei se este é o estilo habitual da autora, mas gostei bastante da forma como este livro está escrito, apesar de ter levado um bocado a habituar-me.

Já li muitos romances históricos com a temática do casamento arranjado e uma coisa que têm em comum é o facto de quase todos apresentarem "insta-lust", ou seja, os protagonistas sentem-se sexualmente atraídos e a história parte daí.

Neste livro, não é tanto assim. Há essa componente, mas não se lhe dá essa importância toda. Por isso é que gostei tanto, porque me pareceu que o desenvolvimento da relação foi convincente e realista. O estilo de escrita de Burrowes também me pareceu adequado e a forma como desenvolveu as personagens fez com que me sentisse mesmo transportada para a época: os protagonistas têm uma relação distante, educada e mesmo quando começam a ficar mais íntimos, há aquela forma de estar que associamos às classes altas do século XIX... uma rigidez de costumes que prende mesmo os casais e que me parece mais realista, tendo em conta a educação dos envolvidos, do que a familiaridade moderna que costuma ser a norma nesta temática.

Grace Burrowes é um nome a reter.


Editora: Harper Collins Ebooks (2009)
Formato: e-book | 384 páginas
Géneros: Romance histórico

Impressões: As leituras dos livros de Long são sempre agradáveis, mas nunca nada fora do comum ou que fique na memória.

Não tenho nada de realmente errado a apontar a este livro: foi uma leitura agradável, fluída, com personagens minimamente carismáticas e sem sexo gratuito a cada duas páginas. Os protagonistas poderiam ter tido mais química, mas no geral gostei.

Tendo dito isto, acho que até agora, nunca li um livro desta autora que se destacasse e este The Perils of Pleasure não é, sem dúvida, o livro que se destacará. Uma leitura agradável, mas nada de especial.


Editora: Eternal Romance (2013)
Formato: e-book | 254 páginas
Géneros: Romance histórico

Impressões: Explorando os temas da doença mental e dos asilos na época Vitoriana, este livro poderia ter tido um melhor desenvolvimento nestes campos.

Gostei da temática e da escrita, mas não adorei as personagens. Achei que, para um livro que pretendia ser algo gótico e com personagens complexas e torturadas pelas suas ações, houve pouco desenvolvimento e que as personagens foram mais irritantes do que propriamente pessoas com problemas reais e sobreviventes de uma tragédia.

No geral, foi bom, mas podia ter sido melhor.

Opinião: Firelight (Kristen Callihan)

Editora: Forever (2012)
Formato: Capa mole/bolso | 372 páginas
Géneros: Romance histórico, romance paranormal

Continuando na senda dos romances históricos, mas desta vez com um toque de paranormal, decidi ler mais um livro que cá tenho por casa, intitulado "Firelight".

Miranda Ellis é a filha mais nova de um comerciante (penso eu... talvez ele seja apenas proprietário de um navio de mercadorias, não sei bem) que passa por tempos difíceis, principalmente porque também gostava de roubar os seus clientes. Assim, devido a uma perda de fortuna ele e Miranda vivem muito mal e ela tem de roubar para poderem comer. E embora Miranda não goste de o fazer, ela sente-se responsável pela situação porque foi por sua culpa que o pai perdeu parte da fortuna (mas não toda, entenda-se - o resto foi mesmo culpa do pai).

Benjamin Archer, é um conde (de qualquer coisa, já me esqueci do quê) e é muito rico. Quando salva uma jovem de 19 anos na escuridão de um beco, decide que a quer e fica ainda mais interessado quando descobre que ela é filha de Ellis, o homem que fez com que perdesse uma mercadoria importante. Por isso, Archer decide poupar a vida de Ellis e perdoar-lhe as dívidas em troca da mão da filha.

Três anos depois do acordo, Miranda torna-se a mulher de um homem que não conhece de lado nenhum e que ainda por cima usa sempre uma máscara. Mas a própria Miranda tem um segredo: poderes sobre o fogo.

E é isto. Estava com curiosidade acerca da forma como a autora trataria um conceito tão complexo como desenvolver uma relação entre pessoas que não se conhecem e que, ainda por cima, têm ambos segredos que envolvem o sobrenatural. A resposta: a autora não se saiu nada bem.

Primeiro, falta desenvolvimento ao mundo. A história passa-se na época vitoriana, mas não se tem bem a noção de tal coisa porque os personagens parece que vivem isolados do mundo e da época; não há grande descrição sobre a sociedade, normas, vestuário, política, e todos os aspetos que caracterizam um período com regras tão rígidas e enraizadas. Oh, eles vão a um baile e ele é um lorde, mas não me parece que a autora tenha sido bem sucedida na tentativa de associar a sua história ao período. A atmosfera não é a correta, pareceu-me que a história poderia ter ocorrido em qualquer período, o que, suponho, não era o que a autora pretendia.

Segundo, o romance soou a (ou leu como) falso. A Miranda casa-se com um homem que não conhece e ele casa-se com uma mulher que havia encontrado uma vez durante alguns minutos (e esses minutos foram tudo o que precisou para saber que a queria). Houve ali uma atração instantânea que, sinceramente, não é do que mais gosto de ler em romances históricos (ou qualquer outro tipo de romance, para dizer a verdade).

Tudo bem, não digo que seja preciso retratar uma relação 100% genuína e real (não é para isso que se leem estes livros, penso eu), mas ao menos que seja uma coisa mais ou menos gradual. O tom inflamado e super dramático da narrativa quando se focava no romance também não me agradou, uma vez que personagens com pensamentos ultra torturados do género "oh woe, não posso tocar na minha amada, mas como a quero, pobre de mim" não são algo que adore (por estranho que pareça há muito romance histórico por aí que não se serve deste tipo de linguagem, felizmente). E de repente... bam, eles amavam-se ferozmente, mas woe, tantos obstáculos, tantos! E, não, não falo da máscara.

Terceiro, o elemento paranormal. Os poderes de Miranda nunca nos são explicados. Como é que ela ganhou aqueles poderes (nasceu com eles ou ganhou-os) e quais são as suas limitações? Qual é a origem dos mesmos? Não sabemos.
O problema de Archer, pelo contrário é explicado ao pormenor por meio de "info-dumps" algo chatos, que criam uma história tão ridícula que vai muito para além do que tenho capacidade para acreditar... mesmo dentro do fantástico. Talvez tenha sido porque as explicações eram confusas e tinham a ver com uma mitologia egípcia completamente mal percebida, misturada com anjos, druídas e coisas assim estranhas. Para já não falar do facto do Archer utilizar não uma mas duas máscaras para esconder a cara. A Miranda achava que era porque ele era desfigurado (e eu também), mas afinal era uma maldição (que não desfigura em nada o herói) e woe, a nossa vida é uma tragédia. E o final? Fiquei de boca aberta com o facto de não fazer sentido nenhum e do vilão ser uma autêntica caricatura.

No geral, uma desilusão. O mundo está mal desenvolvido, as personagens são irritantes e demasiado dramáticas, os elementos sobrenaturais são ridículos e tudo é tão exacerbado que fiquei a pensar se isto não seria uma paródia. Por isso, a tentativa da autora de criar um mistério gótico com romance à mistura? Falhou redondamente.

Opinião: The Devil Takes a Bride (Julia London)

Editora: HQN Books (2015)
Formato: e-book | 368 páginas
Géneros: Romance histórico

Continuo com a pancada dos romances históricos e, entre tanta leitura, continuo a encontrar algumas obras do género que tratam de mais do que simplesmente a atração entre duas pessoas.

Este "The Devil Takes a Bride", o primeiro livro que leio da autora Julia London, é mais uma história sobre um casamento arranjado (um tema de que gosto muito, reitero). 

Grace Cabot tem pouco tempo para se casar bem. Agora que o seu padrasto, o Conde de Beckington morreu e que a sua mãe está demente, depressa esta e as suas irmãs serão postas na rua pelo novo conde e pela sua ambiciosa noiva. 

Por isso, Grace vai para Bath e arranja forma se ser apanhada numa posição comprometedora com um jovem de quem ela gosta bastante. Infelizmente, quando chega a altura, encontra-se num abraço amoroso com... o irmão mais velho do seu pretendido!

Geoffrey, o Conde de Merryton é tido como altivo, reto, seco e afastado da sociedade. Quando segue furtivamente o irmão até a uma loja escura em Bath, acaba numa posição comprometedora com uma jovem de boas famílias pelo que tem de casar com ela.

Este livro trata então de um casamento arranjado e do dia a dia de duas pessoas que se veem forçadas a casar, apesar de mal se conhecerem (isto seria bastante normal na época). Mas há uma dificuldade acrescida: Geoffrey sofre do que hoje conhecemos por TOC ou Transtorno obsessivo-compulsivo. Como tal, tem de completar diversos rituais, muitos associados ao número oito, para conseguir "afastar" os seus pensamentos infames ou malignos, que se centram, sobretudo em fantasias sexuais.

Devo dizer que a personagem de Geoffrey me interessou bastante, porque foi intrigante ler sobre uma pessoa com uma doença quase desconhecida no século XIX (e considerada um tipo de "loucura" pelo menos até meados do século) e com uma educação rígida e puritana, que considerava pensamentos e fantasias sexuais que hoje não nos chocam tanto, como erradas ou malévolas (sexo com mais de uma mulher ao mesmo tempo, bondage, etc.).

Também gostei do facto de o amor pela heroína não ter curado Geoffrey... isso seria o cúmulo do irrealista, mas por vezes já espero tudo. O que retirei daqui foi que, para pessoas com esta doença (tal como acontece com a maioria das doenças do foro mental), uma das coisas mais importantes é o amor, compreensão e apoio de quem é importante para eles.

A exploração deste tema pela autora foi bem conseguida, sem dramas excessivos por parte das personagens ou uma compreensão desmesurada por parte de Grace, porque convenhamos: quem não sofre deste transtorno não pode compreender plenamente os mecanismos pelos quais opera, especialmente se estivermos a falar de uma pessoa sem informações sobre a doença... a reação seria estranheza, pura e simplesmente, pelo menos de início.

No geral: embora, em termos de esquema de enredo, este livro não fuja muito ao que é típico no romance histórico, o facto de introduzir uma personagem que necessita de bastante desenvolvimento, torna a leitura bastante interessante.  

Opinião: Silk is for Seduction (Loretta Chase)

Editora: Avon (2011)
Formato: e-book | 384 páginas
Géneros: Romance histórico

Há livros sobre os quais temos muito a dizer. Livros que nos tocaram por uma ou por outra razão, nos quais notámos algo de especial, como um enredo bem construído, umas personagens bem desenvolvidas ou um mundo original. Isto não depende do género de livro que é, apenas do livro em si.

E depois há outros sobre os quais pouco mais podemos dizer a não ser que gostámos da leitura. "Silk is for Seduction" de Loretta Chase pertence a esta última categoria.

Marcelline Noirot é dona, juntamente com as suas duas irmãs, de uma loja de vestidos. A sua ambição é vestir a fina nata da sociedade britânica, mas tem de competir com outras lojas já mais bem estabelecidas pelo que, por agora, veste apenas a baixa nobreza. 

Surge uma oportunidade de mudar o panorama quando o casamento do Duque de Clevedon com a filha de um conde (há muito programado), parece ir, por fim, realizar-se. Marcelline viaja até Paris para se pôr no caminho do Duque, antes de este voltar a Inglaterra, de forma a conseguir a promessa deste, em como a sua futura esposa será patrona da loja Noirot.  

O Duque de Clevedon vive há anos em Paris, em grande parte para fugir às suas responsabilidades. Quando o filho do Conde de Longmore lhe faz um ultimato relativamente à união com a sua irmã, Clara, o duque não tem outro remédio senão voltar a Inglaterra e, finalmente, casar-se.

Mas, durante as suas últimas semanas de liberdade, conhece uma mulher misteriosa e mercenária que o irrita e inflama ao mesmo tempo.

Mais uma leitura agradável mas pouco memorável. Este romance é tudo o que é típico neste género, com duas personagens que se sentem violentamente atraídas uma pela outra, mas que por qualquer razão, não podem ficar juntas. Neste caso, é a diferença de classes que é o obstáculo (para além da pobre noiva do duque).

Marcelline e Gervaise (o duque, já agora) entram numa batalha de vontades, tentando fazer prevalecer a sua. Marcelline quer que a futura duquesa compre o guarda-roupa na sua loja e tudo fará para o conseguir... mas sente-se oh tão atraída pelo duque. E ele por ela.

Não senti grande ligação com as personagens e certamente não achei que o romance fosse original por aí além. O passado da família Noirot (aristocratas franceses caídos em desgraça depois da Revolução, que se tornaram caloteiros e manipuladores) tem algum interesse e a filha de Marcelline é uma personagem engraçada, mas de resto... muita parra e pouca uva. Certamente que dá gosto ler sobre uma heroína que é autossuficiente e confiante, sobretudo tendo em conta a época, mas havia muito que a autora poderia ter explorado, como os vestidos, as modas, os materiais usados, e outros aspetos do género (afinal, Marcelline adora o seu trabalho), mas não o faz. E é por isso que este romance nunca passa de "leitura rápida e medianamente interessante" para algo mais.

No geral, um romance histórico que se lê bem, mas que não traz nada de novo ao género. É um livro formulaico e pouco original, mas não é mau de todo. Recomendado para quem gosta do género e não se importa que seja um romance com pouco brilho e que recorre a temas e estratégias narrativas sobreutilizadas, de forma pouco intrigante.

Opinião: The Rake (Mary Jo Putney)

Editora: Zebra Books (2012)
Formato: e-book | 282 páginas
Géneros: Romance histórico

Aviso: Pequenos (quase insignificantes) SPOILERS.

Março começou e acabou, e em abril continuo com os romances históricos.

"The Rake" de Mary Jo Putney, foi publicado pela primeira vez em 1989 (com o título "The Rake and the Reformer") e é considerado um dos "clássicos" do romance histórico sensual.

A edição que li, data de 2012 e sofreu algumas alterações, mas creio (segundo a autora), que a essência do original continua presente.

Foi uma boa leitura. A personagem do aristocrata despreocupado que gasta fortunas ao jogo, tem amantes e priva com prostitutas de luxo, e passa as noites no clube a beber e a jogar é bastante comum neste tipo de livros, mas "The Rake" mostra-nos o outro lado deste estilo de vida libertino, celebrizado na Inglaterra do século XVII por vários aristocratas de alto gabarito (falamos de condes e duques).

Reginald Davenport acreditou quase toda a sua vida que iria herdar o título de Conde de Wargrave do seu tio... tio esse que o preparou meticulosamente para o papel, de forma rígida e sem lhe dar o mínimo afeto. Talvez tenha sido por isso que Reggie se tornou a essência do libertino, bebendo, seduzindo e jogando por Londres inteira.

A sua situação torna-se ainda mais complicada quando o neto do velho Conde aparece e se torna o herdeiro, fazendo com que Reggie fique sem fortuna, sem título e sem perspectivas. 

O novo Conde de Wargrave não gosta de ver o primo autodestruir-se, pelo que restaura a Reggie a propriedade de Strickland, que o antigo Conde havia apropriado ilegalmente da família da mãe de Reggie e avisa-o que não pagará mais as suas dívidas ou suportará mais os seus hábitos dissolutos.

Sem escolha, Reggie ruma às suas novas terras, decidido a começar uma nova vida como proprietário rural. Em Strickland conhece Lady Alys, que trabalha, estranhamente, como administradora da propriedade.

Alys fugiu de casa há 12 anos e teve de se valer das suas capacidades para sobreviver. Com algumas pequenas mentiras (nomeadamente, relativamente ao seu sexo), conseguiu o posto de administradora de Strickland, que gere desde então com imenso sucesso. Quando Reggie aparece, como novo proprietário, Alys pensa que será despedida... mas o seu novo patrão surpreende-a e deixa-a ficar. Os dois desenvolvem uma grande amizade, apesar dos segredos que ambos têm.

Como disse, esta história explora o outro lado da vida dissoluta destes aristocratas que são tão charmosos em muitos outros livros deste género. Também na maioria dos livros, os heróis deixam a sua vida de libertinagem com facilidade e sem problemas. Isso não acontece aqui. De facto, "The Rake" mostra-nos que essa libertinagem tem consequências.

Isto porque Reggie é alcoólico. Depois de anos a beber mais do que a sua conta, não consegue passar sem algumas bebidas e muitas vezes embebeda-se a tal ponto que perde a memória do que acontece nessas horas. E o livro foca-se muito nesta vertente, nos perigos da bebida (Reggie não é das pessoas mais agradáveis quando bebe), no esforço que um alcoólico em recuperação tem de fazer para se manter afastado da tentação e como o apoio de outras pessoas é vital para que tal aconteça.

A amizade entre Alys e Reggie é bastante realista e interessante. Ao contrário do que se passa na maioria dos romances históricos, em "The Rake", não temos um amor fulminante, com os protagonistas a professarem o seu interesse e luxúria quase imediatamente. Certamente que Reggie e Alys se sentem atraídos um pelo outro, mas não acham logo que é amor... isto pode também dever-se ao facto de serem um pouco mais velhos do que a maioria dos protagonistas de romances históricos. 

Seja como for, gostei do facto do romance ser uma parte importante do livro, mas que não fosse a única coisa de que trata o livro. O alcoolismo de Reggie, a insegurança e os segredos de Alys compõem uma parte bastante grande do enredo e são importantes para o desenvolvimento dos sentimentos entre as duas personagens.

No geral, um livro muito interessante. Se esperam cenas quentes e amor quase à primeira vista, este livro não vos agradará. Se preferem um romance mais multifacetado, mais longo e mais realista, que se insere no contexto de outros acontecimentos, irão gostar de "The Rake".

Opinião: How to Tame your Duke (Juliana Gray)

Editora: Headline Eternal (2013)
Formato: Capa mole | 320 páginas
Géneros: Romance histórico

Mais uma autora que nunca tinha lido, mas cujo livro estava nas minhas prateleiras há já algum tempo (menos do que o normal, no entanto).

Esta série (A Princess in Hiding) faz uso de outra das minhas temáticas favoritas neste género de livros: a rapariga mascarada de rapaz (eu sei, eu sei que é bastante irrealista, mas é divertido).

Emilie, Stephanie e Luisa são três princesas de um pequeno principado alemão. Após o assassínio do seu pai e do marido de Luisa (a irmã mais velha), presumivelmente por um grupo de anarquistas, as três princesas fogem para Inglaterra, de onde era originária a sua mãe. 

O tio delas, o Duque de Olympia, engendra um plano para as esconder de potenciais assassinos ou raptores enquanto ele investiga o caso. O plano consiste em mascarar as três raparigas de rapazes e mandá-las para locais diferentes em Inglaterra.

Este livro foca-se em Emilie, a irmã do meio, que é mandada para a propriedade rural do Duque de Ashland, para ser tutor(a) do filho deste, Freddie, de 15 anos.

O duque sofreu mazelas graves do seu tempo em combate e isola-se devido a isso e ao abandono pela sua mulher, mas Emilie sente-se atraída por ele. Quando surge uma oportunidade de se tornar sua amante, Emilie não resiste. Mas o duque não sabe que a sua amante e Mr. Grimbsy, o tutor de Freddie são a mesma pessoa.

Este livro foi... absurdo. A premissa não encaixa e não é minimamente realista, mesmo tendo em conta o facto de que é muito difícil fazer uma mulher passar por homem (especialmente na Inglaterra vitoriana). Ok, logo aí temos um problema, mas estranhamente há autores que conseguem. Mais ou menos. Neste livro, não é realista porque o duque passa imenso tempo com Emilie na qualidade de amante e nunca suspeita sequer que Mr. Grimbsy é a mesma pessoa. O quê?

Este é um daqueles romances históricos que vive do romance e da sensualidade da situação (ao invés da investigação cuidada da época e do desenvolvimento profundo das personagens), o que não me incomoda de sobremaneira (gosto de ler ambos os "subtipos"), exceto pelo facto de este livro não mostrar um romance especialmente convincente. O duque apaixona-se à primeira vista por uma mulher que mal conhece (ou seja, queria era ir para a cama com ela), parece adorá-la exageradamente mas, novamente, não se apercebe que a Emilie e o Grimbsy são a mesma pessoa.

A parte com mais ação lá mais para o fim também me pareceu um pouco forçada.

O que salva este livro (para além do facto de ser uma leitura rápida e com uma escrita competente) é o filho do duque, Freddie, que é um personagem bastante engraçado.

No geral, uma leitura mediana. Gostei, mas não acho que o livro tenha algo de distintivo dentro do género e tendo em conta que já vou em 180 romances deste género, lidos, penso que começo a procurar algo que não seja tão... cliché, escrito até à exaustão. Mas, para quem está a começar dentro do romance histórico, poderá ser uma leitura engraçada.

Opinião: Um Amor Quase Perfeito (Sherry Thomas)

Editora: Quinta Essência/Leya (2011)
Formato: Capa mole | 328 páginas
Géneros: Romance histórico

Aviso: (Pequenos) spoilers.

Este parece ser o mês dos romances históricos, por isso porque não "abater" mais um livro que está nas minhas prateleiras e que, por acaso (só por acaso), é um romance histórico.

Como já devo ter dito centenas de vezes, o tema "casamento arranjado/casamento com problemas" é dos meus favoritos em romances históricos. Por isso preparei-me para uma boa leitura com este Um Amor Quase Perfeito (Private Arrangements).

E tive-a. Mas nunca esperei que fosse também uma leitura tão intensa, até porque Sherry Thomas é, já reparei, uma escritora mais vocacionada para as relações realistas do que muitas outras autoras dentro do género, e consequentemente os seus romances têm menos sensualidade e menos "romance". Ou seja, o romance é mais discreto, mais "fogo lento" do que "explosão instantânea" (no pun intended). Mas os seus livros não deixam de ser por isso boas leituras, cheias de pormenores históricos interessantes e fruto, obviamente, de uma pesquisa alargada (lembram-se de quando falei da pesquisa que muitos autores dos chamados "boddice-rippers" fazem e de como estes livros podem ser ricos em historicidade, como podem captar bem a época? Este livro fá-lo).

Estamos em 1883. Phillipa "Gigi" Rowland é filha de um industrial e de uma mulher da baixa nobreza rural. Uma família muito rica, certamente, que aspira a entrar na alta sociedade, algo que pode acontecer apenas se Gigi casar bem. E ela consegue o maior dos triunfos, ficar noiva do filho de um duque empobrecido. Mas quando o noivo morre num acidente, Gigi pensa que tudo acabou... até conhecer Lorde Tremaine, o novo herdeiro do ducado.

Camden, Lorde Tremaine, levou a vida toda a contar tostões, apesar de ser primo de um herdeiro a duque inglês e aparentado com metade das casas reais europeias. Mas, homem de palavra, não aceita a proposta de casamento de Gigi, quando esta a faz. Isto porque Camden já está comprometido com outra mulher.

Após algumas circunstâncias, Camden acaba por aceitar Gigi... mas não apenas porque ela pode saldar as dívidas da família. Camden ama-a e sabe que Gigi também o ama. 

Mas uma terrível traição vai separá-los durante dez anos, até que Gigi decide fazer algo escandaloso: pedir o divórcio. Camden, que vivera separado da mulher, nos Estados Unidos, volta a Inglaterra e pede apenas uma coisa: um ano de relações conjugais, para que ela lhe dê um herdeiro.

A história do livro vai alternando entre 1883 e 1893 e ficamos a saber como os protagonistas se conheceram, como se apaixonaram e porque acabaram por se separar. Na narrativa presente, vemos o evoluir dos sentimentos dos dois, os entraves colocados pelo passado e a forma como ambos viveram a vida. É claro que a questão aqui não é falta de afeto, o que me agradou imenso; a maioria dos romances históricos passam a ideia de que o amor vence e conquista tudo, mas este romance diz-nos que não. Que há coisas que podem estragar até o amor. Claro que, sendo este livro um romance histórico, creio que não será nenhum "spoiler" dizer que tudo acaba relativamente bem (até para a mãe de Gigi).

No geral, gostei das personagens. Gostei do facto de não serem demasiado torturadas, de serem realistas enquanto protagonistas. Gostei da escrita da autora, do detalhe histórico, do facto de o realismo e racionalidade do romance fazer com que esta seja, de facto, uma grande história de amor. Recomendado.


Outras obras da autora no blogue:

Opinião: Ligeiramente Perverso (Mary Balogh)

Editora: ASA (2014)
Formato: Capa mole | 368 páginas
Géneros: Romance histórico

Há livros, dos quais gostamos apesar dos muitos defeitos que obviamente têm. Ligeiramente Perverso, o segundo livro da Saga Bedwyn, da autoria de Mary Balogh, é um desses livros (para mim, bem entendido).

Judith Law é filha de um pastor anglicano e a sua família tem alguma classe, embora não possa nunca ter a pretensão de se dar com a alta sociedade. Mas Banwell, o único rapaz de uma prole de cinco irmãos, tem outras ideias e gasta quase todas as poupanças da família para tentar alcançar o estilo de vida dos seus amigos mais ricos. 

Como consequência, Judith é enviada para casa da irmã do pai, Lady Effingham, que fez um bom casamento e é esposa de um baronete. Será uma "parente pobre", pouco mais do que uma criada a quem a família não paga. Qualquer oportunidade de casar ou de ter uma vida independente desaparece para Judith, com esta reviravolta.

Mas, durante o caminho, a diligência onde Judith viajava sofre um acidente e quando um desconhecido que ia a passar a convida para ir com ele no seu cavalo pedir ajuda para os outros viajantes, ela aceita. Porque o seu futuro iria ser para sempre cinzento, Judith decide que esta aventura será aquilo que a susterá durante o resto da sua vida. 

O desconhecido é Rannulf Bedwyn, originário de uma das melhores famílias de um reino, irmão de um duque e bastante rico. 

Os dois acabam numa estalagem e quando Ralf, atraído por Judith, a convida para partilhar a sua cama, ela aceita (aventura de uma vida e tudo o mais). Ambos utilizam identidades falsas e enquanto Judith pensa que ele é um cavalheiro de classe mais baixa ele pensa que ela é Claire, uma atriz.

No entanto, os seus destinos voltam a cruzar-se quando Rannulf chega à propriedade da sua avó que é mesmo ao lado da dos Effington. Com Rannulf a cortejar a filha dos Effington, prima de Judith, esta última pergunta-se o que poderá acontecer e se poderá ser descoberta.

Como disse, há livros de que gostamos contra todo o senso e diverti-me imenso a ler Ligeiramente Perverso. Oh, o livro tem imensos problemas, desde o facto de ser previsível nalguns aspetos (que não o romance, porque aí estes livros são sempre previsíveis) ao facto da atitude inicial da heroína (perder a virgindade com um homem sem medo das consequências) não encaixar nem com a personalidade que demonstra mais tarde nem com a época.

Mas, mesmo assim gostei. Talvez tenha sido o facto de este livro ser uma mistura da história da Cinderella, com uma tia e uma prima más que fazem tudo para que a Judith não seja notada, com Orgulho e Preconceito, uma vez que o herói apanha uma valente descompostura da heroína quando pela primeira vez lhe propõe casamento. E talvez tenham sido também as duas avós da história, a de Rannulf e a de Judith (especialmente a de Judith), que são personagens fofinhas e verdadeiramente engraçadas. E, claro, a escrita da autora ajuda.

O romance não foi particularmente realista e o livro não é particularmente sensual (apesar da capa e do título), mas houve mais aspetos positivos do que negativos.

No geral, uma leitura rápida e agradável. Houve alguns aspetos que podiam ter sido aprofundados, como as inseguranças de Judith e a personagem de Rannulf em geral, que nunca ganhou verdadeiramente vida. As discrepâncias relativamente ao período também poderiam ter sido evitadas, mas não constituíram uma falha grave, se não se estiver à espera de um grande rigor histórico. O romance, poderia ter sido mais verosímil. Apesar de tudo isto... até nem desgostei. 


Outros livros da série:
  1. Ligeiramente Casados

Opinião: The Sum of all Kisses (Julia Quinn)

Editora: Little, Brow Book Group (2013)
Formato: Capa mole | 373 páginas
Géneros: Romance histórico

Quando comecei a ler romances históricos, comecei pela Amanda Quick e pela Julia Quinn e esta última tornou-se uma das minhas escritoras preferidas dentro do género. Adorei, especialmente, os primeiros seis livros da sua série "Os Bridgertons" e a obra "Minx" é uma das poucas a que dei cinco estrelas no Goodreads. 

O facto de gostar tanto da Julia Quinn prende-se, primeiro com o seu humor e personagens divertidas e segundo com os romances fofinhos. 

Mas, tenho notado que é muito difícil um escritor manter-se original e continuar com a mesma qualidade, depois de já ter escrito umas boas dezenas de livros. E isto tem acontecido com a Julia Quinn, infelizmente. As suas últimas obras têm sido "mais do mesmo".

Foi o que senti relativamente a "The Sum of all Kisses", o terceiro livro da série "Smythe-Smith Quartet". Quem já leu livros da série Bridgerton já ouviu certamente falar dos eventos musicais dos "Smythe-Smith", onde quatro jovens apresentam um número musical a uma plateia sofredora. Esta série foca-se nas jovens que têm de estar na ribalta, muitas delas com a consciência perfeita que não são boas músicas.

"The Sum of all Kisses" tem como protagonista Sarah Pleinsworth, filha de um Conde e prima dos Smythe-Smith (do lado da mãe, claro). Sarah viveu dolorosamente a tragédia que tocou os Smythe-Smith (devido a um duelo, o filho mais velho dos Smythe-Smith e herdeiro ao título de Conde - esta família parece ter muitos - teve de fugir para a Europa e viver exilado) e a família mais próxima.

É por isso que ela odeia Lord Hugh Prentice, que foi o causador da tragédia, quando, há três anos, desafiou Daniel Smythe-Smith para um duelo. Hugh ficou com mazelas devido a um tiro errante e o pai dele jurou vingar-se. Por isso Daniel fugiu.

Hugh quer apenas uma vida calma, mas os fantasmas perseguem-no: ele tem uma perna que não funciona bem e culpa-se pela tragédia que se abateu sobre a família do amigo, os Smythe-Smith. Mesmo quando Daniel volta para Inglaterra, Hugh tem dificuldades em acreditar que aquele o tenha perdoado. Por isso vive atormentado e a antipatia de Lady Sarah Pleinsworth não ajuda.

Mas, forçados a estar juntos devido a dois casamentos na família, Sarah e Hugh terão de conviver, conhecer-se melhor e, talvez, perceber que estavam errados relativamente às suas perceções.

Este livro tem muito de "Orgulho e Preconceito", na medida em que os protagonistas têm uma ideia errónea um do outro e vão ser forçados a estar juntos e a repensar essa ideia.

O que me incomodou neste livro é que tudo é muito... brando. A história é incrivelmente dramática, mas não senti as emoções que deveriam estar por detrás do discurso inflamado de Sarah ou da "auto-depreciação" de Hugh. Todas as "postas de pescada" (perdoem-me a expressão peixeira) trocadas entre os protagonistas me pareceram vazias e sem fogo e isso fez com que me fosse difícil acreditar na mudança de sentimentos que se operou.

Outro aspeto: Sarah foi algo irritante (e o mesmo se pode dizer da sua família), porque julga Hugh por ter feito fugir Daniel e nunca para para pensar que se calhar Hugh também perdeu algo, como por exemplo, o uso normal da perna (só um exemplo). Isto pareceu-me bastante mau, especialmente porque na época não se podia estar sentado a ver TV, a maioria das atividades eram físicas (dançar, caçar, jogos, mesmo andar) e Lord Hugh está assim, bastante limitado, mesmo na escolha de profissões (não nos esqueçamos que, como segundo filho de um nobre, Hugh não tem direito a heranças, tem de fazer dinheiro por si próprio, ou seja tem de escolher o exército, a marinha ou o clero).

Isto fez-me comparar o livro de Julia Quinn aos dois últimos romances históricos que li, em que as atitudes das personagens estão cuidadosamente em sintonia com a sociedade da época e sinceramente, Julia Quinn fica a perder.

No geral, este não é, de todo o melhor livro de Julia Quinn. O seu ponto forte sempre foi a interação entre personagens, mas neste livro as mesmas não têm brilho, vivacidade ou espírito. Uma leitura rápida mas que me desapontou.


Outras obras da autora no blogue:

Opinião: To Charm a Naughty Countess (Theresa Romain)


Editora: Sourcebooks Casablanca (2014)
Formato: e-book | 384 páginas
Géneros: Ficção histórica, romance histórico

Por vezes, é complicado dar uma opinião sobre romances históricos como "To Charm a Naughty Countess". Toda a gente espera que um livro com a palavra "naughty" (marota, para quem quer saber), com uma mulher e rosas, e com um tipo de letra feminino e cheio de arabescos e curvas seja um livro formulaico, com foco no romance e com tanta substância como algodão doce.

Mas, por vezes, estes livros encerram surpresas e podem ser bastante interessantes. Para quem já está a torcer o nariz, asseguro que já vi os autores destes supostos "bodice-rippers" e "romances" tocarem em assuntos como a diferença entre classes, a Revolução Industrial e diversas doenças, geralmente do foro psicológico (como Síndrome de Asperger) e mesmo problemas de aprendizagem como a dislexia.

Também se deve louvar a pesquisa histórica que algumas autoras fazem; por mais que goste da Julia Quinn, tenho de admitir que os seus livros desenvolvem apenas superficialmente as complexidades da alta sociedade londrina do século XIX e até chegam a modernizá-la.

Mas, como disse, nem todos os romances históricos são assim (apesar das capas serem todas muito parecidas).

"To Charm a Naughty Countess" não se foca, ao contrário do que se poderia pensar, na sedução de uma condessa inglesa. Aliás, o romance neste livro é discreto e não nos é atirado na cara (nada contra isso... adoro esses romances históricos em que o "histórico" só lá está para que as personagens tenham uma dificuldade acrescida em irem para a cama); não é, diria eu, sequer o foco.

Este livro foca-se em Caroline Stratton, uma condessa viúva que é uma referência na alta sociedade londrina. Todos gostam dela e todos seguem a sua opinião.

Do outro lado do espectro, temos Michael, um duque empobrecido que sofre de um problema que, claro, ninguém conhecia no século XIX: ansiedade social. Por isso, Michael é considerado louco e decide refugiar-se na sua casa de campo, até que o estado das suas finanças o obriga a entrar no chamado "mercado de casamento" e a procurar uma herdeira com quem casar. E quem melhor para o ajudar do que Caroline, a mulher que dita as tendências da sociedade?

Mas Caroline e Michael têm um passado, que pode fazer com que a convivência entre eles seja difícil.

É sobre as dificuldades de Michael que o livro se debruça, claro, juntamente com a crescente (mas, novamente, discreta) atração entre os protagonistas. Mas, talvez porque ambos sejam já mais velhos do que a generalidade dos protagonistas (pelo menos femininos) neste tipo de livros, a "fogosidade" que costuma caracterizar estas relações (por vezes até ao ponto de se tornarem ridículas e irrealistas) não está presente no livro.

E Romain é uma das autoras que fez o trabalho de casa: não só a ação se passa num período altamente específico da história inglesa e europeia (1816, o Ano sem Verão), como a autora nos dá imensos pormenores interessantes acerca da forma como as novas tecnologias que utilizavam o carvão, o petróleo e o vapor se estavam a imiscuir na vida das pessoas. O nosso protagonista é um amante das novas invenções e tenta aplicar inovações agrícolas nas suas terras (com pouco resultado devido ao clima).

Adorei toda esta contextualização. Adorei a forma discreta e realista como o romance foi abordado. Adorei a forma como a autora explorou os problemas sociais de Michael e como estes afetam a sua relação com todos os que estão à sua volta, mesmo aqueles que Michael ama. Achei que foi feito de forma realista (tendo em conta a época) e informativa.

No geral, uma ótima leitura. Não, não temos muitas cenas sensuais, nem um foco quase completo no romance (coisa de que também gosto nos romances históricos, nada de enganos) mas isso não significa que não tenha gostado do livro. É algo diferente do que se esperaria, tendo em conta a capa e mesmo a sinopse, mas vale a pena ler. A meu ver, não difere muito de obras que são consideradas "ficção" histórica em vez de "romance" histórico. Recomendado.

Opinião: The Serpent Prince (Elizabeth Hoyt)

Editora: Grand Central Publishing (2012)
Formato: Capa mole/bolso | 362 páginas
Género: Romance histórico

"The Serpent Prince" conclui a trilogia "Princes" de Elizabeth Hoyt, cujo primeiro livro, O Príncipe Corvo, foi publicado em Portugal pela Livros da Seda.

A série foi "descontinuada", pelo que se ficou pelo primeiro volume.

Lucy Craddock-Hayes, filha de um capitão naval reformado, vive uma vida calma no campo. Mas tudo muda quando encontra um homem nu e meio morto numa vala. Enquanto Lucy trata do desconhecido, que depois descobre ser o Visconde Iddlesleigh, o mesmo guarda cuidadosamente os seus segredos.

Simon Iddesleigh é um homem consumido pela vingança; o seu irmão mais velho foi morto devido a uma conspiração levada a cabo por quatro conjurados e Simon não descansará até ter morto, em duelo, todos os que tiveram um papel na morte de Ethan.

É essa vingança que faz com que seja atacado e deixado para morrer numa vala.

Mas quando os segredos de Simon ameaçam Lucy, que tanto o ajudou e por quem se está a apaixonar, ele sabe que tem de voltar para Londres e terminar o que começou.

Devo dizer que me senti bastante desapontada com este romance de Elizabeth Hoyt, que escreveu alguns dos romances históricos que mais gostei de ler dentro do género.

Este livro pareceu-me uma sucessão interminável de clichés, desde o herói desmesuradamente torturado à heroína pãozinho-sem-sal e super boazinha, sem um defeito que seja. Estas personagens estereotipadas não me fizeram investir no livro como deveria ter investido. 

O romance também não foi particularmente verosímil.

No geral, um livro pouco interessante. A escrita de Hoyt é boa, como sempre, mas faltou a "The Serpent Prince" paixão, tanto da sensual como por trás das motivações e das personalidades das personagens. Fraquinho, mas uma leitura rápida. Os livros da série publicada em Portugal (A Lenda dos Quatro Soldados) são mais interessantes.


Outras obras da autora no blogue:

Opinião: The Luckiest Lady in London (Sherry Thomas)


Editora: Headline Eternal (2013)
Formato: Capa mole | 304 páginas
Género: Romance histórico

Sherry Thomas, autora com algumas obras já publicadas em Portugal, é mais uma daquelas escritoras que têm livros que gosto bastante, mas outros que não gosto assim tanto. 

Este livro da autora, "The Luckiest Lady in London", é um daqueles que... não gostei tanto como desejaria. Não porque não é um bom livro e um bom romance histórico, mas porque lhe falta aquele componente que acho essencial todos os livros do género terem: a química entre as personagens. 

Louisa Cantwell tem de casar bem para se salvar a si e às suas irmãs da ruína. Por isso, quando a sua benfeitora a convida para uma Temporada em Londres, Louisa desenvolve um plano e modela-se segundo a imagem da debutante perfeita: nem demasiado entusiasta, nem demasiado aborrecida, sempre com um sorriso pronto e sempre bem arranjada, bonita e radiosa.

Assim, consegue ser um sucesso.

Felix Rivendale, o Marquês de Wrentworth é o cavalheiro mais popular de Londres, perfeito em todos os aspetos, tendo ganho até a alcunha de "O Cavalheiro Ideal". Mas, na realidade, Felix é manipulador e sarcástico e diverte-se imenso com o facto de conseguir mascarar tão bem a sua personalidade. Felix consegue sempre o que quer, quando quer... sem escândalos.

Mas Louisa pressente que Felix não é quem aparenta ser. E isso faz com que ele fique interessado nela. Tão interessado que faz tudo para a conseguir e Louisa não tem hipótese senão casar com ele no final da temporada.

Como disse anteriormente, este livro é interessante. Fala de duas personagens pragmáticas e pouco dadas a drama (apesar das suas vidas terem drama suficiente) e o herói não é necessariamente a melhor pessoa do mundo; ele é refrescantemente humano e nem por sombras demasiado dramático ou torturado.

De facto, gostei imenso das personagens e do "jogo do gato e do rato" que jogaram durante a Temporada londrina. Também gostei dos momentos de camaradagem entre os dois.

Sim, foi uma relação muito realista, a que estes dois personagens construíram. Infelizmente não era isto que procurava num romance histórico pelo que, apesar de achar que esta foi uma boa leitura, não adorei este livro. Faltou alguma química romântica às personagens, o que foi uma pena.

No geral, "The Luckiest Lady in London" é uma boa leitura, sim, mas não pode ser considerado um romance histórico típico, com foco na sensualidade (apesar de haver atração sexual entre as personagens, não senti isso enquanto leitora... as personagens limitaram-se a dizer que era isso que sentiam), no romance e na química. Foca-se mais no aprofundamento do conhecimento entre os protagonistas, na construção da sua relação a um nível não romântico. O que é interessante, objetivamente, mas não aquilo que estava à espera de ler, subjetivamente. Por isso, é difícil perceber até que ponto gostei deste livro, uma vez que não correspondeu às minhas expectativas mas não deixa de ser um bom livro. 


Outras obras da autora no blogue:

Opinião: Para Sir Phillip, com Amor (Julia Quinn)

Editora: Asa (2014)
Formato: Capa mole | 336 páginas
Géneros: Romance histórico

(A edição lida está em inglês, mas apresentam-se os dados da portuguesa).
A Julia Quinn é, há já muito tempo, a minha escritora favorita dentro do género do Romance histórico; e de todas as suas séries e livros, os meus favoritos são os da série Bridgerton, que contam as histórias de amor de oito irmãos e irmãs, filhos de um visconde inglês. Estes livros passam-se ao longo de vários anos, no século XIX.

Este ano, planeio (ainda estou apenas na fase de planeamento, não sei se vou fazê-lo ou não), reler os livros da série, não só porque comecei a adquirir a coleção em português (para viciar outras pessoas, eheh), mas também porque o mês passado reli mais uma vez o meu livro favorito da série, “Para Sir Phillip, com amor”.

Este livro conta a história de Eloise Bridgerton, a quinta filha de oito, e de Sir Phillip, um baronete viúvo que vive no campo, com os seus filhos de 8 anos. Aos 28 anos, Eloise é considerada uma “solteirona” e ela até nem se sente mal com o rótulo, porque tem uma família que a adora e uma melhor amiga na mesma situação.

Mas quando a sua melhor amiga se casa, Eloise começa a reavaliar muitas coisas e a pensar que, talvez, não queira ficar sozinha.

Por seu lado, Sir Phillip, um homem viúvo com duas crianças pequenas que não sabe como controlar, decide que tem de casar novamente para arranjar alguém que olhe pelos filhos e lhe organize a casa.

Entre ambos, desenvolve-se uma correspondência amigável e Sir Phillip decide propor casamento a Eloise (por carta), e convidá-la a visitar o seu lar, para ver se se dão bem o suficiente para se casarem.

Não sei muito bem porque é que este é o meu favorito da série, exceto, talvez, porque os heróis introvertidos e com filhos são dos meus favoritos. Seja como for, este é um dos livros para o qual me viro quando quero uma leitura rápida e fofinha, com crianças a fazer partidas e muito humor.

Como sempre, Quinn tem um humor muito próprio e extremamente eficaz, que deixa qualquer leitor bem-disposto e risonho. As suas personagens são muito humanas e interessantes e a escrita da autora ajuda a focar esses aspetos.

O romance não foge muito ao que é normal neste tipo de livros, mas não é por isso que deixa de ser uma leitura envolvente. É bastante mais leve e menos dramático do que outros livros da série, mas não deixa de ter os seus momentos menos felizes. 

No geral, um livro sobre o qual não tenho muito a dizer exceto que é uma leitura maravilhosa e que a série Bridgerton é ideal para fãs deste género. Uma série (e um livro) a não perder.


Outras obras da autora no blogue:

Opinião: The Bridgertons: Happily Ever After (Julia Quinn)

Editora: Little, Brown Book Group (2013)
Formato: Capa mole | 384 páginas
Géneros: Romance histórico

Aviso: ligeiros spoilers
Para falar a verdade, não sou grande fã de “short stories” ou contos porque sinto que fica sempre tanto por contar, por desenvolver.

Mas uma vez que sou uma grande fã (ahah) da Julia Quinn que é, provavelmente, a minha autora favorita de romances históricos, decidi ler este livro que reúne os chamados “segundos epílogos” da série Bridgerton.

Passo a explicar. Todos os livros da série Bridgerton têm o seu epílogo, mas a série tornou-se tão popular que os leitores tinham imensas questões relativamente ao que acontecia depois do “feliz para sempre” de cada livro. E, por isso, Julia Quinn decidiu escrever pequenas histórias passadas vários anos após os casamentos que retratam determinadas situações que, claro, reforçam esses finais felizes.

A maioria das histórias é alegre, fofinha e romântica tal como os livros originais. Uma ou duas têm alguma angústia, mas claro, tudo acaba por se resolver.

Fartei-me de rir com a história do Anthony e da Kate, que recria o jogo de Pall Mall onde eles se apaixonaram. Todos os anos eles convidam as pessoas que lá estavam para um novo jogo e tentam ficar com o taco preto, que eles acham que lhes dá sorte.

A história que mais me tocou foi a da Francesca e do Michael, mas não gostei assim muito da resolução. Não me pareceu assim muito realista.

Algumas das histórias focam-se em personagens menores. A de Sophie e Benedict foca-se na irmã adotiva de Sophie, Posy e em como esta encontrou a felicidade.

Para além dos epílogos, o livro contém também um outro conto, intitulado “Violet in Bloom”. Cuja personagem é, claro, Violet, a matriarca dos Bridgerton. Este conto é composto por uma série de “flashes” da vida de Violet e finalmente, o falecido visconde, o seu marido Edmund tem algum protagonismo. É uma história muito fofinha e engraçada da qual gostei muito.

No geral, uma leitura leve e romântica, definitivamente recomendada (de leitura quase obrigatória, mesmo) para quem gosta da série Bridgertons.


Outras opiniões de livros da autora no blogue: