O Leitor do Comboio de Jean-Paul Didierlaurent
Editora: Clube do Autor (2017)
Formato: Capa mole | 196 páginas
Géneros: Lit. Contemporânea
Sinopse.
Editora: Clube do Autor (2017)
Formato: Capa mole | 196 páginas
Géneros: Lit. Contemporânea
Sinopse.
AVISO: ALGUNS SPOILERS
Um pequeno livro, que se lê de uma assentada, O Leitor do Comboio retrata a vida rotineira de Guylain Vignolles, um jovem de 36 anos, solteiro, dono de um peixinho dourado.
Guylain é uma pessoa vulgar num mundo de pessoas vulgares; todos os dias apanha o comboio para o trabalho, tem de aturar um chefe mandão e prepotente, um colega ao mesmo tempo ambicioso e mediocre e uma tarefa que detesta: destruir livros.
A única altura do dia em que Guylain Vignolles é alguém diferente e mágico é durante a viagem do comboio, onde lê páginas soltas que arranca das entranhas da "Coisa", a máquina que transforma livros em pasta de papel reciclável. Estas "peles vivas", como lhe chama, são o que resta dos livros enfornados e destruídos e fazem as delícias dos seus companheiros de viagem. Também poderão ser aquilo que mudará a vida de Guylain para sempre.
Não é muito comum para mim ler livros sobre pessoas "reais" com vidas reais. Leia-se: pessoas com vidas vulgares, monótonas e repetitivas; no fundo parecidas com a minha. O meu objetivo ao ler livros é viajar na companhia de seres invulgares, mesmo que comecem como eu, normais e com vidas normais pois é sabido que na maioria dos livros, eles depressa descobrem a existência de um mundo bem mais interessante.
Mas este livro, "O Leitor do Comboio", foge a essa regra. Guylain Vignolles é o mais normal possível: vive num pequeno apartamento, tem um trabalho monótono e previsível, é tímido e apagado; em suma é o que tanta gente é. O que nos permite, de certo modo, identificarmo-nos com a personagem. O que gostei.
O que me desapontou aqui não foi a natureza da história (algo que eu sinceramente temia que acontecesse), mas sim o facto de ela nunca ter chegado a "levantar voo", por assim dizer.
Vignolles é arrancado da sua vida sempre igual por dois acontecimentos: o convite de duas senhoras idosas para que vá à sua casa de repouso ler todos os sábados de manhã e a descoberta de uma pen drive repleta de textos escritos por uma jovem chamada Julie.
Apesar de acompanharmos Guylain a duas leituras na casa de repouso e de o ouvirmos a ler no comboio excertos do diário de Julie, nunca vemos grandes alterações na sua vida diária. A procura por Julie acontece em segundo plano e apenas devido à pesquisa de um dos amigos de Guylain; e este nunca colhe frutos da sua nova atividade no lar.
Assim, o livro acaba como começou... sim, o autor diz-nos que os esforços da nossa personagem podem ser recompensados, mas nunca vemos essas recompensas, essas mudanças.
No geral, este livro entreteu-me, mas soube-me a pouco, parece inacabado. Acho que é um dos poucos livros que já li até hoje que tem conteúdo a menos em vez de a mais e que beneficiaria de mais páginas e desenvolvimento.
Um pequeno livro, que se lê de uma assentada, O Leitor do Comboio retrata a vida rotineira de Guylain Vignolles, um jovem de 36 anos, solteiro, dono de um peixinho dourado.
Guylain é uma pessoa vulgar num mundo de pessoas vulgares; todos os dias apanha o comboio para o trabalho, tem de aturar um chefe mandão e prepotente, um colega ao mesmo tempo ambicioso e mediocre e uma tarefa que detesta: destruir livros.
A única altura do dia em que Guylain Vignolles é alguém diferente e mágico é durante a viagem do comboio, onde lê páginas soltas que arranca das entranhas da "Coisa", a máquina que transforma livros em pasta de papel reciclável. Estas "peles vivas", como lhe chama, são o que resta dos livros enfornados e destruídos e fazem as delícias dos seus companheiros de viagem. Também poderão ser aquilo que mudará a vida de Guylain para sempre.
Não é muito comum para mim ler livros sobre pessoas "reais" com vidas reais. Leia-se: pessoas com vidas vulgares, monótonas e repetitivas; no fundo parecidas com a minha. O meu objetivo ao ler livros é viajar na companhia de seres invulgares, mesmo que comecem como eu, normais e com vidas normais pois é sabido que na maioria dos livros, eles depressa descobrem a existência de um mundo bem mais interessante.
Mas este livro, "O Leitor do Comboio", foge a essa regra. Guylain Vignolles é o mais normal possível: vive num pequeno apartamento, tem um trabalho monótono e previsível, é tímido e apagado; em suma é o que tanta gente é. O que nos permite, de certo modo, identificarmo-nos com a personagem. O que gostei.
O que me desapontou aqui não foi a natureza da história (algo que eu sinceramente temia que acontecesse), mas sim o facto de ela nunca ter chegado a "levantar voo", por assim dizer.
Vignolles é arrancado da sua vida sempre igual por dois acontecimentos: o convite de duas senhoras idosas para que vá à sua casa de repouso ler todos os sábados de manhã e a descoberta de uma pen drive repleta de textos escritos por uma jovem chamada Julie.
Apesar de acompanharmos Guylain a duas leituras na casa de repouso e de o ouvirmos a ler no comboio excertos do diário de Julie, nunca vemos grandes alterações na sua vida diária. A procura por Julie acontece em segundo plano e apenas devido à pesquisa de um dos amigos de Guylain; e este nunca colhe frutos da sua nova atividade no lar.
Assim, o livro acaba como começou... sim, o autor diz-nos que os esforços da nossa personagem podem ser recompensados, mas nunca vemos essas recompensas, essas mudanças.
No geral, este livro entreteu-me, mas soube-me a pouco, parece inacabado. Acho que é um dos poucos livros que já li até hoje que tem conteúdo a menos em vez de a mais e que beneficiaria de mais páginas e desenvolvimento.
Detalhes da versão original:
Título: Le liseur du 6h27
Ano: 2014
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