08 abril 2015

Opinião: Silk is for Seduction (Loretta Chase)

Editora: Avon (2011)
Formato: e-book | 384 páginas
Géneros: Romance histórico

Há livros sobre os quais temos muito a dizer. Livros que nos tocaram por uma ou por outra razão, nos quais notámos algo de especial, como um enredo bem construído, umas personagens bem desenvolvidas ou um mundo original. Isto não depende do género de livro que é, apenas do livro em si.

E depois há outros sobre os quais pouco mais podemos dizer a não ser que gostámos da leitura. "Silk is for Seduction" de Loretta Chase pertence a esta última categoria.

Marcelline Noirot é dona, juntamente com as suas duas irmãs, de uma loja de vestidos. A sua ambição é vestir a fina nata da sociedade britânica, mas tem de competir com outras lojas já mais bem estabelecidas pelo que, por agora, veste apenas a baixa nobreza. 

Surge uma oportunidade de mudar o panorama quando o casamento do Duque de Clevedon com a filha de um conde (há muito programado), parece ir, por fim, realizar-se. Marcelline viaja até Paris para se pôr no caminho do Duque, antes de este voltar a Inglaterra, de forma a conseguir a promessa deste, em como a sua futura esposa será patrona da loja Noirot.  

O Duque de Clevedon vive há anos em Paris, em grande parte para fugir às suas responsabilidades. Quando o filho do Conde de Longmore lhe faz um ultimato relativamente à união com a sua irmã, Clara, o duque não tem outro remédio senão voltar a Inglaterra e, finalmente, casar-se.

Mas, durante as suas últimas semanas de liberdade, conhece uma mulher misteriosa e mercenária que o irrita e inflama ao mesmo tempo.

Mais uma leitura agradável mas pouco memorável. Este romance é tudo o que é típico neste género, com duas personagens que se sentem violentamente atraídas uma pela outra, mas que por qualquer razão, não podem ficar juntas. Neste caso, é a diferença de classes que é o obstáculo (para além da pobre noiva do duque).

Marcelline e Gervaise (o duque, já agora) entram numa batalha de vontades, tentando fazer prevalecer a sua. Marcelline quer que a futura duquesa compre o guarda-roupa na sua loja e tudo fará para o conseguir... mas sente-se oh tão atraída pelo duque. E ele por ela.

Não senti grande ligação com as personagens e certamente não achei que o romance fosse original por aí além. O passado da família Noirot (aristocratas franceses caídos em desgraça depois da Revolução, que se tornaram caloteiros e manipuladores) tem algum interesse e a filha de Marcelline é uma personagem engraçada, mas de resto... muita parra e pouca uva. Certamente que dá gosto ler sobre uma heroína que é autossuficiente e confiante, sobretudo tendo em conta a época, mas havia muito que a autora poderia ter explorado, como os vestidos, as modas, os materiais usados, e outros aspetos do género (afinal, Marcelline adora o seu trabalho), mas não o faz. E é por isso que este romance nunca passa de "leitura rápida e medianamente interessante" para algo mais.

No geral, um romance histórico que se lê bem, mas que não traz nada de novo ao género. É um livro formulaico e pouco original, mas não é mau de todo. Recomendado para quem gosta do género e não se importa que seja um romance com pouco brilho e que recorre a temas e estratégias narrativas sobreutilizadas, de forma pouco intrigante.

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