A Cidade das Cinzas by Cassandra Clare
Editora: Planeta (2010)
Encadernação: Capa Mole | 360 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Romance Paranormal, Lit. Juvenil
Editora: Planeta (2010)
Encadernação: Capa Mole | 360 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Romance Paranormal, Lit. Juvenil
Descrição (GR): "Clary Fray só queria que a sua vida voltasse ao normal. Mas o que é normal quando se é um Caçador de Sombras? A mãe em estado de coma induzido por artes mágicas, e de repente começa a ver lobisomens, vampiros, e fadas? A única hipótese que Clary tem de ajudar a mãe é pedir ajuda ao diabólico Valentine que, além de louco, simboliza o Mal e, para piorar o cenário, também é o seu pai. Quando o segundo dos Instrumentos Mortais é roubado o principal suspeito é Jace, que a jovem descobriu recentemente ser seu irmão. Ela não acredita que Jace de facto possa estar disposto a abandonar tudo o que acredita e aliar-se ao diabólico pai Valentine… mas as aparências podem iludir."AVISO: Contém alguns SPOILERS!
Depois de terminada a leitura ainda não sei muito bem o que se passou neste livro.
Parece-me que quase não se passou nada, excepto umas escaramuças contra o vilão du jour (muito estereotipado e com a profundidade de uma poça de água) que para poupar trabalho aos nossos heróis conta todos os seus planos a um dos protagonistas. Assim ninguém tem de investigar, yay! Há mais tempo para a típica angústia emocional que povoa este tipo de livros. Que vem quase toda do Jace, o protagonista. Uaaa, não tenho pais. Uaaa, toda a gente acha que sou mau como o meu pai, o vilão. Uaaa, a minha irmã não gosta de mim no sentido carnal, sniff, sniff, que pouco razoável que ela é. A sério? O Jace é supostamente, um ser humano pouco usual, um guerreiro e depois passa o tempo todo a queixar-se de tudo.
A Clary, a referida irmã, não é muito melhor. Uaaa, gosto do Jace mas não posso estar com ele. Uaaa, o meu melhor amigo gosta de mim e eu também gosto dele, mais ou menos.
Depois temos o Simon, o terceiro elemento do triângulo amoroso. Uaaaa, a minha melhor amiga não gosta de mim.
Resultado? Angústia, queixumes, drama por todo o lado. Ugh. Lidar com a situação é algo que ninguém se lembra de fazer.
Outra coisa que me irritou bastante, para além das personagens, foi a forma como a autora forçava os acontecimentos. Deixem-me explicar: a acção não flui naturalmente; a autora introduz elementos que não condizem com o desenrolar do enredo. Por exemplo, quando o Simon decide ir ao hotel dos vampiros, com consequências trágicas. Ou quando o Jace desaparece toda a noite e ninguém dá por nada até ser demasiado tarde. Ou como a Clary resolve uma data de problemas apenas com intuição e convenientemente consegue novos poderes. Ou seja, a autora força a narrativa a tomar os contornos que deseja. Claro que sendo a autora isso é direito dela; mas o problema é que o faz de uma forma abrupta e o leitor sente que, se a acção continuasse o seu caminho lógico e natural, estas coisas não aconteceriam. O resultado? Algumas das atitudes das personagens deixaram-me a pestanejar de espanto pelo facto de não fazerem qualquer sentido no contexto.
No que à história diz respeito, como disse não acontece muito. Há um mistério para resolver mas sem qualquer investigação, os nossos heróis chegam à solução pelo que não é muito empolgante, na minha opinião. A autora atira com acontecimentos completamente ao acaso (que como já expliquei acima, me parecem tentativas bastante fracas para moldar a história) ao leitor que o deixam algo perplexo. Mas no fundo, o livro quase todo consiste nas personagens a falarem sobre os seus problemas e a fazerem perguntas sobre o passado (do vilão, que é relevante para os nossos heróis) que são respondidas em grandes 'descargas de informação.
No geral, não achei este volume dos Caçadores de Sombras muito interessante. Não houve grandes caçadas, as personagens limitam-se a ir a sítios e a falar, falar, falar. De vez em quando lá aparece um monstro ou um cadáver mutilado, mas isso só serve para as personagens falarem mais e mais sem dizerem muito. O mundo é bastante interessante mas a autora não o desenvolve muito e há muitas perguntas que ficam por responder. Esta série não parece ser particularmente inventiva ou interessante em termos de mundo. Parece-me mesmo que o mundo é apenas uma desculpa para ter personagens torturadas com poderes sobrenaturais a agonizarem sobre o amor não correspondido que sentem uns pelos outros. Nada de especial.
Comentários
Siim, o vilão tinha de dizer o que tencionava fazer senão ninguém lhe ligava. Já quase não lhe ligam, excepto intermitentemente quando não têm nenhum drama existencial romântico para se preocuparem. :P
Vilões de jeito neste livro = 0. O vilão nem sequer faz sentido. Tipo, really nem lógica distorcida ele tem... simplesmente não há lógica nos seus argumentos. Mas a heroína ainda assim cai na esparrela e acha que os argumentos são muito convincentes. :P
Então o vilão faz tipo birra? Tipo "oh para mim com estes planos maléficos para que me deis atenção!!!"? E nem é demente? Distorcido? Não quer pôr o mundo à sua imagem retorcida? Bah! Isso não é vilão! E a heroína é parva. O_o
Não é bem isso, é mais que o vilão só aparece em tipo, 20 páginas no total. E em 5 delas está a contar o plano ao protagonista. No resto está a fazer mwahaha e a matar/ raptar pessoas. Se não fizesse dessas coisas nem sequer aparecia. Não, o mundo não, só os Caçadores de Sombras. Acha que eles são corruptos. :P
E com isto lembrei-me do "Dr Horrible's sing-along blog" xD
Vamos lá ver se gosto mais do que tu!
Também queria gostar da série, o conceito é muito, muito interessante mas sinceramente acho que talvez esteja saturada de triângulos amorosos e afins. :P Também espero que gostes mais do que eu. ^_^ Depende de cada um. :)
O meu arytigo sobre o livro: http://thesleeplessreader.com/2010/09/09/city-of-bones-by-cassandra-clare