Editora: Roc (2010)
Formato: Capa mole/bolso | 325 páginas
Géneros: Fantasia Urbana
Este livro foi mais uma releitura, porque tendo já adquirido
os dois seguintes, queria relembrar-me um pouco do que se passava no primeiro.
No mundo de Alex Craft, os fae anunciaram a sua existência ao mundo há 70 anos, porque
precisam que os seres humanos acreditem neles para poderem sobreviver. Isto deu
origem a uma série de mudanças, não só a nível social como a nível geológico
porque alguns “espaços” que haviam estado escondidos (os “folded spaces”), passaram
a não estar. Isto fez com que os EUA ganhassem um novo estado, cuja capital é a
cidade de Nekros.
É lá que a Alex, uma “grave witch”, vive. As bruxas também
anunciaram os seus poderes e algumas das bruxas têm poderes diferentes. É o
caso de Alex que consegue ligar-se à “energia” da terra dos mortos (onde vivem
fantasmas e criaturas de pesadelo) e “construir” um “shade” de uma pessoa
morta. Um “shade” é uma coleção de memórias da pessoa falecida e ajuda a saber
como morreu.
Mas o talento de Alex tem consequências: de cada vez que
utiliza a sua “grave sight”, os seus olhos sofrem.
Alex sobrevive trabalhando para a polícia ou para clientes
que querem questionar os mortos, mas quando um dos seus “shades” a ataca, vê-se
envolvida num mistério que pode envolver uma criatura antiga e maléfica de
Faerie… um ladrão de corpos.
Neste livro, somos apresentados a Alex e ao seu mundo. Um
mundo em que as bruxas e fae são
aceites mas onde ainda há bastante preconceito e mesmo uma fação política que
quer restringir os direitos desta parte da população. O pai de Alex pertence a
esse partido e ela foi forçada a sair de casa e a mudar de nome.
Penso que foi uma boa leitura ao nível da fantasia urbana.
Gostei bastante do mundo desenvolvido pela autora, a mitologia pareceu-me
sólida e bem explicada. Também gostei das personagens q.b., se bem que o
detetive Fallin, com quem Alex está sempre a trocar bitaites, é um bocado parvo
às vezes.
O mistério também foi interessante, se bem que podia ter
sido melhor explorado.
Poderia ter dado 4 estrelas ao livro, mas o facto de se
desenvolver um triângulo amoroso lá pelo meio não me agradou assim muito, até
porque gosto de ambas as personagens masculinas. Também me parece que a Alex se
está a preparar para ser uma “Mary Sue”, ultra especial e esse tipo de
personagens não me agradam particularmente.
No geral, uma boa leitura dentro do género. A autora
conseguiu um mundo interessante e não muito cliché, a escrita é competente e o
sistema de magia é intrigante. Houve alguns pontos dos quais não gostei muito,
mas globalmente, diria que é um começo sólido para uma nova série.
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