Opinião: Bruxa Endiabrada (Kim Harrison)

Bruxa Endiabrada by Kim Harrison
Editora: Saída de Emergência (2012)
Formato: Capa mole | 496 páginas
Géneros: Fantasia Urbana
Descrição (GR): "Em Hollows os vampiros são apenas o início... Apesar de namorar com um vampiro e viver com outro, Rachel Morgan conseguiu sempre manter-se um passo à frente dos problemas… até agora. Um tenebroso assassino em série fez das ruas de Cincinnati o seu terreno de caça e ninguém está a salvo, seja humano, Inderlander ou morto-vivo. Talvez a única maneira de parar esse assassino seja uma misteriosa relíquia que se encontra nas mãos de Rachel Morgan, destemida caçadora de recompensas e bruxa temerária. Mas revelar tal artefacto poderá dar início a uma batalha apocalíptica entre as diversas raças sobrenaturais de Hollows. A decisão pode salvar vidas… ou matar muitas mais! Mais uma vez, Rachel não pode falhar pois o preço a pagar é alto de mais." 
(Nota: a edição lida foi a inglesa, mas apresentam-se os dados da portuguesa)

Gostava de poder dizer concretamente porque é que esta série me atrai tanto, mas a verdade é que não sei ao certo. A realidade é que, mesmo considerando que estes livros não são dos mais imaginativos e interessantes em termos de construção do mundo, dentro do género da fantasia urbana, continuo a querer saber mais e mais sobre as personagens criadas por Kim Harrison.

Penso que o que atrai nestes livros é uma mistura de escrita cativante com um ritmo extremamente bem pensado, para além de um doseamento soberbo de informação. A autora dá ao leitor um cheirinho do que está escondido nos meandros do seu mundo sobrenatural, mas revela muito pouco, deixando-nos sempre ansiando por mais. Mesmo quando as revelações são dececionantes continuamos a querer saber mais. Este é, para mim, o segredo desta série tão bem sucedida.

Apesar de todos os livros serem grandes (para este género), muito pouco acontece e não primam pela ação. Pelo contrário, são até um bocado parados, pois apesar de haver sempre algo a acontecer, nunca é uma cena de luta, magia ou de investigação (os mistérios são todos facilmente resolvidos). O facto de o livros se centrarem também nos dilemas humanos das personagens (tanto que por vezes chegam a ser demasiado dramáticos) também ajuda a manter cativa a 'audiência'.

Desculpem se esta divagação não faz sentido, mas a verdade é que o facto de eu gostar tanto destes livros também faz muito pouco sentido.

Mas concentremos-nos no livro "Bruxa endiabrada". Este 5º livro da série, abre com um ataque à casa da Rachel por parte de Newt, um misterioso e poderoso demónio. Depressa Rachel e os amigos se veem envolvidos em lutas de poder pelo artefacto Were que recuperaram no livro anterior. Anda imensa gente à procura dele, mas estranhamente a Rachel e os amigos passam mais tempo a preocupar-se com esse facto do que a serem realmente perseguidos. Há um ou dois mistérios mas são, como sempre, resolvidos rapidamente e sem grande investigação. Há também muito drama por causa da relação entre a Rachel e a sua companheira de casa, a vampira viva, Ivy. Este drama quase que se torna central, por vezes.

Enfim, mais do mesmo. É daquelas série que se gosta sem se saber bem porquê.

No geral, uma série de fantasia urbana interessante, mas nada de especial em termos de criatividade. No fundo tem mais de romance paranormal do que de fantasia urbana, pelo que se gostarem mais deste segundo género, recomendo. 

Balanço de 2012

E eis que chega ao fim mais um anito de leituras (ok, quase...). Tenho andado a pensar no que escrever e as ideias têm sido poucas. Quase que me convenci que estou aborrecida de tudo quanto é livro. Mas, apesar de esquecer muitos deles pouco tempo depois, ler continua a ser uma actividade de eleição para mim.

Por isso, como não consigo lembrar-me assim de nenhum livro que me tenha marcado particularmente, vou fazer uma coisa assim à Oscars, com categorias inventadas. Ahem...

Começamos com o Melhor Livro, claro. O Livroscar dos livroscares. :P Este ano, o vencedor é... nenhum. Pois, li bastantes mas nenhum se destacou. Posso mencionar o Imaginary Girls da Nova Ren Suma, do qual gostei, apesar de ser muita esquisito e os sempre maravilhosos livros da Stacia Kane, claro. Outras menções honrosas incluem Long Lankin de Lindsey Barraclough que só não se tornou um completo favorito por ter uma primeira parte que se arrasta, Feed de Mira Grant e The Melancholy of Haruhi Suzumiya de Nagaru Tanigawa e Noizi Ito que li com bastante rapidez e com o qual me diverti bastante apesar de já ter visto a série de animação.

E que mais? No outro lado da escala temos o Pior Livro. Quanto a esse, não há dúvidas. Discordem se quiserem, mas achei As Cinquenta Sombras de Grey, o infame livro de E.L. James extremamente mau. Verdade seja dita nem o acabei, mas do que li... enfim, digamos apenas que não gostei. Outros livros que se revelaram uma desilusão (uns mais esperados do que outros) foram A Iniciação de Jennifer Armintrout, Trocada de Amanda Hocking e Black Heart Loa de Adrian Phoenix. E uma miríade de livros para adolescentes como A Cidade das Cinzas de Cassandra Clare ou Eve de Anne Carey.

Mas nem tudo foi mau. Na categoria de Livros que me surpreenderam pela positiva posso nomear os da autora Rosemary Clement-Moore. Este ano li três livros dela, Um baile de finalistas infernal, The Splendor Falls e Texas Gothic e achei-os divertidos. 

Na categoria inversa, Livros que me surpreenderam pela negativa, destaco o Stormdancer de Jay Kristoff. 

Este ano fiquei a conhecer ou redescobri várias séries de fantasia urbana que me agradam e que terei gosto em seguir. Tratam-se das séries October Daye, da autoria de Seanan McGuire, Kara Gillian de Diana Rowland e da série Os Hollows de Kim Harrison.

Quanto aos desafios... bem, o do Goodreads está completo. A temporada ficção pós-apocalíptica podia ter sido melhor... logo de inicio não fiz uma lista de livros a ler porque sei que não sou boa com essas coisas, mas acabei por ler poucos livros do género. São eles:
- Dark Inside de Jeyn Roberts (acabei por não escrever opinião deste porque... eh porque)

Em relação ao Book Bingo, ainda não acabei de contabilizar todos os livros que se aplicam, mas mesmo assim já fiz várias linhas e penso que, no geral, nem correu muito mal. 

E é isto. :)

Feliz Natal!

Este post serve apenas para desejar a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo. :)

Imagem daqui.

Aquisições da semana (29)

Ho, ho, ho! Quase no natal e a fofinha da Amazon mandou-me o Cold Days do Jim Butcher (e é a versão do Reino Unido e não a que mostro na imagem. Eh.)! OMG! Yay, só estava à espera dele no ano que vem.



Earth Girl - Janet Edwards 
Cold Days - Jim Butcher 
Grave Memory - Kalayna Price

Baseado na rubrica In my Mailbox.

Brevemente...





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Opinião: Bruxa de elite (Kim Harrison)

Bruxa de elite by Kim Harrison
Editora: Saída de Emergência (2012)
Encadernação: Capa mole | 496 páginas
Géneros: Fantasia Urbana
Descrição (GR): "As coisas maléficas que assombram as noites de Cincinnati desprezam a bruxa e caçadora de recompensas Rachel Morgan. A sua reputação de praticante de magia negra começa a fazer virar as cabeças de humanos e mortos-vivos, determinados a possuí-la, dormir com ela e matá-la… não necessariamente por essa ordem. E como se tudo isso não bastasse, um amante mortal que abandonara Rachel regressou, assombrado pelo seu passado secreto. E há quem queira deitar as mãos a algo que se encontra na poss dele: animais selvagens dispostos a destruir Hollows e todos os seus habitantes, se necessário.
Obrigada a manter-se escondida ou a sofrer para sempre a ira de um demónio vingativo, Rachel deve, ainda assim, agir rapidamente. Pois pela primeira vez, em vários milénios, matilhas de estranhas criaturas estão a unir-se, preparadas para destruir e dominar. De súbito, há algo mais em jogo do que a alma de Rachel."
(Nota: a edição lida foi a inglesa, mas apresentam-se os dados da portuguesa)

Já há algum tempo que tenho os livros da Rachel Morgan lá para casa, à espera de serem lidos e como até estou numa de ler fantasia urbana, decidi adiantar as minhas leituras nesta série.

Já li os primeiros três livros há algum tempo (anos) por isso confesso que não me lembrava bem de tudo, excepto em termos muito gerais. Que a Rachel era bruxa, que tinha um parceiro pixie chamado Jenks e que vivia com uma vampira chamada Ivy. Lembrava-me vagamente de ter gostado dos livros.

Mas, enfim, já muitos livros e séries de fantasia urbana me passaram pelas mãos entretanto pelo que ler este quarto livro da série "Hollows" foi... estranho. O género de escrita, o desenvolvimento da história e as personagens fizeram-me alguma confusão agora, em 2012, depois de ter lido tantas outras séries. Não gostei tanto deste livro como me lembro de gostar dos anteriores. Hoje, só para ser diferente, vou escrever esta opinião por tópicos, uma vez que tenho agora sentimentos contraditórios sobre esta série e isto ajuda a organizar as ideias. 

1. Sobre o enredo: não me pareceu especialmente elaborado. O livro (na versão inglesa) tem 510 páginas mas muito pouco acontece. Há demasiado drama (geralmente relacionado com sentimentos e relações) que ocupa grandes porções do livro e constitui a história secundária que se desenrola durante os tempos "mortos". Como em grande parte do livro as personagens estão à espera que algo aconteça ou a fazer tempo, este livro é especialmente dramático. Para aplicar um ditado tuga à situação, o enredo deste livro tem "muita parra e pouca uva".

2. Sobre as personagens: há algum desenvolvimento mas mais uma vez, a personagem menos interessante é a Rachel. Algum do diálogo parece ser um bocado desconexo. O Jenks salvou este livro, sendo uma personagem engraçada e ao mesmo tempo com alguma profundidade.

3. Construção do mundo: algo confusa. Os "inderlanders" (e não sei o termo em português, porque tenho os livros em inglês) parecem vir todos de outra dimensão, incluindo os demónios... então o é essa dimensão? E existirão anjos? É que o conceito de "solo sagrado" e de "alma" existem, mas os anjos não parecem fazer parte da mesma dimensão dos Weres, vampiros, demónios ou bruxas. 

No geral, é uma série medianamente interessante. Teria gostado mais dela se não tivesse lido tanta fantasia urbana com premissas mais imaginativas, mas tendo em conta que Harrison foi uma das primeiras a escrever neste género (ou pelo menos tem uma das séries mais antigas), acho que o enredo um pouco cliché é desculpável, até certo ponto. Estou interessada em ler mais.

Aquisições da Semana (28)

Esta semana apenas um livro, um daqueles que estou sempre quase a comprar e depois acabo por deixar na prateleira a favor de outros. Como sai o filme brevemente, resolvi experimentar.

Life of Pi - Yann Martel

Baseado na rubrica In my Mailbox.

Review: Daughter of Smoke and Bone (Laini Taylor)

Daughter of Smoke and Bone by Laini Taylor
Publisher: Little, Brown & Company (2011)
Format: Hardcover | 417 pages
Genre(s): Urban Fantasy, Fantasy, Young Adult
Description (GR): "Meet Karou. She fills her sketchbooks with monsters that may or may not be real; she's prone to disappearing on mysterious "errands"; she speaks many languages—not all of them human; and her bright blue hair actually grows out of her head that color. Who is she? That is the question that haunts her, and she's about to find out. When one of the strangers—beautiful, haunted Akiva—fixes his fire-colored eyes on her in an alley in Marrakesh, the result is blood and starlight, secrets unveiled, and a star-crossed love whose roots drink deep of a violent past. But will Karou live to regret learning the truth about herself?"
WARNING: Contains Spoilers
First Impressions: I relutanctly give it 3.5 stars for the world-building (in the fantasy lands, at least) but I was a little disappointed with the cliché star-crossed lovers who dream of changing the world romance. This book had so much potential!

Daughter of Smoke and Bones is another one of those books everyone loves and raves about. Maybe that's why it sat on my bookshelf so long, but I bought the second one because I got an excellent price at Amazon and I decided I could avoid this one no longer.

The synopsis didn't give me a clear idea of what to expect, which filled me with dread and joy at the same time. At least there was no obvious predominance of romance and stereotyped characters. Still, I find myself disappointed. I wanted to like this book a lot... and as people say (or as I say?) expectations are a bitch. 

Karou is a high-school student in Prague. She is artsy (and has blue hair), has a mouthy (and stereotypical) best friend and lives a perfectly normal life. Oh and she was raised by demons. Yes, you read right. She was raised by a demon (who calls himself a chimaera) called Brimstone and his band of merry friends, one of whom is a Naja; they live "Elsewhere" and their dwellings are only accessible through portals hidden all around the world.

Brimstone is a sorcerer of sorts, and much like the tooth fairy he collects teeth in exchange for wishes. Karou is his errant girl and collects teeth from all over (when she's not in school or hanging out at the coolest bar ever - and I am not being sarcastic here). She never questioned her way of life even if she knows other people don't believe in monsters.

Everything changes when an angel appears. His mission is to destroy the portals and Karou's family.

So, this is very true. Everything changes when the angel appears. I loved the whole concept behind the story; Karou was a lively, likable heroine and her chimaera family was truly interesting.

Then Akiva, the angel arrives, bent on vengeance and everything went downhill.

Sure I understand, after reading the whole book, why it was "insta-love". There is actually a reason besides the fact that Akiva is hot and tortured and oh-so-dark. But... he is also all that and it annoyed me to no end. There I was, with an otherwise fantastic, interesting and mysterious book on my hands and the male lead just had to fit the Male YA Stereotype to a T.

I didn't care for Akiva. He was boring, overdone, the type of male lead that is only saved by the fact that he isn't an asshole (most of the time) to the girl. But he was tortured. And dark. And hot. And so very sad. And Karou swooned in his presence and I lost some respect for her, as a character, right there.

So basically, my main problem with this book was the fact that the author handled the romantic themes poorly. As in, like almost every YA author. As in, the heroine drools, the hero suffers in silence and their attraction is A Very Powerful Thing.

Oh how disappointed I was!

The book redeemed itself a little in the end and I did love the ending because it adds more emotional complexity and depth to the main character's relationship. Still, like I said in my first impressions, I was a little turned off by the cliché "star-crossed lovers who dream of changing the world" romance. It's a common plot device... in made-for-TV movies.

But then there was the world building (fantastic) and some of the supporting characters (charismatic) and I felt better about Daughter of Smoke and Bone.

Overall: it was good and imaginative. It blends urban fantasy and classic fantasy seamlessly and, oh, did I mention the writing is mostly fantastic? I didn't like the romance or the part it plays in the story, but in the end the good points outweigh the bad. I'd recommend this one.

Aquisições da Semana (27)

Finalmente já tenho net em casa outra vez! Mesmo assim não queria estar à espera das sete da tarde para partilhar as minhas aquisições da semana passada... que já vêm tarde, como já é hábito, ultimamente. Na semana passada recebi apenas dois livros, um deles a sequela do livro que estou a ler agora, Daughter of Smoke and Bone.

Days of Blood and Starlight - Laini Taylor