Opinião: A Guerra é para os Velhos

A Guerra é para os Velhos de John Scalzi
Editora: Gailivro/1001 mundos (2009)
Formato: Capa mole | 328 páginas
Géneros: Ficção Científica
Sinopse (Gailivro): John Perry fez duas coisas no dia do seu septuagésimo quinto aniversário, primeiro visitou a campa da mulher e a seguir alistou-se no exército. A boa notícia é que a humanidade finalmente é capaz de viagens interestrelares. A má noticia é que planetas capazes de sustentarem vida são escassos e que raças alienígenas, dispostas a Lutarem para ficar com os planetas, são comuns. Sendo assim, nós lutamos para defender a terra e para manter o direito aos planetas que descobrimos. Longe da terra, a guerra dura há décadas. É brutal, sangrenta e não dá tréguas. A terra é um planeta atrasado em termos de desenvolvimento. O grosso da tecnologia e do desenvolvimento da humanidade está nas mãos das forças de defesa coloniais. O que todos sabem é que, quando se atinge a idade da reforma, pode-se juntar às FDC. Não querem gente jovem, mas quem tem os conhecimentos e a experiência de décadas de vida. O candidato será levado da terra, onde nunca mais lhe é permitido voltar. Irá servir dois anos na frente de batalha. e, se sobreviver, receberá um pedaço de terra numa das, arduamente conquistadas, colónias novas. John perry resolveu aceitar a proposta. Ele tem uma vaga ideia do que o espera. Porque a verdadeira luta, a anos-luz de casa, é muito mais dura que tudo aquilo que ele pode imaginar.
"A Guerra é para os Velhos" foi, talvez, o segundo livro de ficção científica que li este ano, mas sem dúvida aquele de que gostei mais. Apesar da descrição da Terra futurista nesta obra não ser tão captivante ou pormenorizada como a de "Carbono Alterado", por exemplo, gostei mais deste livro.

A história é bastante apelativa e interessante. O enredo é simples (por vezes demasiado simplista, mesmo) mas puxa-nos e a escrita é envolvente. John Perry tem a oportunidade de começar uma nova vida ao alistar-se nas Forças Coloniais, uma espécie de exército intergaláctico que tem como missão proteger as colónias terrestres de invasões alienígenas. O único problema é que tanto John como os outros recrutas (todos idosos) não sabem bem ao que vão, aquilo para que se alistaram. Achei a leitura muito envolvente porque vamos descobrindo ao mesmo tempo do que a personagem principal aquilo que o espera.

O mundo em que as personagens se movem é, como já referi, bastante simples; temos alienígenas insectóides, naves espaciais e muitos outros clichés a que a FC já nos habituou. No entanto, isso não diminui significativamente o prazer da leitura desta obra.

Já as personagens não me captivaram tanto, apesar de na generalidade terem personalidades realistas (ou seja, serem mais humanas do que em muitos dos livros de Ficção Científica que já li). Apesar de algumas sofrerem um destino trágico, não consegui ligar-me a elas o suficiente para o lamentar. Mesmo John Perry não me puxou muito.

No geral, uma leitura agradável, com uma história original, mas pouco pormenorizada e pretenciosa.

Opinião: As Suspeitas do Sr Whicher (Kate Summerscale)

As Suspeitas do Sr. Whicher de Kate Summerscale
Editora: Bertrand (2009)
Formato: Capa mole | 364 páginas
Géneros: Mistério, História, Não-ficção
Sinopse.

O que dizer sobre este livro? A obra "As Suspeitas do Senhor Whicher", centra-se num famoso crime ocorrido em 1860, em plena época Vitoriana. Este caso, que é quase mais estranho, macabro e horrorizante do que qualquer crime ficcional mexeu profundamente com a sociedade do tempo.
Apesar de não ser grande fã do género (ensaio/dissertação sobre crimes reais, como por exemplo o caso de Maddie ou de Joana), o facto de ter uma componente histórica levou-me a adquirir o livro.

No geral, gostei bastante desta leitura. Achei fascinante a descrição do trabalho investigativo e de todo o imaginário que se criou em volta da figura do detective Victoriano (uma criação recente naquela altura). Adorei ler sobre como este caso em particular inspirou autores de ficção policial, como Dickens e Wilkie Collins, durante décadas.

Teria gostado, no entanto, de alguma análise dos acontecimentos por parte da autora e as suas subsequentes conclusões. Kate Summerscale limita-se a fazer uma descrição detalhada e cronológica (na maioria das vezes) do caso, mas não faz uma análise sociológica per se, nem tenta, ela própria, fornecer uma opinião crítica sobre os processos de investigação e os resultados.
Se tudo o que a autora desejava era recontar os factos, podia tê-lo feito de forma mais envolvente... tendo transformado o livro num romance histórico por exemplo. De resto, foi uma leitura bastante interessante e coesa, especialmente tendo em conta que o 'enredo' foi conseguido através da junção de um aglomerado sortido de registos e artigos de jornais da época.

Opinião: As Filhas do Graal (Elizabeth Chadwick)

As Filhas do Graal de Elizabeth Chadwick
Editora: Saída de Emergência (2008)
Formato: Capa Mole | 384 páginas
Géneros: Ficção Histórica, Romance
Sinopse.

"As Filhas do Graal", relata a história, não só de Bridget e Madga, mãe e filha e descendentes de Maria Madalena, mas também da violenta Cruzada ordenada pela Igreja Católica para destruir os Cátaros (detentores de uma ideologia que mistura ideais cristãos e, estranhamente, budistas) no Sul de França.

Gostei imenso do enredo; a Cruzada, os Cátaros, os dons místicos das descendentes de Maria Madalena e o fanatismo religioso de alguns membros da Igreja. Fiquei a conhecer bastantes factos novos sobre um período da história que, confesso, não é dos meus favoritos. A autora conseguiu um equilíbrio perfeito entre facto histórico e ficção, nunca nos maçando com descrições demasiado intrincadas do período ou dos acontecimentos. Claro que isto faz com que o livro não seja particularmente rico em pormenores históricos, mas torna a leitura mais agradável.

O romance entre algumas personagens poderia ter sido mais bem explorado e achei que a linha temporal do livro (duas gerações) era demasiado longa, mas no geral foi um livro que gostei de ler e que recomendo a todos os amantes de ficção histórica, especialmente dos que gostam de um certo romance incluído. :D

Aquisições de Agosto

Ultimamente não tenho tido muita inspiração para escrever críticas, mas mesmo assim continuo a comprar livros! Eis as aquisições de Agosto. :p

Lista:
Museu Nacional do Traje (Guide)
Berdoll, Linda - Darcy & Elizabeth
Gomes, Laurentino - 1808
Gortner, C.W. - The Last Queen
Grange, Amanda - Mr. Darcy, Vampyre
Paisley, Janet - A Rosa Rebelde
Stillwell, Isabel - Catarina de Bragança

Aquisições de Julho

Livros adquiridos este mês... realmente, ando a exagerar! ^__^

Lista:
Campbell, Anna - Untouched
Heyer, Georgette - The Grand Sophy
Hoyt, Elizabeth - To Beguile a Beast
Hunter, Madeline - Jogos de Sedução
Hussey, Charmian - O Vale dos Segredos
Massey, Sujata - The Salaryman's Wife
Wells, Cristine - Wicked Little Game

Aquisições de Junho - Parte 2

Depois de ter adquirido hoje mais dois livros (as primeiras aquisições de Julho... e foram em Português!), reparei que me faltava postar sobre o resto da minha "pilha" de compras de Junho. LOL.

Lista:
Balogh, Mary - At Last comes Love
Kleypas, Lisa - It Happened one Autumn
Kleypas, Lisa - Lady Sophia's Lover
Rowland, Laura Joh - Red Chrysanthemum
Rowland, Laura Joh - The Way of the Traitor

Opinião: Austenlândia (Shannon Hale)

Austenlândia de Shannon Hale
Editora: Editorial Presença (2013)
Formato: Capa Mole | 184 páginas
Géneros: Romance
Sinopse.

Na sequência do visionamento de "Lost in Austen" decidi continuar na mesma "veia", com este livro de Shannon Hale. O enredo inclui as obras de Jane Austen e uma heroina que está obcecada por Mr Darcy, pelo que achei que ia ser uma leitura divertida. Mas este livro ficou aquém das minhas expectativas.

Jane Hayes é uma mulher de sucesso, com uma boa carreira e um apartamento em Nova Iorque. Mas Jane não tem sorte nenhuma com os seus namorados; e após uma conversa com a sua velha tia-avó Carolyn, Jane percebe que parte dos seus problemas com os homens advém do facto de os estar sempre a comparar a Mr Darcy, o heroi romântico mais conhecido de todos os tempos (talvez).

Quando a sua tia morre, e lhe deixa como "herança" uma viagem paga ao Reino Unido - mais precisamente a uma estância no campo chamada "Pembrooke Park" onde os visitantes podem experienciar o modo de vida nos inícios do século XIX - Jane decide que esta é uma excelente forma de se libertar do seu "homem ideal", Mr Darcy. Mas quando chega a Pembrook Park depara-se com Mr Nobley, uma fiel cópia de Darcy!

A história de Austenland tinha potencial, mas este não foi minimamente aproveitado. O livro é demasiado curto e o desenvolvimento do romance entre as personagens sofre por isso. As emoções pareceram-me ocas e não me pareceu que houvesse qualquer química entre os protagonistas. Também não tive tempo de sentir qualquer simpatia por elas e como o livro é um romance e consequentemente mais centrado nas personagens penso que a autora devia ter dado mais atenção às interacções entre elas. O que não aconteceu.
Jane Hayes passa o tempo a andar de um lado para o outro em vestuário do século XIX e do protagonista (Mr Nobley) pouco se sabe...

De resto, não é mau de se ler. O enredo está mal explorado, mas o estilo da escrita é agradável.

Lost in Austen (2008)

Ano: 2008
Duração: 4 Episódios (Mini-série)
Com: Jemima Rooper, Elliot Cowan, Christina Cole

Mais uma maravilhosa mini-série de época, baseada (mais ou menos) na famosa obra de Jane Austen, "Orgulho e Preconceito".

Amanda Price, uma jovem (do século XXI, pois claro) bancária residente em Londres gosta de passar os seus serões no mundo ficcional de Austen... a sociedade do século XIX fascina-a; os costumes, a corte entre homens e mulheres, o vestuário e... Mr Darcy, claro. Amanda deseja mesmo um amor como o vivido entre as famosas personagens principais de Orgulho e Preconceito, pelo que a proposta de casamento de Michael, o seu namorado não lhe dá grande satisfação.

No entanto, nem mesmo Amanda estava preparada para ser catapultada para dentro do seu livro preferido... tomando o lugar de Elizabeth Bennet!

E tendo tomado o lugar da personagem principal, o que há-de Amanda fazer? Tentar que tudo aconteça tal e qual como no livro, é claro! O problema é que estas personagens têm personalidades muito próprias...

Lost em Austen é o sonho de todos os fans da autora. Entrar num dos seus livros, viver entre as suas personagens e interagir com elas! Esta é série fez-me rir devido às dificuldades da pobre Amanda ao encontrar-se na Longbourn do século XIX, sem canalização, luz ou mesmo uma escova de dentes! E pior, usando uma camisola, calças de ganga e casaco de cabedal! Hilariante!

Os guionistas fizeram um excelente trabalho, conseguindo manter o espírito da obra, mas criando situações originais que me surpreenderam bastante. Uma mini-série altamente recomendada quer para fans de Austen, quer para os interessados em filmes de época.

Aquisições de Junho - Parte 1

Bem... depois de alguma reflexão, decidi que numerais romanos equivalem a confusão. O melhor é fazer um post ou dois por mês.

Com a chegada de Junho achei que era altura de celebrar o Verão e pus-me a comprar livros aos montes (literalmente!). Como não cheguei a ir à Feira do Livro, fiquei-me pelo The Book Depository! Ainda faltam chegar alguns, mas a maioria já cá está! :D

Lista:
Aguirre, Ann - Blue Diablo
Brennan, Marie - In Ashes Lie
Briggs, Patricia - Bone Crossed
Caine, Rachel - Undone
Chance, Karen - Midnight's Daughter
Dalby, Lisa - The Tale of Murasaki
D'Alessandro, Jacquie - Seduced at Midnight
D'Alessandro, Jacquie - Tempted at Midnight
Gaskell, Elizabeth - North and South
Gracie, Ann - The Perfect Kiss
Haddock, Nancy - Last Vampire Standing
Kittredge, Caitlin - Street Magic
Kleypas, Lisa - Seduce me at Sunrise
Monk, Devon - Magic in the Blood
Rowland, Laura Joh - Shinju
Weldon, Phaedra - Phantasm

Marcada (P.C. Cast)

Marcada de P.C. Cast, Kristin Cast
Editora: Saída de Emergência (2009)
Formato: Capa mole | 302 páginas
Géneros: Lit. Juvenil, Fantasia Urbana
Sinopse.

Depois do recente sucesso da saga "Luz e Escuridão" da autoria de Stephenie Meyer, era de esperar o aparecimento de obras semelhantes. "Marcada", o primeiro livro de uma nova série, também lida com vampiros e é, claro, virada para o público mais jovem.

Devo confessar que li este livro em inglês mas decidi apresentar a informação bibliográfica da versão portuguesa porque suponho ser esta mais familiar aos eventuais leitores do blog. Penso que isso em nada influencia a minha "crítica" ao livro, excepto no que diz respeito à qualidade da tradução.

"Marcada" foi uma leitura medianamente interessante, daquilo que me lembro. Lê-se bem, pois o estilo de escrita é simples mas cativante e o livro tem uma fluidez que me agradou; a história está bem encadeada.

O enredo, pelo contrário, deixa muito a desejar. Pouco original e quase sempre prevísivel (creio mesmo ter já descoberto o vilão escondido) pareceu-me retirar muitos elementos da saga "Harry Potter". Senão vejamos: a heroína é uma vampira 'recém-nascida' que por uma razão misteriosa tem poderes e capacidades singulares (Harry Potter); as pessoas com quem trava amizade passam a ser populares por associação; temos também um adolescente louro e com algum status social que provoca a heroína (Draco Malfoy!); e não podemos esquecer a figura mais velha e de autoridade que dá conselhos e apoia Zoey (tal como Dumbledore).

Com todos estes elementos, a história acaba por ser pouco mais do que uma crónica sobre uma adolescente americana e as suas tribulações para se integrar numa nova escola Secundária. A única diferença é que mete vampiros pelo meio.

Concluindo, este livro é sinceramente medíocre, tanto em termos de história como de personagens. Não é uma leitura verdadeiramente interessante, mas lê-se bem. Recomendado para os mais novos e/ou para quem gosta de fantasia contemporânea e especialmente de "Crepúsculo".

Ler a Crítica em Inglês

Aquisições de Maio

Eis a pilha de livros adquirida durante o mês de Maio! ^__^

Lista:
Benedict, Lyn - Sins & Shadows
Day, S. J. - Eve of Darkness
Gilman, Laura Anne - Staying Dead
McCullough, Kelly - MythOs
Well, Jaye - Red-Headed Stepchild

Opinião: Silent in the Grave (Deanna Raybourn)

Silent in the Grave de Deanna Raybourn
Editora: Mira Books (2007)
Formato: Capa Mole/Bolso | 511 páginas
Géneros: Ficção Histórica, Mistério
Sinopse.

Lady Julia Grey perde subitamente o marido devido a uma doença congénita. Ou pelo menos é isso que ela e toda a sociedade inglesa pensam. Poucos dias depois da morte de Edward, Julia recebe a visita de Nicholas Brisbane, uma espécie de detective, que a informa das suas suspeitas sobre a morte do Visconde; segundo ele, o marido de Julia teria sido assassinado.

Julia não quer acreditar nesta hipótese macabra, mas quando descobre uma nota perdida, ameaçando o seu marido ela decide render-se às evidências. Juntamente com Nicholas Brisbane, Julia Grey vai descobrindo pistas que a levarão à terrível verdade.

"Silent in the Grave" é o primeiro livro de uma série que tem como heroína uma senhora da alta sociedade Victoriana, Lady Julia Grey.

Tinha ouvido dizer muito bem deste livro, por isso decidi adicioná-lo à minha pilha das leituras.

Acabei por ficar um pouco desiludida (quem sabe, as minhas expectativas eram demasiado altas). Apesar de ser um livro interessante, no geral, existem alguns defeitos que prejudicam a leitura.

O primeiro e também o mais proeminente é o foco excessivo nas personagens em detrimento do resto da história (isto é, o mistério). A autora foca-se demasiado na descrição minuciosa do dia a dia de Julia Grey; pelo que o livro é mais uma crónica da sua vida durante o período de luto do que um excitante mistério polvilhado de suspense e alguma acção. Isto faz com que o livro se arraste um bocado, sendo mesmo monótono, por vezes. Penso mesmo que sem todas as descrições da vida caseira da heroína, esta obra seria bem mais pequena.
Com toda esta atenção nas personagens é claro que o "mistério" não foi explorado como deve ser, o que é uma pena pois tinha potencial. A história resolve-se nos últimos capítulos e a conclusão é simples e desapontante.

Por fim, temos o "herói". Nicholas Brisbane é demasiado perfeito para o meu gosto. Pois ele é belo, prendado e torturado. Este personagem é tão intensa e viril que consegue mesmo eclipsar a heroína (algo que não devia acontecer). O seu comportamento ao longo do livro fez com que desejasse que ele não voltasse para os livros seguintes.

No geral este livro não foi mau. Gostei de ler sobre as convenções da Sociedade Victoriana, especialmente as imposições feitas às mulheres durante o luto. Mas penso que teria sido uma leitura mais interessante se a autora tivesse dado mais espaço à intriga.

Aquisições de Abril

Um post atrasado, contendo as minhas aquisições para o mês de Abril... acho que me tenho estado a conter... mais ou menos, lol.
Lista:
Andrews, Ilona - Magic Strikes
Butcher, Jim - Turn Coat
Davidson, MaryJanice - Seraph of Sorrow
Nakajo Hisaya - Hana-Kimi, vol. 08
Nakajo Hisaya - Hana-Kimi, vol. 14
Nakajo Hisaya - Hana-Kimi, vol. 15
Neill, Chloe - Some Girls Bite

A febre da Fantasia Urbana?

Pois, eu também não quero acreditar, mas os meus olhos não me enganaram. "Crepúsculo" fez finalmente chegar a Portugal a febre da "Fantasia Urbana".

No outro dia estava eu na FNAC do Chiado quando notei que os livros da Charlaine Harris (foi nas suas obras que se basearam para a série "True Blood") estavam em exposição. Mais adiante encontrei a colecção quase completa de "Anita Blake, vampire Hunter" de Laurell K. Hamilton; a série "House of Night" de P.C. e Kristin Cast e até um livro de Sherrilyn Kenyon. Tanto Laurell K. Hamilton como Charlaine Harris são autoras muito conhecidas dentro do género e os seus livros vão ser traduzidos pela "Saída de Emergência" (aliás, "Morto até ao anoitecer" saiu este mês) e segundo ouvi dizer as obras de P.C. e Kristin Cast também vão ser publicadas em Portugal.

Veremos se terão tanto sucesso como Crepúsculo; se tiverem, abre-se um novo mercado em Portugal pois este género é famoso nos Estados Unidos e há inúmeras obras que podem ser escolhidas para tradução.

Aquisições (9)

Mais uma obra em português! Apesar de não ter gostado muito de "Crepúsculo" não consegui resistir ao resumo de contracapa de "Nómada".

Opinião: Carbono Alterado (Richard Morgan)

Carbono Alterado de Richard Morgan
Editora: Saída de Emergência (2008)
Formato: Capa mole | 440 páginas
Géneros: Ficção Científica, Mistério
Sinopse.

Estamos no século XXV. A Humanidade ultrapassou novas fronteiras e colonizou outros planetas; desenvolveu inteligências artificiais; e criou um dispositivo que torna os humanos virtualmente imortais: pouco depois de nascerem, a todas as pessoas é inserida uma "pilha cortical", um pequeno aparelho onde é armazenada a consciência. Assim, se o corpo morrer é possível fazer o upload dessa consciência para um novo corpo.

Takeshi Kovacs é um Enviado (leia-se: o equivalente de um super soldado futurista) originário de uma colónia terrestre, o Mundo de Harlan, que foi recentemente mandado para a prisão (o que significa armazenar a sua "pilha cortical") por cem anos.
A sua sentença é suspensa quando um poderoso empresário chamado Bancroft requisita os seus serviços na resolução de um mistério.

Já há algum tempo que não lia um livro de ficção científica por isso devo confessar que o mundo idealizado por Richard Morgan me impressionou. É futurista mas não fantasioso... é um futuro que podemos mesmo imaginar e no entanto é original o suficiente para não aborrecer. Neste livro não há utopias e a Humanidade não vive toda em harmonia; os seres humanos continuam iguais a si próprios. Isso foi algo que me surpreendeu e que me agradou.

Quanto a história, podia ter sido melhor. O autor explora muito pouco a sua original (pelo menos para mim que não leio muita FC) ideia das pilhas corticais e das "conciências armazenadas", um tema que podia dar pano para mangas. No início do livro, parece que Morgan o vai fazer (abordar o tema de forma filosófica, quero eu dizer) pois introduz os cristãos como antagonistas. Mas essa linha da história é rapidamente esquecida.

Takeshi Kovacs tem muito pouco que se recomende enquanto personagem principal. Tem uns valores morais um bocado distorcidos, é exageradamente atraente para o sexo oposto e tem um gosto desmedido pela violência. Basicamente, o macho alfa perfeito, saído de um filme de acção de segunda categoria (imaginem... Bruce Willis em O 5º Elemento). Não, a sério. Kovacs até tem um "treino especial" para poder matar sem remorsos e implantes que lhe aumentam os sentidos.
Também o "mistério" a ser resolvido é trivial e pouco emocionante. A narrativa fragmentada impede uma leitura fluida e faz pouco para manter o interesse do leitor. Dá ideia que o autor pretendia imitar o estilo noir, mas não foi bem sucedido.

Como um todo este livro não foi mau, é como "ler" um filme de acção. Devo salientar ainda alguns problemas muito visíveis na tradução que também dificultaram um pouco a leitura.

Aquisições (8)

Cá estou eu de novo, a apresentar mais livros que deram entrada nas minhas prateleiras recentemente. Desta vez decidi apostar nas obras em português, apesar de ficar bem mais caro.

Adquiridos no website da Saída de Emergência:











E em inglês (o último livro via Bookmooch):





Aquisições (7)

Mais dois livros para a minha colecção... :D





A Duquesa (2008)

Ano: 2008
Duração: 110 Min.
Com: Keira Knightley, Ralph Fiennes, Dominic Cooper

Mais um filme de época que está presentemente no cinema.

"A Duquesa" é um retrato da vida de Georgiana Cavendish, Duquesa de Devonshire entre 1774 e 1806. Esta personagem é conhecida pelo seu envolvimento político é pela sua proeminente acção na alta Sociedade inglesa da época (não fosse ela uma Duquesa!) onde era olhada com admiração e como um modelo a seguir em termos de moda (a Duquesa desenhava vestidos que ela própria usava).

Não posso julgar este filme em termos de acuidade histórica, uma vez que o pouco que conheço desta personalidade conheço através de pesquisas no site Wikipedia. Dificilmente poderei fazer um juízo correcto. No entanto, comparando o filme a estas informações superficiais, posso dizer que aquele parece bastante correcto em termos históricos, se bem que as lutas da própria Duquesa pelo privilégio de ser a única mulher na vida do marido me pareceram algo exageradas; mas posso estar enganada; como disse, não sei o suficiente sobre a personagem.

Este filme foi bastante interessante, não só porque fiquei com mais algumas luzes sobre esta importante personalidade do período Georgiano. A Duquesa pareceu-me ao mesmo tempo, uma mulher da sua época mas também uma mulher virada para o futuro. Isto porque se envolveu activamente em política e teve a coragem de anunciar e defender os seus ideais numa altura em que as mulheres tinham quase tão pouca liberdade como um escravo. Pode chocar, mas não anda longe da verdade. Que mulher hoje em dia aceitaria casar-se e tornar-se propriedade do marido? Este podia fazer o que quisesse à mulher! As mulheres não tinham direito de voto e quase não podiam andar sozinhas na rua! Ou seja, eram virtualmente um instrumento para os homens, um método de conseguir "herdeiros".

Outro aspecto de que gostei foi a interpretação de Keira Knightley! Achei que ela esteve muito bem no seu papel.

Recomendo este filme a todas as pessoas que gostem de filmes de época e/ou queiram saber mais sobre o período.

Aquisições (6)

Mais aquisições (as do mês de Fevereiro)!












E em Português...

Jane Eyre (2006)

Ano: 2006
Duração: 4 Episódios (mini-série)
Com: Ruth Wilson, Toby Stephens, Christina Cole

Esta mini-série de dois episódios é uma adaptação (da BBC) da obra de Charlotte Bronte "Jane Eyre".

Devo dizer que gostei muito desta série. Quando era pequena ofereceram-me uns livros, a colecção "As Histórias que eu mais gosto" que adaptavam certos clássicos da literatura de modo a poderem ser lidos pelos mais novos; Jane Eyre era um deles e apesar de o livro ser pequeno e ter ilustrações sempre achei a história um tanto macabra. Até os desenhos faziam medo!

Mas esta série da BBC fez-me ganhar uma perspectiva diferente e agora estou ansiosa por ler o original. Penso que deve estar bastante fiel ao livro, pelo menos pela versão juvenil que já li. Jane Eyre é uma personagem carismática; assim como a maioria dos residentes de Thornfield.

A parte inicial onde nos é contada a infância de Jane é talvez, um pouco exagerada (à la Oliver Twist), mas talvez também seja assim no livro. Desde as personagens aos locais, do vestuário à fotografia, esta série encanta. Creio mesmo que já passou no canal dois.

Quanto ao vestuário... soberbo (e bastante adequado)! Uma excelente série, perfeita para quem gosta deste género de filmes.

Pride and Prejudice (1940)

Ano: 1940
Com: Greer Garson, Laurence Olivier

Eis a mais antiga versão cinematográfica do clássico "Orgulho e Preconceito".

Este filme (ainda a preto e branco, se bem que ouvi dizer que há uma versão a cores) data de 1940 e conta com Greer Garson no papel de Lizzie Bennet e com Laurence Olivier como Mr. Darcy. Esta versão pode ser descrita como uma "adaptação muito liberal" da obra em que se inspira. Já nem falo do vestuário que é claramente dos inícios do período Victoriano (c. 1830s) ao invés de ser coincidente com o que se usava na época em que se passa o livro (cerca 1800-1805, período Regência).

Chamem-me picuinhas, mas eu cá gosto de ver as pessoas vestidas de acordo com a época... isso para mim também faz parte de um filme deste género, onde se deve prezar, pelo menos um pouco, a veracidade histórica!

Mais impressionantes são, no entanto, as alterações à história original. Cortaram-se cenas e personagens cruciais (onde está a visita de Lizzie a Pemberley? E os Gardiners?) e a Lady Catherine de Bourgh é a favor do casamento de Elizabeth e Darcy, quando no livro é a principal opositora! Para já não falar do facto de Elizabeth Bennet ser uma archeira bastante competente e vencer o Mr Darcy numa partida. Erm.
Tirando isso (coisa pouca), é uma adaptação divertida, com todo o glamour dos filmes antigos e óptimas prestações dos actores principais. Afinal quem pode resistir a Laurence Olivier no papel do arrogante Darcy?


Miss Austen Regrets (2008)

Ano: 2008
Duração: 90 Min.
Com: Olivian Williams, Greta Scacchi, Imogen Poots

Miss Austen Regrets é um retrato dos últimos anos da vida da aclamada autora Jane Austen.

Uma confissão... eu adoro filmes de época. Penso que talvez seja um pouco devido ao facto de ser historiadora; embora tenha de confessar que sou parcial à roupa usada (especialmente pelas mulheres) ao longo dos tempos. Noto sempre os detalhes do vestuário. As adaptações dos livros da própria Jane Austen contam-se entre os meus filmes/séries favoritos.

Miss Austen Regrets foca-se nos últimos anos da escritora britânica Jane Austen. Jane Austen era a filha de um vigário inglês que nunca se casou (apesar de ter tido pelo menos uma oferta) e que, contrariando as convenções da época no que diz respeito às mulheres do seu estatuto, escreveu e publicou obras que hoje em dia são um tremendo sucesso.

Apesar de ter alguma invenção pelo meio, este filme, produzido pela BBC, tem como base a correspondência entre Austen e a sua irmã, pelo que as personagens e certos eventos têm historicidade.

A descrição do período está bastante bem feita e a personagem de Jane Austen é genial. Ao vermos como as suas escolhas da juventude afectaram a sua vida compreendemos melhor o teor das suas obras.

Tudo isto para dizer que... adorei. Bem melhor do que o filme de 2007, Becoming Jane, apesar de se focarem em partes diferentes da vida da autora.

Mais um prémio! :D

Eh eh, mais um prémio/troféu! :D Obrigada, Calamity Jane!

Como sempre, as regras:
1- Exiba a imagem do selo "Olha que Blog Maneiro"
2- Poste o link do blog que te indicou.
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie uma fotografia sua ou de um amigo para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras correctamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.
8- Só é válido caso as regras tenham sido todas cumpridas.

Nomeados... todos os blogues portugas dedicados aos filmes e aos livros! Bom trabalho pessoal! (LOL)

The Nymphos of Rocky Flats

Autor: Mario Acevedo
Editora: Eos (Mass Market Paperback) - 2008
Nº de Páginas: 288
Idioma: Inglês
Géneros: Fantasia Urbana, Mistério

Felix Gomex foi para o Iraque como soldado... e voltou um vampiro.

Dispensado do dever activo, Felix dedica-se a apanhar criminosos. A sua fama de detective privado leva um antigo amigo a contratá-lo para investigar um estranho surto de ninfomania entre as trabalhadoras da base governamental de Rocky Flats.

Mas o caso é mais complicado do que parece; Felix descobre que este não havia sido o primeiro caso de ninfomania colectiva nos EUA. Que relação tem o caso de Rocky Flats com a queda do OVNI em Roswell, em 1947? E onde entram os impiedosos caçadores de vampiros que perseguem Felix para todo o lado?

The Nymphos of Rocky Flats é o primeiro livro do autor Mario Acevedo. E nota-se. A premissa não é má (se bem que não deixa de ser previsivel), mas o autor mistura demasiadas linhas de acção: o surto de ninfomania, os caçadores de vampiros e as lutas interiores do personagem principal. É uma misturada e o livro não é, nem de perto nem de longe, grande o suficiente para permitir um desfecho satisfatório de todas as histórias. Oh, elas convergem no final mas este acaba por ser demasiado cliché e fraquito. Estava á espera de um "plot" mais complexo.

As personagens também não me puxaram para aí além. As suas reacções pareceram-me, por vezes, forçadas e, no geral, nenhuma delas tinha grande força de carácter ou personalidade. Resumindo, este livro não é nada de especial; pela resumo na capa parecia bem mais divertido.

Prémio "Pedagogia do Afecto"

Fico muito contente por anunciar que o meu pequeno cantinho (e aqui estou eu a roubar a expressão à Whitelady, espero que não tenha copyright) recebeu mais um prémio.
Desta vez trata-se do troféu "Pedagogia do Afe(c)to" que me foi atribuido pela Cristina do blogue "Floresta das Leituras", pela Calamity Jane autora do blogue "A Cripta dos Livros" e ainda pela Marcelina do "Muito para Ler"! Muito obrigada a todas por esta honra!


As regras:
1 - Recebendo o troféu, ele deve ser oferecido a 10 blogues que tenham compromisso e afecto com a Educação e leituras;
2 - A imagem do selo deve passar a ser exibida permanentemente no blogue;
3 - O nomeado deve colocar um link para o blogue de onde a nomeação foi atribuída;
4 - Nos blogs seleccionados, deve ser deixado um comentário, permitindo assim que eles saibam que foram presenteados e quem os presenteou;
5 - O blogue que receber 5 vezes o troféu “Pedagogia do Afecto” deve ir à página http://pedagogiadoafeto.blogspot.com/ deixar um comentário com o e-mail, para receber uma nova homenagem.

Eu nomeio...
Este meu Cantinho...
Leituras e Devaneios
Os Livros de Sofia
Aneca's World
Cosy World

O declínio do Bookmooch...

Um pequeno desabafo.

Até há bem pouco tempo, fui um membro bastante activo do Bookmooch, um site onde se trocam livros. A maior vantagem do Bookmooch é que é (supostamente) uma comunidade internacional onde membros de todo o mundo trocam livros.

Claro que, na prática, ser um membro "internacional" (ou não-americano) limita bastante a nossa escolha. Muitos membros americanos não podem mandar para fora dos EUA por uma variedade de razões.

Depois, os administradores do Bookmooch decidiram implementar um sistema que possibilita ainda mais a limitação do número de pessoas com acesso aos nossos livros; eu poderia, por exemplo, limitar o meu inventário inteiro de modo a que só os meus amigos possam pedir-me livros. Todas as outras pessoas estariam vedadas. Passou também a ser possível reservar livros para determinadas pessoas, acabando de vez com o sistema justo de "quem pede o livro primeiro é que o leva".
Hoje em dia é quase impossível para um membro internacional obter um livro popular.

Desapontada com o evoluir do sistema decidi, no início deste ano sair do Bookmooch, pois a verdade é que os últimos pontos que gastei foram em livros que não tenho assim tanto interesse em ler... aqueles que quero realmente nunca estão disponíveis para mim quer porque o membro não manda para o estrangeiro ou porque o livro está reservado para os "amigos" desse membro ou mesmo para uma pessoa específica.

Tenho mesmo pena de ter saído do Bookmooch, apesar de tudo. Acho que a ideia incial era boa e não se perdia nada em ter uma comunidade de trocas deste género em Portugal (vê-se pelo crescente número de membros tugas no Bookmooch que a ideia atrai alguns dos meus compatriotas) onde os livros são tão caros. Acho que era um bom incentivo à leitura. Opiniões?