Editora: Mira Ink (2011)
Formato: Capa mole | 378 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Lit. Juvenil/YA
O terceiro livro da série “Soul Screamers” traz-nos mais
conflito e algum melodrama.
A vida de Kaylee Cavanaugh deveria consistir em festas,
namoros e, claro, na escola. Mas o facto de ser uma bean sidhe não ajuda e
Kaylee está sempre metida em sarilhos. E esta festa não vai ser uma exceção.
Kaylee e o namorado Nash vão a uma festa na casa de um amigo
quando se deparam com algo surreal… e perigoso. Alguém anda a traficar “Sopro
de demónio”, uma substância gasosa originária do Netherworld. Na verdade,
tratam-se das exalações dos hellions. O “Sopro do demónio” é altamente viciante
e pode ser fatal para os humanos, levando primeiro à loucura e depois à morte.
Com os amigos de Nash envolvidos, Kaylee e o namorado não têm escolha senão
tentar perceber como a substância é transportada para o seu mundo, uma vez que
os hellions não podem atravessar.
Mas um deles tem um segredo que pode acabar com a sua
relação apaixonada.
“My Soul to Keep” foi uma estreia e não uma releitura. Não
tinha chegado a lê-lo anteriormente, devido a… coisas (nomeadamente, aos atrasos
dos correios e do Book Depository), por isso soube-me bem perceber como a
situação tinha mudado tanto no 4º livro.
Neste livro temos algum desenvolvimento do mundo, sim, mas
penso que o seu foco são as relações entre Kaylee e as outras personagens da trama,
especialmente Nash, o seu namorado. Nash é o primeiro namorado de Kaylee e esta
sente-se nas nuvens, mas vai perceber neste livro que as pessoas têm defeitos e
que Nash não é tão perfeito como imaginava. O que é fixe e tal. Mas… na verdade
a Kaylee é um contraste tão grande (ou seja, é uma grande Mary Sue, super
perfeita e sem defeitos… passo a redundância), que as imperfeições de Nash
parecem ao mesmo tempo monstruosas e… falsas. Isto faz sentido? O que quero
dizer é que o facto de Kaylee não ser uma personagem muito realista (é
demasiado perfeita, todos gostam dela, etc.) faz com que o leitor acabe por
também não levar a sério o resto das personagens.
Sinceramente, apesar de gostar desta série, esta é uma
espécie de “prazer proibido” ou “guilty pleasure”. A caracterização é irregular
e a história não tem absolutamente nada de extraordinário, mas a forma como
Vincent escreve envolve-nos em todo aquele drama e carga emocional de tal forma
que não conseguimos parar de ler!
Assim, no geral, mais um livro de leitura rápida e
agradável. Bastante mais melodramático e intenso do que os predecessores, mas
bastante fraco ao nível da caracterização da sua personagem principal, que
parece demasiado perfeita para ser real. A história também não se focou assim
muito no tráfego da droga sobrenatural, como esperava… outros acontecimentos
tomaram mais tempo de antena e tive pena. Recomendado para os fãs da série.
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