Editora: Gailivro / 1001 Mundos (2010)
Formato: Capa Mole | 336 páginas
Géneros: Romance Paranormal
Descrição (GR): "Eu não sou cobarde. Quero deixar isso bem claro. Mas, depois de a minha vida se transformar num filme de terror, passei a levar o medo muito mais a sério. Tinha-me tornado na Dra. Carrie Ames apenas há oito meses, quando fui atacada na morgue do hospital por um vampiro. Haja sorte. Por isso agora sou uma vampira e descobri que tenho um laço de sangue com o monstro que me criou. Este funciona como uma trela invisível, pelo que estou ligada a ele, independentemente daquilo que faça. E, claro, ele tinha de ser um dos vampiros mais malévolos à face da Terra. Com o meu Amo decidido a transformar-me numa assassina sem escrúpulos e o seu maior inimigo empenhado em exterminar-me, as coisas não podiam ser piores – só que me sinto atraída pelos dois. Beber sangue, viver como um demónio imortal e ser um peão entre duas facções de vampiros não é exactamente o que tinha imaginado para o meu futuro. Mas, como o meu pai costumava dizer, a única forma de ven cer o medo é enfrentá-lo. E é isso que irei fazer. Com as garras de fora."Contém SPOILERS!
Diz-se que o tempo apaga muitas coisas e no caso deste livro tenho de concordar. Li "A Iniciação" pela primeira vez em inglês, ainda antes de ter saído em Portugal e na altura escrevi apenas a minha impressão geral do livro: que tinha sido interessante mas nada de especial.
Vários anos passados, senti curiosidade acerca da série não só pelas críticas favoráveis de outros leitores portugueses mas também pelo facto de ter sido publicado no nosso país. Quando entrei na leitura tinha apenas uma memória muito vaga do que acontecia. Sabia que a protagonista era transformada em vampiro e que havia um triângulo amoroso mas pouco mais. A minha curiosidade levou-me até a duvidar da classificação que lhe havia dado aquando da primeira leitura (duas estrelas).
Devia ter tido mais confiança na minha própria opinião, suponho. "A Iniciação" é de facto tão corriqueiro como me lembro e agora que já li muitos outros livros de fantasia urbana posso dizer que não tem nem uma história nem personagens particularmente interessantes.
A nossa heroína, Carrie Ames é uma médica recém-graduada que é atacada uma noite e passa por um processo de transformação gradual que a torna num vampiro. O seu atacante é Cyrus o típico vilão sobrenatural, um vampiro que se acha superior aos humanos. Claro que para o 'cast' estar completo é necessária uma terceira personagem, masculina, para formar 0 'triângulo amoroso'. Essa personagem é Nathan, um vampiro torturado parte de um movimento que visa exterminar todos os vampiros.
Este foi o primeiro aspecto que me fez ficar de pé atrás. Aparentemente os vampiros na sua maioria não têm instinto de auto-preservação e criaram um 'movimento voluntário para a extinção dos vampiros' ou seja a sua missão é matar todo e qualquer vampiro que não se queira juntar ao movimento. Para não estar com muitos rodeios esta premissa pareceu-me simplesmente ridícula.
Ora bem, Nathan aparece e tal e faz um ultimatum a Carrie (que, lembrem-se, ainda mal se habituou à sua nova condição): junta-te ao movimento ou morre.
O resto da história prende-se com a indecisão de Carrie que não quer morrer, claro, mas também não quer ser forçada a juntar-se ao movimento. Pelo meio temos um período dedicado a Cyrus, o 'progenitor' de Carrie com quem esta tem uma ligação forte, o "laço de sangue". Esta parte deu-me, para não estar com rodeios, algum nojo. Porque Carrie professa alto e bom som ser 'feminista' e independente mas cortesia do tal laço de sangue deixa-se ser abusada e humilhada pelo tal Cyrus para além de lhe 'desculpar' atitudes altamente questionáveis. Basicamente a autora falhou completamente ao tentar criar uma heroína forte; Carrie, por "amor" tudo desculpa.
Para além do falhanço que é Carrie, as outras personagens têm pouca substância. Não estão muito bem desenvolvidas, são bastante estereotipadas e as suas interacções não me convenceram minimamente.
No geral, "A Iniciação" é um livro bastante fraco em termos de história e personagens. Tem raros momentos de originalidade, mas a maior parte do livro é cliché e as personagens são irritantes e muito pouco carismáticas. Continuarei a seguir as aventuras de Carrie porque já tenhos os livros 2 e 3, mas não é uma série que recomende.
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