Editora: Mira Ink (2011)
Formato: Capa mole | 315 páginas
Géneros: Ficção Científica, Distopia
“Inside Out” de Maria V. Snyder é o meu primeiro “contacto”
com a autora após vários anos e depois de ler dois dos três livros da trilogia “Poison”.
Nunca cheguei a ler o terceiro, porque na altura várias pessoas cuja opinião respeito
bastante ficaram muito desiludidas com esse livro, o que me fez perder a
vontade de ler livros da autora durante bastante tempo.
Mas tinha lá este e como estava toda lançada nas distopias,
decidi ler.
A sociedade de Trella está dividida não apenas em níveis,
mas também em classes. A classe “trabalhadora” (scrubs) vive nos dois níveis
mais baixos, em camaratas e com cantinas, com pouca privacidade e muito poucas
esperanças de uma vida melhor. A classe mais beneficiada (os uppers) vive nos
dois níveis superiores e tem mais conforto, trabalhos mais especializados e o
controlo do governo. Trella é uma scrub, cujo trabalho é limpar as ventilações e
canos desta sociedade subterrânea; como consequência ela consegue ir a todo o
lado.
É por isso chamada de “Rainha da canalização” e é por isso
que quando o seu amigo Cogan lhe pede que ajude um homem a recuperar discos
escondidos que revelam a localização do lendário “Exterior”, Trella vai ver-se
envolvida numa revolução da qual nunca quis fazer parte.
Foi uma leitura algo… genérica. O mundo, as personagens e a
progressão da história são bastante normais e pouco surpreendentes neste tipo
de género. Para falar a verdade, o final foi bastante surpreendente e fui
apanhada de surpresa, mas de resto… a sociedade desigual, a corrupção de um
propósito há muito definido e perdido nas brumas do tempo e uma história mítica
que serve de motivação para um grupo de rebeldes… tudo isto me pareceu bastante
trivial.
Também não gostei grandemente das personagens, que me
pareceram estar mal desenvolvidas e ter pouca personalidade. O romance
pareceu-me irrealista e inverosímil. E sim, sei que estou a ser redundante, mas
é que não senti mesmo qualquer ligação entre as personagens.
No geral, uma leitura bastante mediana. Não foi má, mas
também não foi propriamente original e sinceramente, para além do final, nada
do que aconteceu me puxou assim muito para a história. Certamente que há um
certo paralelismo com a “luta de classes” do século XX, mas isso é uma
correlação que pode ser encontrada em muitas distopias. Nada de especial, mas o
final vale bastante porque lá está, foi a única parte surpreendente do livro.
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