Editora: Editorial Presença (2010)
Formato: Capa Mole | 350 páginas
Géneros: Lit. Infanto-Juvenil, Fantasia Urbana
Descrição (Goodreads): "A vida sossegada de Max McDaniels está prestes a nunca mais voltar a ser como dantes. Durante uma visita com o pai ao Instituto de Arte de Chicago, uma velha tapeçaria celta ganha vida à sua frente e, pouco depois, Max recebe um enigmático convite para ingressar na Academia de Rowan. Aí aguardam-no criaturas fantásticas, um currículo exigente e colegas com capacidades extraordinárias, mas também uma batalha ancestral entre as forças da luz e das trevas. Neste romance de estreia, o autor e ilustrador Henry H. Neff combina elementos de fantasia, ficção científica e mitologia para criar uma história emocionante que nos conquista do início ao fim."
AVISO: Contém SPOILERS!
Quando me foi proposta a leitura deste livro, fiz alguma pesquisa sobre o mesmo e descobri várias opiniões no Goodreads que o caracterizavam como sendo parecido com Harry Potter mas não desprovido do seu próprio encanto.
Quando me foi proposta a leitura deste livro, fiz alguma pesquisa sobre o mesmo e descobri várias opiniões no Goodreads que o caracterizavam como sendo parecido com Harry Potter mas não desprovido do seu próprio encanto.
Parti então para a leitura com algum entusiasmo pois a saga de Harry Potter é uma das minhas preferidas e se "O Guardião de Rowan" tinha o mesmo tipo de premissa isso só podia significar que ia ser um livro agradável.
Infelizmente, não foi o caso. Ao contrário de outros leitores não achei o mundo construído por Henry H. Neff particularmente interessante; nem o mundo, nem o enredo e nem mesmo as personagens.
Mas comecemos pelo principio. A história faz realmente lembrar a do Harry Potter. O protagonista, Max McDaniels, está de visita a um museu quando se depara com uma velha e puída tapeçaria numa sala meio escondida. Quando se aproxima, a tapeçaria parece mudar: as cores avivam-se, cenas bucólicas desenham-se, os fios brilham em várias cores... enfim, basicamente a tapeçaria transforma-se. E pouco depois Max recebe uma carta informando-o que é um "Potencial". E é assim que a vida deste jovem de 12 anos muda para sempre... indivíduos estranhos aparecem de repente, alguns para lhe fazer mal, outros para lhe dizer que fora aceite na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwa... Academia de Rowan.
Quando chega à escola, Max aprende que é um "Místico" e que pode manipular energia. E não, não é preciso varinhas como os professores salientam peremptoriamente.
Esta é, em linhas gerais, a história do primeiro livro que me parece ser um livro introdutório à série, uma vez que a acção é escassa. Muito pouco acontece que não esteja relacionado com o funcionamento normal de uma escola em regime de internato. Isto tornou a leitura um pouco morosa, por vezes.
Max ingressa então na Academia, um local misterioso carregado de 'Magia Antiga', onde as divisões mudam de aspecto para acomodar quem lá está dentro; os seus testes indicam que tem qualquer coisa de invulgar, mas não se sabe bem o quê. Quase de início, Max e os colegas são confrontados com um trio de alunos arrogantes do segundo ano que persistem em gozar com eles. Bailes e banquetes a celebrar o dia das Bruxas ou o Dia dos Namorados sucedem-se... e, claro, todos os alunos têm de cuidar e conviver com criaturas mágicas, inventadas pelo autor e que, para serem distintas das apresentadas numa certa série são... bem, ridículas. O "lymrill", por exemplo, é uma misturaça tão grande de espécies que não fui capaz de criar qualquer imagem mental do animal. O único ponto positivo que tenho a apontar é a utilização de engenhos tecnológicos lado a lado com a magia.
Como podem ver o enredo é assustadoramente reminiscente do de Harry Potter; a triste diferença é que Neff não é, nem de perto nem de longe um escritor tão imaginativo como Rowling. É por isso que o seu mundo falha e que não consegue imprimir às suas criaturas ou à sua academia o ambiente mágico e arcano que caracterizam os livros de Rowling. A prática da 'magia' é escassa no livro e Max utiliza mais a sua misteriosa força sobre-humana do que os seus supostos dons de místico.
Também a mitologia é confusa. O autor utiliza mitologia Irlandesa e Escocesa para explicar a constante mas antiga batalha entre os Místicos "bons" e os "maus" (também comummente designados como "O Inimigo"), metendo os Tuatha Dé Danann pelo meio; Cúchulain entra também na história para explicar porque é que Max é especial, mas sinceramente as explicações são tão atabalhoadas e incompletas que não se percebe bem a relação.
As personagens também têm muito pouco que se recomende. Não estão particularmente bem desenvolvidas e em termos comportamentais são semelhantes às de Rowling (temos David, o Místico prodígio e a Directora que trata Max como o Dumbledore trata o Harry). Max distingue-se de Harry Potter na medida em que parece ter mais garra e ser um pouco mais volúvel emocionalmente. Mas de resto não há nenhuma personagem que se destaque.
No geral: "A Tapeçaria - O Guardião de Rowan" é mais um livro dirigido aos leitores que apreciaram Harry Potter. Atenção, digo aos que apreciaram e não aos fans. Isto porque o universo criado por Henry H. Neff é tão similar ao de Rowling que um fan desta depressa estaria a comparar as duas obras. E a de Neff sai claramente a perder pois falta-lhe o encanto e complexidade que caracterizam os livros de J.K. Rowling. Confesso que este livro não me cativou particularmente por achar o enredo previsível e o mundo pouco interessante e mal desenvolvido. Destaco, no entanto, a escrita acessível do autor e as belíssimas ilustrações espalhadas pelo livro. Talvez o segundo livro tenha mais detalhes sobre o mundo em que as personagens se movem.
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Nota: Foi-me enviado, pela Editora, um exemplar desta obra para análise mas isso não influenciou em nada a opinião aqui apresentada.
Comentários
Fiquei curiosa quanto à série, quando a vi no teu post das aquisições, mas assim dispenso. Acho que me fico pelo original... *pega num Kleenex e desata aos prantos*
WhiteLady: para de chorar, senão ainda começo também!