Opinião: A Todos os Rapazes que Amei (Jenny Han)

Editora: Topseller (2014)
Formato: Capa mole | 272 páginas
Géneros: Romance contemporâneo, Lit. Juvenil/YA
Sinopse.

Oh joy! Um livro da Topseller que não me apetece atirar para o outro lado da sala devido à frustração e ao facto de ter gasto os meus preciosos euros em livros parvos!

Sem ofensa, a Topseller e outras editoras têm de começar a perceber que o facto de ter estado na lista de bestsellers do New York Times não torna um livro bom. Aliás, já ouvi dizer que esses lugares podem ser comprados. Seja ou não verdade, a verdade (eh) é que a maioria dos supostos “bestsellers” são-no porque o livro foi sujeito a uma massiva campanha de marketing. Ok, pode ser que a minha irritação com muitos dos livros que li ultimamente da Topseller se deva ao facto de não ser a maior fã do género (James Patterson e Samantha Hayes que escrevem dentro do género do thriller) em que se inserem, mas nos últimos meses não tenho lido nem um livro desta editora de que tenha gostado. Excetuando “O Marciano” que até foi fixe.

Falando agora deste livro em particular (só para lembrar é o “A Todos os Rapazes que Amei” da Jenny Han), fiquei agradavelmente surpreendida. Sim é uma história de amor adolescente bastante normal, escrita vezes sem conta, mas foi tão fácil de ler, tão envolvente e tão fofinha, que fiquei extremamente contente com a compra.

Este livro conta a história de Lara Jean, a irmã do meio de três irmãs, que tem uma família normal, com um pai atencioso e uma vida despreocupada. Lara Jean tem o hábito de escrever cartas de amor (sort of) a todos os rapazes que por quem se apaixona; depois guarda-as numa caixa de chapéus que herdou da sua mãe e segue em frente. Parece (e é) uma forma saudável de lidar com os sentimentos.

Mas quando as cartas são acidentalmente enviadas, Lara Jean mete-se em problemas. Porque um dos rapazes a quem ela escreveu uma carta foi Josh, o ex-namorado da irmã mais velha, que está longe, a estudar na Universidade da Irlanda. E outro foi Peter K., que antes era seu amigo (antes da secundária e de se ter tornado popular).

Quando Josh recebe a carta, a sua relação de amizade com Lara Jean deteriora-se. Desesperada, Lara Jean arranja um plano juntamente com Peter (que quer fazer ciúmes à ex-namorada) e fingem que são namorados.

Mas os planos mais bem arquitetados também têm falhas e quando Lara Jean começa a sentir algo por Peter (que é bonito, convencido e acha que é o presente de Deus para as mulheres), as coisas complicam-se.

A sinopse anterior é basicamente a história completa do livro. É tudo o que se passa. E é uma leitura bastante divertida (ainda mais divertida para adolescentes, aposto), com a escrita simples e envolvente e a narrativa ritmada e sempre alegre, apesar das situações caricatas.

Do que mais gostei foi do facto da família de Lara Jean ser tão… normal. Não há pais ausentes, dramas exagerados entre irmãs, rebeldia desmesurada. As três irmãs dão-se bem com o pai e este participa na vida das filhas. É notório o facto de se amarem uns aos outros. Isto, num género em que a maioria das famílias é retratada como problemática (para justificar a rebeldia dos jovens protagonistas ou para justificar o facto de estes jovens serem caçadores de vampiros e/ou vampiros, etc. e os pais não darem por nada).

As personagens são interessantes, alegres e mantiveram-me bem-disposta.

No geral, este livro não é nenhuma obra-prima, mas no género que se insere (romance juvenil) é uma leitura fresca, alegre e compulsiva. Certamente que o romance é algo inverosímil, mas não é por isso que a leitura se torna menos interessante. Vale a pena ler, se se gostar do género.

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