Morte em Pemberley by P.D. James
Editora: Porto Editora (2013)
Formato: Capa mole | 304 páginas
Género: Mistério, Ficção histórica
Editora: Porto Editora (2013)
Formato: Capa mole | 304 páginas
Género: Mistério, Ficção histórica
Descrição (Porto Editora): "1803. Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy o famoso par de Orgulho e Preconceito, casados há já seis anos e com dois filhos, não podiam estar mais felizes na imponente propriedade rural de Pemberley. Até ao dia em que Lydia, uma das irmãs Bennet, chega à mansão gritando que o marido foi assassinado na floresta.Em Morte em Pemberley, P. D. James combina as suas duas maiores paixões: a literatura policial e a obra de Jane Austen. O romance é uma clara homenagem à grande autora novecentista, mas faz justiça também às melhores histórias de assassinato, seguindo a tradição dos grandes romances de mistério sobre a aristocracia inglesa. Ou não fosse P. D. James a grande senhora do crime nas terras de Sua Majestade..."
PRIMEIRAS IMPRESSÕES: Nem sei bem o que dizer. O que me tem passado pela cabeça mais frequentemente é "que raio de introdução à autora de "The Children of Men"!"
Primeiro, devo dizer que não tinha quaisquer expectativas em relação a este livro. Quero dizer, já tinha visto que tinha classificações algo baixas aqui no Goodreads, mas não li nenhuma crítica e tentei não formar ideias preconcebidas. Dentro da medida do possível, porque obviamente, apesar de nunca ter lido nenhum livro dela, sei quem é a P.D. James. E como tantas outras pessoas, já vi "Os Filhos do Homem".
Mas que desilusão que este livro foi. Fiquei bastante curiosa com a ideia do livro: um crime em Pemberley, com as personagens da minha obra favorita, "Orgulho e Preconceito", envolvidas? Sim, se faz favor! Muitos fans não gostam de ler o que é, essencialmente, "fan fiction" (isto é, tudo o que são sequelas e afins) dos seus livros favoritos, mas eu até gosto de um ou outro. Mas este. Não. Simplesmente, não.
1803. Elizabeth e Darcy estão casados há seis anos, têm dois filhos e passam as suas vidas tranquilamente entre visitas aos seus vizinhos os Bingley, festas e outras coisas que os nobres da altura faziam. Um dia, estão todos muito bem na conversa quando a Lydia aparece a dizer que o Wickham foi assassinado, ai qu'horror. E pronto assim começa. Eu pensei que o Mr. Darcy e a Elizabeth iam desvendar um mistério, mas não é nada disso que acontece. O que acontece é entrarem todos em pânico e sentirem-se todos muito deprimidos (a tentativa falhada da autora de dar um ar gótico à coisa, juntamente com a noite escura e ventosa) porque quem morreu foi o Denny, o amigo do Wickham, e o Mr. Darcy tem de ser uma testemunha no inquérito, woe!
Eis o meu problema principal: o "mistério" foi completamente ridículo e previsível. Parece ter sido escrito por um miúdo de cinco anos (sem ofensa para os miúdos de cinco anos), uma vez que o seu grau de complexidade é para aí... menos um. Metade do livro é "info-dump" sobre o que se passou em "Orgulho e Preconceito" com uma data de personagens; a autora limita-se a fazer um resumo do livro, como se estivéssemos a ler um daqueles livros que explicam aquelas obras chatas que temos de ler no secundário para que possamos passar sem termos de ler o livro.
Além disso, todas as personagens, quer apareçam quer não (quer entrem no enredo por carta, como é o caso da Lady Catherine ou do Mr Collins) dizem e fazem coisas muito parecidas com o que fizeram no livro original; ou seja, desenvolvimento das personagens? Zero.
A Elizabeth quase não aparece, o Mr. Darcy não faz uso dos miolos e o Coronel Fitzwilliam e a Georgiana foram vítimas dos body-snatchers, só pode, porque longe de não terem mudado nada, estão 100% diferentes sem nenhuma razão aparente.
Nenhuma das personagens participa na resolução do crime, são todos meros espectadores e/ou testemunhas. Tudo o que fazem é prestar depoimentos (e nem o julgamento tem emoção suficiente para interessar o leitor) e lamentarem-se porque uma pessoa morreu no bosque de Pemberley e ai que agora está tudo tão gótico por causa disso. Alguns dos acontecimentos nem sequer são explicados (as letras que a Elizabeth e a Georgiana encontraram gravadas nas árvores, por exemplo) e não existem quaisquer pistas que nos permitam tentar adivinhar ou mesmo apenas especular sobre o que se passou. A conclusão, com a descoberta do culpado, é completamente aleatória e não faz muito sentido. Não descobri quem era o culpado porque simplesmente não há pistas, "foreshadowing", nada que nos permita antever as motivações para o crime.
Este foi o meu primeiro livro de P.D. James mas esperava mais, sendo ela tão famosa. Isto foi... bastante mau. Sinceramente, não recomendo isto a ninguém. Nem aos fans de Jane Austen, nem aos de James e nem a quem só queira ler um livro de mistério.
View all my reviews
Comentários