Curtas: Girl of Nightmares e Croak

Não tenho andado com muita imaginação (ou vontade) para escrever no blogue, por isso aqui vão algumas impressões breves sobre alguns dos livros que li ultimamente.

Girl of Nightmares 
Autor: Kendare Blake
Série: Anna, #2
Editor: Tor Teen - 2012
Páginas: 336
Mini-Review: Nesta sequela do livro Anna Dressed in Blood voltamos a encontrar o nosso herói, Cas. 
Gostei bastante do primeiro livro desta série e era com alguma expectativa que esperava a saída do segundo. Girl of Nightmares foca-se na vida de Cas, seis meses após do desaparecimento de Anna, um fantasma poderoso que era compelido a matar devido a uma maldição.
Notei neste livro os mesmos problemas que havia notado já no primeiro: a narrativa é feita na primeira pessoa, através do nosso protagonista, mas talvez porque a autora é uma mulher, não achei que a voz de Cas fosse particularmente... masculina. Os seus processos de pensamento pareceram-me mais apropriados a uma mulher do que a um homem; um perigo que os autores incorrem quando escrevem personagens do sexo oposto ao seu, suponho.
Ao enredo falta foco e muitas coisas ficam ainda por explicar. 
No geral, uma leitura agradável para os amantes de "terror leve", mas pouco mais do que isso.



Croak
Autor: Gina Damico
Série: Croak, #1
Editor: Graphia - 2012
Páginas: 311
Mini-Review: Croak segue as aventuras de Lex Bartleby, uma rapariga com mau génio que descobre que é uma Ceifeira (Grim Reaper). 
É bastante óbvio que a autora pretendia criar uma história cheia de humor negro, mas penso que falhou redondamente. O humor é previsível, o enredo igualmente claro e as personagens estão bastante mal exploradas. O ritmo é inconsistente e algumas partes da obra são bastante aborrecidas. Admito que alguns dos conceitos são interessantes, mas são raros e não compensam as personagens estereotipadas ou o enredo mal amanhado.
No geral, uma leitura pouco estimulante e algo aborrecida, por vezes.

Aquisições da Semana (17)

Esta semana foi uma correria. Primeiro combinaram trazer-me um livro da Amazon que eu não tinha recebido antes por não estar em casa; depois já eram dois (ou pelo menos foi o que me disseram por telefone) mas quando me fizeram a entrega era só um. Tiveram de vir cá hoje entregar o outro. Phew, coitados! Mas aqui ficam os livrinhos! E recebi, "Girl of Nightmares" a sequela de "Anna Dressed in Blood"! Yes!

Girl of Nightmares - Kendare Blake [GR | Amazon | Bookdepository
Gunmetal Magic - Ilona Andrews [GR | Amazon | Bookdepository
Feed - Mira Grant [GR | Amazon | Bookdepository

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Review: Wicked Becomes You (Meredith Duran)

Wicked Becomes You by Meredith Duran
Publisher: Pocket Books (2010)
Format: Mass Market Paperback | 402 pages
Genre(s): Historical Romance
Description (GR): "She’s been burned not once but twice by London’s so-call ed gentlemen . . .
Gwen Maudsley is pretty enough to be popular, and plenty wealthy, too. But what she’s best known and loved for is being so very, very nice. When a cad jilts her at the altar—again—the scandal has her outraged friends calling for blood. Only Gwen has a different plan. If nice no longer works for her, then it’s time to learn to be naughty. Happily, she knows the perfect tutor—Alexander Ramsey, her late brother’s best friend and a notorious rogue.
So why won’t a confirmed scoundrel let her be as bad as she wants to be?
Unbeknownst to Gwen, Alex’s aloof demeanor veils his deepest unspoken desire. He has no wish to see her change, nor to tempt himself with her presence when his own secrets make any future between them impossible. But on a wild romp from Paris to the Riviera, their friendship gives way to something hotter, darker, and altogether more dangerous. With Alex’s past and Gwen’s newly unleashed wildness on a collision course, Gwen must convince Alex that his wickedest intentions are exactly what she needs."
Historical romances are usually light, fluffy reads. That's why I read them, at least. They are fun, the heroes are tortured but somewhat progressive (so they are able to take the sass of our female protagonists) and the heroines are cute, innocent but also very sure of themselves. Most of all, there's a "happy ever after". It's like a fairy tail for adults.

That said, most historical romances while mostly focused on the romance also show us a glimpse of life in other times. Sure, it's not very historically accurate and the society, politics and economics of the period are not the focus, but there's always something to learn.

And then there are historical romances like Wicked Becomes You. Who give you romance, some historical background (it seemed quite well researched, actually, but then I'm not an expert) and great (and I mean great, great) characters.

Gwen is a very rich heiress but her parents were of common origins. Her origins are still important at the end of the 19th century (1890, when this book takes place) even though land and agriculture aren't viable money making sources anymore. Gentry and nobility alike are up to their necks in debt and business men are on the rise. Still, members of high society still look at "self-made men" as only a necessary evil. At the same time, these business men want to achieve social status so they try to marry into the nobility.

This is the foundation of this book. In this confusing time of Victorian strictness but also of suffragettes, our heroine was trained to be the perfect model of the Victorian female: demure, decorative, always smiling at everyone...

But after she is jilted twice, she decides that enough is enough. She will be wild. She will be free. And the entire journey of self-discovery Gwen goes through is fascinating. Bred to be proper, always, it's difficult for her to overcome her education. To admit her desires. To gain self-confidence.

Duran paints a vivid portrait of the period through description and the struggles of both her hero and her heroine.

I loved the whole book. It would have been a 5 star book except it took a while to "kick off" and those first pages were a bit boring. And the resolution felt rushed and confusing.

Overall an engaging and interesting read. Wicked Becomes You has a lot of plot lines but they blended seamlessly and I liked it. The characters had chemistry and were properly developed. The romance was layered and realistically gradual. Recommended.

Waiting on Wednesday (11)

No Waiting on Wednesday desta semana apresento um dos livros mais desejados (por mim e por outros, eheh) este ano. "The Casual Vacancy" de J.K. Rowling. Sou uma das inúmeras fans da saga Harry Potter e estou muito curiosa em relação a este novo livro, a primeira obra direccionada para o público adulto. Como ficámos a saber há algumas semanas atrás, este livro será traduzido e editado em Portugal pela Editorial Presença.


The Casual Vacancy - J.K. Rowling
Editora: Little, Brown
Data de Publicação: 27 de Setembro de 2012
Páginas: 512
Idioma: Inglês
Descrição (GR): "When Barry Fairbrother dies in his early forties, the town of Pagford is left in shock.
Pagford is, seemingly, an English idyll, with a cobbled market square and an ancient abbey, but what lies behind the pretty façade is a town at war.
Rich at war with poor, teenagers at war with their parents, wives at war with their husbands, teachers at war with their pupils…Pagford is not what it first seems.
And the empty seat left by Barry on the parish council soon becomes the catalyst for the biggest war the town has yet seen. Who will triumph in an election fraught with passion, duplicity and unexpected revelations?
A big novel about a small town, The Casual Vacancy is J.K. Rowling’s first novel for adults. It is the work of a storyteller like no other."
Waiting on Wednesday is hosted by Breaking the Spine.

Opinião: Grita (Laurie Halse Handerson)

Grita by Laurie Halse Handerson
Editora: Asa (2012)
Formato: Capa mole | 176 páginas
Géneros: Lit. Juvenil
Sinopse (GR): "Desperdicei as últimas semanas de agosto a ver desenhos animados da treta. Não fui ao centro comercial, ao lago, à piscina, nem atendi chamadas. Entrei na escola secundária com o cabelo errado, a roupa errada, o feitio errado. E não tenho ninguém sentado a meu lado." Melinda Sordino é a pessoa mais odiada do Liceu de Merryweather. No final do verão chamou a polícia, acabando com uma festa e colocando em sarilhos alguns dos finalistas mais populares da escola. Mas Melinda tem um segredo que guarda bem fundo, dentro de si, e que não pode contar a ninguém. Mas Melinda está a ser corroída pelo que aconteceu, e o mundo de reclusão que construiu para si ameaça ruir a qualquer momento."
(a edição lida foi a inglesa, mas são apresentados os dados da portuguesa)

Melinda Sordino é uma solitária. Ninguém lhe fala e ela não fala com ninguém. Velhas amizades são esquecidas quando Melinda telefona para a polícia e denuncia uma festa ilícita.

Rejeitada por todos, remete-se ao silêncio. Mas o que os ex-amigos não sabem é que Melinda passou por algo terrível naquela festa; algo que não a deixa falar, que a transforma numa sombra sem vida.

"Grita" (Speak no original) é o que pode ser considerado "um pequeno grande livro". Em cerca de 250 páginas (na edição lida) a autora traça um retrato cruel e terrível na sua verosimilhança, da experiência de uma adolescente na Escola Secundária.

A protagonista passou por algo indescritível e Laurie Halse Anderson mostra-nos com uma mestria horripilante como isso a afecta internamente. Melinda é uma personagem vazia e emocionalmente quebrada e isso nota-se no seu discurso. Em adição a este problema, Melinda deixou de ter amigos e de falar. Todo o livro é construído em volta da negação dos acontecimentos que levaram ao seu estado.

Ao mesmo tempo a autora apresenta-nos diversas situações da vida numa escola secundária: o facto de os professores não se importarem, os cliques, as instâncias de bullying (por parte de alunos e professores) e a completa inutilidade de algumas das disciplinas leccionadas.

Escrito de forma simples, na primeira pessoa, Grita é uma narrativa pungente. De leitura recomendada a quem gostou de livros como A Lua de Joana. E a toda a gente, vá.

Aquisições da Semana (16)

Uma semana escassa em aquisições... apenas consegui a Bang! 13, a famosa revista da editora Saída de Emergência.  


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Review: Much Ado About Magic (Shanna Swendson)

Much Ado About Magic by Shanna Swendson
Publisher: NLA Digital Liaison Platform (2012)
Format: e-book | 235 pages
Genre(s): Paranormal Romance, Chick Lit
Description (GR): "Katie Chandler is back in New York and at Magic, Spells, and Illusions, Inc. – and just in time. The city’s in the grip of a magical crime wave from spells that wizarding whiz Owen Palmer thinks look awfully familiar, and the rogue firm Spellworks is raising its profile in the magical world by selling protective amulets. It’s Katie’s job as the new director of marketing for MSI to fight this battle of public perception while Owen and the other wizards try to uncover what’s really going on.
What Katie doesn’t realize is that her idea to stage a showcase for MSI’s magical achievements is playing right into a devious plot more than three decades in the making. Now Katie has to do damage control that has nothing to do with marketing. To save the magical world, she’ll have to prove who the real enemy is, and doing that will require digging deeper into Owen’s mysterious past than he wants anyone to go. If she fails, she not only stands to lose a magical war, but she could also lose the man she loves."
Much Ado about Magic is the much anticipated (at least by me, because I really like these books; they're just too sweet and cute) fifth book in the Enchanted, Inc series.

Katie Chandler returns to New York to ask for her old job back, at Magic, Spells and Illusions (MSI). She is has a rare immunity to magic that is very valuable to magical folk since she can spot hidden clauses in contracts and see through glamours. Her former boss, Merlin (yes, THE Merlin) accepts her back promptly because the situation with their rival (and evil) company Spellworks is not over; they might have captured a minion but the real mastermind remains at large and is still creating havoc.

With magically fueled maladies and robberies spreading through New York, the magical community is scared; and it seems like they will put their faith with Spellworks. How will Merlin and his company solve this problem?

This book was, like the previous four, a quick and cute read. Swendson knows how to captivate her readers with her light writing style.

At the same time this book was a little darker. We finally get a glimpse of the bigger plan behind Spellworks, the company that has been the bane of our heroes since book one. We also get a lot of information about Owen and his past.

I'll admit some parts of the book seemed forced (as in, the events came out of nowhere and seemed a bit implausible), but I still liked this read.

Katie and Owen start having fights and I think there was more emotional turmoil in this book, more tension and consequently more character development.

The twist at the end was pretty unexpected.

Overall, a nice, cute read that will definitely appeal to fans of chick lit who also like a bit of paranormal action. The world building is not the most original and the plot devices were a little predictable but the author makes it works and manages to combine all the elements to form an interesting story.

I received a digital copy of Much Ado about Magic from NLA Digital Liaison Platform LLC through Netgalley. Thank you.

Temporada Shakesperiana - a minha participação

Completamente por acaso, calhou ler uma das peças de Shakespeare (Sonho de uma Noite de Verão). A Whitelady pediu-me para escrever um texto sobre a minha opinião da peça, para a Temporada Shakesperiana que está a decorrer no blogue dela. Fiquei surpreendida pela positiva com esta leitura e aconselho! Se estiverem interessados no artigo que escrevi (mais anedótico do que outra coisa, porque pouco sei sobre o dramaturgo britânico, confesso), vão dar uma olhadela no Este meu Cantinho e aproveitem para ler as opiniões que lá estão sobre outras peças de Shakespeare, os artigos sobre o autor e sobre as suas obras e mesmo algumas críticas a adaptações cinematográficas! É uma leitura interessante.

Review: Everneath (Brodi Ashton)

Everneath by Brodi Ashton
Publisher: Simon and Schuster UK (2012)
Format: Paperback | 384 pages
Genre(s): Paranormal Romance, Young Adult
Description (GR): "Last spring, Nikki Beckett vanished, sucked into an underworld known as the Everneath, where immortals Feed on the emotions of despairing humans. Now she’s returned—to her old life, her family, her friends—before being banished back to the underworld... this time forever. 
She has six months before the Everneath comes to claim her, six months for good-byes she can’t find the words for, six months to find redemption, if it exists.
Nikki longs to spend these months reconnecting with her boyfriend, Jack, the one person she loves more than anything. But there’s a problem: Cole, the smoldering immortal who first enticed her to the Everneath, has followed Nikki to the mortal world. And he’ll do whatever it takes to bring her back- this time as his queen.
As Nikki’s time grows short and her relationships begin slipping from her grasp, she’s forced to make the hardest decision of her life: find a way to cheat fate and remain on the Surface with Jack or return to the Everneath and become Cole’s..."
I really tried to like this one because I think the author had a great idea, but I disliked the way the story was told. It felt like I was watching a tennis match, back and forth, back and forth.

The story begins at the middle, we get no background at all and suddenly we're at the beginning. Well, not the beginning because Nikki's memories/ flashbacks are very random. We have pieces of the story strewn around everywhere, in the middle of the regular, present-day chapters and sometimes there are conversations and things happening in the present (of the book) that don't make sense until later (after a few more flashbacks).

I'm not against nonlinear narrative at all, I quite enjoyed it in Slautherhouse-Five for example, but in Everneath... it just didn't work. It didn't work because there was actually a linear story going on too and it wasn't making sense because the reader didn't know all they needed to know to understand what was happening.

This, for me, was Everneath's weakest point. I get it; Nikki's memories were fuzzy, she didn't remember things and all that. But it was just too confusing for the reader, in my opinion. It makes the story seem fractured (which was perhaps what the author intended) from everyone's point of view (not just Nikki's)

Another thing I didn't like that much: Cole. I really didn't like Cole. He was just creepy and his attitudes made little sense (again, probably because of the way the book was written). I hope he goes away in book 2, but I'm thinking no.

I think most characters suffered from lack of development but I guess I understand why, in Nikki's case.

I was actually going to give this book only two stars but the ending... was perfect. Perfect I tell you (yes I am a closet romantic).

Overall, good and imaginative concept but flawed execution. The way the book was set up just didn't appeal to me. Too confusing and a bit too random for my taste.

Bonus Section - Cover Commentary: This cover seems cheesy at first (I mean, girl in a red dress? See how many you can spot here!) But the subtle details are beautiful: the smoke that changes color at her shoulder and waist and the dark, cloudy smoke at the bottom of her dress (there's a smooth transition as if the girl is turning into smoke or stepping out of it) make the model seem ethereal and otherworldly. It's an eye-catching cover indeed. It fits the "Underworld of Greek myth" concept to a tee.

Review: Siren (Tricia Rayburn)

Siren by Tricia Rayburn
Publisher: Faber & Faber (2011)
Format: Paperback | 377 pages
Genre(s): Urban Fantasy, Young Adult
Description (GR): "Vacationing in Winter Harbor, Maine, is a tradition for Vanessa and Justine Sands, and that means spending time with the Carmichael boys. This summer, Vanessa is determined to channel some of her older sister's boldness, get over her fear of the ocean, and maybe turn her friendship with Simon Carmichael into something much more. 
But when Justine goes cliff-diving after a big family argument, and her body washes ashore the next day, Vanessa is sure that it was more than an accident. She is more certain of this, when she discovers that her sister was keeping some big secrets and Caleb Carmichael's gone missing. Suddenly, the entire oceanfront town is abuzz when a series of grim, water-related accidents occur, with the male victims washed ashore grinning from ear to ear. 
Vanessa and Simon team up to figure out if these creepy deaths have anything to do with Justine and Caleb, but what Vanessa discovers might mean the end of her summer romance, and life as she knows it. 
A chilling, gripping paranormal romance, "Siren" will make you think twice before your next trip to the beach."
How to put into words what I felt when reading this book? I think I already mentioned those sorts of books you know aren't perfect and you know lack something but still like very much. I think the Siren books are those types of books for me. As was Warped for example.

I think I've said this before, but I love Mermaids. I also might have mentioned that my love for mermaids was born when I first watched The Little Mermaid. Until today it is one of my favorite movies (Disney or otherwise) ever.

Still, I am not a kid anymore and while I love the idea of cute, cuddly mermaids as much as the next person, I want a bit more 'realism' (if you can have that with mythological creatures). I want mermaids (or sirens, if you want to be technical, which is a bit different, but oh well) that lure sailors to their doom. Mermaids that are other not just cuddly humans with tails. At the very least, if they have to be human, make them flawed. After all that's how they are portrayed in the old stories and myths. And that is how they're portrayed in this book.

Sure, the book is flawed. Sure, the pacing is rather odd, at least in the beginning when we seem to be missing large chunks of time because the author jumps between scenes and leaves information behind. And sure, the plot is predictable, mostly, and the character development leaves a bit to be desired (the friendship between Vanessa and Paige was unbelievably abrupt and the fact that Vanessa only noticed Simon after he became a hunk was pretty annoying).

But alas, cute mermaids you do not have in this book. And that is a huge positive in my book (ahah). These mermaids (that are also sirens) are ruthless because they are intoxicated by their powers. I liked the fact that Rayburn wasn't afraid of showing the dark side of human nature (the whole "power corrupts..." thing). I will say that some things in the first book will not make much sense without reading the second book. For example it is never clearly explained why the sirens drown men and why they want to drown them. It is implied that it is because they can, which is a rather weird reason. Further explanation is only given in the second book.

So, "Siren" is not a perfect book, far from it. But the fact that the author wasn't afraid to portray mermaids as more than good people with fins and also the fact that there was no love triangle or insta love made me like this book quite a lot. I'd have liked it more if Vanessa wasn't such a 'goody two-shoes' but she's the protagonist after all.

Overall: I ended up liking this book a lot more than I expected. Yes, the beginning is a bit rocky and yes, Vanessa isn't a memorable character, but I liked the general pacing and the general concept. The last few chapters have the same problem as the first few (confusing writing) but overall I thought it was a nice book and there is no love triangle!

Aquisições da semana (15)

Esta semana, mais uma mistura de livros "físicos" e digitais. O The Lost Prince e o Much Ado about Magic são cortesia do site NetGalley. O Pride and Platypus foi mais uma aquisição a custo 0 na Amazon (e a culpa é da Cat e da Whitelady).  

Throne of Glass - Sarah J. Maas
Fever - Lauren DeStefano 
The Lost Prince - Julie Kagawa 
The Kingdom of Gods - N.K. Jemesin 
Much Ado About Magic - Shanna Swendson 
Pride and Platypus - Vera Nazarian, Jane Austen

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Opinião: Desejo Subtil (Lisa Kleypas)

Desejo Subtil by Lisa Kleypas
Editora: Porto Editora (2012)
Formato: Capa mole | 375 páginas
Géneros: Romance Histórico
Sinopse (GR): "Quatro jovens da sociedade elegante de Londres partilham um objetivo comum: usar os seus encantos femininos para arranjarem marido. E assim nasce um ousado esquema de sedução e conquista. A delicada aristocrata Annabelle Peyton, determinada a salvar a família da desgraça, decide usar a sua beleza e inteligência para seduzir um nobre endinheirado. Mas o admirador mais intrigante e persistente de Annabelle – o plebeu arrogante e ambicioso Simon Hunt – deixa bem claro que tenciona arruinar-lhe os planos, iniciando-a nos mais escandalosos prazeres da carne. 
Annabelle está decidida a resistir, mas a tarefa parece impossível perante uma sedução tão implacável… e o desejo descontrolado que desde logo a incendeia.
Por fim, numa noite escaldante de verão, Annabelle sucumbe aos beijos tentadores de Simon, descobrindo que, afinal, o amor é o jogo mais perigoso de todos."
Li este livro em 2009, mas com a sua saída em português, com o título "Desejo Subtil", decidi colocar aqui no blogue, as minhas impressões.

Lisa Kleypas é uma das minhas autoras de romances históricos favoritas, juntamente com Julia Quinn e Laura Lee Guhrke.

Dito isto, o primeiro livro da série "À Flor da Pele" (The Wallflowers, no original) não foi um dos melhores que já li dela.

Anabelle Peyton, Lillian and Daisy Bowman e Evangelline Jenner têm uma coisa em comum: devido às suas peculiares situações pessoais, são consideradas maus partidos. Como tal, nunca são o alvo da atenção de homens abastados e são ignoradas em todos os bailes e ocasiões sociais.

Cansadas deste estado de coisas, as quatro jovens decidem formar um grupo chamado "As Debutantes"; uma aliança cujo objectivo é conceber planos que as ajudem a arranjar um marido.

A situação de Anabelle Peyton é das mais desesperadas. Apesar de ser uma senhora de linhagem nobre, a sua família é pobre; e como se sabe, nenhum homem abastado quer casar com uma mulher sem dote. Assim, apesar da sua beleza e estatuto social, Anabelle não consegue arranjar marido. O fim da sua última "temporada social" em Londres aproxima-se e ela teme ficar para sempre solteira (e consequentemente sem perspectivas de um futuro confortável). As Debutantes decidem concentrar os seus esforços em Lord Kendall, esperando persuadi-lo a casar com Anabelle. Mas Simon Hunt, o filho de um rico talhante decide que quer Anabelle como amante.

Li esta série fora de ordem. O número três foi o primeiro que li, e gostei imenso. Deste, nem tanto. O herói, Simon Hunt, é demasiado insistente e egocêntrico pelo que não consegui simpatizar minimamente com ele. Também não achei a Annabelle uma grande heroína. No fundo, o romance não me convenceu.

No aspecto histórico, o livro é fenomenal porque mostra claramente as profundas mudanças sociais que ocorrem em meados do século XIX, cortesia da industrialização: famílias nobres, herdeiras de grandes latifúndios caem na pobreza porque a agricultura já não é tão viável como antigamente. A burguesia, constituída por homens do comércio e da indústria, muitos deles de origens modestas, ganham terreno na arena social, mas são vistos com desconfiança pela nobreza devido ao facto de serem homens do povo, não criados segundo as regras da sociedade nobre e por terem conseguido as suas fortunas através do trabalho (segundo a mentalidade da época, um "cavalheiro" não tinha ocupação).

Por outro lado, a nobreza empobrecida vê-se obrigada a 'vender' as suas filhas (e filhos) a estes homens. Era, com efeito, uma troca comercial: os nobres conseguiam fundos e os burgueses conexões e linhagem. No entanto, a nobreza ainda olhava com sobranceria para estes novos ricos.

Esta dinâmica é claramente visível no livro uma vez que Anabelle é filha de nobres e Simon é filho de um talhante e portanto, de classe baixa. A autora explorou muito bem este tema. Infelizmente a parte do romance não é tão brilhante.

No geral, uma leitura relativamente agradável, mas nada de especial. Não é um começo de série dos mais auspiciosos, mas tendo já lido os quatro livros que a constituem posso dizer que, no geral, os outros volumes são superiores, pelo menos no que diz respeito à parte do "romance".

Discussão: Duas Irmãs, um Rei (Phillipa Gregory)

Duas Irmãs, um Rei by Phillipa Gregory
Editora: Civilização Editora (2008)
Formato: Capa mole | 640 páginas
Géneros: Ficção Histórica, Romance
Sinopse (GR): "Duas Irmãs, Um Rei apresenta uma mulher com uma determinação e um desejo extraordinários que viveu no coração da corte mais excitante e gloriosa da Europa e que sobreviveu ao seguir o seu próprio coração.
Quando Maria Bolena, uma rapariga inocente de catorze anos, vai para a corte, chama a atenção de Henrique VIII. Deslumbrada com o rei, Maria Bolena apaixona-se por ele e pelo seu papel crescente como rainha não oficial. Contudo, rapidamente se apercebe de que não passa de um peão nas jogadas ambiciosas da sua própria família. À medida que o interesse do rei começa a desvanecer-se, ela vê-se forçada a afastar-se e a dar lugar à sua melhor amiga e rival: a sua irmã, Ana. Então Maria sabe que tem de desafiar a sua família e o seu rei, e abraçar o seu destino. Uma história rica e cativante de amor, sexo, ambição e intriga."
Recentemente, eu e a Whitelady do blogue "Este meu Cantinho" fizemos uma espécie de leitura conjunta do romance histórico "Duas Irmãs, um Rei" (The Other Boleyn Girl) da autoria de Phillipa Gregory.

O romance retrata a vida na corte do rei inglês Henrique VIII durante a primeira metade do século XVI, através dos olhos de Maria Bolena, a irmã mais nova (algumas fontes pensam que seria a mais velha) da segunda esposa do rei, Ana Bolena.

Com pouca substância histórica e personagens bi-dimensionais, este romance soube a pouco. Trocámos algumas impressões acerca desta obra e apontamos as causas do nosso desencanto com um livro que foi um sucesso a nível internacional e deu mesmo origem a um filme.


slayra: Então, Whitelady, o que te fez pegar neste livro em particular?

Whitelady: Peguei nele porque foi-me emprestado por uma colega de trabalho, e os livros emprestados têm preferência, e porque esperava riscar mais um quadrado no Book Bingo. Tal não aconteceu porque não cheguei a acabá-lo.

Pedi emprestado porque andava de olho neste livro desde que saiu o filme, por isso há anos, não só porque se trata de ficção histórica, que tem sempre um lugarzinho especial nas minhas preferências, mas também porque parecia debruçar-se sobre uma época e personagens que sempre achei serem das mais fascinantes da História. Mas eu devia ter sabido no que me estava a meter quando uma das colegas por quem o livro passou (parece que estamos prestes a formar um grupo de leitura no trabalho, já que há livros que vão passando por um monte de mãos :D ) parecia demorar-se na leitura. Ele até fascina, mas pela insipidez da narrativa.

slayra: Tenho de concordar contigo em relação à insipidez da narrativa. A protagonista, Maria Bolena, parece ter muito poucos miolos, por assim dizer. Ao início pensei que fosse devido à idade (empurrada para os braços do rei aos 13 anos), mas a sua irmã, Ana Bolena pareceu-me bastante mais calculista e cabeça-fria, apesar de ser apenas um ano mais velha.

E quando a protagonista é aquilo que chamo, por falta de melhor termo, uma sonsa, uma pessoa fica realmente com pouca vontade de saber mais.  E o facto da história se centrar nas maquinações da família Bolena não torna o enredo mais interessante; nunca se fala assim muito de política apenas de jogos amorosos e dos esforços para atirar ambas as irmãs ao rei.

Por falar em rei, o que achaste do Henrique [VIII]?

Whitelady: Achei-o mimado, cheio de caprichos e aqui deixa-me ressalvar que o retrato da corte até me parece estar bem conseguido. Gostei sobretudo de ver a preocupação em manter o rei entretido e satisfeito, chegando ao cúmulo de toda a gente perder jogos para alimentar o seu ego ou rirem-se apenas quando ele se ria.

Maria Bolena. (Fonte)
Sim, a Maria deve ser, de toda aquela família, a personagem mais aborrecida que a autora podia ter escolhido para seguir. Começa como uma jovem de 14 anos, casada com alguém que não conhecia aos 12, para que a família pudesse ganhar algo com isso. Ao longo da história (mas vai daí nem metade eu li) acabei por não perceber bem o que ganharam com este casamento. Apoio? Um homem que não se importaria de ser corno manso? O_o E como é estúpida, meu Deus! A vontade que tive de atirar o livro à parede quando o irmão é forçado a explicar-lhe as consequências de o imperador espanhol aprisionar o Papa. *massive eye roll*

A Ana acaba por ser mais inteligente. Acho que se destaca por ter uma ambição desmedida num mundo onde praticamente não há espaço para a mulher, que para pouco mais serve que alegrar a vista e ser usada como peão nas jogadas de corte, contraindo matrimónios ou enfiando-se na cama do rei, por modo a conseguir favores e títulos para toda a família, quase como uma espécie de máfia.

Ana Bolena (Fonte)
Realmente de política vê-se pouco, quando é uma das épocas mais ricas da História, não só inglesa como europeia (já para não falar mundial com os portugueses a darem novos mundos ao mundo). E diria que mesmo das relações amorosas vê-se muito pouco. É suposto a Ana estar apaixonada pelo Percy (?) e a Maria pelo Henrique, mas acaba por ser mais tell do que show. Nunca nos é mostrado nenhuma ação que nos prove realmente o sentimento. Quanto à Ana, tudo bem ela não dava ponto sem nó e o facto de dizer que estava apaixonada pode não ser bem assim, mas toda a escrita acaba por ter falta de emoção, mesmo no que a ligações familiares diz respeito. A Maria chega mesmo a dizer "Era melhor que ninguém soubesse que eu teria sepultado os Howard, cada um deles excepto Jorge, no grande túmulo da família e nunca o encararia como uma perda." Até me custa acreditar que estavam a trabalhar para a família, parece que só viam o seu próprio umbigo e a sua progressão à custa de um elemento da família mais fraco e com nenhuma iniciativa, ou seja à custa de Maria, que só ganha alguma espinha depois de ter os filhos.

Ela é tão fraca como personagem e acaba por ser fraca como mulher! E não é por falta de bons exemplos. Quer dizer, a irmã tem inteligência, procurava cultivar-se, e a Maria manda-lhe livros à espera que Ana lhe faça resumos em vez de pôr os seus miolos a funcionar. *revira os olhos* Admira Catarina por ser o "embodiment" (esqueço-me da palavra em PT) do que uma rainha deve ser e comportar-se, mas ela enrijece como aquela? Não, deixa toda a gente pisá-la! Bah!

Ana Bolena (Natalie Dormer) na série Os Tudors
slayra: Também achei o mesmo. Demasiado mimado e juvenil. Acho que a autora não lhe dá crédito suficiente enquanto monarca. Aliás um dos meus problemas com o livro foi exactamente a forma como a autora retrata as personagens. São todas horrorosas em termos de personalidade. A Ana Bolena é especialmente má: manipuladora, uma histérica e aparentemente muito mimada. A inteligência do rei não é tida em grande conta uma vez que a Ana parece ser bastante desequilibrada mas mesmo assim consegue manipulá-lo.

A Maria é realmente aborrecida. É sempre um cordeirinho (ahah), faz tudo o que lhe mandam e nunca se defende. As mulheres eram realmente consideradas seres inferiores, mas algumas faziam pela vida. Parece-me que a Ana Bolena era uma dessas mulheres, e olha o que lhe valeu a inteligência? O ideal da mulher submissa e pouco inteligente (Maria) é considerado, neste livro, escrito no século XXI, como a perfeição. A ambição por parte das mulheres leva apenas ao afastamento. É a mensagem que retiro do livro.

Claro que na época era provavelmente assim. Mas é bastante evidente que a própria autora não gosta da figura da Ana Bolena pelo que a escreveu de forma a que não tivesse qualquer qualidade positiva. 

Whitelady: Acho que a autora não dá qualquer qualidade positiva a ninguém e caracteriza de forma bastante extremada para diferenciar as poucas personagens que povoam com mais frequência a narrativa. Não há quase nenhuma personagem com voz própria e só as diferenciamos porque uma é bitchy em comportamentos e como fala, a outra é a mais dócil das criaturas, etc, mas pouco mais sabemos sobre elas. Entre o pai e o tio, por exemplo, nem sequer fazia diferença quem é que estava a falar, porque ambos soavam ao mesmo, mais valia existir apenas um deles. 

Ana (Natalie Portman) e Maria (Scarlett Johansson)
Bolena (Duas Irmãs, um Rei)
Para um livro tão longo há pouca evolução de personagens, mas vai daí nem a meio da leitura cheguei. Também fiquei com a sensação de que havia muita coisa a acontecer, mas depois fechava o livro e parece que a história pouco ou nada tinha avançado. Não sei se me faço perceber. Li quase 300 páginas e nessas 300 páginas a corte passeou de um lado para o outro, a Maria meteu-se na cama do rei, teve dois filhos e foi trocada pela irmã, tudo isto sob o olhar da Catarina enquanto rezava. E foi isto! Supostamente houve batalhas, negociações com o rei francês e o imperador espanhol, mas disto nada vemos e é isto, que na minha opinião, faz um bom romance histórico. Tentar colocar a protagonista no centro de tudo o que se passa e fazer dela alguém activa, ou que pelo menos tem interesse no que se passa à sua volta. Neste livro isso não acontece, a personagem é a coisa mais passiva que pode haver. Dá ideia que a autora a escolheu apenas porque de toda a família é a única que mantém a cabeça presa ao pescoço e por isso poderia vir a relatar os seus familiares a perderem a sua.

slayra: É interessante que refiras o porquê da autora ter escolhido esta personagem. A meu ver, penso que se deve muito àquilo que disseste: a Maria é praticamente a única que não morre e que está também intimamente ligada ao rei (há os rumores do rei com a mãe delas, mas... nem quero pensar nisso). E não é uma personagem central pelo que não tem de ter emoções particularmente fortes em relação aos acontecimentos (uma narrativa, na primeira pessoa pela Ana Bolena, seria muito mais complicada de escrever, por exemplo).

Natalie Portman no papel de Ana Bolena
(Duas Irmãs, um Rei)
Enquanto personagem, a Maria não tem grande profundidade. Nada de mais lhe acontece: primeiro é um joguete nas mãos da família, mas depois sai de cena e temos a história da Ana. Todos os outros personagens têm os seus problemas: Ana tem as pressões de ser observada e odiada pela corte e pelo rei, o irmão tem de fugir aos seus desejos, mas a Maria... a Maria não tem problemas de maior. O problema deste livro é que não é, de facto, a história de Maria Bolena, mas sim a de Ana Bolena contada de forma ligeiramente diferente.

E ainda acho que se centra demasiado nos jogos sensuais da corte. O período foi tão rico, o Henrique e a Ana Bolena deram início a uma reestruturação da Igreja, mas estes são aqui tratados como factores secundários. 

No fundo, a falta de profundidade das personagens e o foco da história não me puxaram. Acho que o livro pende mais para o bodice ripper do que para a ficção histórica.

Whitelady: E mesmo de bodice ripper tem muito pouco.

Por acaso o irmão, o Jorge, foi das personagens que mais curiosidade tive de seguir, sobretudo devido à sua sexualidade algo dúbia (até à parte que li): beija as irmãs como um amante, sente-se repugnado pelos avanços e as ideias/fantasias da mulher, e encontra-se ligado a 2 ou 3 elementos do mesmo sexo. Além disso de toda a família era capaz de ser o que realmente se importava com... bem, com a família. Juntamente com a Catarina, foram as personagens que mais curiosidade tinha em seguir mas acabam por aparecer muito pouco aqui e ali, não tendo sido o suficiente para me forçar a continuar a leitura.

Maria Bolena (Perdita Weeks) em Os Tudors
Até podia ser a história de Ana Bolena pelos olhos da Maria, mas mais interessante. Que mostrasse exactamente o tipo de pressões que Ana sofria. Que a Maria fosse confidente, ou até rival como a sinopse apregoa, da Ana mas se debruçasse mais sobre conflitos internos, a influência que o exterior exercia nela. A Maria acaba por passar um pouco por aquilo que a Ana passa, mas é tão passiva que não questiona, não se queixa (faz birra aqui e ali mas nada mais), obedece e pronto. Tens os livros da Agatha ou do Conan Doyle, eu sei que é um género completamente diferente, mas tem uma personagem, a contar a história que vivem com outra personagem e apesar das capacidades dedutivas menores, não deixam de participar ativamente na história, de se imiscuírem nos problemas que surgem e tal.

Mas pronto, foi uma escolha da autora e parece que acabou por ser uma boa escolha porque há imensa gente que gostou e quem considere mesmo dos melhores livros do género. Eu preciso de algo mais que novela na ficção histórica, leio sobretudo para escape mas não me importo de aprender e era isso que procurava e não tive. Acho que histórias como esta há para aí ao pontapé, ainda que com protagonistas diferentes, mas já que foi com estas queria ver a tal reestruturação da Igreja, como as ideias protestantes foram aproveitadas, como acabou  por seccionar a igreja inglesa, com católicos num lado e anglicanos no outro (Thomas More era um dos pensadores mais ilustres e dos que Henrique mais gostava e acabou sem a sua cabeça, meu Deus, e nem nunca me lembro de o ter visto mencionado!), como apesar dos problemas internos Inglaterra estava a cimentar uma importância que viria a ter com Isabel.

Coisa parva mas, a meio da minha meia leitura parecia tanto uma novela daquelas muito más, em que afinal se descobre que o protagonista tem um irmão gémeo malvado ou em que alguém morre e volta à vida para se vingar, depois de ter feito uma plástica ou até tendo mudado o sexo, que cada vez que Ana ia exilada para Hever estava à espera de algo do género! xD E sinceramente isso era capaz de trazer alguma emoção à história. Ou então ela chegar ao trono e mandar cortar a cabeça a toda a sua família, mas não é isso que acontece na História e apesar se este livro se tratar de ficção, não me parece que a autora fosse tão longe. Pena.

Assim sendo, e conhecendo o destino de cada uma das personagens, não me apeteceu ler mais 400 páginas para ver alguém perder a cabeça, por muito que goste de tal coisa. Ainda assim não vou desistir da autora. Sou capaz, caso tropece no livro, de ler o volume dedicado à Catarina. Parece-me que a autora também tem uma série sobre a Guerra das Rosas, que é uma época que conheço menos e o querer conhecer mais pode ser que ajude à leitura.

slayra: Ou seja, no fim, não ficámos encantadas nem com o tema, nem com o foco da narrativa, nem com as personagens.

Parece-me que a falta de acuidade histórica, o facto de a autora se focar numa personagem mais obscura no reinado de Henrique VIII mas não lhe dar uma personalidade de destaque e também o facto de se centrar mais nas intrigas da corte (e nem sequer da forma mais interessante) tiram o brilho a este livro.

Os Tudors
O período dos Tudors foi tão rico em mudanças políticas e sociais mas ninguém adivinharia tal coisa, ao ler este livro. Devo dizer no entanto, que o mesmo despertou o meu interesse e decidi ver a série "Os Tudors" (que é tão pouco histórica como o livro e parece mesmo retirar inspiração para algumas cenas do mesmo).

Sinceramente "Duas Irmãs, um Rei" não me convenceu. Tive com o livro o mesmo problema que tive com "Nefertiti" de Michelle Moran: as personagens são demasiado infantis e maldosas sem qualquer traço positivo que as possa redimir. Por outro lado as personagens não se desenvolvem minimamente ao longo do livro e penso que uma vez que a Maria é a única que acaba feliz, que o livro promove uma imagem errónea das qualidades que se devem prezar numa mulher. 

Whitelady - Não Acabei
slayra - 1.5 estrelas

Aquisições da Semana (14)

Na semana passada adquiri o meu primeiro e-book e tornei-me familiar com a aplicação Kindle da Amazon para o PC (o Amazon Cloud Reader). Esta semana fiquei familiarizada com o fenómeno dos livros a custo 0, disponíveis no site (a Whitelady bem que me avisou). Por isso esta semana temos uma mistura de livros "físicos" e livros digitais. :)

  The Demon Trappers: Foretold - Jana Oliver 
Genesis - Bernard Beckett 
Waking Storms - Sarah Porter

E-books (Kindle, custo 0):
The Changelings - Elle Casey 
Alice in Deadland - Mainak Dhar 
Jenny Pox - JL Bryan

da Netgalley:
Dark Matter - Joseph Mallozzi 
Lucretia and the Kroos - Victor Lavalle

Baseado na rubrica In my Mailbox.