Opinião: A Dance with Dragons (George R. R. Martin)

A Dance with Dragons de George R. R. Martin
Editora: Voyager (2011)
Formato: Capa Dura | 1016 páginas
Géneros: Fantasia
Sinopse (Goodreads): "In the aftermath of a colossal battle, the future of the Seven Kingdoms hangs in the balance once again - beset by newly emerging threats from every direction. In the east, Daenerys Targaryen, the last scion of House Targaryen, rules with her three dragons as queen of a city built on dust and death. But Daenerys has three times three thousand enemies, and many have set out to find her. Yet, as they gather, one young man embarks upon his own quest for the queen, with an entirely different goal in mind.

To the north lies the mammoth Wall of ice and stone - a structure only as strong as those guarding it. There, Jon Snow, 998th Lord Commander of the Night's Watch, will face his greatest challenge yet. For he has powerful foes not only within the Watch but also beyond, in the land of the creatures of ice.

And from all corners, bitter conflicts soon reignite, intimate betrayals are perpetrated, and a grand cast of outlaws and priests, soldiers and skinchangers, nobles and slaves, will face seemingly insurmountable obstacles. Some will fail, others will grow in the strength of darkness. But in a time of rising restlessness, the tides of destiny and politics will lead inevitably to the greatest dance of all...
"
AVISO: esta opinião contém alguns SPOILERS!
"A Dance with Dragons" cuja primeira parte sairá em Portugal em Setembro com o título "A Dança dos Dragões" (Saída de Emergência) é o quinto livro das Crónicas de Gelo e Fogo.

Um livro massivo, com mais de 900 páginas de história e mais de 50 de extras e indexes, peca no entanto por, como já vem aliás sendo hábito, trazer muito pouco desenvolvimento ao enredo.

A técnica narrativa utilizada por George R. R. Martin nas suas Crónicas é sem dúvida interessante e permite uma construção cuidada e pormenorizada da história, para já não falar de um desenvolvimento soberbo das personagens. Foram precisamente os múltiplos pontos de vista, a maneira diferente como cada personagem vê e enfrenta os acontecimentos que primeiro me atraíram nesta série de fantasia.

Mas, se a principio cativou, depressa se tornou monótono tomar conhecimento dos acontecimentos pelos olhos de tantas pessoas diferentes. Especialmente a partir do quarto livro, quando o autor decidiu abrir uma nova linha de acção envolvendo pessoas que até então não tinham aparecido ainda na série. O que começou por ser uma boa técnica de construção do mundo e das personagens tornou-se um entrave à fluidez da história à medida que Martin adiciona mais e mais personagens com direito aos seus próprios capítulos.

E se nos primeiros livros as personagens que relatavam a história se encontravam no meio da acção, nestes últimos ("A Feast for Crows" - "O Festim dos Corvos" + "O Mar de Ferro" e "A Dance with Dragons") temos pontos de vista de personagens menores, que pouco ou nada contribuem para o avanço da história e que tornam a leitura, por vezes, monótona e um pouco penosa. Torna-a também algo fragmentada e difícil de seguir; muitas vezes durante esta leitura soltei um suspiro de exasperação quando acabava um capítulo relevante (pelo menos parecia-me relevante a mim - e já falarei sobre isto mais à frente) e se seguia um dedicado a uma personagem menos importante que não trazia nada de novo. Na minha humilde opinião certos acontecimentos não necessitavam de tanto pormenor nem da introdução de uma personagem apenas e somente para os explicar.

Isto traz-me a outro problema que tive com este livro (que já referi de passagem, em cima): a sobre-exploração de todos os pormenores de todos os acontecimentos fazem com que o leitor se sinta algo confuso e incapaz de distinguir com clareza qual é o enredo do livro... o facto de todas as perspectivas terem o seu "momento na ribalta" impede que se identifique com clareza qual é a história que Martin quer contar. A de Jon Snow? A de Daenerys Targaryen? A de Tyrion Lannister? A de Arya Stark?
Todas estas personagens têm uma forte presença na série mas não se percebe se as Crónicas são um relato das suas jornadas individuais ou se o enredo cobre mais, se pretende contar a história de Westeros; ou do mundo para lá de Westeros. E sinceramente, no quinto livro... isso já deveria estar claramente estabelecido.

Com tantos pontos de vista diferentes, com a exploração de tantos ângulos e perspectivas, a história avança lentamente e não me parece que Martin consiga concluir convenientemente a sua saga (e é mesmo a mais pura definição de "saga") com apenas mais dois livros. Parece-me provável que muitas coisas sejam mal explicadas ou nunca cheguem a ser explicadas se a acção continuar a desenvolver-se a um ritmo tão lento.

No geral: "A Dance with Dragons" é sem dúvida uma leitura interessante e gostei de voltar a Westeros e às Cidades Livres e de ler mais sobre diversas personagens que já se haviam tornado favoritas. No entanto, apesar de ter mais de 1000 páginas não há grande avanço na história, o que me deixou desapontada. Martin aposta novamente no desenvolvimento de personagens em detrimento do do enredo e parece-me que se afunda mais e mais ao criar novos pontos de vista e ao introduzir novas personagens que bem poderiam não ter sido introduzidas considerando a importância e influência que tiveram (muito pouca).

A resolução dos problemas em Westeros tarda em aparecer; os inimigos da muralha tardam em aparecer. Ao ler "A Dance with Dragons" deu-me a ideia que Martin está relutante em andar com história para a frente, preferindo que ela avance a "passo de caracol". Que prefere centrar-se em determinadas linhas de acção menores (batalhas e cercos menores, questiúnculas entre clãs, etc) e descurar as mais importantes e de mais impacto (os "Outros", as origens da muralha, os poderes de Melisandre e Daenerys e os dragões).
Mesmo assim pretendo continuar a ler esta série de fantasia que ainda considero uma das melhores dentro do género.

Booking Through Thursday: Coruja

Até que horas já ficaste acordada para ler um livro? Ficar acordada a ler um livro até tarde é normal para ti?

Até que horas? A noite toda! Já várias vezes fiquei acordada toda a noite a ler um livro. Basta a história ser envolvente que mesmo olhando ocasionalmente para o relógio não consigo parar de ler! Tenho de saber o que acontece a seguir, tenho de saber qual a resolução da história. Depois, claro, há aquelas noites em que não consigo dormir (quem não as tem?); ler é sempre a primeira coisa que me ocorre nessas ocasiões. 

Quanto a ser ou não um hábito... já foi mais. Hoje em dia dou por mim a ficar com sono, mesmo quando o livro é interessante, pelo que nunca fico acordada até muito tarde a ler. Mas antes era usual, ficava algumas vezes. Belos tempos, lol. :D

In my Mailbox (22)

Mais uma sexta-feira, mais uma Mailbox. Esta semana recebi imensas coisas pelo correio e a única compra directa foi o "Embassytown" (a um preço muito exagerado, deixem-me dizer-vos! Mas enfim). Estou bastante satisfeita com os livros desta semana, especialmente os da Kushiel. :D

The Farseekers - Isobelle Carmody [Fant., YA]
Obernewtyn - Isobelle Carmody [Fant., YA]
Hounded - Kevin Hearne [UF]
Embassytown - China Mièville [Sci-Fi]
Please Ignore Vera Dietz - A.S. King [YA]
Imaginary Girls - Nova Ren Suma [Myst., YA]
Bloodshot - Cherie Priest [UF, Adult]
Hereafter - Tara Hudson [YA, PR]
Forgotten - Cat Patrick [YA, PR]
Kushiel's Chosen - Jacqueline Carey [Fant, Adult]
Kushiel's Avatar - Jacqueline Carey [Fant, Adult]

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Booking Through Thursday - Releituras


Qual foi o primeiro livro que leste mais do que uma vez? (assumindo que há pelo menos um)
Qual o livro que já releste mais vezes. 
Bem. Antes de ser uma doida que compra livros todas as semanas tinha poucos e por isso relia-os muitas vezes. Devo ter lido meia-dúzia de vezes, pelo menos, os livros d'Os Cinco, alguns de Uma Aventura e da colecção das "Gémeas". Para já não falar das bandas desenhadas da Disney, do Asterix e do Calvin e Hobbes.
Já um pouco mais velha reli várias vezes os livros do Harry Potter, não tanto por necessidade mas porque adorava (e ainda gosto muito) da série. Especialmente o quarto livro, não me cansava de o ler!

Outro livro que li bastantes vezes foi, claro, "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen. :D

Qual o livro que li mais vezes? Não faço ideia... provavelmente vários livros dos Cinco. 

A pergunta desta semana foi traduzida pela Cat do blogue "A Bibliófila".

Os Dragões dançam a 9 de Setembro...

Erm... desculpem lá o título completamente "lame" mas não me lembrei de mais nada. :D

A Saída de Emergência divulgou hoje no seu blogue a capa da primeira parte (nono livro) de "A Dança dos Dragões" ("A Dance with Dragons") que chegará às bancas já a 9 de Setembro. Foi também anunciado que no início de Agosto os fans da série terão a oportunidade de ler um excerto desta nova adição às Crónicas do Gelo e do Fogo
Entretanto saíram novas edições dos dois primeiros livros das crónicas ("A Guerra dos Tronos" e a "Muralha de Gelo") com sobre-capas alusivas à série de TV.

Review: Vesper

Publisher: Balzer + Bray (2011)
Format:  Hardcover | 292 pages
Genre(s): Young Adult, Urban Fantasy
Description (Goodreads): "Emily Webb is a geek. And she’s happy that way. Content hiding under hoodies and curling up to watch old horror flicks, she’s never been the kind of girl who sneaks out for midnight parties. And she’s definitely not the kind of girl who starts fights or flirts with other girls’ boyfriends. Until one night Emily finds herself doing exactly that . . . the same night one of her classmates—also named Emily—is found mysteriously murdered.

The thing is, Emily doesn’t know why she’s doing any of this. By day, she’s the same old boring Emily, but by night, she turns into a thrill seeker. With every nightfall, Emily gets wilder until it’s no longer just her personality that changes. Her body can do things it never could before: Emily is now strong, fast, and utterly fearless. And soon Emily realizes that she’s not just coming out of her shell . . . there’s something much bigger going on. Is she bewitched by the soul of the other, murdered Emily? Or is Emily Webb becoming something else entirely— something not human? 

As Emily hunts for answers, she finds out that she’s not the only one this is happening to—some of her classmates are changing as well. Who is turning these teens into monsters—and how many people will they kill to get what they want?"
Here's another book that surprised me. Maybe because I had little to no expectations about it as the only thing I actually knew was that it was a werewolf story.

But now, after finishing it, I am impressed with the book. Not because it is a masterpiece, but because it just stands out among all the young adult urban fantasy I've read this year. And that is something, because with so many books of this genre coming out every month it's certainly difficult to be original.

Emily Webb is not popular. She doesn't think she's pretty. And she knows she's a geek. Most of the time she doesn't mind having only one friend and wearing loose clothes to hide her body (of which she is ashamed). Except sometimes she wonders... how it would be like to be a confident girl, with a confident walk and even some superpowers...

But one thing is imagining and another, completely different thing is having it happen. Really happen. Because suddenly Emily doesn't need her glasses to see clearly; she is fast, strong and... confident.
What is happening to Emily? Why is she suddenly feeling like she is in a movie adaptation of Dr Jekyll and Mr Hyde?

Here's the main reason I liked this book: Emily. I could identify myself with her. She was shy and had doubts about her body and sometimes wished she had the courage to stand up to people. I think she was very human and I can imagine that many girls feel like Emily. I don't know if all of them want superpowers (I know I wanted to be a witch when I started reading Harry Potter... but it's a secret. :D), but certainly every girl in the world has, at one point or another felt inadequate and/or uncomfortable.

So, Emily is a relatable sort of character who suffers a transformation that allows her to be as sassy, outspoken and self-assured as she wants. It's easy to see the appeal, I think. I also liked the fact that Sampson actually cared about the development of his protagonist and that we can see Emily actually changing and growing.

The story wasn't anything special really. It was Emily's journey, Emily's change that drove this book and made it interesting.

There were characters that could have been introduced earlier to the story (like Spencer; we know he is there, but his role is not very prominent although he is an important character) and some parts that felt rushed (the last chapters), but overall "Vesper" was a nice read.
And as the author included parts (the transcripts) that take place much later in Emily's life, I guess I'll have to read the second book in the series to see what else happens to her: how she will find her pack and how the relationship with her "mate" will go. Oh and everything about BioZenith. I'll just have to keep reading until I know as much as Emily seems to know in this first book.

Overall: this is an introductory book to the series, clearly. It focuses on Emily's experiences while changing and has a very simple plot that is there mostly to 'help' Emily in her 'journey'. The "transcripts" that appear throughout hint at a deeper story and several plot lines that include other supernaturals and the rest of Emily's pack. These transcripts represent Emily's present while the book is a recounting of Emily's past so if the reader wants to know more they'll just have to read the other books. I think I will. :)

In my Mailbox (21)

A Mailbox desta semana vem tarde porque me deu um ataque de preguicite e porque já tinha feito uma edição especial para assinalar o livro que mais gostei de receber esta semana. Mas como "A Dance with Dragons" não foi o único livro que recebi ou comprei... aqui ficam as 'aquisições' da...erm... semana. Ah, e sim, comprei o segundo livro da Tera Lynn Childs antes de ter lido o primeiro todo... *sigh*.

A Dance with Dragons - George R.R. Martin [Fant.]
A Lâmina - Joe Abercrombie [Fant.]
Dead Rules - Randy Russell [YA, UF]
Anno Dracula - Kim Newman [Fant. Hist.]
Ship Breaker - Paolo Bacigalupi [Dyst., Sci-Fi, YA]
Fins are Forever - Tera Lynn Childs [PR, YA]

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Review: Crush Control

Publisher: Razorbill (2011)
Format:  Paperback | 318 pages
Genre(s): Young Adult, Romance
Description (Goodreads): "Willow has spent most of her life as her mother's sidekick in a popular Las Vegas hypnotism show. So when she and her mom move back to their sleepy southern hometown to start over, she thinks she's in for a life of quiet normalcy. Except that her new life turns out to be anything but, when she kinda sorta hypnotizes Quinton, the hottest guy on the football team, to fall madly, deeply, head over heels in love with her. But what started out as an innocent way to make her best friend, Max, jealous soon gets way out of hand, and Willow begins to wonder if the mind - and more importantly, the heart - is something you can really control."
"Crush Control" is the perfect book to read when you want something light, fun and fluffy. I enjoyed this book but must admit it is a very standard young adult romance.

Willow is crushed when she has to leave her small town and her best friend, Max, at the tender age of nine years old. So she decides to hypnotize him to always be her best friend.

Now 17, Willow returns to her old town after spending years as her mother's sidekick in a hypnotism show in Vegas. She and Max have kept in contact and somehow she ended up falling for him; the trouble is, she hypnotized him to always be her friend...

In spite of being riddled with stereotypes from the "love triangle" to falling in love with your best friend, "Crush Control" has it's moments. The story is pretty predictable and the most characters aren't that well developed but the book still manages to be a page turner somehow.

Overall: even if it lacks originality, "Crush Control" is a quick, cute and sometimes funny read. The main character grows a little bit and comes to some conclusions about herself and life (nothing too deep) but most of the time this is a light read. Perfect for summer and for the beach.

In my Mailbox (20.5) - Edição Especial: *squeeee*

*squeeeee* It's here! Chegou! Eu sei que é um bocado parvo fazer uma edição especial da mailbox só para mostrar este livro, mas fiquei tão contente quando cheguei a casa e vi a encomenda! Pelo tamanho só podia ser... "A Dance with Dragons"! E depois de tantas mudanças de capa sempre é a do escudo, ahah! :D

Opinião: O Segundo Cerco

O Segundo Cerco de Henry H. Neff
Editora: Editorial Presença (2011)
Formato: Capa Mole | 423 páginas
Géneros: Lit. Infanto-Juvenil, Fantasia Urbana
Descrição (Ed. Presença): "Este segundo volume de A Tapeçaria leva a série a um novo nível de sofisticação e suspense. Max Mc Daniels e David Menlo, agora no seu segundo ano na Academia de Rowan, desenvolveram as suas potencialidades, os seus conhecimentos e são agora jovens adultos preparados para enfrentar os seus adversários. Entretanto Astaroth, um demónio que se libertou de um cativeiro de séculos, vai tentar apoderar-se do Livro de Tot, o Livro das Origens, e utilizá-lo para os seus tenebrosos objectivos. Uma saga que decorre no mundo actual e que reúne fantástico, ficção científica e magia." 
AVISO: Contém alguns SPOILERS!
Após ter ficado algo desiludida com o primeiro livro desta série, entrei na leitura de "O Segundo Cerco" com expectativas algo baixas. Talvez tenha sido um pouco por isso que este segundo livro da série me agradou mais do que o primeiro; mas creio que o facto de o autor ter passado muito mais tempo a desenvolver o seu mundo e as personagens também contribuíram para que este livro fosse bem mais interessante do que o seu predecessor.

Passou um ano desde que Max McDaniels, agora a viver permanentemente na Academia de Rowan com o seu pai, descobriu que tinha poderes mágicos. O primeiro ano de aprendizagem na Academia foi atribulado e resultou na libertação de um mal antigo: Astaroth, o temido líder do "Inimigo".
Com Astaroth à solta, o mundo torna-se um lugar sombrio: governos caiem, o caos instala-se em cidades e vilas e as pessoas vivem num clima de medo. Em Rowan, os Místicos preparam-se para uma luta difícil e esforçam-se por chegar antes de Astaroth a um objecto mágico que lhe dará poder suficiente para controlar o planeta: o Livro de Tot.

"O Segundo Cerco" foi, como já referi, bastante mais interessante do que o "O Guardião de Rowan". Nota-se um esforço claro por parte do autor para desenvolver mais o seu mundo e as personagens. Muitas das questões levantadas no primeiro livro (como a relevância de Max, entre outras) são respondidas de forma clara, há um incremento na acção o que tornou o livro mais fácil de ler e muitas das personagens que no primeiro livro pouca ou nenhuma personalidade possuíam parecem neste ganhar dimensão.

Neff dá-nos muitos mais pormenores acerca do mundo dos místicos, das suas relações com o mundo "exterior" e outras Ordens secretas como as que preferem seguir a via da tecnologia. Dá-nos a conhecer as tensões existentes neste mundo escondido onde diversas tradições mágicas se cruzam e coexistem numa frágil paz. Distancia-se assim da realidade construída por Rowling na série "Harry Potter"; consegue também integrar com muito mais eficácia do que no primeiro livro, a mitologia dos Tuatha Dé Danann e a lenda de Cúchulain.

Max cresce imenso como personagem e senti que neste livro ele passou realmente a ter o papel principal, ao contrário do que acontecia no primeiro livro onde sempre me pareceu ter um papel secundário. Ao ler sobre Max n'"O Guardião de Rowan" lembrava-me sempre de personagens como Ron Weasley ou Robin (o parceiro do Batman); nesta segunda obra o papel e a importância de Max são bem referenciados e a própria personagem parece adquirir uma auto-confiança que o catapulta para primeiro plano. Outras personagens como a Professora Boon e o Agente Cooper ganham também vida através das interacções com Max e David.

David continua a ser uma personagem bastante mono-dimensional e desinteressante apesar da sua aparente importância. A sua evolução é irrealista, muito porque parece que o rapaz "já nasceu ensinado" sabendo fazer tudo e mais alguma coisa - é o melhor Feiticeiro e parece ser muito sábio apesar da idade. E nunca dá explicações acerca daquilo que diz ou do que pede aos outros para fazer.

Apesar destas melhorias, existem ainda alguns problemas na construção da história: algumas situações parecem forçadas e mesmo inverosímeis (como o facto dos humanos comuns aceitarem com naturalidade, ao que parece, as estranhas mudanças a ocorrer pelo mundo fora); outras parecem não ter qualquer objectivo. A magia, apesar de ser o 'fio condutor' da narrativa continua a ser pouco impressionante; basicamente alguém sussurra umas palavras ou faz um gesto com a mão.

Contudo, mesmo com estas falhas penso que este livro foi bastante melhor do que o primeiro e as reviravoltas no enredo certamente aguçaram a minha curiosidade acerca do que se passará no terceiro livro!

No geral, "O Segundo Cerco" foi uma leitura bem mais agradável e interessante do que "O Guardião de Rowan" e representa uma melhoria considerável em relação ao primeiro livro. Mesmo assim, considero que o autor continua a não desenvolver suficientemente bem alguns dos aspectos e "regras" do seu mundo e que este seria mais intrigante se a magia dos Místicos e os engenhos dos cientistas fossem explicados com mais pormenor.
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Nota: Foi-me enviado, pela Editora, um exemplar desta obra para análise mas isso não influenciou em nada a opinião aqui apresentada.

Opinião: O Guardião de Rowan

O Guardião de Rowan de Henry H. Neff
Editora: Editorial Presença (2010)
Formato: Capa Mole | 350 páginas
Géneros: Lit. Infanto-Juvenil, Fantasia Urbana
Descrição (Goodreads): "A vida sossegada de Max McDaniels está prestes a nunca mais voltar a ser como dantes. Durante uma visita com o pai ao Instituto de Arte de Chicago, uma velha tapeçaria celta ganha vida à sua frente e, pouco depois, Max recebe um enigmático convite para ingressar na Academia de Rowan. Aí aguardam-no criaturas fantásticas, um currículo exigente e colegas com capacidades extraordinárias, mas também uma batalha ancestral entre as forças da luz e das trevas. Neste romance de estreia, o autor e ilustrador Henry H. Neff combina elementos de fantasia, ficção científica e mitologia para criar uma história emocionante que nos conquista do início ao fim."
AVISO: Contém SPOILERS!
Quando me foi proposta a leitura deste livro, fiz alguma pesquisa sobre o mesmo e descobri várias opiniões no Goodreads que o caracterizavam como sendo parecido com Harry Potter mas não desprovido do seu próprio encanto.

Parti então para a leitura com algum entusiasmo pois a saga de Harry Potter é uma das minhas preferidas e se "O Guardião de Rowan" tinha o mesmo tipo de premissa isso só podia significar que ia ser um livro agradável.

Infelizmente, não foi o caso. Ao contrário de outros leitores não achei o mundo construído por Henry H. Neff particularmente interessante; nem o mundo, nem o enredo e nem mesmo as personagens.

Mas comecemos pelo principio. A história faz realmente lembrar a do Harry Potter. O protagonista, Max McDaniels, está de visita a um museu quando se depara com uma velha e puída tapeçaria numa sala meio escondida. Quando se aproxima, a tapeçaria parece mudar: as cores avivam-se, cenas bucólicas desenham-se, os fios brilham em várias cores... enfim, basicamente a tapeçaria transforma-se. E pouco depois Max recebe uma carta informando-o que é um "Potencial". E é assim que a vida deste jovem de 12 anos muda para sempre... indivíduos estranhos aparecem de repente, alguns para lhe fazer mal, outros para lhe dizer que fora aceite na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwa... Academia de Rowan.
Quando chega à escola, Max aprende que é um "Místico" e que pode manipular energia. E não, não é preciso varinhas como os professores salientam peremptoriamente.

Esta é, em linhas gerais, a história do primeiro livro que me parece ser um livro introdutório à série, uma vez que a acção é escassa. Muito pouco acontece que não esteja relacionado com o funcionamento normal de uma escola em regime de internato. Isto tornou a leitura um pouco morosa, por vezes.
Max ingressa então na Academia, um local misterioso carregado de 'Magia Antiga', onde as divisões mudam de aspecto para acomodar quem lá está dentro; os seus testes indicam que tem qualquer coisa de invulgar, mas não se sabe bem o quê. Quase de início, Max e os colegas são confrontados com um trio de alunos arrogantes do segundo ano que persistem em gozar com eles. Bailes e banquetes a celebrar o dia das Bruxas ou o Dia dos Namorados sucedem-se... e, claro, todos os alunos têm de cuidar e conviver com criaturas mágicas, inventadas pelo autor e que, para serem distintas das apresentadas numa certa série são... bem, ridículas. O "lymrill", por exemplo, é uma misturaça tão grande de espécies que não fui capaz de criar qualquer imagem mental do animal. O único ponto positivo que tenho a apontar é a utilização de engenhos tecnológicos lado a lado com a magia.

Como podem ver o enredo é assustadoramente reminiscente do de Harry Potter; a triste diferença é que Neff não é, nem de perto nem de longe um escritor tão imaginativo como Rowling. É por isso que o seu mundo falha e que não consegue imprimir às suas criaturas ou à sua academia o ambiente mágico e arcano que caracterizam os livros de Rowling. A prática da 'magia' é escassa no livro e Max utiliza mais a sua misteriosa força sobre-humana do que os seus supostos dons de místico.

Também a mitologia é confusa. O autor utiliza mitologia Irlandesa e Escocesa para explicar a constante mas antiga batalha entre os Místicos "bons" e os "maus" (também comummente designados como "O Inimigo"), metendo os Tuatha Dé Danann pelo meio; Cúchulain entra também na história para explicar porque é que Max é especial, mas sinceramente as explicações são tão atabalhoadas e incompletas que não se percebe bem a relação.

As personagens também têm muito pouco que se recomende. Não estão particularmente bem desenvolvidas e em termos comportamentais são semelhantes às de Rowling (temos David, o Místico prodígio e a Directora que trata Max como o Dumbledore trata o Harry). Max distingue-se de Harry Potter na medida em que parece ter mais garra e ser um pouco mais volúvel emocionalmente. Mas de resto não há nenhuma personagem que se destaque.

No geral: "A Tapeçaria - O Guardião de Rowan" é mais um livro dirigido aos leitores que apreciaram Harry Potter. Atenção, digo aos que apreciaram e não aos fans. Isto porque o universo criado por Henry H. Neff é tão similar ao de Rowling que um fan desta depressa estaria a comparar as duas obras. E a de Neff sai claramente a perder pois falta-lhe o encanto e complexidade que caracterizam os livros de J.K. Rowling. Confesso que este livro não me cativou particularmente por achar o enredo previsível e o mundo pouco interessante e mal desenvolvido. Destaco, no entanto, a escrita acessível do autor e as belíssimas ilustrações espalhadas pelo livro. Talvez o segundo livro tenha mais detalhes sobre o mundo em que as personagens se movem.
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Nota: Foi-me enviado, pela Editora, um exemplar desta obra para análise mas isso não influenciou em nada a opinião aqui apresentada.

In my Mailbox (20)

A Mailbox desta semana é muito tuga (é mais fifty-fifty mas pronto)! Alguns deles foram ofertas. :) Uma das minhas pre-orders chegou também esta semana (Graveminder) e a trilogia da Anne Bishop é o resultado de uma compra maluca na Fnac em companhia de umas pessoas fixes (que também gostam de livros). :D

The Pillars of the World - Anne Bishop [Fant.]
Shadows and Light - Anne Bishop [Fant]
The House of Gaian - Anne Bishop [Fant.]
Graveminder - Melissa Marr [Adult, UF, Horror]
O Guardião de Rowan - Henry H. Neff [MG, UF] (Oferta)
O Segundo Cerco - Henry H. Neff [MG, UF] (Oferta)
A Promessa - Brunonia Barry [Romance] (Oferta - Obrigada Célia!)

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Review: Bumped (Megan McCafferty)

Publisher: Balzer + Bray (2011)
Format:  Hardcover | 323 pages
Genre(s): Young Adult, Science-Fiction, Satire
Description (Goodreads): "When a virus makes everyone over the age of eighteen infertile, would-be parents pay teen girls to conceive and give birth to their children, making teens the most prized members of society. Girls sport fake baby bumps and the school cafeteria stocks folic-acid-infused food. Sixteen-year-old identical twins Melody and Harmony were separated at birth and have never met until the day Harmony shows up on Melody’s doorstep. Up to now, the twins have followed completely opposite paths. Melody has scored an enviable conception contract with a couple called the Jaydens. While they are searching for the perfect partner for Melody to bump with, she is fighting her attraction to her best friend, Zen, who is way too short for the job.
Harmony has spent her whole life in Goodside, a religious community, preparing to be a wife and mother. She believes her calling is to convince Melody that pregging for profit is a sin. But Harmony has secrets of her own that she is running from.
When Melody is finally matched with the world-famous, genetically flawless Jondoe, both girls’ lives are changed forever. A case of mistaken identity takes them on a journey neither could have ever imagined, one that makes Melody and Harmony realize they have so much more than just DNA in common.
From New York Times bestselling author Megan McCafferty comes a strikingly original look at friendship, love, and sisterhood—in a future that is eerily believable."
I honestly don't know what to write about this. It was a strange read.
The author tried to write a satire of some sort about current social views on teenagers and sex and in part, I think she was successful. But somehow the ending didn't convince me. It didn't seem to drive the point across strongly enough. But that may be because this is only the first book in a series

In the near future, twins Melody and Harmony have been separated at birth and sent to live in two very different homes. Melody grew up with progressive parents who groomed her to be a perfect professional "Surrogette". Harmony lands in the middle of a religious community that thinks teens should be married if they are to have children.
And now you're thinking: teens having children? Well, yes. Because in this near- future, a mysterious virus makes everyone over the age of 18 infertile. So teens are every one's only hope; if nowadays teens are celebrities because they are actors and singers in the world written by McCafferty they are famous for their genetic traits and capacity to "bump" and "pregg" effectively.

Two worlds collide when Harmony appears on Melody's doorstep.

Reading this was... an experience. I liked her satirical representation of the many hot and controversial issues that plague our society, like sex and pregnancy among teens. I liked how McCafferty cleverly built her world to represent a completely different reality from ours that strangely enough seems to have some of the same problems.

As far as satires go, I think it was well written enough, but for some reason I just didn't love it. I think it would appeal more if I was a teenager, but it wasn't just that. While the book was supposed to make a point by hyperbolizing characters and situations, I sometimes felt like it was too much... even for a satire. I really don't know how to explain this better, sorry.

Overall: while the author did a good job at getting her points across by writing about a future that focus on most of our taboo subjects, I think the narrative lacked... sophistication sometimes. Not to mention it was fairly predictable. So I did like "Bumped" but I think I'd have liked it more if I was its target readership.

Review: Prophecy of the Sisters (Michelle Zink)

Publisher: Little Brown and Company (2010)
Format:  Paperback | 343 pages
Genre(s): Young Adult, Historical Fantasy, Urban Fantasy
Description (Goodreads): "In Michelle Zink's debut novel, orphaned twin sister Lia and Alice Milthorpe are yoked together in an ancient prophecy that makes them enemies and could destroy them both. If Lia can break this familial curse, she can not only save her relationship with her beloved boyfriend; she can finally resolve the mystery behind her parents' death. A teen author to watch."
Here's a difficult book to give an opinion about. I enjoyed it enough but didn't think it was that great. There were a lot of things that the author was trying to do with the story that didn't quite work and things she could have used but didn't.

It's 1890; Twin sisters Alice and Lia Milthorpe just lost their father in a bizarre accident, making them orphans. As if that wasn't enough a friend of the family finds an hidden book with a strange prophecy. When Lia, the older twin learns about the contents of the book she decides to start investigating it's meaning... because something strange has happened to her too; a strange mark has appeared on her arm overnight.

"Prophecy of the sisters" was, as I said before, an agreeable enough read. But it was also just... average. Nothing stood out much in the story, there were no remarkable characters and some parts of the plot were a bit unrealistic.

First, I wasn't crazy about the way the author mixed Norse and Celtic mythology with Christian. I thought it was confusing and unnecessary (to this book at least).

Second, the story was just... predictable. The prophecy was easy to figure out as was Lia's true role in it. And Luisa and Sonia's role in it as well. So it was kind of frustrating to read about how Lia and her friends didn't understand the prophecy and how much investigating they had to do to get the knowledge. I wondered why they just didn't piece it all together as it was so obvious. I don't know if the author thought readers wouldn't piece it together that quickly or if it was a way to make readers feel smart, but it made me, at least, enjoy the book less.

Third: the characters. This book is about twin sisters (and both are supposed to be the protagonists) but we only ever get Lia's perspective. Alice is very one-dimensional and seems to be there just to be Lia's antagonist. I didn't particularly like this. There are books that have multiple POVs and don't really need them; but this book should have had alternating chapters, in my opinion. I'd have liked to know about Alice too and her own internal struggle (she doesn't seem to have one, but if that's so she is very poorly developed).
As for supporting characters there were a few, but they were merely there as aides and didn't have that much personality. Some are exclusively placed in the story as "means" of information for Lia and her friends.

Overall: I liked the concept but not how the author developed it. She could have created a much more intricate story. Also I didn't get why this is historical as the fact that it takes place in the 19th century doesn't really matter much. Lia and her friends seem to have too much freedom considering the period and the author really doesn't describe 19th century American society with enough detail to make it interesting. The author also didn't manage to make it "gothic" as it seemed to be the intention. An average paranormal read for young adults.

Mais Lançamentos Fantásticos para Julho!

Bem, não se pode dizer que a saga "Harry Potter" seja propriamente uma novidade, mas a Editorial Presença decidiu relançar a saga inteira com capas novinhas (quer dizer, novas em Portugal, porque na verdade são as capas das "versões adultas" do Reino Unido). De qualquer modo, aqui ficam as novas capas da série.


A Saída de Emergência tem também algumas surpresas dentro do género para este mês. Procurem-nas nas livrarias a partir de 8 de Julho. :D

Título: "Wicked Lovely - Frágil Eternidade"
Autor: Melissa Marr
N.º de Páginas: 336
Lançamento: 8 de Julho
Sinopse (SdE): "Seth quer ficar com Aislinn para sempre. Mas a eternidade ganha um novo significado quando a nossa namorada é uma rainha das fadas imortal... O Rei do Verão tornou Aislinn imortal para fazer dela monarca e agora ela enfrenta desafios e tentações muito para além do que alguma vez imaginara. No terceiro livro desta hipnotizante saga do Mundo das Fadas, Seth e Aislinn lutam para se manterem fiéis a si próprios e um ao outro. Num ambiente de regras obscuras e fidelidades voláteis, onde os velhos amigos se tornam novos inimigos, um passo em falso pode fazer com que a Terra mergulhe no caos." 
Título: "Pecados na Noite"
Autor: Sherrilyn Kenyon
N.º de Páginas: 288
Lançamento: 8 de Julho
Sinopse (SdE): "No universo dos Predadores da Noite existe um código de honra que até os imortais mais ousados devem seguir: Não magoar humanos. Não beber sangue. Nunca se apaixonar. Mas, de vez em quando, um Predador parece achar-se acima do código. É nessa altura que sou chamado. Quem sou eu? Sou a fúria que terá de enfrentar. Nada me pode tocar. Nada me pode deter. Sou implacável e insensível. Ou assim pensava eu, até me cruzar com uma Predadora da Noite conhecida como Danger - e não o é apenas no nome, mas na forma como vive a vida. Não confia em mim. E quem sou eu para censurá-la? Apenas ela sabe que estou aqui para julgar, sentenciar e, muito provavelmente, executar os seus amigos. Danger St. Richard é uma distração fatal. Algo nela conseguiu despertar
um coração que eu julgava morto para sempre. Nesta corrida contra o mal, a única esperança da Humanidade é que eu cumpra o meu dever. Mas como poderei fazê-lo se isso significa sacrificar a única mulher que alguma vez amei?"
Título: "Os Dilemas do Assassino"
Autor: Robin Hobb
N.º de Páginas: 400
Lançamento: 8 de Julho
Sinopse (SdE): "O seu nome é murmurado com temor e respeito.
A sua figura move-se nas sombras da noite e das políticas.
Acaba de salvar o herdeiro do reino. Mas será suficiente?

Depois de salvar o príncipe das garras dos pigarços e de sofrer a mais devastadora perda possível ao fazê-lo, o lendário assassino regressa ao lugar a que em tempos chamou lar. Aí, esperam-no dias difíceis de adaptação, mas também o esperam oportunidades, velhos e novos amigos e até um filho adolescente. E espera-o também um príncipe, do seu sangue sem que o saiba, dotado com as magias desse sangue mas sem conhecimentos para lidar com elas, e prometido a uma princesa estrangeira. Como irá Fitz lidar com todos os desafios que o aguardam em Torre do Cervo? Que soluções encontrará para os seus dilemas?"

Lançamento - O Segundo Cerco

Chega já amanhã às livrarias, o segundo volume da série "A Tapeçaria" intitulado "O Segundo Cerco". Esta série de fantasia claramente influenciada por sagas como a de Harry Potter ou Percy Jackson é da autoria de Henry H. Neff. O primeiro volume, lançado no ano passado na Colecção Via Láctea chama-se "O Guardião de Rowan" e introduz a personagem de Max McDaniels, o protagonista.

Título Original: "The Second Siege"
Título: "O Segundo Cerco"
Autor: Henry H. Neff
Editora: Editorial Presença (Colecção Via Láctea, nº 98)
N.º de Páginas: 432
Data de Lançamento: 5 de Julho
Sinopse (Presença): "Este segundo volume de A Tapeçaria leva a série a um novo nível de sofisticação e suspense. Max McDaniels e David Menlo, agora no seu segundo ano na Academia de Rowan, desenvolveram as suas potencialidades, os seus conhecimentos e são agora jovens adultos preparados para enfrentar os seus adversários. Entretanto Astaroth, um demónio que se libertou de um cativeiro de séculos, vai tentar apoderar-se do Livro de Tot, o Livro das Origens, e utilizá-lo para os seus tenebrosos objectivos. Uma saga que decorre no mundo actual e que reúne fantástico, ficção científica e magia."

Sobre o Autor:
HENRY H. NEFF é um ex-consultor de gestão da zona de Chicago. Mas a sua verdadeira vocação veio a revelar-se numa área de actividade completamente diferente. Foi professor de História e Belas-Artes em São Francisco e actualmente vive em Brooklyn onde escreve e ilustra livros juvenis.
Site oficial do autor: http://www.henryhneff.com.

Review: Forgive My Fins (Tera Lynn Childs)

Publisher:  Katherine Tegen Books (2011)
Format:  Paperback | 331 pages
Genre(s): Young Adult, Paranormal Romance
Synopsis.

WARNING: Contains a Lot of Spoilers!
While I really like mermaids (look at all the mermaid related books I've read this year) I was never particularly interested in this book. "Forgive my Fins" always seemed to me to be the type of fluffy, cute paranormal romance I only enjoy reading occasionally. Let's just say I prefer my mermaids to be darker and less human than Cleo, Emma and Ricky (if you're wondering what I'm talking about, it's the Teen TV show H2O).

Still, this finally came out on paperback and I did enjoy a couple of fluffy teen romances this year so I thought "why not"? I read the synopsis and I liked the idea of enemies turned lovers (oh the potential).
I guess I was expecting this book to surprise me in a positive way, like "The Ghost and the Goth".

Unfortunately that didn't happen. "Forgive my Fins" is just as fluffy, sweet and full of clichés as I feared. Not to mention it has a thin plot, cookie-cutter characters and weak world-building.

The story is pretty standard. The main character, Lily (who I found annoying most of the time) is a half-mermaid living with her human aunt. She is actually also a royal princess of the seas (her father is the king and he has a trident) and decided to 'explore' her human side before being called to her duties. So she's been experiencing high-school, with all it's ups and downs including a crush on the popular kid, Brody, who she thinks may just be her life mate. And you know why that is? Because he is a good swimmer. I kid you not.

Then there is the leather-clad bully who seems to target only Lily with his mocking words. Of course the reader understands immediately (like, by page 5 or something) that he likes her but Lily doesn't, obviously. Because if she had brains it would be a short-story. But even with this premise the author could have written something interesting if only she had explored the chemistry between the two main characters.

So basically you have the start of a pretty standard love-triangle that only gets more ridiculous when Lily ends up 'mated' to the leather-clad hunk (whose name is Quince, the poor guy) by accident. She doesn't want it but her Dad wants her to try at least, which results in many trips to underwater realms, silly tests in desert Islands and other unrealistic stuff. All the while the reader nods sagely because it is so obvious she likes the bully.

So story-wise? Weak. Pretty weak.

Then you have the characters. Most of them are pretty stereotyped and one-dimensional: Lily's best friends, Brody, Aunt Rachel, Lily's dad (who is like a copy of Ariel's father... no really). Lily is too dumb to live and honestly not very charismatic. Not to mention she seems to have personality shifts; for example right at the beginning of the book she tells us mermaids aren't good at human subjects like math and sciences, but later on she is able to explain the mechanics (in very scientific lingo too) of breathing underwater as a mermaid.
Also none of them seems particularly surprised when Lily confesses to being a mermaid: three separate characters in three separate occasions learn the truth and they just go all "right, that's cool, what's for lunch". I mean... uh... mermaid? She's a mermaid. As in non-human, mythical creature?
Quince is, by far, the best character in the book (so of course, some of the best lines are his). So character-wise? Could improve. A lot.

Last but not least: world-building. Again, not brilliant. Merpeople are basically humans with fins. They live in cities and have houses, parties, love sushi (even use chopsticks) and don't even think of luring unwary sailors to their deaths. They're... fluffy. There was no mystique in Child's mermaid world. It was rather boring and ordinary.

Overall: if there was a word to describe this book it would be... pink, I guess. This is a badly paced teen romance. I do admit it has it's cute moments but if you're looking for well-written fluff, look elsewhere. This book needed more story and character development to be a truly interesting read.

In my Mailbox (19)

E como já é costume à sexta-feira, cá está o "In my Mailbox". Esta semana chegou finalmente o "Ultraviolet" que já tinha sido enviado no dia 3 de Junho e que receava que se tivesse perdido. Chegaram também "Bumped" e "Leviathan Wakes" (uma boa space opera segundo o George R. R. Martin) ambos recomendações do site The Book Smugglers. E como foi também no The Book Smugglers que descobri o "Chime" decidi dar uma chance a estes dois livros, embora "Bumped" tenha algumas críticas menos boas.

Dark Descendant - Jenna Black [UF, Adult]
Forgive my Fins - Tera Lynn Childs [YA, PR]
Ultraviolet - R. J. Anderson [YA, UF]
Crush Control - Jennifer Jabaley [YA]
Bumped - Megan McCafferty [YA, Sci-Fi]
Leviathan Wakes - James S. A. Corey [Sci-Fi]

E vocês o que receberam na vossa Caixa de Correio (What did you get in your mailbox this week?)?
"In my Mailbox" is hosted by The Story Siren.

Review: Chime (Franny Billingsley)

Publisher:  Bloomsbury Publishing (2011)
Format:  Hardcover | 361 pages
Genre(s): Young Adult, Historical Fantasy, Paranormal Romance
Synopsis.

Warning: Contains some SPOILERS!
I... don't really know what to write. You know when you read a book and you like it so much you just want to write "I loved this book" and not a detailed opinion on story and character development? Well, that's how I feel right now. I just want to say I really liked this book and be done with it. Write nothing else. Except that wouldn't be very helpful, would it? So I'll try to write something, even if I'm not sure what. Sorry if this review is confusing.

Briony Larkin is a witch. A wicked, powerful and mean witch that wields her magic with great skill and destroys everything around her. She hurts her sister; she hurts her good-natured stepmother; she even burns her library to the ground. Briony knows she deserves to hang, like all witches, but she insists on living. So she keeps quiet about her powers and her wickedness. She only half-lives. Until Eldric arrives.

"Chime" was a great book. I loved most everything about it because the story had that wild, raw enchantment of folklore tales and the characters were... fascinating. Quirky, sure. But fascinating nonetheless. Briony undergoes transformation throughout the book and I think that this, more than the story (which is fairly easy to piece together, especially after Leanne arrives) is what makes this book so intriguing and interesting.

This was definitely a character-driven sort of book and the plot seemed to be there to help the characters evolve. But that didn't stop Billingsley from creating a beautiful and mysterious world where people and the "Old Ones" co-exist together in uneasy harmony. I liked how strange, almost alien, the magical beings were. And while the author is skillful in her world building it's also her writing style that helps create the 'mood' of this book.

It is also the writing that makes it hard to get into "Chime" at first. It is different, not straightforward almost lyrical and sometimes chaotic (especially when it describes twisted emotions, like the ones Briony experiences). It suits the story and the characters but it takes a while for the reader to get used to it. But once you do, you'll find the book wouldn't be half as charming if it weren't written this way. It has to be written this way because the protagonist is ill (and what irony, she doesn't believe in Freud and his theories).

What more can I say? I loved Rose, of course, because who wouldn't? She was a genius in her own way. I even liked Elric because he was the male protagonist and there wasn't a brooding bone in his body! The love story was touching and beautiful.

I felt that the book dragged a bit and Briony took too long to figure some things out, but other than that I loved this book (yes, I said it again).

Overall: "Chime" is a delicious book with well-developed characters and a great story. I wouldn't say it's a page-turner, because it's too intricate for that, but it is an excellent read and I recommend it to everyone who likes some magic in their stories. I'll definitely be looking for Franny Billingsley's other books!