Opinião: Erebos (Ursula Poznanski)

Editora: Editorial Presença (2015)
Formato: Capa mole | 379 páginas
Géneros: Ficção científica, Lit. Juvenil, Mistério

Parece que o blogue agora é semanal, com uma opinião nova a cada sábado. Sinceramente não sei quanto tempo será assim, mas chego a casa tarde e sem vontade para abrir o computador depois de 8 horas à frente de um. Enfim, estou numa daquelas fases em que não me apetece muito andar a escrever aqui. Se será permanente, não sei. Ainda gosto de ler, gosto de ir ao Goodreads, mas as opiniões teimam em não querer ser escritas.

Depois desta breve reflexão, que pouco tem a ver com o livro sobre o qual vou escrever, centremo-nos então em "Erebos".

A verdade é que não há grande coisa a dizer. Foi uma leitura rápida, agradável e medianamente interessante, mas não tem profundidade suficiente para ser mais do que isso.

Numa escola de Londres circula um jogo clandestino: Erebos. Os participantes são secretivos e muito, muito viciados.

Nick Dunmore quer saber o que se passa. Quer entrar nesse clube exclusivo e descobrir todos os seus segredos até porque um dos seus amigos ficou enredado e falta à escola, aos treinos de basquetebol e é mal educado quando falam com ele.

Mas conseguirá Nick entrar no mundo de Erebos sem ficar enredado? Conseguirá descobrir o segredo do seu sucesso?

E... a resposta é não à primeira pergunta, que foi o mais irritante do livro. Nick Dunmore começa como uma personagem bastante ajuizada, mas no fundo, assim que tem acesso ao jogo online, fica igualzinho aos outros. Tudo bem que acontecesse, durante algum tempo; mas não é, infelizmente, a inteligência de Nick que o salva, mas sim o facto de ser, a certa altura, expulso do jogo.

"Erebos" foi, como disse, uma leitura medianamente interessante. Um jogo RPG incrivelmente realista corre uma escola de Londres, rodeado de segredo. O mais interessante é que o jogo parece ter influência na vida real, conseguir saltar para fora das fronteiras do computador. Cedo, o nosso personagem principal, Nick, é "convidado" a jogar (mas mantendo segredo do facto dos "não-jogadores") e vê-se sugado para um mundo de fantasia onde tem de lutar para ganhar experiência. Mas não é tudo. A misteriosa personagem do Mensageiro (uma espécie de Mestre do Jogo) dá aos jogadores "missões especiais" que lhes permitem avançar de nível mais rapidamente. Essas missões têm lugar no mundo real e o jogo só "deixa" os jogadores regressarem se completarem as missões.

O livro retrata a cultura dos jogos online e o vício pelos mesmos. A autora cria bastante bem a atmosfera do jogo, mas falha, na minha opinião, em criar algo que parecesse realisticamente interessante para jovens adolescentes, ao ponto de se esquecerem de dormir e de comer, e de ir à escola para jogar.

A identidade do Mensageiro (ou a sua natureza, direi antes) é bastante óbvia, embora também bastante irrealista. Para dizer a verdade, este livro fez-me lembrar o anime Sword Art Online, o que até nem é uma coisa má; mas mostra que a ideia não é propriamente original.

O desfecho foi tão inesperado quanto apressado e, mais uma vez, irrealista (especialmente porque não nos foi dada qualquer pista no sentido daquele final).

No geral, uma leitura interessante quanto baste, mas nada de especial. Um livro direcionado para um público jovem-adulto que teria beneficiado de mais algum desenvolvimento, uma vez que o conceito não é mau de todo.

Comentários

Carla disse…
Olá
Comprei este livro à pouco tempo, estou muito curiosa por o ler, acho que é um livro interessante. Pelo menos pelas outras opiniões que li e por alguns artigos.
Boas leituras.