Editora: Gollancz (2011)
Formato: Capa mole | 615 páginas
Géneros: Fantasia
Elantris, a primeira obra do escritor Brandon Sanderson,
transporta-nos a mais um mundo repleto de magia e de intrigas políticas e
religiosas.
Elantris foi outrora chamada “A cidade dos deuses”. Povoada
por seres de pele prateada e cabelo branco capazes das mais incríveis magias, a
cidade era o centro do reino de Arelon e os seus habitantes – seres humanos
transformados pelo Shaod – eram venerados
como deuses.
Mas algo aconteceu e os habitantes de Elantris perderam a
sua magia e tornaram-se seres doentes e repulsivos. O povo de Arelon, sempre
invejoso dos seus “deuses”, atacou a cidade e uma classe mercantil tomou conta
do reino, instalando-se em Kae, uma das cidades que crescera à sombra de
Elantris.
Dez anos mais tarde, a princesa Sarene do reino de Teod
prepara-se para viajar para Arelon para se casar com o príncipe Raoden, de
forma a que ambos os reinos possam fazer frente à expansão do império de Fjordell
e da religião Shu-Dereth.
Quando Sarene chega, percebe que se tornou viúva. E que o
reino de Arelon corre grande perigo pois um dos padres do Shu-Dereth, uma religião
baseada na ambição e na força, tenta converter as massas. E fazer com que estas
odeiem os habitantes de Elantris.
Raoden, por sua vez, passou pelo Shaod e foi fechado na
cidade decrépita de Elantris. Privados da sua magia pelo estranho acontecimento
de dez anos antes, todos os que sofrem o Shaod se tornam mortos-vivos de pele
cinzenta e com chagas, sem cabelo e sem forma de curarem as suas feridas. Isto
enlouquece a maioria dos novos habitantes de Elantris, mas Raoden está decidido
a resistir e a fazer com que estas pessoas tenham uma vida condigna. Pelo
caminho, começa a tentar perceber as razões da queda de Elantris.
Elantris foi uma boa leitura, tal como previa. Gostei
bastante das personagens e do mundo desenvolvido por Sanderson. Sarene foi uma
personagem divertida de conhecer, pois ela tem um temperamento forte e sabe
tomar decisões. Raoden é um bocado perfeito demais (aliás ambas as personagens,
Raoden e Sarene, o são), mas mesmo assim é impossível não se gostar dele.
Apesar de ter gostado da leitura, é bastante óbvio que
Elantris é a primeira obra de Sanderson. O mundo é mais genérico, menos
complexo do que o apresentado na trilogia Mistborn – Nascida das Brumas; as
personagens são demasiado “coloquiais” por vezes, tendo em conta que se tratam
de princesas, príncipes e nobres e o reino de Arelon, as antigas religiões que
fazem parte da trama, o sistema de magia e o passado de Elantris podiam ter
sido melhor desenvolvidos.
No entanto, este livro tem já aquela qualidade que nos faz
querer ler mais e mais para saber qual é afinal o segredo da queda de Elantris.
Que acabamos por saber.
No geral, um bom livro de fantasia, que deu gosto ler, mas
que precisava de algumas arestas limadas e mais alguma complexidade ao nível do
mundo e das personagens.
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