Ao Fechar a Porta de B.A. Paris
Editora: Editorial Presença (2017)
Formato: Capa mole | 264 páginas
Géneros: Thriller
Sinopse.
Editora: Editorial Presença (2017)
Formato: Capa mole | 264 páginas
Géneros: Thriller
Sinopse.
Atenção: SPOILERS
A vontade de escrever opiniões teima em não regressar (assim como a vontade de ler muito, suponho), mas cá estou, escrevendo mais uma.
Parece que estou a cair no cliché de ler thrillers no verão. Assim, adquiri este porque, pela sinopse, me pareceu um interessante estudo sobre uma vertente muitas vezes não explorada da violência doméstica: o abuso psicológico.
Quando vi o tamanho do livro (menos de 300 páginas), fiquei um bocado receosa (e com razão). Mas lá chegaremos; primeiro, uma pequena sinopse, como sempre.
Grace e Jack são o casal perfeito. Ele é um advogado de sucesso em casos de violência doméstica, que nunca perdeu um caso; ela, uma esposa e dona de casa esmerada que sabe dar as melhores festas. Com uma boa casa, dinheiro suficiente para uma vida desafogada e o que parece ser verdadeira afeição, amigos e familiares concordam: Grace e Jack têm tudo para serem felizes. Mas será que tudo é tão maravilhoso como aparenta ser?
Ao Fechar a Porta assenta numa premissa muito simples: aquilo que aparenta ser uma vida perfeita é, na verdade, um pesadelo. Ao melhor estilo dos filmes para a TV de segunda categoria, Jack é realmente um psicopata charmoso, que conseguiu enganar Grace durante os tempos de namoro e que agora se diverte a torturá-la psicologicamente, mantendo-a, virtualmente, uma prisioneira na sua casa, enquanto espera pela sua verdadeira presa: a irmã de Grace, Millie, que sofre de Síndrome de Down e que irá viver com eles depois de atingir a maioridade.
A premissa é um bocado irrealista e a execução deixa muito a desejar. O livro mergulha-nos de cabeça na trama, abrindo com o casal modelo a dar uma pequena festa em casa, para alguns amigos. Mas assim que a porta se fecha (lá está), Jack tira a sua máscara e torna-se controlador, zombeteiro e cruel. Grace nada consegue fazer para se libertar.
Em suma, é um bom livro para se ler sem se pensar muito no enredo. Ele presta-se a isso mesmo: é pequeno, com capítulos curtos e o ritmo da ação nunca esmorece. É por isso que é fácil não pensar muito nas falhas de caracterização das personagens (que são mais caricaturas e estereótipos do que outra coisa) e da história (que nunca é assim muito desenvolvida ou particularmente realista). É um livro que nos agarra logo no início, com os extremismos de Jack e o sofrimento de Grace e nunca mais nos larga durante as horase dias tortuosos da nossa protagonista enquanto esta tenta escapar ao seu captor e salvar a irmã de um destino indescritível.
A tensão, como disse, ajuda a folhear o livro com rapidez e a ignorar as falhas gritantes: como nunca ninguém (ou quase ninguém) percebe que a fachada é demasiado perfeita ou que Grace nunca tem tempo para os amigos apesar de não trabalhar, entre outras coisas. Suponho que se Grace e Jack não tivessem amigos, seria mais fácil de engolir; geralmente, as pessoas não se interessam por estranhos, mesmo que sejam vizinhos. Pelo menos, não realmente. São capazes de engendrar mexericos, no entanto, e muita gente vive para isso, especialmente quando os alvos fazem inveja com as suas vidas aparentemente perfeitas. Assim, a inação da vizinhança e sobretudo dos amigos, não faz muito sentido.
No entanto, falhas no enredo à parte, esta foi uma leitura rápida, viciante e satisfatória. É um thriller no mais puro sentido da palavra e é competente a deixar o leitor com as emoções à flor da pele e a querer saber o que se vai passar a seguir.
Parece que estou a cair no cliché de ler thrillers no verão. Assim, adquiri este porque, pela sinopse, me pareceu um interessante estudo sobre uma vertente muitas vezes não explorada da violência doméstica: o abuso psicológico.
Quando vi o tamanho do livro (menos de 300 páginas), fiquei um bocado receosa (e com razão). Mas lá chegaremos; primeiro, uma pequena sinopse, como sempre.
Grace e Jack são o casal perfeito. Ele é um advogado de sucesso em casos de violência doméstica, que nunca perdeu um caso; ela, uma esposa e dona de casa esmerada que sabe dar as melhores festas. Com uma boa casa, dinheiro suficiente para uma vida desafogada e o que parece ser verdadeira afeição, amigos e familiares concordam: Grace e Jack têm tudo para serem felizes. Mas será que tudo é tão maravilhoso como aparenta ser?
Ao Fechar a Porta assenta numa premissa muito simples: aquilo que aparenta ser uma vida perfeita é, na verdade, um pesadelo. Ao melhor estilo dos filmes para a TV de segunda categoria, Jack é realmente um psicopata charmoso, que conseguiu enganar Grace durante os tempos de namoro e que agora se diverte a torturá-la psicologicamente, mantendo-a, virtualmente, uma prisioneira na sua casa, enquanto espera pela sua verdadeira presa: a irmã de Grace, Millie, que sofre de Síndrome de Down e que irá viver com eles depois de atingir a maioridade.
A premissa é um bocado irrealista e a execução deixa muito a desejar. O livro mergulha-nos de cabeça na trama, abrindo com o casal modelo a dar uma pequena festa em casa, para alguns amigos. Mas assim que a porta se fecha (lá está), Jack tira a sua máscara e torna-se controlador, zombeteiro e cruel. Grace nada consegue fazer para se libertar.
Em suma, é um bom livro para se ler sem se pensar muito no enredo. Ele presta-se a isso mesmo: é pequeno, com capítulos curtos e o ritmo da ação nunca esmorece. É por isso que é fácil não pensar muito nas falhas de caracterização das personagens (que são mais caricaturas e estereótipos do que outra coisa) e da história (que nunca é assim muito desenvolvida ou particularmente realista). É um livro que nos agarra logo no início, com os extremismos de Jack e o sofrimento de Grace e nunca mais nos larga durante as horase dias tortuosos da nossa protagonista enquanto esta tenta escapar ao seu captor e salvar a irmã de um destino indescritível.
A tensão, como disse, ajuda a folhear o livro com rapidez e a ignorar as falhas gritantes: como nunca ninguém (ou quase ninguém) percebe que a fachada é demasiado perfeita ou que Grace nunca tem tempo para os amigos apesar de não trabalhar, entre outras coisas. Suponho que se Grace e Jack não tivessem amigos, seria mais fácil de engolir; geralmente, as pessoas não se interessam por estranhos, mesmo que sejam vizinhos. Pelo menos, não realmente. São capazes de engendrar mexericos, no entanto, e muita gente vive para isso, especialmente quando os alvos fazem inveja com as suas vidas aparentemente perfeitas. Assim, a inação da vizinhança e sobretudo dos amigos, não faz muito sentido.
No entanto, falhas no enredo à parte, esta foi uma leitura rápida, viciante e satisfatória. É um thriller no mais puro sentido da palavra e é competente a deixar o leitor com as emoções à flor da pele e a querer saber o que se vai passar a seguir.
Detalhes da versão original:
Título: Behind Closed Doors
Ano: 2016
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