Opinião: Um Toque de Perversão (Jennifer Haymore)

Um Toque de Perversão - Jennifer Haymore
Editora: Planeta (2011)
Formato: Capa mole | 360 páginas
Género: Romance histórico
Descrição (GR): "Sophie, a duquesa de Calton, recomeçou por fim a viver. Após sete anos de luto pela perda do marido, Garrett, em Waterloo, casou com o melhor amigo e herdeiro, Tristan. Sophie entrega-se-lhe de corpo e alma até ao dia em que o marido regressa do continente e exige o seu título, as suas terras... e a mulher.
Agora, Sophie tem de escolher entre o primeiro e o novo amor, sabendo que, seja qual for a sua opção, esta destruirá um dos homens que adora.
Será Garrett, o seu namorado de infância, cuja perda a ia aniquilando? Ou será Tristan, o amigo querido que se tornou amante, que a apoiou nos últimos anos de luto e que lhe deu a conhecer uma paixão que ela ignorava? Enquanto os dois maridos lutam pelo seu coração, Sophie vê-se envolvida num jogo perigoso - onde as apostas não são só o amor... mas a vida e a morte."
(A edição lida está em inglês, mas apresentam-se os dados da portuguesa).

"Um Toque de Perversão" é mais um daqueles romances que tinha lá para casa (não faço ideia de por que é que o comprei), que ficou abandonado, à espera de vez, talvez devido ao foco da história: um triângulo amoroso.

No entanto, uma vez que estou numa de "romances históricos" e de experimentar novos autores, decidi que tinha chegado a altura de ler este.

O primeiro romance de Jennifer Haymore centra-se em três personagens, dois homens e uma mulher, que se conhecem desde pequenos. Garrett e Sophie sempre gostaram um do outro e casaram-se cedo. O primo de Garrett, Tristan (que raio de nome é este, senhores?), também amava Sophie, mas vendo que ela gostava de Garrett e que Garrett gostava dela, nunca disse nada. Tudo parecia bem, até... Waterloo. Por qualquer razão estranha, um Duque sem herdeiros foi enviado para a frente de batalha e dado como morto. E, claro, quase oito anos depois, Tristan o primo e Sophie uniram-se na sua desgraça, por assim dizer. Mas nem tudo é o que parece... o Garrett não estava morto afinal e quando ele volta é o caos total! Ao mesmo tempo, um inimigo escondido tenta magoar a família James.

Esta premissa algo estranha e inverosímil é a base de "Um Toque de Perversão". O marido volta a Inglaterra e encontra a mulher casada com o melhor amigo (drama!). Um inimigo ataca das sombras (mais drama!). O melhor amigo chama-se Tristan (oh woes!).

Devo dizer que não sou grande fã de triângulos amorosos, mas estava curiosa para saber com qual dos dois homens é que a Sophie ia ficar e por isso era-me difícil parar de ler.

Infelizmente, fora isso e a escrita competente, "Um Toque de Perversão" não tem assim muito mais que se recomende. O herói aparece muito pouco, o vilão é bastante óbvio e o romance é muito pouco romântico. A autora farta-se de nos dizer que a nossa heroína mudou, pois sim e que os seus sentimentos são complexos, mas sinceramente nenhuma das acções de Sophie me deu essa sensação. O final não é propriamente uma surpresa mas como se chega a esse final... é que eu, enquanto leitora, tive alguma dificuldade em perceber. Porque como disse, a Sophie não mostra uma preferência clara por nenhum dos dois homens.

As personagens não me cativaram por aí além. Para além dos já mencionados "defeitos", a Sophie não tinha assim grandes características distintivas; o mesmo se pode dizer de Tristan e de Garrett (se bem que gostei mais deste último). Deste modo, o potencial dramático da história não foi aproveitado; não senti absolutamente nada no final, quando a Sophie faz a sua escolha: nem alegria pelos protagonistas, nem tristeza pelo homem que não foi escolhido.

No geral, um livro com potencial, mas algo "morno". Não consegui ligar-me às personagens ou gostar verdadeiramente da história. Está bem escrito, mas não puxa pelas emoções de um leitor, na minha humilde opinião.

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