Opinião: O Grande Segredo

O Grande Segredo de Christian Jacq
Editora: Bertrand (2006)
Formato: Capa Mole | 395 páginas
Géneros: Ficção Histórica
Sinopse (Bertrand): "Neste último volume da tetralogia de "Os Mistérios de Osíris" o "Anunciador" oculta-se, irreconhecível, no seio de Abido. Prepara-se para cometer o crime supremo com o auxílio dos cúmplices. Levando a morte ao reino de Osíris para impedir a sua ressurreição, poderá finalmente derrubar o faraó Senuseret, tomar o poder e espalhar a sua doutrina. Conseguirá Iker cumprir a sua missão, a de celebrar os mistérios de Osíris? Será Osíris capaz de levar a cabo a sua demanda do impossível?"

Christian Jacq é um dos meus autores favoritos dentro do género da ficção histórica. Primeiro, porque escreve maioritariamente sobre o Antigo Egipto, uma das minha civilizações favoritas (em parte por ter lido alguns dos livros de Jacq quando andava no Secundário); e segundo porque este autor, Egiptólogo de profissão, consegue imprimir ao Egipto descrito nos seus livros, um respeito e reverência pela espiritualidade e pelo invisivel que creio (de acordo com o que se sabe hoje sobre o Antigo Egipto) estar mais ou menos de acordo com o carácter e fundações desta civilização.
Quero dizer com isto, que os a vida dos antigos egípcios retratada por Jacq está intimamente ligada à celebração dos rituais religiosos e ao culto das divindades. Penso que isto torna mais fácil ao leitor entrar no mundo criado pelo autor. Outros livros que li passados no Antigo Egipto (por exemplo Tutankhamun de Nick Drake) pecam, na minha opinião, por nos apresentarem personagens com raciocínios e mentalidades demasiado modernas.

Falando agora do livro em si, "O Grande Segredo" é o volume final da série "Os Mistérios de Osíris" e centra-se como os livros anteriores, na personagem de Iker (esta personagem é baseada numa personalidade real, um vizir de um faraó da 12ª dinastia - Médio Império), um escriba que se vê envolvido em várias peripécias quando uma rede de conjurados cujo objectivo é destruir a civilização egípcia o tenta eliminar. A Iker é dada a missão, pelo faraó, de descobrir as identidades dos culpados e os seus objectivos.

Esta obra foi, como sempre, uma leitura agradável cheia de herois morais e vilões sórdidos e maléficos. Esta é talvez a maior falha do autor, que constrói as suas personagens de uma forma algo simplista, atribuindo aos herois muito poucos defeitos e aos vilões, demasiados. No entanto, as descrições desta antiga civilização são tão vívidas e interessantes que, na minha opinião vale a pena ler pelo menos alguns livros deste autor.

Recomendado para os fans de ficção histórica.

Comentários

Anónimo disse…
Christian Jacq é realmente um autor capaz de trazer o antigo Egipto à vida, com uma escrita ao mesmo tempo leve e interessante, mas também credível.

É também um dos meus autores favoritos no campo dos romances históricos, para não dizer o favorito, já que a paixão pela civilização egípcia é imensa.

MT
slayra disse…
Olá!

É bom conhecer outro admirador deste autor e Egiptólogo francês. Concordo plenamente, Jacq consegue trazer pintar o Antigo Egipto de uma forma belíssima. O mesmo já não se pode dizer de outros autores.
Seccionista disse…
Olá, Tenho cá em casa alguns livros do Christian Jacq, acho que vou de lhes pegar um dia destes então.

Quanto ao Drake estou a ver que valeu pela experiência. ;-)
slayra disse…
Valeu. Até gostei do livro, mas realmente os personagens pareceram-me demasiado modernos em termos de filosofia e pensamento. No entanto, creio que se fosse uma leitora mais casual (não apaixonada por esta civilização) teria achado o livro do Drake muito interessante. Foi muito melhor do que "Nefertiti" de Michelle Moran. :D