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Opinião: Soul Screamers - livros 4-7 (Rachel Vincent)

Editora: Mira Ink/Harlequin Teen (2010 a 2013)
Formato: Capa mole/e-book | 1327 páginas (4 livros)
Géneros: Fantasia Urbana, Lit. Juvenil/YA

Agora que já passou algum tempo desde a minha leitura super rápida da série Soul Screamers, começo a ver as coisas de outra perspetiva. Isso e os detalhes da história começam a desvanecer-se da minha mente, porque a série, apesar de viciante, não é propriamente memorável.

E foi por isso que resolvi escrever uma opinião mais compacta dos últimos quatro livros. Porque, no fundo, os livros não são assim tão diferentes, apesar de haver um grande acontecimento no quinto livro (bem, dois, na verdade). No fundo tudo continua na mesma, com Kaylee e os leais amigos a lutarem contra o malvado hellion Avari.

No quarto livro (My Soul to Steal), Kaylee e Nash estão separados devido aos acontecimentos do livro anterior; Kaylee perdeu a confiança em Nash e sente que não pode continuar, por enquanto, a relação. Mas não fica satisfeita quando uma antiga namorada de Nash, Sabine, aparece pronta a reconquistá-lo.

E mais, Sabine é, literalmente, um pesadelo. É uma mara, uma criatura parasítica que sobrevive retirando energia dos seres humanos quando estes estão a dormir… e a sonhar. O medo é o seu alimento e Sabine sabe tudo sobre os medos mais profundos das suas vítimas. Quando parece que Sabine anda a matar professores para se alimentar, Kaylee sente que tem de investigar, mesmo contra a vontade de Nash. Encontra em Todd, o irmão mais velho de Nash, um aliado.

O quarto livro prima pelo dramatismo. Há muito drama associado à relação amorosa conturbada de Kaylee com Nash, que traiu a sua confiança no livro anterior e fez coisas muito pouco recomendáveis. O mistério é, como no terceiro livro, afastado para segundo plano, até porque Kaylee suspeita de Sabine mais por ciúmes do que por outra coisa.

É um livro intenso, com emoções e drama à flor da pele, tal como é típico dos adolescentes. Há muita injustiça e sentimentos feridos de parte a parte e devo dizer que Vincent constrói um triângulo amoroso muito dramático e angustiado.

If I Die, o quinto livro, é um ponto de viragem acentuado na trama central dos livros. Kaylee recebe uma notícia que irá, literalmente, mudar radical e permanentemente a forma como vê as coisas. Confrontada com uma realidade definitiva acerca da qual não pode fazer nada, Kaylee esforça-se por tentar remediar os seus problemas, especialmente a sua relação com o pai e com o talvez-ex-namorado Nash. E também tem de confrontar sentimentos de uma pessoa inesperada e talvez admitir que os seus próprios sentimentos relativamente a essa pessoa e a Nash mudaram.

Ao mesmo tempo, Kaylee tenta proteger as raparigas da sua escola, que estão a ser atacadas por um incubus, que tudo fará para procriar… apesar de as mães de uma criança incubus não terem uma taxa de sobrevivência muito alta.
Temos neste livro um quadrado amoroso à moda antiga e níveis nunca antes vistos de angústia adolescente emocional. Sabine, Kaylee, Nash e o novo interesse amoroso de Kaylee todos lutam com os seus sentimentos e com aquilo que irá, inevitavelmente, acontecer a Kaylee no final.

A luta contra o professor de Matemática, aka incubus é, novamente, secundária. No entanto, a intensidade da narrativa continua a prender o leitor. 

No sexto livro, Before I Wake, Kaylee sobreviveu a uma mudança radical na sua vida. Ou melhor, “sobreviveu” talvez não seja a melhor palavra. Kaylee é agora, para além de uma bean sidhe com uma vida amorosa complicada, uma funcionária do Departamento de Recuperação (de almas), uma outra divisão dos reapers. O seu trabalho é recuperar almas que foram roubadas aos reapers. Para além do seu novo emprego, que lhe permite continuar a sua vida “normal”, Kaylee está ainda a habituar-se à sua nova relação e ao facto de Nash não lhe falar.

E, claro, Avari continua obcecado por ela e quer a sua alma… e tudo fará para a obter, inclusive arranjar maneira de ter uma presença na Terra.

Mais angústia a potes. Mais drama amoroso, mais drama relacionado com o facto de Kaylee ser tão perfeita e altruísta que Avari está obcecado por ela. Há algumas lutas e tudo o mais, mas a frase anterior resume o livro bastante bem. Mas… adoro o novo namorado da Kaylee. E adorei ler sobre ele na short story que vem neste livro.

E chegamos ao sétimo livro (With all My Soul). Depois dos acontecimentos traumáticos do livro anterior, Kaylee e os amigos decidem que têm de parar Avari e os outros hellions a qualquer custo. Vão tentar virá-los uns contra os outros, mas quando um novo hellion chamado Ira aparece, tudo vai de mal a pior. E Kaylee poderá ter de fazer o derradeiro sacrifício…

Se os outros livros foram emocionais, este bate todos os recordes. Finalmente Nash começa a perdoar Kaylee, Kaylee começa a perdoar Nash e Sabine está lá convenientemente para oferecer um final feliz ao ex-namorado rejeitado. Muito deste livro centra-se na personagem fulgurante que é Kaylee, tão especial que uma data de habitantes do Netherworld a querem.

Tendo em conta as minhas palavras sarcásticas, poderão pensar que não gostei da série. Não é o caso. Gostei, sim, li-a de um fôlego, devorei todos os livros e digo-vos: a escrita é o máximo. Não é floreada ou intrincada ou mesmo bela, mas é viciante, intensa e prende-nos de tal forma que parece que nos tem sob um feitiço. A escrita é o ponto forte da série porque é tão… envolvente.

E foi por isso, mais do que por qualquer outra coisa, que gostei da série. Certamente que o imaginário é interessante, mas depressa se tornou evidente que o mundo está lá para suportar a angústia emocional de Kaylee e do elenco de personagens que compõem os livros. Até o facto de Avari andar obsessivamente atrás de Kaylee contribui para isso. Nunca há grande desenvolvimento do mundo ou do imaginário (ou melhor, houve algum nos primeiros livros, mas depois acabou e passou a ser “Um drama na Escola Secundária”).

No geral, esta série está bastante bem escrita, de uma forma que nos dá vontade de ler sem parar, mas tenho de ser sincera: não é nenhuma obra-prima da fantasia (mesmo da urbana). Aliás, é mais romance paranormal do que fantasia urbana e tem demasiado drama para agradar, provavelmente, à maioria dos adultos. Eu, pessoalmente, gostei do facto de ser uma leitura compulsiva, mas teria gostado mais se houvesse menos drama e mais desenvolvimento da mitologia. A história é basicamente a mesma em todos os livros, como disse no início, e pouco mais.

Opinião: My Soul to Keep (Rachel Vincent)

Editora: Mira Ink (2011)
Formato: Capa mole | 378 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Lit. Juvenil/YA

O terceiro livro da série “Soul Screamers” traz-nos mais conflito e algum melodrama.

A vida de Kaylee Cavanaugh deveria consistir em festas, namoros e, claro, na escola. Mas o facto de ser uma bean sidhe não ajuda e Kaylee está sempre metida em sarilhos. E esta festa não vai ser uma exceção.

Kaylee e o namorado Nash vão a uma festa na casa de um amigo quando se deparam com algo surreal… e perigoso. Alguém anda a traficar “Sopro de demónio”, uma substância gasosa originária do Netherworld. Na verdade, tratam-se das exalações dos hellions. O “Sopro do demónio” é altamente viciante e pode ser fatal para os humanos, levando primeiro à loucura e depois à morte. Com os amigos de Nash envolvidos, Kaylee e o namorado não têm escolha senão tentar perceber como a substância é transportada para o seu mundo, uma vez que os hellions não podem atravessar.

Mas um deles tem um segredo que pode acabar com a sua relação apaixonada.

“My Soul to Keep” foi uma estreia e não uma releitura. Não tinha chegado a lê-lo anteriormente, devido a… coisas (nomeadamente, aos atrasos dos correios e do Book Depository), por isso soube-me bem perceber como a situação tinha mudado tanto no 4º livro.

Neste livro temos algum desenvolvimento do mundo, sim, mas penso que o seu foco são as relações entre Kaylee e as outras personagens da trama, especialmente Nash, o seu namorado. Nash é o primeiro namorado de Kaylee e esta sente-se nas nuvens, mas vai perceber neste livro que as pessoas têm defeitos e que Nash não é tão perfeito como imaginava. O que é fixe e tal. Mas… na verdade a Kaylee é um contraste tão grande (ou seja, é uma grande Mary Sue, super perfeita e sem defeitos… passo a redundância), que as imperfeições de Nash parecem ao mesmo tempo monstruosas e… falsas. Isto faz sentido? O que quero dizer é que o facto de Kaylee não ser uma personagem muito realista (é demasiado perfeita, todos gostam dela, etc.) faz com que o leitor acabe por também não levar a sério o resto das personagens.

Sinceramente, apesar de gostar desta série, esta é uma espécie de “prazer proibido” ou “guilty pleasure”. A caracterização é irregular e a história não tem absolutamente nada de extraordinário, mas a forma como Vincent escreve envolve-nos em todo aquele drama e carga emocional de tal forma que não conseguimos parar de ler!

Assim, no geral, mais um livro de leitura rápida e agradável. Bastante mais melodramático e intenso do que os predecessores, mas bastante fraco ao nível da caracterização da sua personagem principal, que parece demasiado perfeita para ser real. A história também não se focou assim muito no tráfego da droga sobrenatural, como esperava… outros acontecimentos tomaram mais tempo de antena e tive pena. Recomendado para os fãs da série.


Outros livros da série:
  1. My Soul to Take
  2. My Soul to Save

Opinião: My Soul to Save (Rachel Vincent)

Editora: Harlequin Teen (2009)
Formato: Capa mole | 279 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Lit. Juvenil/YA

Aviso: alguns spoilers (poucos)
“My Soul to Save”, o segundo livro da série “Soul Screamers” é, claramente, um livro de transição e de desenvolvimento do mundo apresentado no primeiro livro.

A vida de Kaylee Cavanaugh sofreu uma reviravolta quando descobriu que é uma bean sidhe ou banshee e que tem o poder de saber quando alguém vai morrer. Descobriu também que o seu “grito” é na verdade uma canção pela alma da pessoa que morre e que, com esse grito, pode suspender essa alma e com a ajuda de um bean sidhe macho, voltar a colocá-la no corpo da pessoa.

Para além de ter descoberto as suas capacidades, Kaylee descobre também Nash, o bean sidhe macho que a ajudou a descobrir a sua verdadeira identidade. E está também disposta a descobrir o amor… mas a vida de Kaylee nunca é calma e quando uma jovem cantora morre em palco e Kaylee não grita, ela sabe que algo está errado… ela não pode cantar por alguém que não tem alma.

Neste segundo livro, Kaylee, Nash, Emma e Tod o grim reaper (e também, estranhamente, o irmão de Nash) que trabalha no hospital da cidade, ceifando as almas cujo tempo terminou têm de tentar descobrir como é que adolescentes andam a vendar a alma aos habitantes do Netherworld (a dimensão paralela onde tudo o que é monstro vive) em troca de fama e dinheiro. Tudo se torna pessoal quando uma das pessoas que vende a alma é Addy, uma antiga namorada de Tod.

O mistério é bastante simples e o livro em si não é muito grande, mas como já mencionei acima este livro serve, maioritariamente, para desenvolver o mundo e as personagens. A autora dá-nos mais informações sobre o Netherworld e sobre os seus mais temíveis habitantes, os hellions, sobre as habilidades de Kaylee e de Nash e claro, sobre o mundo dos grim reapers.

Também vemos algum desenvolvimento na relação entre Kaylee e Nash e algum desenvolvimento das outras personagens como Tod e Emma.

No geral, mais uma leitura agradável mas, sinceramente, até agora foi o livro de que menos gostei, de toda a série. É um livro de transição, com muito pouca progressão ao nível da história “maior” que percorre todos os livros.


Outros livros da série:
  1. My Soul to Take

Opinião: My Soul to Take (Rachel Vincent)

Editora: Mira Ink (2011)
Formato: Capa mole | 345 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Lit. Juvenil/YA

Para terminar o ano em beleza, decidi iniciar uma maratona de uma série que iniciei há alguns anos atrás e que agora já se encontra completa.

Na altura, tinha encomendado os livros do Book Depository depois de ter lido o primeiro e ter gostado e, tipicamente, eles chegaram fora de ordem, pelo que também os li fora de ordem. Li o primeiro e o segundo e depois passei diretamente para o quarto sem nunca ter lido o terceiro. Também na altura, esta série tinha apenas quatro livros, pelo que depois de terminar o quarto, deixei de seguir a série e deixei esmorecer o meu entusiasmo inicial.

Foi por isso que me decidi por uma maratona, a começar no primeiro.

“My Soul to Take” é, então, o primeiro livro da série “Soul Screamers” de Rachel Vincent. É uma série direcionada para o público juvenil (e nota-se), mas tem uma certa qualidade que a torna apetecível também para os mais adultos.

Algo está errado com Kaylee Cavanaugh. Por vezes sente-se acometida por ataques de pânico tão violentos que tem de fazer um esforço quase sobre-humano para não gritar. Foi por causa desses ataques que os tios, com quem ela vive, a internaram numa Unidade de cuidados mentais.

Mas, um dia, quando está num bar com a sua amiga Emma, Kaylee conhece (ou melhor encontra) Nash, um dos rapazes mais populares da sua escola e um conquistador consumado. Quando Kaylee sente o impulso irresistível de gritar ao ver uma jovem no bar, Nash ajuda-a a acalmar-se. E, mais tarde, Nash explica-lhe o que se passa realmente: Kaylee é uma bean sidhe (ou banshee) e sabe quando alguém vai morrer.

Enquanto Kaylee explora a sua verdadeira identidade e conhece melhor Nash, uma série de estranhas mortes faz com que a sua vida fique ainda mais complicada.

Li este livro de um fôlego. Vincent escreve extremamente bem, o mistério manteve-me interessada (apesar de ser simples) e nem o “insta-love” me irritou de sobremaneira. As personagens são simpáticas e carismáticas e o facto de o livro se focar em banshees aguçou ainda mais o meu interesse.

No geral, um livro de leitura compulsiva, bem escrito e interessante. Não é nenhuma obra prima, mas é uma boa leitura. 

Opinião: Sanctum (Sarah Fine)

Sanctum de Sarah Fine
Editora: Amazon Children's Publishing (2012)
Formato: Capa mole | 448 páginas
Géneros: Romance paranormal, Fantasia Urbana, Lit. Juv/YA
Sinopse.

O primeiro comentário que me saiu mal acabei de ler o livro (não em voz alta, mas foi o que escrevi aqui primeiro) foi "é desta que desisto do YA". Não porque este livro tenha sido horroroso, mas porque até tinha um conceito giro, mas a autora estragou tudo... com o insta-love (a.k.a. amor instantâneo).

Lela Santos, a nossa protagonista é uma jovem que teve uma vida complicada. Órfã desde cedo, andou a entrar e a sair de casas de acolhimento durante muito tempo e sofreu às mãos de um dos seus pais de acolhimento, Rick. Como consequência, decidiu que não valia a pena viver mais no tormento em que se encontrava e decidiu tirar a sua própria vida. Apesar de ter sido salva no último segundo, Lela ainda teve uma visão do local para onde são mandadas as pessoas que cometem suicídio; e as Portas do Suicídio passaram a ser um motivo frequente dos seus pesadelos.

Depois de ter dado uma sova no seu padrasto abusador, Lela é mandada para um centro de delinquentes e depois para uma nova casa de acolhimento. Aqui vai começar uma nova vida e conhecer Nádia, a rapariga mais popular da escola, que inesperadamente, se torna sua amiga. Mas a vida de Nádia está longe de ser perfeita e quando ela se suicida, Lela fará tudo para garantir que a amiga não é enviada para o lugar sombrio que invade os seus piores sonhos.

E é isto. Pareceu-me sinceramente que seria um bom livro, um bocado mais "dark" do que o normal para a literatura YA, mas isso para mim é um bónus. E até começou bem: a Lela tinha espírito e parecia que o "mundo sobrenatural" apresentado no livro seria baseado nas conceções de Céu e de Inferno de muitas religiões, particularmente da Cristã. Esperava que a autora desenvolvesse este aspeto; era, aliás, o ponto que me deixava mais entusiasmada relativamente a este livro.

Mas depressa descarrilou. A Lela conhece um gajo todo bom chamado Malachi e BAM! Insta-love. E em vez de desenvolver o mundo a autora passa a focar-se na relação destas duas personagens que, claro, se sentem incrivelmente atraídas uma pela outra e blah, blah, é amor.

Para ser sincera, Malachi é um protagonista estereotipado, sim, mas mais simpático do que muitos dos protagonistas que povoam a fantasia urbana juvenil. 

Mas, enfim, irrita-me ver um bom enredo e uma personagem que parecia forte minados pelo insta-love irritante por um gajo todo bom e torturado. A partir desse momento a história passou a ser bastante mais aborrecida para mim; a Lela farta-se de pensar em como o Malachi é bom, o Malachi sofre em silêncio por amor, aparecem umas criaturas estranhas que vêm de outra dimensão e que acabam por estragar um bocado o imaginário que estava à espera de encontrar neste livro. De qualquer forma, a obra redime-se um pouco no final, mas não o suficiente para me tentar a ler mais.

No geral um livro que poderia ter sido muito melhor. A autora teve a oportunidade de escrever sobre assuntos sérios e desafiantes, mas decidiu que o insta-love era mais importante e para se centrar nisso, desistiu de um desenvolvimento mais aprofundado do mundo e das personagens. Desapontante.

Opinião: Angelfall (Susan Ee)

Angelfall by Susan Ee
Editora: Amazon Children's Publishing (2012)
Formato: Capa Mole | 283 páginas
Género: Fantasia Urbana, Ficção pós-apocalíptica, Lit. Juvenil
Sinopse.

AVISO: Contém SPOILERS (nada de grave)
Vou fazer parte da minoria, tanto de leitores internacionais, como de alguns nacionais e dizer francamente: não achei este livro nada de especial.

Talvez tivesse expetativas demasiado altas. Talvez seja uma pessoa demasiado picuinhas que vê sempre algo de errado em tudo. Mas não consegui sentir a magia, a ligação e o entusiasmo de centenas de outros leitores que deixaram aqui a sua opinião.

Por isso, eis o que achei (numerado, para ser mais fácil).

1. O enredo: Angelfall é uma história apocalíptica, o que é bastante óbvio pelo título: "Queda de anjos". Acompanha a jornada de Penryn, uma jovem de dezassete anos que vive numa sociedade recentemente (há seis semanas, no livro) destruída pelo Apocalipse. Com A grande. Com anjos a voarem dos céus e a destruírem a Humanidade. Penryn tem uma irmã de sete anos que é paraplégica e uma mãe esquizofrénica. Quando a irmã, Paige, é raptada por anjos, Penryn tem de formar uma aliança desconfortável com o anjo Raffe, que parece ter inimigos entre os da sua espécie.

Tenho de admitir que tinha alguma curiosidade sobre a forma como a autora ia explorar um Apocalipse com implicações religiosas. Mas a minha curiosidade não foi satisfeita porque este livro não refere nada, nadinha mesmo, sobre isso... apenas que chegaram uns anjos e BAM, destruíram tudo e são mesmo maus.

Tudo o que acontece é uma espécie de demanda onde a Penryn convence um anjo chamado Raffe a dizer-lhe onde fica o (a?) aerie, o covil dos anjos em São Francisco para que ela possa ir salvar a irmã. A dinâmica entre estas duas personagens poderia ter sido interessante se houvesse realmente antagonismo entre ambas; mas apesar de eles trocarem bitaites nunca há realmente "faíscas" (de serem inimigos) e tensão entre eles. Isto deve-se provavelmente à narrativa e à escrita: o livro está na primeira pessoa do presente indicativo, o que significa que apenas temos o lado da Penryn. E a escrita, apesar de competente, não consegue transmitir adequadamente os sentimentos dos personagens.

Algumas das cenas do livro são bastante "foleiras", como o facto de se dizer que ah e tal os anjos não são humanos, mas o que fazem os anjos mal se "instalam" na Terra? Vão curtir, meus! Abrem um "clube"/bar e andam por lá a cirandar, com roupas dos anos 20 e mulheres meio despidas no braço. Yeah, baby.

E que raio vem a ser toda aquela história com as experiências em humanos. Não faz sentido nenhum.

2. Mundo: muito mal desenvolvido. A sociedade humana basicamente ruiu em 6 semanas e a autora dá muito pouco contexto sobre como tal aconteceu. Penryn não fala sobre o que se passou, não temos qualquer ideia sobre o que os anjos estão ali a fazer, o que despoletou o Apocalipse, etc. Basicamente, a construção do mundo é incipiente.

3. Personagens: admito, a Penryn é uma protagonista bastante decente. Sabe cuidar de si e não se derrete toda por causa do protagonista masculino. Mas também não é uma personagem propriamente memorável. A sua voz narrativa é algo monocórdica e cinzenta e mesmo os sentimentos que professa (pela irmã, mãe e pelo Raffe) parecem distantes.

O Raffe é um estereotipo andante, se bem que ganha pontos por não ser creepy como a maioria dos protagonistas... não observa a heroína a dormir, não a persegue, etc. E é... agnóstico. Tal como, aparentemente o são muitos outros anjos, o que não impediu que fizessem o que lhes mandou o anjo manda-chuva que supostamente recebe ordens de Deus... que eles não têm a certeza se existe... erm.

4. Personagens secundárias: A Paige quase não aparece e a mãe da Penryn é provavelmente a pessoa mais interessante da história.

No geral... foi uma leitura mediana. Nada mais. Infelizmente este livro não me conseguiu cativar. :/

Lido para a Temporada Ficção Pós-apocalíptica:

Opinião: Pretty Guardian Sailor Moon, vols. 8-12 (Naoko Takeuchi)

Editora: Kodansha Comics (2012 e 2013)
Formato: Capa mole
Género: Fantasia, Romance,  Ficção Científica, Lit. Juvenil/YA

Aviso: SPOILERS!!
E acabou. Acabei o manga das Navegantes da Lua e deixem-me dizer-vos... que viagem! O manga tem muito mais desenvolvimento emocional do que o anime, é mais focado nos sentimentos de cada personagem e cada uma delas passa por muito para crescer.

No volume 8 assistimos ao final do "arc" dos Death Busters (Infinity no manga). A Hotaru é agora a Mistress 9, um inimigo. A navegante da Lua decide combater o Pharaoh 90 sozinha porque tudo parece perdido e as Navegantes não podem fazer nada. Depois aparece a navegante de Saturno que para salvar o mundo tem de o destruir. 
Este volume é especialmente emocional porque acontecem tantas, tantas coisas às navegantes e ao mascarado, especialmente no final quando se sentem impotentes perante a eminente destruição do mundo. Vemos o afeto do Mamoru pela Usagi bastante bem.

Felizmente o poder inesgotável do Cristal Prateado (e é importante notar que a autora frisa que este cristal é especial e que não se deve tudo à super-especialidade maravilhosa da Usagi) salva o dia e tudo volta ao normal. O último capítulo inicia o "arc" seguinte, o do Death Moon Circus (Dream no manga), que sinceramente, sempre foi o que gostei menos. No anime sempre me pareceu que esta temporada era muito confusa e depois da excelente Sailor Moon S, uma desilusão.

Mas os volumes 8, 9 e 10 fazem um ótimo trabalho a unir as pontas do que, no anime, é um enredo fragmentado. As motivações do inimigo e as suas origens são explicadas de forma coerente e interessante e ficamos a perceber quem é realmente a Nehelenia (basicamente o oposto dos habitantes do Milénio Prateado). Também aparecem personagens que terão mais tarde um papel importante (falo do Quarteto das Amazonas) e que no anime são muito secundárias. 

Basicamente, gostei do facto de este "arc" no manga estar intrinsecamente ligado às personagens principais, ao reino da lua e a navegantes do passado e do futuro. Tem algumas semelhanças com o "arc" original, mas é interessante e fornece "backstory" para o único planeta que parece não ter poderes significativos: a Terra. Para falar verdade penso que este "arc" complementa o primeiro, o do Dark Kingdom (a rainha Beryl), pois ficamos a saber mais sobre os vários poderes que atuam no Sistema Solar. As navegantes têm, como sempre, conflitos emocionais com que lidar e ganham novos poderes.

O último "arc" é o das Stars. Neste "arc" a ameaça da Shadow Galaxia apodera-se da Via Láctea e as navegantes descobrem que não estão sozinhas: cada planeta tem um guardião (navegante) e todas as formas de vida têm "Sementes de estrela". As navegantes terão de lutar para preservar o Caldeirão primordial que é a origem de toda a vida na galáxia.

Fiquei um bocado de pé atrás com este "arc" porque apesar da autora nos explicar muito sobre as navegantes planetárias, nunca sabemos muito sobre a inimiga principal, a Galaxia. A sua história é contada de forma resumida, mas parece-me que haveria muito mais a dizer. Da mesma forma, o Caos tem um papel demasiado pequeno e a maioria das navegantes vai "desaparecendo" ao longo dos últimos volumes pelo que não há muito sobre elas.

A navegante da lua é a personagem que redime um pouco este "arc"... não a sua persona do presente, que tem a atitude correta que lhe conhecemos mas a sua incarnação do futuro distante, porque admite fraqueza, imperfeição e mesmo... cobardia. Também gostei do papel mais ativo da princesa Kaguya e dos guardiões das navegantes (Luna, Artemis, Diana, os corvos da navegante de Marte, etc).

No geral, adorei. Tenho sempre medo de ler os livros depois de ver os filmes, mas neste caso não faz mal porque o anime e o manga são tão diferentes um do outro. No manga tudo se passa mais rápido, sim, mas a história está mais bem encadeada e as personagens crescem muito mais, para além de serem mais humanas e interessantes. Além de que não há aquela separação entre as navegantes principais e a Neptuno, Urano, Plutão e Saturno; é notório que gostam umas das outras e são amigas. E não posso deixar de referir as magníficas ilustrações a cores e a qualidade da arte na maioria dos volumes. Recomendado!

Outras opiniões sobre a série:

Opinião: Pretty Guardian Sailor Moon, vols. 4-7 (Naoko Takeuchi)

Editora: Kodansha Comics (2012)
Formato: Capa mole | ? páginas
Género: Fantasia, Romance,  Lit. Juvenil/YA
Descrição (vol. 4): "A new group calling themselves Black Moon is after Usagi and the rest of the Sailor Guardians, wielding a new power known only as the Malefic Black Crystal. Chibi-Usa may be the key to it all, but to find the answers and rescue her kidnapped friends, Usagi will have to journey through time to the 30th century and discover what fate has in store. 
This new edition of Sailor Moon features: 
- An entirely new, incredibly accurate translation 
- Japanese-style, right-to-left reading 
- New cover art never before seen in the U.S. 
- The original Japanese character names 
- Detailed translation notes"
AVISO: SPOILERS para o anime e manga (pequenos)

No 4º volume de Pretty Guardian Sailor Moon continuamos a seguir a luta das Navegantes contra os misteriosos inimigos da Lua Negra. 

Tal como no anime, as Navegantes têm de enfrentar as quatro irmãs "da Caça" e o Ruby. Têm de proteger a Chibi-Usa do inimigo e tentar perceber qual o objetivo do mesmo.

Devo dizer que não gostei tanto do 4º volume como dos anteriores. Apesar de a história avançar consideravelmente (tudo se passa muito mais depressa do que no anime), penso que a falta de quase todas as Navegantes durante a maior parte do livro fez com que o apreciasse menos. A Usagi (Bunny) é um pouco irritante neste volume também. 

No 5º volume, as Navegantes (ou melhor, a Navegante da Lua) derrotam finalmente a Lua Negra e o seu vilão-mor, o Wiseman. O que achei interessante nesta história, foi a sensação de ter conseguido pormenores novos sobre a história. O porquê da Lua Negra (ou Nemesis) atacar o Cristal Tóquio é bastante mais lógico no manga; mais bem explicado. As origens do poder da Lua Negra são também mais evidentes. Gostei sobretudo de como as personagens (boas) não são completamente, 100% boazinhas... a Usagi tem ciúmes parvos e a Chibi-usa sente-se posta de parte e inútil e é por isso que se torna a Black Lady. No entanto, acho que a autora explorou a vertente emocional do enredo apenas de forma muito superficial; talvez seja porque acontece tudo "à velocidade da luz", mas teria gostado de saber mais sobre as motivações das personagens. Enfim. 

Outro aspecto de que gostei foi a "continuidade", relativamente à história anterior. As histórias no manga não são "estanques", as Navegantes recebem poderes e vão crescendo com o acumular de experiências. E claro, adorei o papel da Navegante de Plutão.

Os volumes 6 e 7, detalham a história da minha temporada favorita da Sailor Moon (no anime)... a temporada dos Death Busters. Mais uma vez, achei que os painéis estavam muito cheios e algo confusos, como se a autora tivesse espaço limitado para contar a história (e se calhar é verdade).

As Navegantes derrotaram a Lua Negra, mas um novo perigo aproxima-se. Luna e Artemis descobrem uma estranha fonte de energia em Tóquio, concentrada na Academia Mugen e estranhos monstros atacam os cidadãos da cidade. Ao mesmo tempo, novas guardiãs aparecem, mas estas misteriosas guerreiras não parecem querer nada com as Navegantes.

Apesar da temporada dos Death Busters ser muito diferente no anime e no manga, gosto igualmente das duas. O anime dura mais, claro, mas mesmo assim tive a sensação de que apreendi nuances da história, do "background" que não estão explicadas no anime. Por exemplo, no anime os Death Busters são apenas uns vilões que querem dominar a Terra e são cientistas. No manga, é-nos explicado porque é que eles querem dominar a Terra (para além do facto de serem maus e vilões e tudo o mais) e porque é que são cientistas (qual é o objetivo das experiências).

Também nesta temporada entramos na mente das personagens principais. As Navegantes sentem-se ameaçadas e fazem algumas coisas pouco recomendadas, as Navegantes da parte "Exterior" do sistema solar mostram como se sentiam com a sua missão (e aqui mostram alguma irritação com o seu papel e a sua missão; não são 100% dóceis e devotadas) antes de "renascerem" como humanas. E confesso que foi giro ver o Mascarado com ciúmes...

A temporada ou "arc" dos Death Busters só acaba no próximo volume, mas creio que tem tudo para se tornar, novamente, na minha favorita.

No geral, creio que o anime e o manga se complementam. O anime dá-nos ação e o manga dá-nos uma visão das lutas interiores das personagens e algumas informações que estão em falta no anime (como as motivações dos vilões). Recomendado para quem gosta de shojo e a não perder para fãs das Navegantes da Lua.

Outras opiniões: Pretty Guardian Sailor Moon, vol. 3
Fonte das imagens: The Oracle

Review: Everneath (Brodi Ashton)

Everneath by Brodi Ashton
Publisher: Simon and Schuster UK (2012)
Format: Paperback | 384 pages
Genre(s): Paranormal Romance, Young Adult
Description (GR): "Last spring, Nikki Beckett vanished, sucked into an underworld known as the Everneath, where immortals Feed on the emotions of despairing humans. Now she’s returned—to her old life, her family, her friends—before being banished back to the underworld... this time forever. 
She has six months before the Everneath comes to claim her, six months for good-byes she can’t find the words for, six months to find redemption, if it exists.
Nikki longs to spend these months reconnecting with her boyfriend, Jack, the one person she loves more than anything. But there’s a problem: Cole, the smoldering immortal who first enticed her to the Everneath, has followed Nikki to the mortal world. And he’ll do whatever it takes to bring her back- this time as his queen.
As Nikki’s time grows short and her relationships begin slipping from her grasp, she’s forced to make the hardest decision of her life: find a way to cheat fate and remain on the Surface with Jack or return to the Everneath and become Cole’s..."
I really tried to like this one because I think the author had a great idea, but I disliked the way the story was told. It felt like I was watching a tennis match, back and forth, back and forth.

The story begins at the middle, we get no background at all and suddenly we're at the beginning. Well, not the beginning because Nikki's memories/ flashbacks are very random. We have pieces of the story strewn around everywhere, in the middle of the regular, present-day chapters and sometimes there are conversations and things happening in the present (of the book) that don't make sense until later (after a few more flashbacks).

I'm not against nonlinear narrative at all, I quite enjoyed it in Slautherhouse-Five for example, but in Everneath... it just didn't work. It didn't work because there was actually a linear story going on too and it wasn't making sense because the reader didn't know all they needed to know to understand what was happening.

This, for me, was Everneath's weakest point. I get it; Nikki's memories were fuzzy, she didn't remember things and all that. But it was just too confusing for the reader, in my opinion. It makes the story seem fractured (which was perhaps what the author intended) from everyone's point of view (not just Nikki's)

Another thing I didn't like that much: Cole. I really didn't like Cole. He was just creepy and his attitudes made little sense (again, probably because of the way the book was written). I hope he goes away in book 2, but I'm thinking no.

I think most characters suffered from lack of development but I guess I understand why, in Nikki's case.

I was actually going to give this book only two stars but the ending... was perfect. Perfect I tell you (yes I am a closet romantic).

Overall, good and imaginative concept but flawed execution. The way the book was set up just didn't appeal to me. Too confusing and a bit too random for my taste.

Bonus Section - Cover Commentary: This cover seems cheesy at first (I mean, girl in a red dress? See how many you can spot here!) But the subtle details are beautiful: the smoke that changes color at her shoulder and waist and the dark, cloudy smoke at the bottom of her dress (there's a smooth transition as if the girl is turning into smoke or stepping out of it) make the model seem ethereal and otherworldly. It's an eye-catching cover indeed. It fits the "Underworld of Greek myth" concept to a tee.

Opinião: A Cidade das Cinzas (Cassandra Clare)

A Cidade das Cinzas by Cassandra Clare
Editora: Planeta (2010)
Encadernação: Capa Mole | 360 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Romance Paranormal, Lit. Juvenil
Descrição (GR): "Clary Fray só queria que a sua vida voltasse ao normal. Mas o que é normal quando se é um Caçador de Sombras? A mãe em estado de coma induzido por artes mágicas, e de repente começa a ver lobisomens, vampiros, e fadas? A única hipótese que Clary tem de ajudar a mãe é pedir ajuda ao diabólico Valentine que, além de louco, simboliza o Mal e, para piorar o cenário, também é o seu pai. Quando o segundo dos Instrumentos Mortais é roubado o principal suspeito é Jace, que a jovem descobriu recentemente ser seu irmão. Ela não acredita que Jace de facto possa estar disposto a abandonar tudo o que acredita e aliar-​se ao diabólico pai Valentine… mas as aparências podem iludir."
AVISO: Contém alguns SPOILERS!
Depois de terminada a leitura ainda não sei muito bem o que se passou neste livro.

Parece-me que quase não se passou nada, excepto umas escaramuças contra o vilão du jour (muito estereotipado e com a profundidade de uma poça de água) que para poupar trabalho aos nossos heróis conta todos os seus planos a um dos protagonistas. Assim ninguém tem de investigar, yay! Há mais tempo para a típica angústia emocional que povoa este tipo de livros. Que vem quase toda do Jace, o protagonista. Uaaa, não tenho pais. Uaaa, toda a gente acha que sou mau como o meu pai, o vilão. Uaaa, a minha irmã não gosta de mim no sentido carnal, sniff, sniff, que pouco razoável que ela é. A sério? O Jace é supostamente, um ser humano pouco usual, um guerreiro e depois passa o tempo todo a queixar-se de tudo.

A Clary, a referida irmã, não é muito melhor. Uaaa, gosto do Jace mas não posso estar com ele. Uaaa, o meu melhor amigo gosta de mim e eu também gosto dele, mais ou menos.

Depois temos o Simon, o terceiro elemento do triângulo amoroso. Uaaaa, a minha melhor amiga não gosta de mim.

Resultado? Angústia, queixumes, drama por todo o lado. Ugh. Lidar com a situação é algo que ninguém se lembra de fazer.

Outra coisa que me irritou bastante, para além das personagens, foi a forma como a autora forçava os acontecimentos. Deixem-me explicar: a acção não flui naturalmente; a autora introduz elementos que não condizem com o desenrolar do enredo. Por exemplo, quando o Simon decide ir ao hotel dos vampiros, com consequências trágicas. Ou quando o Jace desaparece toda a noite e ninguém dá por nada até ser demasiado tarde. Ou como a Clary resolve uma data de problemas apenas com intuição e convenientemente consegue novos poderes. Ou seja, a autora força a narrativa a tomar os contornos que deseja. Claro que sendo a autora isso é direito dela; mas o problema é que o faz de uma forma abrupta e o leitor sente que, se a acção continuasse o seu caminho lógico e natural, estas coisas não aconteceriam. O resultado? Algumas das atitudes das personagens deixaram-me a pestanejar de espanto pelo facto de não fazerem qualquer sentido no contexto.

No que à história diz respeito, como disse não acontece muito. Há um mistério para resolver mas sem qualquer investigação, os nossos heróis chegam à solução pelo que não é muito empolgante, na minha opinião. A autora atira com acontecimentos completamente ao acaso (que como já expliquei acima, me parecem tentativas bastante fracas para moldar a história) ao leitor que o deixam algo perplexo. Mas no fundo, o livro quase todo consiste nas personagens a falarem sobre os seus problemas e a fazerem perguntas sobre o passado (do vilão, que é relevante para os nossos heróis) que são respondidas em grandes 'descargas de informação.

No geral, não achei este volume dos Caçadores de Sombras muito interessante. Não houve grandes caçadas, as personagens limitam-se a ir a sítios e a falar, falar, falar. De vez em quando lá aparece um monstro ou um cadáver mutilado, mas isso só serve para as personagens falarem mais e mais sem dizerem muito. O mundo é bastante interessante mas a autora não o desenvolve muito e há muitas perguntas que ficam por responder. Esta série não parece ser particularmente inventiva ou interessante em termos de mundo. Parece-me mesmo que o mundo é apenas uma desculpa para ter personagens torturadas com poderes sobrenaturais a agonizarem sobre o amor não correspondido que sentem uns pelos outros. Nada de especial.

Review: Lies Beneath (Anne Greenwood Brown)

Lies Beneath by Anne Greenwood Brown
Publisher: Delacort Books (2012)
Format: Hardcover | 303 pages
Genre(s): Paranormal Romance, Young Adult
Description (GR): "Calder White lives in the cold, clear waters of Lake Superior, the only brother in a family of murderous mermaids. To survive, Calder and his sisters prey on humans, killing them to absorb their energy. But this summer the underwater clan targets Jason Hancock out of pure revenge. They blame Hancock for their mother's death and have been waiting a long time for him to return to his family's homestead on the lake. Hancock has a fear of water, so to lure him in, Calder sets out to seduce Hancock's daughter, Lily. Easy enough—especially as Calder has lots of practice using his irresistable good looks and charm on ususpecting girls. Only this time Calder screws everything up: he falls for Lily—just as Lily starts to suspect that there's more to the monsters-in-the-lake legends than she ever imagined. And just as his sisters are losing patience with him."
WARNING: Contains Spoilers
So. Another mermaid book. I was pretty excited about this one since it has a male POV (which is refreshing although it can go very wrong) and seemed to portray mermaids as evil, "alien-like" creatures (the way I like them).

But... I didn't like this book very much. It wasn't terrible, but it just didn't live up to my expectations, I guess. The story was a bit darker than your average YA paranormal romance but not by much. In the end the girl and the guy still got together and all that.

Although I couldn't pinpoint the problems I had with the book while I was reading it, I kind of compiled a list after I finished it.

One of the things that bothered me was that the story seemed... incomplete somehow. As if the characters didn't do all they had to do in order to advance the plot, but it still reached its conclusion. So basically the story needed better development. Plus there was some parts that were just too unrealistic for me to buy (like the fact that Jason Hancock didn't know that huge secret about himself. Just didn't seem possible.)

Another aspect that needed development: the characters. I simply couldn't connect to Lily or Calder, our protagonists. They lacked emotion and through all the dialogues they just seemed to go through the motions when they expressed feelings. Of course the whole romance between the two main characters seemed forced and unrealistic. Oh Lily was feisty a few times, called Calder "creepy" and "stalker" but she still seemed charmed by him. So she was all bark and no bite.

Lily and Calder are basically the only characters in the book. The rest of the cast barely characterizes as characters since they appear randomly only to further the plot. I know most other characters had a name, but I just can't remember them because they simply weren't important except as sources of information.
Calder's sisters are sort of the exception, since they appear a bit more. Still they were very cardboard villains, and could use a lot more characterization.

The word building had a few problems as well. The mermaids were supposedly strange and inhuman, lived in a cave and ate fish, but then they also went to the movies and liked to shop. I just think the author can't have it both ways. Either they are humanized merpeople that are very in tune with human culture or they are completely unaware of how humans behave. Calder used incorrect methods to seduce Lily because he didn't know what human girls liked, but then they go to the cinema and are into fashion? Hmm...

Overall I was not impressed with this book. The author had a good idea and the fact that merpeople lived in the Lake and were predators was really good. But then they also changed into humans and did all the things humans do. I just didn't think it was consistent. I also thought the story and the characters could use a bit more development. The ending didn't convince me at all... after reading the entire book I couldn't figure out how Calder was "redeemed". I don't think Lily taught him much. I think this stems from the writing style; it was emotionless and not very appellative. Another one of those "great idea, not very good execution" kind of books.

Opinião: Trocada (Amanda Hocking)

Editora: Asa / 1001 Mundos (2012)
Formato: Capa Mole | 272 páginas
Géneros: Literatura Juvenil, Romance Paranormal
Descrição (GR): "Aos seis anos Wendy escapa à morte quase por milagre - e quem a tenta matar é a própria mãe, acha que a filha não é sua, mas sim uma intrusa, trocada à nascença no hospital. Onze anos mais tarde, a estranha adolescente, de cabelos negros, começa a suspeitar de que a mãe, se calhar, até tinha razão. Na nova escola, mais uma entre tantas, ela sente-se posta à parte por todos. Menos por Finn Holmes, um rapaz silencioso e sombrio que se limita a olhá-la fixamente - e lhe desperta sentimentos contraditórios, um medo enorme, e uma irresistível atração. Finn é um Achador, que a procura há anos. E agora que a encontrou, quer levá-la para casa, para o reino dos Trylle, onde Wendy vai descobrir o que sempre suspeitou - ela é mesmo diferente, e tem poderes mentais muito mais poderosos do alguma vez imaginara."
AVISO: Contém alguns SPOILERS
Apesar de gostar imenso de literatura young adult, por vezes leio livros que não são, decididamente os mais apropriados para mim. Um caso recente foi Desejar, de Carrie Jones. Outro foi Trocada de Amanda Hocking.

As únicas coisas que sabia sobre este livro antes de o ler era que tinha sido ao início 'auto-publicado' e que era sobre trolls. Não existem muitas séries de fantasia urbana que lidem com trolls, por isso fiquei com esperanças que fosse interessante. Afinal os trolls não são das criaturas mais glamorosas dos contos de fadas: são verdes, são maus e vivem debaixo das pontes. Fiquei intrigada porque me perguntei como é que a  autora descreveria este tipo de criaturas de modo a que o leitor ficasse encantado com a história. Achei que a autora tinha escolhido uma temática desafiante.

Pois bem, descobri como foi e acho que se os olhos pudessem apanhar um torcicolo acho que os meus teriam apanhado um, de tantas vezes que os revirei. Este livro não é sobre trolls. É sobre criaturas belas e sobrenaturais, com capacidades mágicas a quem a autora decidiu chamar trolls só para poder dizer que estava a escrever sobre um novo tipo de ser sobrenatural. Pelo que li, duvido que ela tenha sequer pesquisado assim muito sobre trolls até na Wikipédia. A única parecença com as lendas e mitos é o facto de trocarem crianças humanas por crianças trolls (como o fazem nas lendas muitos outros seres sobrenaturais como as fadas ou os elfos) e serem um bocado para o matreiro (escolhem famílias ricas quando fazem as trocas para poderem usufruir do dinheiro que as mesmas deixarão aos 'filhos' trocados).

Ou seja, estes 'trolls' não são assim muito diferentes das fadas, anjos caídos ou vampiros de obras como - sim, adivinharam - Hush, Hush, Anjo Caído, Eternidade e Crepúsculo.

Depois desta descrição do mau uso que a autora fez da mitologia sobre 'trolls', passemos então à história. Já leram os Diários da Princesa, de Meg Cabot? Trocada tem basicamente o mesmo enredo, com um bocado de Crepúsculo à mistura, para se poder dizer que é um 'romance paranormal'.
A heroína, Wendy, sente-se diferente de toda a gente e imagina até que tem poderes. Para piorar tudo, o novo rapaz da escola, o misterioso (yuck) Finn está sempre a olhar para ela. A Wendy tenta ser sarcástica e cortante mas falha porque a autora não consegue escrever esse tipo de personagens (mais sobre a escrita da autora a seguir); além disso os olhos de Finn são escuros e misteriosos, pelo que Wendy sente-se atraída, claro. E mais atraída fica quando ele lhe aparece em casa a meio da noite (está a espreitar pela janela), tipo perseguidor (parece-vos familiar?). Ela lá descobre que é um troll (ou parte dos trylle, porque troll é uma palavra tão pejorativa, não ée nem é um troll qualquer! É a princesa dos trolls e por isso passa grande parte do livro a ter aulas de etiqueta. Sobre as origens e poderes destes seres, pouco ou nada nos é dito. O elemento sobrenatural quase não está presente uma vez que Wendy passa o tempo todo em jantares com elementos da nobreza, bailes de apresentação e a aprender tudo sobre que garfo utilizar. No fim temos uma escaramuça com uns trolls rebeldes mas a Wendy, apesar de ser a mais poderosa de todas tudo o que faz é olhar horrorizada e esperar que a venham salvar.

Ao nível das personagens, não é muito melhor. A autora não desenvolve convenientemente nenhuma delas e as emoções e reacções de Wendy pareceram-me falsas e inconsistentes. Ao princípio a autora descreve-a como sendo algo rebelde e descontente, mas durante o livro Wendy não se comporta de forma a suportar esta descrição. Pelo contrário é uma personagem apagada e desinteressante. Finn é, claro, um rapaz muito giro e misterioso, mais velho (claro) e que sabe fazer tudo e mais alguma coisa, como Wendy nos diz nesta frase, sem uma ponta de sarcasmo:
"Finn sentou-se ao piano e começou a tocar uma valsa linda e elaborada. Claro que sabia tocar piano. Sabia fazer tudo. (...)"
Não sei bem se é torturado, mas do pouco que se sabe creio poder dizer que sim. Um verdadeiro estereotipo andante por quem a heroína se apaixona à primeira vista (sim temos o infame insta-love ou 'amor-Crepúsculo'!).

A escrita é demasiado simplista por vezes; creio que nem a este tipo de livros (YA) se adapta bem porque a estrutura frásica é demasiado básica (até rima).

Apesar de tudo, e para não estar a realçar apenas os negativos, é um livro que se lê com relativa facilidade (apesar de o ter achado um pouco aborrecido lá pelo meio) e vá lá, não há um triângulo amoroso (por enquanto).

No geral, uma obra bastante fraca. Não tem qualquer originalidade, as personagens são unidimensionais e nada interessantes. O elemento sobrenatural (os trolls e os seus poderes) é deixado em segundo plano e o livro foca-se na aprendizagem de Wendy enquanto princesa troll (que não difere muito da aprendizagem de uma rapariga de alta sociedade). Um livro com muito pouco que se recomende. Acredito que possa parecer mais interessante para os leitores que não tenham lido muitos livros sobre seres paranormais, mas para quem já leu, o enredo revelar-se-á formulaico e pouco envolvente. Não recomendado.

Opinião: Desejar (Carrie Jones)

Editora: Leya / 1001 Mundos (2009)
Formato: Capa Mole | 296 páginas
Géneros: Literatura Juvenil, Romance Paranormal
Descrição (GR): "Zara White suspeita que há um indivíduo estranho a persegui-la. Ela é também obcecada com fobias. E é verdade que ela não tem estado bem desde a morte do padrasto. Mas exilar-se no frio Maine e ir viver com a avó? Parece algo extremo.
É suposto que a mudança a ajude a manter-se sã… mas Zara tem a certeza que a sua mãe, no imediato, é incapaz de lidar com ela. Não podia estar mais enganada. O perseguidor está longe de ser um produto da sua imaginação. Ele está a persegui-la, deixando atrás de si um estranho rasto de pó.
Algo não está certo - não é humano - nesta sonolenta cidade do Maine, e todos os sinais apontam para Zara.
Nesta assustadora e absorvente narrativa, Carrie Jones dá-nos romance, suspense e uma criatura que nunca pensámos vir a temer."
AVISO: Contém alguns SPOILERS.
(Livro lido em inglês)

Há já algum tempo que não lia um livro tão flagrantemente semelhante ao "Crepúsculo", como "Desejar" de Carrie Jones. A heroína, a história, os eventos e as personagens secundárias gritam "sou um rip-off do Crepúsculo" a todo o momento.

Após a morte do seu pai adoptivo, Zara é mandada para uma pequena localidade no Maine. Vai viver com a sua avó porque a mãe está assustada com a sua condição: Zara parece estar bastante deprimida e tem o vício de procurar os nomes de fobias. Mas Zara tem um segredo: tem um perseguidor, um homem estranho que aparece em todo o lado.

Zara vai então viver com a avó, uma paramédica chamada Betty, e vai para uma nova escola onde, claro, chama a atenção dos dois rapazes mais giros e da líder de claque mais mazinha.

Sinceramente nem sei muito bem o que dizer deste livro. Para além do que já disse, claro. É muito parecido, em termos de história, com o "Crepúsculo", com a agravante de os acontecimentos se darem a um ritmo vertiginoso e confuso e das acções e reacções das personagens muitas vezes não fazerem qualquer sentido. Temos também um quasi (não chega a ser) triângulo amoroso, romance instantâneo e algum drama.

Enquanto heroína, Zara falha redondamente no seu papel, uma vez que não tem qualquer tipo de personalidade (nem sequer nos é descrita fisicamente, o que não me incomodaria se ela tivesse outro tipo de características distintivas) e toma imensas decisões estranhas (para qualquer ser humano minimamente inteligente) e que parecem um pouco ao acaso. O amado de Zara, Nick, também é alvo de muito pouco desenvolvimento. É, claro, atraente, mas em termos de personalidade a única coisa que sabemos é que tem um "complexo de herói". Consequentemente o romance entre estas duas personagens não convence, claro, uma vez que elas têm tanta profundidade como uma poça.

A autora introduz mais algumas personagens, como os novos amigos de Zara na escola e dois vilões (que só no fim sabemos que são vilões, porque não estão presentes na maioria do livro), mas não passam de ferramentas de passagem de informação; assim que dão a Zara a informação necessária para a história seguir para a frente, desaparecem até serem necessários novamente. Ou seja o desenvolvimento de personagens é quase inexistente.

O enredo não faz grande sentido, muito é deixado por explicar e como referi anteriormente, as reacções das personagens não são nada lógicas. Nada mesmo.

Claro que o facto do enredo ter sido tão mal desenvolvido e haver tão pouca informação sobre o mundo e os seus habitantes (os weres, as fadas ou as pixies) se deve um pouco ao facto de muitas das 306 páginas do livro serem dedicadas ao romance fulgurante entre o Nick e a Zara.

No geral, um livro com muito pouco que se recomende. A ideia não é má (também não é das mais originais, mas podia dar nalguma coisa), mas a execução deixa muito a desejar. Não tenho qualquer vontade de saber mais sobre Zara e os amigos, porque são tão estereotipados e pouco carismáticos que não quero saber o que se passa com eles nos livros a seguir. "Desejar" é mais um romance paranormal na veia (ah!) de Hush, Hush, Eternidade ou Anjo Caído. Nada de especial.

Curtas: Neil Gaiman, fantasmas e lobisomens

Mais uns livritos lidos, sobre os quais pouco tenho a dizer.

The Thing about Cassandra (da Antologia Songs of Love and Death)
Autor: Neil Gaiman
Série: N/A
Editor: Edição Kindle - 2010 
Páginas: N/A
Mini-Review: Ora bem. Não me façam mal, mas na verdade nunca tinha lido nada de Neil Gaiman. É daqueles autores de quem toda a gente fala tão bem e que são favoritos de tanta gente e ainda por cima têm páginas no Twitter tão engraçadas. Com isto tudo uma pessoa até tem medo de ir pegar nos livros e lê-los. Ainda fica desapontada. 
Short-stories (contos) também não são bem a minha onda... gosto das minhas histórias bem desenvolvidas e exploradas e parece-me que não se pode fazer isso com muita eficácia num conto. Neste caso, aconteceu isso.  Senti que o autor poderia ter explorado mil e uma possibilidades diferentes mas no fim ficaram por explorar. Alas, é a natureza dos contos.
Foi preciso um trabalho para a disciplina de Tradução Literária para ler alguma coisa do Gaiman! E li! Li! E gostei. Ok, não é brilhante, mas é 'atmosférico' o suficiente para ser assustador de uma maneira vaga. Não é um terror 'in your face' é mais uma ideia que se vai insinuando na nossa mente e acaba por nos fazer sentir arrepios. Lembra-me um pouco a série de TV Twilight Zone, na verdade.
A história não é nada por aí além, aliás a maioria do conto é corriqueiro, quase não há toques de que algo sobrenatural se passa mas o desfecho foi engraçado. Lá está, à Twilight Zone.  
Nada mau.

Deception
Autor: Lee Nichols
Série: Haunting Emma, #1
Editor: Bloomsbury - 2010
Páginas: 310
Mini-Review: Mais um livro de fantasia urbana juvenil que sinceramente não me apelou muito. Não sei se sou eu que não estou para leituras, mas o livro pareceu-me mais uma colecção de clichés, desde a rapariga super especial (e poderosa), aos amigos populares que ela arranja, passando pelo rapaz mais velho, alto, bonito e misterioso por quem ela se apaixona.
O início do livro foi um bocado confuso e o que estava a acontecer não parecia fazer muito sentido. As atitudes das personagens, idem.
No geral, mais uma série que não vou seguir.


Sisters Red
Autor: Jackson Pearce
Série: Fairytale Retellings, #1
Editor: Little, Brown - 2011
Páginas: 352
Mini-Review: Primeiro que tudo, olhem-me só para esta capa! Com uma capa destas obviamente que tinha de comprar este livro! Bem, também tinha ouvido bem, mas pronto.
Infelizmente não é tão bom como o pintam. Parecia genial, com duas raparigas vestidas com capuzes vermelhos a caçar lobisomens (ou Fenris, como são aqui chamados). Mas no fim, não há assim muita magia de 'fairytales' neste livro. É mais um livro YA com um romance (quasi triângulo amoroso), drama e umas criaturas maldosas e uni dimensionais. O que são os Fenris? Porque existem? Porque é que comem pessoas? Nada disto nos é explicado. Temos capítulos alternando o ponto de vista entre as duas irmãs a Scarlett (que foi horrivelmente mutilada pelos Fenris em criança) que só fala em caçar lobisomens e a Rosie que só fala do Silas, o rapaz que é amigo de infância das duas e por quem ela se apaixonou de repente. 
Sim, percebo, a autora tenta mostrar o que um ataque brutal pode fazer a uma família, à auto-confiança das personagens, mas fá-lo de maneira errada a meu ver.
Demasiado estereotipado e com muito pouco de verdadeiramente original.

Review: A Witch in Winter (Ruth Warburton)

A Witch in Winter by Ruth Warburton
Publisher: Hodder Children's Books (2012)
Format: Paperback | 346 pages
Genre(s): Young Adult, Urban Fantasy, Paranormal Romance
Description (GR): "Anna Winterson doesn't know she's a witch and would probably mock you for believing in magic, but after moving to the small town of Winter with her father, she learns more than she ever wanted to about power. When Anna meets Seth, she is smitten, but when she enchants him to love her, she unwittingly amplifies a deadly conflict between two witch clans and splits her own heart in two. She wants to love Seth, to let him love her – but if it is her magic that's controlling his passion, then she is as monstrous as the witch clan who are trying to use her amazing powers for their own gain." 
Anna Winterson moves from London to a small fishing village after her father lost his job. Starting at a new school (with boys) and making new friends proves to be a little easier than Anna thought: she meets a few girls and a gorgeous (but badass, of course) boy named Seth.

One day her father finds an old book in the old house they're living in. When her new friends come to stay the night they try a love spell and soon Anna has a problem: the gorgeous Seth seems to be obsessed with her.

I liked this book until it devolved into just so much teen angst over (what else) teen love. Very unrealistic. YA authors: people don't behave that way, teenagers included. It's ok to get a little creative but this much? No.

Still it had its good points and at first I liked the characters well enough. Sure, they were very stereotypical and Anna is very meek and normal (she definitely isn't normal heroine material... which was good, in a way), but they were charming. The story was very interesting, although the plot has been used before, I liked the fact that Anna discovered her heritage and powers through trial and error and made mistakes.
But overall there was just so much that was left unexplained: the house, the book, where do witches' powers come from. I know that there will be more books, but these are basic aspects in my opinion. A little more of that and a little less of Seth's almost-creepy, almost-stalking and it would have been fine. The author devoted way too many of the book's pages to the teen love.

At first I thought this was going to be insta-love; then I thought that no, the author managed to turn it around nicely; and then, what a disappointment: it was insta-love (yes, YA authors, professing love after a week is insta-love... not only after the first hours/day).

Basically... the insta-love and the teen angst ruined it for me.

Overall, a nice enough read, but it doesn't stand out in the genre. It could have been better if there were some more revelations about the magic and the witches but the author chose to focus on the teen romance (obsessive and unrealistic, as it's usual) and so much was left unexplained. I really hope she comes back to it later, because the story has potential.