Opinião: Bruxa Endiabrada (Kim Harrison)

Bruxa Endiabrada by Kim Harrison
Editora: Saída de Emergência (2012)
Formato: Capa mole | 496 páginas
Géneros: Fantasia Urbana
Descrição (GR): "Em Hollows os vampiros são apenas o início... Apesar de namorar com um vampiro e viver com outro, Rachel Morgan conseguiu sempre manter-se um passo à frente dos problemas… até agora. Um tenebroso assassino em série fez das ruas de Cincinnati o seu terreno de caça e ninguém está a salvo, seja humano, Inderlander ou morto-vivo. Talvez a única maneira de parar esse assassino seja uma misteriosa relíquia que se encontra nas mãos de Rachel Morgan, destemida caçadora de recompensas e bruxa temerária. Mas revelar tal artefacto poderá dar início a uma batalha apocalíptica entre as diversas raças sobrenaturais de Hollows. A decisão pode salvar vidas… ou matar muitas mais! Mais uma vez, Rachel não pode falhar pois o preço a pagar é alto de mais." 
(Nota: a edição lida foi a inglesa, mas apresentam-se os dados da portuguesa)

Gostava de poder dizer concretamente porque é que esta série me atrai tanto, mas a verdade é que não sei ao certo. A realidade é que, mesmo considerando que estes livros não são dos mais imaginativos e interessantes em termos de construção do mundo, dentro do género da fantasia urbana, continuo a querer saber mais e mais sobre as personagens criadas por Kim Harrison.

Penso que o que atrai nestes livros é uma mistura de escrita cativante com um ritmo extremamente bem pensado, para além de um doseamento soberbo de informação. A autora dá ao leitor um cheirinho do que está escondido nos meandros do seu mundo sobrenatural, mas revela muito pouco, deixando-nos sempre ansiando por mais. Mesmo quando as revelações são dececionantes continuamos a querer saber mais. Este é, para mim, o segredo desta série tão bem sucedida.

Apesar de todos os livros serem grandes (para este género), muito pouco acontece e não primam pela ação. Pelo contrário, são até um bocado parados, pois apesar de haver sempre algo a acontecer, nunca é uma cena de luta, magia ou de investigação (os mistérios são todos facilmente resolvidos). O facto de o livros se centrarem também nos dilemas humanos das personagens (tanto que por vezes chegam a ser demasiado dramáticos) também ajuda a manter cativa a 'audiência'.

Desculpem se esta divagação não faz sentido, mas a verdade é que o facto de eu gostar tanto destes livros também faz muito pouco sentido.

Mas concentremos-nos no livro "Bruxa endiabrada". Este 5º livro da série, abre com um ataque à casa da Rachel por parte de Newt, um misterioso e poderoso demónio. Depressa Rachel e os amigos se veem envolvidos em lutas de poder pelo artefacto Were que recuperaram no livro anterior. Anda imensa gente à procura dele, mas estranhamente a Rachel e os amigos passam mais tempo a preocupar-se com esse facto do que a serem realmente perseguidos. Há um ou dois mistérios mas são, como sempre, resolvidos rapidamente e sem grande investigação. Há também muito drama por causa da relação entre a Rachel e a sua companheira de casa, a vampira viva, Ivy. Este drama quase que se torna central, por vezes.

Enfim, mais do mesmo. É daquelas série que se gosta sem se saber bem porquê.

No geral, uma série de fantasia urbana interessante, mas nada de especial em termos de criatividade. No fundo tem mais de romance paranormal do que de fantasia urbana, pelo que se gostarem mais deste segundo género, recomendo. 

Balanço de 2012

E eis que chega ao fim mais um anito de leituras (ok, quase...). Tenho andado a pensar no que escrever e as ideias têm sido poucas. Quase que me convenci que estou aborrecida de tudo quanto é livro. Mas, apesar de esquecer muitos deles pouco tempo depois, ler continua a ser uma actividade de eleição para mim.

Por isso, como não consigo lembrar-me assim de nenhum livro que me tenha marcado particularmente, vou fazer uma coisa assim à Oscars, com categorias inventadas. Ahem...

Começamos com o Melhor Livro, claro. O Livroscar dos livroscares. :P Este ano, o vencedor é... nenhum. Pois, li bastantes mas nenhum se destacou. Posso mencionar o Imaginary Girls da Nova Ren Suma, do qual gostei, apesar de ser muita esquisito e os sempre maravilhosos livros da Stacia Kane, claro. Outras menções honrosas incluem Long Lankin de Lindsey Barraclough que só não se tornou um completo favorito por ter uma primeira parte que se arrasta, Feed de Mira Grant e The Melancholy of Haruhi Suzumiya de Nagaru Tanigawa e Noizi Ito que li com bastante rapidez e com o qual me diverti bastante apesar de já ter visto a série de animação.

E que mais? No outro lado da escala temos o Pior Livro. Quanto a esse, não há dúvidas. Discordem se quiserem, mas achei As Cinquenta Sombras de Grey, o infame livro de E.L. James extremamente mau. Verdade seja dita nem o acabei, mas do que li... enfim, digamos apenas que não gostei. Outros livros que se revelaram uma desilusão (uns mais esperados do que outros) foram A Iniciação de Jennifer Armintrout, Trocada de Amanda Hocking e Black Heart Loa de Adrian Phoenix. E uma miríade de livros para adolescentes como A Cidade das Cinzas de Cassandra Clare ou Eve de Anne Carey.

Mas nem tudo foi mau. Na categoria de Livros que me surpreenderam pela positiva posso nomear os da autora Rosemary Clement-Moore. Este ano li três livros dela, Um baile de finalistas infernal, The Splendor Falls e Texas Gothic e achei-os divertidos. 

Na categoria inversa, Livros que me surpreenderam pela negativa, destaco o Stormdancer de Jay Kristoff. 

Este ano fiquei a conhecer ou redescobri várias séries de fantasia urbana que me agradam e que terei gosto em seguir. Tratam-se das séries October Daye, da autoria de Seanan McGuire, Kara Gillian de Diana Rowland e da série Os Hollows de Kim Harrison.

Quanto aos desafios... bem, o do Goodreads está completo. A temporada ficção pós-apocalíptica podia ter sido melhor... logo de inicio não fiz uma lista de livros a ler porque sei que não sou boa com essas coisas, mas acabei por ler poucos livros do género. São eles:
- Dark Inside de Jeyn Roberts (acabei por não escrever opinião deste porque... eh porque)

Em relação ao Book Bingo, ainda não acabei de contabilizar todos os livros que se aplicam, mas mesmo assim já fiz várias linhas e penso que, no geral, nem correu muito mal. 

E é isto. :)

Feliz Natal!

Este post serve apenas para desejar a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo. :)

Imagem daqui.

Aquisições da semana (29)

Ho, ho, ho! Quase no natal e a fofinha da Amazon mandou-me o Cold Days do Jim Butcher (e é a versão do Reino Unido e não a que mostro na imagem. Eh.)! OMG! Yay, só estava à espera dele no ano que vem.



Earth Girl - Janet Edwards 
Cold Days - Jim Butcher 
Grave Memory - Kalayna Price

Baseado na rubrica In my Mailbox.

Brevemente...





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Opinião: Bruxa de elite (Kim Harrison)

Bruxa de elite by Kim Harrison
Editora: Saída de Emergência (2012)
Encadernação: Capa mole | 496 páginas
Géneros: Fantasia Urbana
Descrição (GR): "As coisas maléficas que assombram as noites de Cincinnati desprezam a bruxa e caçadora de recompensas Rachel Morgan. A sua reputação de praticante de magia negra começa a fazer virar as cabeças de humanos e mortos-vivos, determinados a possuí-la, dormir com ela e matá-la… não necessariamente por essa ordem. E como se tudo isso não bastasse, um amante mortal que abandonara Rachel regressou, assombrado pelo seu passado secreto. E há quem queira deitar as mãos a algo que se encontra na poss dele: animais selvagens dispostos a destruir Hollows e todos os seus habitantes, se necessário.
Obrigada a manter-se escondida ou a sofrer para sempre a ira de um demónio vingativo, Rachel deve, ainda assim, agir rapidamente. Pois pela primeira vez, em vários milénios, matilhas de estranhas criaturas estão a unir-se, preparadas para destruir e dominar. De súbito, há algo mais em jogo do que a alma de Rachel."
(Nota: a edição lida foi a inglesa, mas apresentam-se os dados da portuguesa)

Já há algum tempo que tenho os livros da Rachel Morgan lá para casa, à espera de serem lidos e como até estou numa de ler fantasia urbana, decidi adiantar as minhas leituras nesta série.

Já li os primeiros três livros há algum tempo (anos) por isso confesso que não me lembrava bem de tudo, excepto em termos muito gerais. Que a Rachel era bruxa, que tinha um parceiro pixie chamado Jenks e que vivia com uma vampira chamada Ivy. Lembrava-me vagamente de ter gostado dos livros.

Mas, enfim, já muitos livros e séries de fantasia urbana me passaram pelas mãos entretanto pelo que ler este quarto livro da série "Hollows" foi... estranho. O género de escrita, o desenvolvimento da história e as personagens fizeram-me alguma confusão agora, em 2012, depois de ter lido tantas outras séries. Não gostei tanto deste livro como me lembro de gostar dos anteriores. Hoje, só para ser diferente, vou escrever esta opinião por tópicos, uma vez que tenho agora sentimentos contraditórios sobre esta série e isto ajuda a organizar as ideias. 

1. Sobre o enredo: não me pareceu especialmente elaborado. O livro (na versão inglesa) tem 510 páginas mas muito pouco acontece. Há demasiado drama (geralmente relacionado com sentimentos e relações) que ocupa grandes porções do livro e constitui a história secundária que se desenrola durante os tempos "mortos". Como em grande parte do livro as personagens estão à espera que algo aconteça ou a fazer tempo, este livro é especialmente dramático. Para aplicar um ditado tuga à situação, o enredo deste livro tem "muita parra e pouca uva".

2. Sobre as personagens: há algum desenvolvimento mas mais uma vez, a personagem menos interessante é a Rachel. Algum do diálogo parece ser um bocado desconexo. O Jenks salvou este livro, sendo uma personagem engraçada e ao mesmo tempo com alguma profundidade.

3. Construção do mundo: algo confusa. Os "inderlanders" (e não sei o termo em português, porque tenho os livros em inglês) parecem vir todos de outra dimensão, incluindo os demónios... então o é essa dimensão? E existirão anjos? É que o conceito de "solo sagrado" e de "alma" existem, mas os anjos não parecem fazer parte da mesma dimensão dos Weres, vampiros, demónios ou bruxas. 

No geral, é uma série medianamente interessante. Teria gostado mais dela se não tivesse lido tanta fantasia urbana com premissas mais imaginativas, mas tendo em conta que Harrison foi uma das primeiras a escrever neste género (ou pelo menos tem uma das séries mais antigas), acho que o enredo um pouco cliché é desculpável, até certo ponto. Estou interessada em ler mais.

Aquisições da Semana (28)

Esta semana apenas um livro, um daqueles que estou sempre quase a comprar e depois acabo por deixar na prateleira a favor de outros. Como sai o filme brevemente, resolvi experimentar.

Life of Pi - Yann Martel

Baseado na rubrica In my Mailbox.

Review: Daughter of Smoke and Bone (Laini Taylor)

Daughter of Smoke and Bone by Laini Taylor
Publisher: Little, Brown & Company (2011)
Format: Hardcover | 417 pages
Genre(s): Urban Fantasy, Fantasy, Young Adult
Description (GR): "Meet Karou. She fills her sketchbooks with monsters that may or may not be real; she's prone to disappearing on mysterious "errands"; she speaks many languages—not all of them human; and her bright blue hair actually grows out of her head that color. Who is she? That is the question that haunts her, and she's about to find out. When one of the strangers—beautiful, haunted Akiva—fixes his fire-colored eyes on her in an alley in Marrakesh, the result is blood and starlight, secrets unveiled, and a star-crossed love whose roots drink deep of a violent past. But will Karou live to regret learning the truth about herself?"
WARNING: Contains Spoilers
First Impressions: I relutanctly give it 3.5 stars for the world-building (in the fantasy lands, at least) but I was a little disappointed with the cliché star-crossed lovers who dream of changing the world romance. This book had so much potential!

Daughter of Smoke and Bones is another one of those books everyone loves and raves about. Maybe that's why it sat on my bookshelf so long, but I bought the second one because I got an excellent price at Amazon and I decided I could avoid this one no longer.

The synopsis didn't give me a clear idea of what to expect, which filled me with dread and joy at the same time. At least there was no obvious predominance of romance and stereotyped characters. Still, I find myself disappointed. I wanted to like this book a lot... and as people say (or as I say?) expectations are a bitch. 

Karou is a high-school student in Prague. She is artsy (and has blue hair), has a mouthy (and stereotypical) best friend and lives a perfectly normal life. Oh and she was raised by demons. Yes, you read right. She was raised by a demon (who calls himself a chimaera) called Brimstone and his band of merry friends, one of whom is a Naja; they live "Elsewhere" and their dwellings are only accessible through portals hidden all around the world.

Brimstone is a sorcerer of sorts, and much like the tooth fairy he collects teeth in exchange for wishes. Karou is his errant girl and collects teeth from all over (when she's not in school or hanging out at the coolest bar ever - and I am not being sarcastic here). She never questioned her way of life even if she knows other people don't believe in monsters.

Everything changes when an angel appears. His mission is to destroy the portals and Karou's family.

So, this is very true. Everything changes when the angel appears. I loved the whole concept behind the story; Karou was a lively, likable heroine and her chimaera family was truly interesting.

Then Akiva, the angel arrives, bent on vengeance and everything went downhill.

Sure I understand, after reading the whole book, why it was "insta-love". There is actually a reason besides the fact that Akiva is hot and tortured and oh-so-dark. But... he is also all that and it annoyed me to no end. There I was, with an otherwise fantastic, interesting and mysterious book on my hands and the male lead just had to fit the Male YA Stereotype to a T.

I didn't care for Akiva. He was boring, overdone, the type of male lead that is only saved by the fact that he isn't an asshole (most of the time) to the girl. But he was tortured. And dark. And hot. And so very sad. And Karou swooned in his presence and I lost some respect for her, as a character, right there.

So basically, my main problem with this book was the fact that the author handled the romantic themes poorly. As in, like almost every YA author. As in, the heroine drools, the hero suffers in silence and their attraction is A Very Powerful Thing.

Oh how disappointed I was!

The book redeemed itself a little in the end and I did love the ending because it adds more emotional complexity and depth to the main character's relationship. Still, like I said in my first impressions, I was a little turned off by the cliché "star-crossed lovers who dream of changing the world" romance. It's a common plot device... in made-for-TV movies.

But then there was the world building (fantastic) and some of the supporting characters (charismatic) and I felt better about Daughter of Smoke and Bone.

Overall: it was good and imaginative. It blends urban fantasy and classic fantasy seamlessly and, oh, did I mention the writing is mostly fantastic? I didn't like the romance or the part it plays in the story, but in the end the good points outweigh the bad. I'd recommend this one.

Aquisições da Semana (27)

Finalmente já tenho net em casa outra vez! Mesmo assim não queria estar à espera das sete da tarde para partilhar as minhas aquisições da semana passada... que já vêm tarde, como já é hábito, ultimamente. Na semana passada recebi apenas dois livros, um deles a sequela do livro que estou a ler agora, Daughter of Smoke and Bone.

Days of Blood and Starlight - Laini Taylor 

Curtas: October Daye livros 2-5 (Seanan McGuire)

Não tenho escrito muito (nada) ultimamente, porque fiquei sem Internet em casa. Mas tenho lido (e agora ainda mais) e tenho algumas coisas a dizer sobre os livros, como sempre. Esta sessão do curtas, vai ser em português, porque a Seanan McGuire, autora da série October Day é também a autora de Feed (lembram-se dele?), um dos livros que mais me surpreendeu pela positiva este ano. Serão opiniões curtas porque já se passou algum tempo desde que li estes livros e porque, sendo uma série, faz sentido opinar sobre os livros em conjunto. Ora vamos lá então.

Li o primeiro livro desta série (Rosemary and Rue) em 2010 e apesar de ter gostado do mundo em geral não simpatizei muito com a heroína, October. Mas, lá me deixei seduzir pelas altas classificações do Goodreads e comprei o resto. Depois de ler "Feed" acabei mesmo por adquirir o último da saga, que estou a ler de momento.

O segundo livro da saga, A Local Habitation conta-nos mais uma aventura da October. Desta vez ela é chamada ao condado de Tamed Lightning onde a condessa January O'Leary, a sobrinha do "suserano" da October, gere uma empresa de fabrico de software que permite tornar compatível com Faerie, a tecnologia humana. Anda um assassino à solta e October é chamada para resolver o mistério.


Devo dizer que este livro da saga não me convenceu. O mistério é simplista e foi extremamente irritante seguir os processos de pensamento da October, quando era bastante fácil de adivinhar quem era o vilão. No entanto, gostei de ler sobre o Tybalt, o Rei gato (Caith Sith) que apareceu já no primeiro livro e também sobre as novas personagens apresentadas neste livro: Quentin, o jovem pagem e April a Dryad cibernética. Gostaria que a autora tivesse explorado mais as modificações por que passou April para se conseguir ligar a uma árvore computorizada, mas ela escolheu focar-se no mistério simplista. Oh well.

A construção do mundo continua a ser o melhor elemento da série, com a utilização de mitos de diversos locais e sobre as fadas (fae). Conhecemos as "Night Haunts" uma raça de fadas obscura que come fadas mortas e deixam um facsimile humano no seu lugar.

O terceiro livro, An Artificial Night fez muito pouco para me fazer gostar mais da série. Esta aventura foca-se na "Wild Hunt". O seu líder, "Blind Michael" rapta crianças fae e humanas para se tornarem, respectivamente, cavaleiros e cavalos na caçada. Quando os filhos dos amigos da October são raptados, ela é chamada para resolver o mistério e terá talvez de enfrentar um dos fae mais poderosos (um "Firstborn", nascido directamente de um dos reis de Faerie, Oberon, Maeve e Titania) para o fazer. Blind Michael é cruel e poderoso e a October sofre horrores às suas mãos. Apesar de ter gostado mais deste livro, continuei a ter algumas reservas acerca da October, que me pareceu novamente ter poucos recursos para ir enfrentar um inimigo tão poderoso. Pelo que o desfecho me pareceu algo improvável. Mais uma vez, o que salva o livro é a construção e mitologia imaginativas. As personagens secundárias (novamente o Tybalt e o Quentin, para já não falar da Luidaeg, uma personagem muito interessante).

Foi o quarto livro, Later Eclipses que me cativou. Dei por mim a querer ler mais e mais, porque o enredo é mais intrincado e há um grande desenvolvimento por parte da October (que passou a ser "Toby" para mim apenas a partir deste livro). Neste livro sabemos mais sobre o passado de October e sobre a identidade da sua misteriosa mãe Amandine. Este quarto livro é mais trabalhado em termos de personagens, de história e de emoção. 

O quinto livro, One Salt Sea, apresenta-nos os fae originários do mar. Sereias, Selkies e outras raças estranhas aparecem neste livro onde a Toby tem de tentar impedir uma guerra entre a terra e o mar. Bom, mas gostaria de ter visto mais magia fae.

No geral, uma série que demora a arrancar, cujos primeiros livros valem mais pela caracterização do mundo do que pela complexidade da história ou das personagens mas que a partir do quarto começa a ficar mais complexa e interessante. Vale a pena, uma vez que mesmo os primeiros livros são interessantes.

Aquisições da semana (26)

Ah e tal slayra, não tens escrito muito no blogue. Ficaste presa numa avalancha de livros ou algo do género? Bem, a resposta parece ser negativa, uma vez que vieram mais alguns para as estantes. O Deadline da Mira Grant é a sequela do Feed, de que gostei muito.

Firelight - Kristen Callihan 
Daughter of the Sword - Steve Bein 
Ashes of Honor - Seanan McGuire 
Deadline - Mira Grant

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Waiting on Wednesday (16)

Pois... a inspiração e vontade para escrever no blogue não têm sido muitas, mas há sempre livros que quero ler. Essa é uma constante. O livro desta semana é mais uma distopia ao género de "Breathe" (mas será que eu nunca aprendo?). A sinopse parece bastante boa, mas nunca se sabe. De qualquer modo ainda falta um bocado para sair. (E sim, eu sei que não é quarta).


Solstice - P.J.Hover
Editora: Tor Teen
Data de Publicação: 21 de Junho de 2013
Páginas: 384
Idioma: Inglês
Descrição: "Piper's world is dying. 
Each day brings hotter temperatures and heat bubbles that threaten to destroy the earth. Amid this global heating crisis, Piper lives under the oppressive rule of her mother, who suffocates her even more than the weather does. Everything changes on her eighteenth birthday, when her mother is called away on a mysterious errand and Piper seizes her first opportunity for freedom.
Piper discovers a universe she never knew existed—a sphere of gods and monsters—and realizes that her world is not the only one in crisis. While gods battle for control of the Underworld, Piper’s life spirals out of control as she struggles to find the answer to the secret that has been kept from her since birth.
An imaginative melding of mythology and dystopia, Solstice is the first YA novel by talented newcomer P. J. Hoover."
E vocês? De que livros é que estão à espera? (What books are you anxiously waiting for?)
Waiting on Wednesday is hosted by Breaking the Spine.

Aquisições da Semana (25)

Aqui está o aquisições da semana... passada. Pois, deu-me um ataque de preguicite e não postei as aquisições no fim de semana. Enfim. Veio um livro que estava em pre-order há algum tempo e comprei um que já há muito tempo estou interessada em ler, mas a versão hardcover era demasiado cara.

 Crewel - Gennifer Albin
When She Woke - Hillary Jordan 

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Opinião: Cinder (Marissa Meyer)

Cinder by Marissa Meyer
Editora: Planeta (2012)
Formato: Capa Mole | 318 oáginas
Géneros: Ficção Científica, Lit. Juvenil
Descrição (GR): "Com dezasseis anos, Cinder é considerada pela sociedade como um erro tecnológico. Para a madrasta, é um fardo. No entanto, ser cyborg também tem algumas vantagens: as suas ligações cerebrais conferem-lhe uma prodigiosa capacidade para reparar aparelhos (autómatos, planadores, as suas partes defeituosas) e fazem dela a melhor especialista em mecânica de Nova Pequim. É esta reputação que leva o príncipe Kai a abordá-la na oficina onde trabalha, para que lhe repare um andróide antes do baile anual. 
Em tom de gracejo, o príncipe diz tratar-se de «um caso de segurança nacional», mas Cinder desconfia que o assunto é mais sério do que dá a entender. 
Ansiosa por impressionar o príncipe, as intenções de Cinder são transtornadas quando a irmã mais nova, e sua única amiga humana, é contagiada pela peste fatal que há uma década devasta a Terra. A madrasta de Cinder atribui-lhe a culpa da doença da filha e oferece o corpo da enteada como cobaia para as investigações clínicas relacionadas com a praga, uma «honra» à qual ninguém até então sobreviveu. Mas os cientistas não tardam a descobrir que a nova cobaia apresenta características que a tornam única. Uma particularidade pela qual há quem esteja disposto a matar."
(Nota: a edição lida foi a inglesa, mas apresentam-se os dados da portuguesa)

"Cinder" de Marissa Meyer foi um dos livros mais aclamados (pelos bloggers e reviewers, pelo menos) do início de 2012. Convenhamos que tem um enredo aliciante: é a história da Cinderela passada num futuro distante, na cidade de Nova Pequim. Temos a madrasta, sim, e as duas irmãs, mas a Cinder(ela) é uma mecânica ciborgue que se envolve numa conspiração real. O príncipe não está lá apenas para a salvar. E, bem, é ficção científica. Isso para mim é sempre bom.

Mas... esperava mais. Tinha altas expetativas, como calculam, porque pela sinopse me parecia que a Cinder ia ser uma personagem feminina forte e interessante. E que a autora iria fazer mais com a história do que apenas "recontar" o conto de fadas.

Não foi o que aconteceu. Oh, certamente que o imaginário criado pela autora é interessante. E a Cinder é uma das melhores protagonistas juvenis que já vi nos últimos tempos. Mas mesmo assim ainda fica caída pelo príncipe, ainda vai ao baile e ainda passa muito do livro a correr de um lado para o outro feita parva.

Gostei do facto da Cinder ser um ciborgue, considerada um cidadão de segunda categoria. Também gostei do facto da autora ter tentado humanizar todas as personagens; a madrasta tinha razões (distorcidas, certamente, mas não era maldade só para ser vilã) para agir como agia e a Cinder não é uma santinha que nunca faz nada de mal... também manda bocas. Achei que a madrasta e a Cinder brilharam como protagonistas; já o príncipe Kai bem podia não estar lá... e uma vez que ele narrou parte da história, o livro tornou-se aborrecido nalgumas partes.

Achei que a autora foi apenas medianamente bem sucedida na sua tentativa de incorporar as partes fundamentais do conto (príncipe, baile, a Cinder a ser maltratada) no seu mundo futurista; havia sempre demasiado a acontecer, com praga que assola a cidade e os misteriosos habitantes da Lua com os seus poderes mentais. O livro parava, por vezes, para descrever a vida de Cinder e penso que com tantas linhas de acção não era necessária a descrição dos tempos mortos.

No geral, um livro interessante e divertido com um mundo que parece bastante imaginativo (mas que precisa de ser aprofundado). A heroína tem imenso potencial para ser uma durona, mas pouco mostrou neste livro. O enredo é bastante previsível o que fez com que só lhe desse três estrelas, mas se não fosse isso merecia mais.

Opinião: O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares (Ramson Riggs)

O Lar da Sra. Peregrine para Crianças Peculiares by Ransom Riggs
Editora: Contraponto (2012)
Formato: Capa Mole | 344 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Lit. Juvenil
Descrição (Bertrand.pt): "Uma ilha misteriosa. Uma casa abandonada. Uma estranha coleção de fotografias peculiares. 
Uma terrível tragédia familiar leva Jacob, um jovem de dezasseis anos, a uma ilha remota na costa do País de Gales, onde vai encontrar as ruínas do lar para crianças peculiares, criado pela senhora Peregrine.
Ao explorar os quartos e corredores abandonados, apercebe-se de que as crianças do lar eram mais do que apenas peculiares; podiam também ser perigosas. É possível que tenham sido mantidas enclausuradas numa ilha quase deserta por um bom motivo. E, por incrível que pareça, podem ainda estar viva as...
Um romance arrepiante, ilustrado com fantasmagóricas fotografias vintage, que fará as delícias de adultos, jovens e todos aqueles que apreciam o suspense."
AVISO: Contém SPOILERS!
(Nota: a edição lida foi a inglesa, mas apresentam-se os dados da portuguesa)

Com a recente explosão de obras sobrenaturais juvenis no mercado português, é normal que uma pessoa alguma trepidação ao começar um livro do género.

No entanto depois das muitas opiniões positivas d'O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares que li no Goodreads estava com algumas expectativas em relação a este livro... e de certo modo estas expectativas não foram defraudadas. Mas lá chegaremos.

O nosso protagonista, Jacob, cresceu a ouvir as histórias fantásticas do seu avô, Abe, sobre o lar para crianças onde passara parte da infância.

Abe regalava o neto com o dia a dia atribulado de um conjunto de crianças muito peculiares: o rapaz que tinha abelhas dentro do corpo; a rapariga que flutuava como um balão e o rapaz invisível, entre muitos outros. Claro que Jacob, como todas as crianças cresce e aos 16 anos, sabe que as histórias do seu avô não passam de fantasia.

Quando Abe morre inesperadamente, atacado por uma criatura estranha as suas últimas palavras reacendem a dúvida no espírito de Jacob: será que aquilo que o avô lhe contava tinha um fundo de verdade?

As respostas estão numa ilha remota, no País de Gales, onde ficava o lar para crianças peculiares da Senhora Peregrine. E é para lá que Jacob vai.

Algumas opiniões no Goodreads mencionam que este livro parece ter duas "partes" (notavelmente a review dos Book Smugglers) e que o livro sofre uma transformação radical da primeira para a segunda parte. Eu concordo plenamente. Foi exactamente isso que senti ao ler o livro.

A primeira parte é genial. Muito atmosférica, com personagens bem desenvolvidas e uma magia muito própria. Abe conta histórias a Jacob e mostra-lhe fotografias antigas (reproduzidas no livro) de coisas "peculiares", o tipo de atracções que esperaríamos ver num circo dos anos 50. Jacob é um adolescente atípico e muitas vezes infantil, mas creio que resulta neste livro.

Depois da morte do avô é-nos mostrada a forma como Jacob lida com a dor e com os problemas que advêm de acreditar em "coisas peculiares". E claro, a visita à ilha e a descoberta das ruínas do lar da Senhora Peregrine tornaram a leitura ainda mais empolgante. Parecia estar a desenvolver-se um mistério interessantíssimo.

Infelizmente Jacob não tarda a perceber o que se passou no lar da Senhora Peregrine e a partir daí o livro perde muito da sua graça e encanto. Há um romance muito mal explicado e desenvolve-se uma linha de acção que é muito menos interessante do que a anterior. Algumas das explicações em relação aos "hollows" não me convenceram e algumas partes da história não fazem grande sentido. Continuamos a ter fotografias mas considero que são desnecessárias nesta parte e torna-se irritante ter o texto cortado por uma ou duas páginas de fotografias supérfluas.

No geral um livro com muito potencial e uma primeira parte belíssima. Mas penso que o autor quis fazer demasiado com a história logo no primeiro livro e ficou uma grande salganhada lá pelo meio. O facto de se apoiar nos materiais fotográficos durante o livro todo também não ajudou. Podia ter sido muito bom, mas mesmo assim recomendo. Dentro das obras juvenis com este tema, é das melhores publicadas em Portugal.

Opinião: Breathe (Sarah Crossan)

Breathe by Sarah Crossan
Editora: Bloomsbury (2012)
Formato: Capa mole | 384 páginas
Géneros: Ficção Científica, Lit. Juvenil
Descrição (GR): "When oxygen levels plunge in a treeless world, a state lottery decides which lucky few will live inside the Pod. Everyone else will slowly suffocate. Years after the Switch, life inside the Pod has moved on. A poor Auxiliary class cannot afford the oxygen tax which supplies extra air for running, dancing and sports. The rich Premiums, by contrast, are healthy and strong. Anyone who opposes the regime is labelled a terrorist and ejected from the Pod to die. Sixteen-year-old Alina is part of the secret resistance, but when a mission goes wrong she is forced to escape from the Pod. With only two days of oxygen in her tank, she too faces the terrifying prospect of death by suffocation. Her only hope is to find the mythical Grove, a small enclave of trees protected by a hardcore band of rebels. Does it even exist, and if so, what or who are they protecting the trees from? A dystopian thriller about courage and freedom, with a love story at its heart."
Há livros que lemos devagar simplesmente para que durem mais tempo; e há livros que lemos o mais depressa possível para acabarmos a leitura e podermos passar para outra coisa. Breathe encaixa-se nesta última categoria.

Quando escolhi este livro para figurar na rubrica Waiting on Wednesday, escrevi que era ficção científica distópica meets romance adolescente (e triângulo amoroso, hmm). Tem potencial para ser interessante... ou muito mau. Pois, apesar de não ter sido muito mau, está longe de ter sido bom.

Vejamos. Breathe passa-se num futuro incerto em que a Humanidade conseguiu dar conta do planeta ao destruir todas as florestas e praticamente todas as plantas, para já não falar dos oceanos. Um acontecimento chamado "The Switch" (a mudança) parece ter ocorrido de repente (ao invés de ser gradual) fazendo com que os níveis de oxigénio baixassem imenso e que o planeta se tornasse incapaz de suster vida.

Cerca de 100 anos mais tarde (deduzo eu, porque muito poucos pormenores nos são dados), os sobreviventes vivem em redomas onde o ar é constantemente reciclado. Como em qualquer boa distopia, temos uma classe privilegiada de indivíduos, os "Premiums" (ou ricos) e o resto (auxiliares ou pobres). Sair da redoma significa morrer porque a atmosfera na Terra tem apenas cerca de 3% de oxigénio (o que é o suficiente para chover, aparentemente). Previsivelmente, dentro da redoma, têm de se pagar impostos sobre o oxigénio.

Seguimos as aventuras de três personagens: a Bea, a Alina e o Quinn. A Bea é a típica estudante modelo pobre que aspira a uma condição mais elevada; a Alina é a rapariga pseudo-rebelde (literalmente); e o Quinn é o rapaz privilegiado. O livro vai sendo alternadamente narrado do ponto de vista destas três personagens, o que me irritou um bocado, confesso.

Com esta premissa, este poderia ter sido um livro muito interessante. Mas não foi. Eis porquê:

1. O enredo é demasiado típico: ou corriqueiro ou cliché, ou o que lhe quiserem chamar. Havia muito sítio por onde levar esta história, muitas linhas de acção que poderiam ter sido exploradas, mas a autora decidiu, preguiçosamente, tomar o caminho mais fácil, com vilões muito maus e previsíveis, uma conspiração escondida e rebeldes ambientalistas.

2. O triângulo amoroso define a acção. Quase tudo acontece porque a personagem A está apaixonada pela personagem B que por sua vez gosta da personagem C. O que me pareceu ridículo, mas lá está, é a formula deste tipo de livros e não sei porque é que ainda me surpreendo.

3. As personagens bidimensionais. São uns pãozinhos sem sal, não me consegui identificar com nenhum deles e não me interessei minimamente pelas suas histórias. As personalidades de Bea, Quinn e Alina são inconsistentes e as suas vozes indistinguíveis umas das outras.

No geral, temos um livro com uma premissa interessante, que podia ter dado origem a uma história intrigante. Mas o enredo simplista, as personagens apagadas e o foco no drama adolescente (vá lá, estão a tentar sobreviver num mundo sem oxigénio! Podemos ter mais tensão, please) tiraram muito do brilho a Breathe. O mundo está mal explorado e a história raramente faz grande sentido. Nem o romance me convenceu.

Se querem um bom livro de ficção científica com protagonistas jovens, não peguem em Breathe.

Lido para:

Aquisições da Semana (24)

Mais um Aquisições. Esta semana não esperava nenhum livro, tinha-me esquecido deste! Por isso foi uma agradável surpresa. :)

A Lady's Lesson in Scandal - Meredith Duran

Baseado na rubrica In my Mailbox.

Waiting on Wednesday (15)

Mais um livro que descobri pelo Goodreads e que parece bastante interessante. :)
O tema parece-me ter umas parecenças com lendas de sereias e tal, e como eu gosto muito desta criatura mitológica...



Chantress - Amy Butler Greenfield
Editora: Margaret K. McElderry Books
Data de Publicação: 7 de Maio de 2013
Páginas: 336
Idioma: Inglês
Sinopse (GR): "Sing and the darkness will find you.
Shipwrecked on an island seven years ago, Lucy has been warned she must never sing, or disaster will strike. But on All Hallows Eve, Lucy hears tantalizing music in the air. When she sings it, she unlocks a terrible secret: She is a Chantress, a spell-singer, brought to the island not by shipwreck but by a desperate enchantment gone wrong.
Her song lands her back in England — and in mortal peril, for the kingdom lies in the cruel grasp of a powerful Lord Protector and his mind-reading hunters, the Shadowgrims. The Protector has killed all Chantresses, for they alone can destroy the Shadowgrims. Only Lucy has survived.
In terrible danger, Lucy takes shelter with Nat, a spy who turns her heart upside-down. Nat has been working with his fellow scholars of the Invisible College to overthrow the Lord Protector, and they have long hoped to find a living Chantress to help them. But Lucy is completely untrained, and Nat deeply distrusts her magic. If Lucy cannot master the songspells, how long can she even stay alive?
Beguiling and lyrical, dangerous and romantic, Chantress will capture readers in a spell they won’t want to break."
E vocês? De que livros é que estão à espera? (What books are you anxiously waiting for?)
Waiting on Wednesday is hosted by Breaking the Spine.

Opinião: Feed (Mira Grant)

Feed by Mira Grant
Editora: Orbit (2010)
Formato: Capa mole | 599 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Ficção Científica, Thriller
Descrição (GR): "The year was 2014. We had cured cancer. We had beaten the common cold. But in doing so we created something new, something terrible that no one could stop. The infection spread, virus blocks taking over bodies and minds with one, unstoppable command: FEED. Now, twenty years after the Rising, bloggers Georgia and Shaun Mason are on the trail of the biggest story of their lives - the dark conspiracy behind the infected. The truth will get out, even if it kills them."
Estou para aqui a pensar o que dizer acerca deste livro. A primeira coisa que me ocorre é: não aprecio histórias com zombies. Penso que já disse isto antes, noutra opinião sobre outro livro com um tema semelhante, mas é verdade. Apesar de gostar muito de livros de fantasia e de ficção científica, este tipo de histórias não são "a minha onda". Pouco se pode fazer com zombies: eles existem, os sobreviventes fogem e acaba tudo com muitos gritos e gore.

Mas, de vez em quando, surge um livro como "Feed". Um livro que parece tão interessante que me sinto compelida a lê-lo, mesmo não gostando particularmente do tema.

Para os fans do género: "Feed" não é, de todo, sobre os zombies. "Feed" é mais um thriller político que se passa num futuro pós-apocalíptico do que a típica história de um grupo de heróis a resistir corajosamente e a tentar agarrar-se à sua humanidade. Claro, os zombies estão lá; mas como diz uma das personagens, eles não são a história; são o background, as circunstâncias, parte integrante e inevitável do mundo em que os protagonistas se movem.

Em 2014, pesquisas médicas levam à criação de vírus que conseguem combater o cancro e a gripe. As pessoas celebram, obviamente. Mas a conjunção destes vírus tem consequências imprevistas: as pessoas infectadas começam a erguer-se depois da morte, focos concentrados de vírus cujo objectivo é infectar mais pessoas. Em breve toda a gente está infectada com os dois vírus, que estão dormentes dentro dos corpos dos seres humanos até ao momento da morte.

Em 2039, a sociedade sofreu alterações radicais: as pessoas passam o tempo dentro de casa e recusam o contacto humano; afinal, locais com muita gente podem ser focos de infecção. Mas a Humanidade sobrevive; os países sobrevivem. Com esta nova realidade, os bloggers tornaram-se uma fonte privilegiada de notícias, uma vez que a Internet se tornou a única forma de socialização possível para muitos.

E é esta a história. A primeira parte será certamente reminiscente do início do filme Eu sou a Lenda... também aí tudo começa com uma cura para o cancro. Mas Mira Grant desenvolve todo um mundo que gira em torno da infecção mortal conhecida como "Kellis-Amberlee". Ao contrário de muitos cenários pós-apocalípticos que envolvem zombies, em "Feed" os governos não caíram e os países não se dissolveram. As pessoas ainda vivem nas cidades e mandam os filhos para as escolas. Muitos vivem em locais fechados, murados e a zonas de convívio são cercadas e vigiadas.
Foram desenvolvidos protocolos de limpeza de focos de infecção (Grant demonstra isto admiravelmente mostrando que as personagens têm de ser testadas de cada vez que entram num novo edifício).

A socialização entre humanos quase desapareceu; as pessoas fazem tudo pela Internet (até mesmo votar no Presidente) o que levou a uma maior proeminência dos bloggers, que tiveram um papel decisivo quando as coisas deram para o torto. Em 2039, os bloggers foram forçados a especializar-se, sendo que alguns se dedicam a reportar as notícias e outros providenciam entretenimento (alguns procuram mesmo zonas proibidas e confrontam zombies).

É neste cenário que os nossos protagonistas, os irmãos adoptivos Georgia e Shaun Mason, bloggers de profissão, vão ganhar o trabalho das suas vidas: seguir um candidato presidencial na sua campanha. O Senador Ryman é o primeiro candidato a permitir bloggers na sua comitiva (estes ainda são mal vistos pela imprensa tradicional).

Em breve, os nossos heróis vêem-se envolvidos no que parece ser uma conspiração de proporções épicas.

Gostei muito. Muito, mesmo. Estava com um certo receio de ler este livro pelas razões já mencionadas e porque tinha lido em algumas opiniões que a escrita era densa e difícil, mas adorei. O mundo está muito bem desenvolvido e é original o suficiente. Sim, os zombies são uma ameaça real, mas a Humanidade consegue, ainda assim, sobreviver.

As personagens é que me desapontaram um bocado. O vilão é demasiado extremo. Georgia é a narradora durante a maior parte do livro e sinceramente não gostei muito dela (era demasiado convencida e achava que todos eram idiotas). Shaun narra apenas uma pequena parte do livro mas gostei muito mais da voz dele.

Não posso falar muito do enredo, para não spoilar, mas está excelente. Certos elementos serão, talvez, um bocado corriqueiros (a história de uma conspiração política não é do mais original), mas há algumas voltas inesperadas pelo meio que compensam tudo isto.

A escrita é fluída e lê-se bem, mesmo com as repetições dos procedimentos de segurança e quarentena (que servem, na minha opinião, para mostrar como a sociedade evoluiu face à infecção).

No geral, uma obra interessante, com um enredo intrigante que nos mantém colados às páginas. Não há o "sentido de urgência" que está presente em muitos thrillers, mas o mistério está bem desenvolvido. O ponto fraco são as personagens, que não me interessaram assim muito. Recomendado, especialmente pelo maravilhoso worldbuilding.
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Lido para:

Aquisições da Semana (23)

Olhem só o que estava à minha espera em casa! E sim, é o The Casual Vacancy que chegou finalmente! *squeeee*

Thief of Shadows - Elizabeth Hoyt 
Scandalous Desires - Elizabeth Hoyt 
Unclaimed - Courtney Milan 
An Unwilling Bride - Jo Beverly 
A Rogue by any other Name - Sarah MacLean
Pushing the Limits - Katie McGarry 
Breathe - Sarah Crossan
The Casual Vacancy - JK Rowling

Baseado na rubrica In my Mailbox.

Temporada Ficção Pós-Apocalíptica

Um grupo de bloggers (o Livros, Livros e mais Livros incluído) decidiu aceitar este desafio da autoria da Telma do Ler e Reflectir. O tema: ficção pós-apocalíptica, um género de ficção especulativa que geralmente se passa no futuro (embora, ocasionalmente se possa passar em épocas mais recuadas), após um cataclismo de grande dimensão ter alterado radicalmente o planeta e consequentemente os sistemas políticos e sociais (se ainda existem). Livros como Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins inserem-se dentro do género da ficção pós-apocalíptica. As sempre populares "distopias" (como Divergente de Veronica Roth, por exemplo) podem também fazer parte deste género se as mudanças sociais forem causadas por catástrofes, como referi acima. 

Começando no mês de Outubro e até dia 21 de Dezembro, os bloggers participantes nesta temporada irão ler e (talvez) escrever opiniões sobre livros deste género.

Por aqui a temporada arrancou com um bang, com a leitura do (até agora) fabuloso Feed de Mira Grant. Se estiverem interessados, agarrem no botão e toca a ler.

EDIT:

Aquisições da Semana (22)

Esta semana, mais um romance histórico da autoria de Kate Noble (gostei bastante do primeiro livro que li dela) e um YA distópico que tem tido muito boas críticas no Goodreads. :)


Compromised - Kate Noble 
What's Left of Me - Kat Zhang 

Baseado na rubrica In my Mailbox.

Waiting on Wednesday (14)

Nova entrada da rubrica "Waiting on Wednesday". Hoje trago mais um livro pós-apocalíptico que me faz lembrar um pouco a nova série de TV "Revolution". Está a ser publicitado como uma mistura de Matrix com a lenda de Pandora. Parece bastante bom, por isso apesar de não ter gostado especialmente de um livro que li da autora, gostava bastante de ler este!

Doomed - Tracy Deebs
Editora: Penguin Group USA
Data de Publicação: 8 de Janeiro de 2013
Páginas: 480
Idioma: Inglês
Descrição (GR): "Beat the game. Save the world.
Pandora’s just your average teen, glued to her cell phone and laptop, surfing Facebook and e-mailing with her friends, until the day her long-lost father sends her a link to a mysterious site featuring twelve photos of her as a child. Unable to contain her curiosity, Pandora enters the site, where she is prompted to play her favorite virtual-reality game, Zero Day. This unleashes a global computer virus that plunges the whole world into panic: suddenly, there is no Internet. No cell phones. No utilities, traffic lights, hospitals, law enforcement. Pandora teams up with handsome stepbrothers Eli and Theo to enter the virtual world of Zero Day. Simultaneously, she continues to follow the photographs from her childhood in an attempt to beat the game and track down her father, her one key to saving the world as we know it. Part The Matrix, part retelling of the Pandora myth, Doomed has something for gaming fans, dystopian fans, and romance fans alike."
E vocês? De que livros é que estão à espera? (What books are you anxiously waiting for?)
Waiting on Wednesday is hosted by Breaking the Spine.

Curtas: O romance está no ar!

Ora bem, aqui vão mais algumas mini-opiniões. Muitos blogues (o Este meu Cantinho, o Bookeater/Booklover e o Cuidado com o Dálmata) chamam a este formato "Curtas" em vez de "mini-reviews" e depois de alguma consideração decidi adoptar também esta designação, que me parece mais adequada e chamativa. Espero que as donas destes blogues não se importem! :)

Esta edição das "Curtas" foca-se em alguns romances históricos que li mas sobre os quais não tenho muito a dizer.

What I did for a Duke
Autor: Julie Anne Long
Série: Pennyroyal Green, #5
Editor: Avon - 2011
Páginas: 371
Mini-Review: Um romance histórico passado no período da Regência Inglesa (1811-1820). Foi uma leitura rápida e envolvente, que não me surpreendeu minimamente pois tem todos os ingredientes típicos deste tipo de livros: uma heroína, um herói e um romance. O desenvolvimento das personagens é incipiente e o desenvolvimento do romance é previsível, mas achei que os protagonistas tinham química, o que para mim, é fundamental neste tipo de livro.
Uma boa leitura para relaxar, para quem gosta do género.


Wicked Intentions
Autor: Elizabeth Hoyt
Série: Maiden Lane, #1
Editor: Grand Central Publishing - 2010
Páginas: 382
Mini-Review: A maioria dos romances históricos passam-se durante a Regência ou durante a época Victoriana (1837-1901). Esta autora vai mais longe e situa os seus romances no século XVIII. Isto pode não parecer significativo, mas na verdade requer muito mais pesquisa, uma vez que a época Georgina é mais rica em termos de mudanças sociais. Neste livro Hoyt explora diversos temas desde a doutrina Puritana até às instituições de caridade da época, passando pelas condições de vida das classes mais baixas (algo que raramente se vê neste género de obras, que se focam na aristocracia inglesa).
Achei que a autora tentou desenvolver demasiadas linhas de acção (o enredo romântico, o passado dos protagonistas, os problemas da irmã da heroína e assassinatos misteriosos) o que fez com que, por vezes, o foco do livro se tornasse pouco claro. 
Ainda assim, foi uma leitura intrigante pelas descrições da época e pelos temas abordados, apesar de o romance me ter parecido um pouco brando e irrealista. O facto da autora ter investido noutras linhas de acção, enriqueceu o livro. Interessante.


Peripécias do Coração
Autor: Julia Quinn
Série: Bridgertons, #2
Editor: Asa - 2012
Páginas: 384
Mini-Review: Julia Quinn foi uma das primeiras autoras que li dentro deste género e terá sempre um lugar especial nas minhas estantes. Apesar de ter encontrado autoras de que gosto bastante, Quinn é... Quinn.
Este é o segundo livro da série Bridgerton e foi publicado recentemente em Portugal (de notar que li a versão inglesa).
Como sempre, gostei. Quinn tem um humor espectacular e as lutas e debates acesos das personagens principais são sempre um prazer de ler. 
Em Peripécias do Coração temos um visconde decidido a não casar por amor e uma jovem cheia de génio. Quando os dois colidem, saltam faíscas e não é só de atracção.
Em suma, não posso deixar de recomendar estes livros a quem gosta de romance histórico. Quinn é realmente uma espécie de Jane Austen moderna!