Opinião: Fireborn (Keri Arthur)

Editora: Penguin Group - USA (2014)
Formato: e-book | 400 páginas
Géneros: Romance paranormal

“Fireborn” é mais uma nova série dentro do género da fantasia urbana/romance paranormal. De facto, é mais romance paranormal do que fantasia urbana, mas pela sinopse, não parecia. E, como muitos leitores do blogue já sabem (talvez), não vou muito à bola com romance paranormal.

Li este livro principalmente porque a heroína é uma fénix e estava bastante curiosa relativamente à forma como a autora iria explorar mais esta criatura mágica. Posso dizer que gostei, no geral, da forma como Emberly (a nossa fénix) e os seus poderes foram desenvolvidos. Emberly, enquanto fénix, vive eternamente através de diversas vidas (cada uma com exatamente 100 anos, a não ser que não morra de morte natural). Quando o ciclo de vida acaba, Emberly tem de se deixar consumir pelas chamas que tem dentro de si, mas o processo de renascimento é mais complexo do que o de outras fénixes: em vez de renascer das cinzas, é necessário que um macho da espécie (que tem também de ser a “alma gémea”) execute um ritual.

Em “Fireborn”, Emberly começa logo por se encontrar com um antigo namorado, Sam, no processo de o salvar da morte (porque a nossa heroína, para além de ser um espírito do fogo, tem sonhos proféticos). É a partir daí que Emberly se vê envolvida com uma agência que mantém na ordem os seres paranormais (e da qual Sam faz parte); esta agência está a investigar e a tentar conter um vírus concebido com ADN de vampiros, que transforma os infetados em criaturas ainda piores e, para além disso, loucas.

Sinceramente, este livro foi… mediano. Teve mais elementos de romance paranormal do que outra coisa, uma vez que a autora se focou nas desventuras amorosas de Emberly com (neste livro), três homens diferentes: Rory, a fénix macho que é a sua alma gémea, mas que devido a uma maldição mal explicada que recai sobre as fénixes, Emberly nunca poderá amar (e vice-versa), pelo que ambos têm apenas “sexo em fogo” (literalmente, transformam-se em chamas e unem-se) para ganharem energia; Sam, o ex-namorado de quem Emberly ainda gosta, woe; e um terceiro, do qual nem me lembro do nome, que é uma “fada do fogo” e que se torna o “fuck-buddy” da Emberly neste livro (e parece que nos próximos).

Este foco desmesurado no drama que é ter três homens e uma mulher envolvidos numa trama amorosa (e o Sam foi um idiota tão grande e nojento durante grande parte do livro, o que ainda tornou tudo pior) fez com que o mistério fosse deixado para segundo plano… não só é bastante simplista, como não há qualquer resolução do mesmo neste livro (sim, vai passar para o segundo livro, yay! Not). As personagens são bastantes estereotipadas e, como já disse, o Sam é um idiota demasiado grande para que gostasse dele.

O mundo é também bastante genérico e algo aborrecido.

No geral, uma leitura sem sal. Não foi horrorosa, mas o livro não se destaca e creio que ficarei por aqui com esta série, até porque prefiro fantasia urbana com um mundo interessante, do que romance em que as personagens por acaso têm algumas capacidades especiais, mas que mal nos são explicadas porque o importante é o drama amoroso.

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