Opinião: A Informacionista (Taylor Stevens)

A Informacionista by Taylor Stevens
Editora: Topseller (2014)
Formato: Capa mole | 336 páginas
Géneros: Mistério/Thriller
Descrição (GR): "Vanessa «Michael» Munroe trabalha com informação. Depois de escapar a uma infância traumática numa África Central sem lei, a sua formação e o seu treino permitem-lhe obter todo o tipo de informações, independentemente do cenário de operações onde se encontre. Por isso, é agora requisitada por empresas, instituições, chefes de estado e clientes privados que podem pagar os seus serviços únicos no mundo.Quando um bilionário texano do mundo do petróleo a contrata para encontrar a sua filha desaparecida em África, Munroe regressa a um mundo selvagem e profundo que tão bem conhece, enfrentando forças misteriosas que estão determinadas em manter em segredo o destino da rapariga desaparecida.Para ter alguma esperança de sair da selva com vida, Munroe vai ter de enfrentar, finalmente, os fantasmas do passado que durante tanto tempo fez por esquecer"
Aviso: SPOILER (assinalado)
Certamente que já disse isto uma e outra vez, mas convém sempre repetir, para que os eventuais leitores desta opinião tenham consciência de que este facto pode "colorir" a minha leitura deste género de livros. Ahem... thrillers nunca foram exatamente a minha praia. Vou lendo um ou outro, de vez em quando, mas na maioria dos casos os protagonistas são uns mulherengos idiotas e irritam-me de sobremaneira; e os mistérios não são propriamente envolventes.

"A Informacionista" pareceu-me um livro invulgar dentro do género porque a protagonista especializa-se em adquirir informações e achei que seria interessante ver como a autora lidava com isso, especialmente nos países africanos.

E realmente essa parte do livro foi bastante interessante. Infelizmente nem tudo foi positivo nesta leitura.

Gostei da escrita da autora; é fluída e viciante, ajuda a manter o leitor agarrado ao livro mesmo nos tempos mortos. Gostei das descrições de África, dos países da África Central e da forma como a autora parece ter pesquisado (ou ter experiência própria em) a sociedade desses países e as formas como a Ocidentalização incompleta introduziu mudanças sociais e políticas (nomeadamente com as empresas petrolíferas, etc.).

No entanto, não gostei particularmente da história ou das personagens. Vanessa, a protagonista, tem potencial para se tornar interessante, especialmente devido ao seu passado obscuro e às suas estranhas capacidades para as línguas e a sobrevivência. Mas as explicações sobre o passado de Munroe são fragmentadas e sinceramente, pouco apropriadas para explicar algumas das suas atitudes. Também não ajuda que Vanessa seja uma mulher altamente "masculinizada", que gosta de se vestir de homem e gosta de ser "dura". Enfim... certamente que usa vestidos e tudo o mais, mas penso que foi retratada demasiado como um homem. Não é das piores heroínas nesse sentido, mas também não é das melhores.

Os outros protagonistas eram todos pãozinhos sem sal e nem me lembro bem dos nomes deles. É por isso que o romance entre Munroe e um dos protagonistas masculinos (um dos homens do seu passado) não me caiu bem no goto... ela chega, vão para a cama e depois ela fica inconsolável SPOILER quando ele morre? FIM DO SPOILER. Não me pareceu muito realista.

A história é... bem, previsível. Desconfiei logo quando o empregador da Munroe disse que tinha gasto milhões de dólares à procura da filha e não a tinha encontrado em quatro anos. A Munroe começa a investigação e encontra-a numa semana? Erm... muito óbvio. E quando a história passou a ser sobre pessoas a tentarem matar a protagonista ao invés de a protagonista e companhia a tentarem encontrar a rapariga desaparecida... bem, perdeu muito do seu encanto.

No geral, um livro de leitura compulsiva, especialmente no início, quando existe alguma investigação. O desenvolvimento das personagens é incipiente, se bem que existe potencial pelo menos em Vanessa Munroe, e a história passa demasiado depressa a "descrição de um filme de ação" para meu gosto. A parte investigativa é curta, o mistério é atirado demasiado depressa para segundo plano e depois é só pessoas a correr, fugir e a disparar armas por todo o lado. Uma leitura... mediana.

84.ª Feira do Livro de Lisboa

Fonte
Começa hoje a 84.ª Feira do Livro de Lisboa, que terá lugar no Parque Eduardo VII, até dia 15 de junho. Estará aberta desde as 12:30 de segunda a quinta e desde as 11 h nos outros dias. A feira vai ter novos pavilhões e, aparentemente, novos eventos. É uma excelente oportunidade para adquirir livros. O que estão a pensar comprar?

Visitem o site: http://feiradolivrodelisboa.pt/, para obterem mais informações sobre eventos, promoções, a hora H e os livros do dia.

Curtas: A Murder of Crows e Chimes at Midnight

Volto com mais uma edição das "Curtas", para falar de mais dois livros de fantasia urbana que li este mês. Fazem ambos parte de uma série e foram ambos leituras agradáveis, que me "salvaram" numa altura em que a maioria dos livros em que peguei ficaram por ler.

Murder of Crows by Anne Bishop
Editora: Roc (2014)
Formato: e-book | 369 páginas
Géneros: Fantasia, fantasia urbana

Opinião: Voltamos ao mundo de Thaisia neste segundo volume de "The Others". Meg Corbyn, a cassandra sangue que conhecemos no volume anterior está a viver com os Outros no seu enclave fechado em Lakeside. Com as suas profecias, Meg ajuda os Outros a defenderem-se contra a revolta crescente dos humanos.

Gostei bastante desta leitura que retoma, em parte, a história que já vinha do livro anterior. Meg, a nossa protagonista, uma vidente que vê o futuro de cada vez que corta a pele, vai ajudar os Outros (seres sobrenaturais) a resolverem um mistério sobre duas drogas que andam a fazer com que humanos e outros se descontrolem e lutem. A escalada no nível de violência pode acabar em guerra.

Com uma escrita fluída, "A Murder of Crows" presenteia-nos com uma ação constante e um desenvolvimento regular do mundo e das personagens. Esta combinação faz com que o livro seja de leitura compulsiva, com um imaginário fascinante e um enredo que nos prende. Recomendado.


Editora: Daw (2013)
Formato: Capa mole/bolso | 346 páginas
Géneros: Fantasia urbana

Opinião: Este sétimo volume da série October Daye mergulha novamente nas aventuras de uma meia-fada que tem poderes estranhos mesmo entre os da sua espécie. Desta vez, Toby e o seu "bando" vão ter de destronar a falsa Rainha das Brumas.

Foi mais uma leitura agradável que me permitiu revisitar um mundo do qual gosto muito. No entanto, o enredo deste volume, embora nos forneça mais pistas relativamente aos progenitores da Toby, pareceu-me um pouco aleatório e soube a pouco. Recomendado para os fãs do género e da série, mas o sétimo livro deixou definitivamente, algo a desejar.

Novidade Topseller: O Marciano (já disponível)


O Marciano, uma fantástica obra de Andy Weir, já à venda em todo o país, levou o realizador Ridley Scott novamente para o Espaço! Depois de Alien e Prometheus, o curioso enredo de O Marciano (Editora Topseller I 384 pp I 19,99€) convenceu Ridley Scott. O argumento foi adaptado por Drew Goddard, e Matt Damon assumirá o papel principal num filme projetado pela 20th Century Fox.
Sinopse: Uma Missão a Marte. Um acidente aparatoso. A luta de um homem pela sobrevivência.
Há exatamente seis dias, o astronauta Mark Watney tornou-se uma das primeiras pessoas a caminhar em Marte. Agora, ele tem a certeza de que vai ser a primeira pessoa a morrer ali. Depois de uma tempestade de areia ter obrigado a sua tripulação a evacuar o planeta, e de esta o ter deixado para trás por julgá-lo morto, Mark encontra-se preso em Marte, completamente sozinho, sem perspetivas de conseguir comunicar com a Terra para dizer que está vivo.
E mesmo que o conseguisse fazer, os seus mantimentos esgotar-se-iam muito antes de uma equipa de salvamento o encontrar. De qualquer modo, Mark não terá tempo para morrer de fome. A maquinaria danificada, o meio ambiente implacável e o simples «erro humano» irão, muito provavelmente, matá-lo primeiro.
Apoiando-se nas suas enormes capacidades técnicas, no domínio da engenharia e na determinada recusa em desistir — e num surpreendente sentido de humor a que vai buscar a força para sobreviver —, ele embarca numa missão obstinada para se manter vivo. Será que a sua mestria vai ser suficiente para superar todas as adversidades impossíveis que se erguem contra si?
Fundamentado com referências científicas atualizadas e impulsionado por uma trama engenhosa e brilhante que agarra o leitor desde a primeira à última página, O Marciano é um romance verdadeiramente notável, que se lê como uma história de sobrevivência da vida real.

A Topseller disponibiliza os primeiros capítulos para leitura imediata, aqui.

Crítica:
«Excelente! Andy Weir satisfaz tanto os leitores generalistas como os leitores de ficção científica. Uma história em ritmo sempre crescente, com um desenlace fascinante.» - Publishers Weekly

«Um dos melhores romances que li nos últimos tempos. Parece tão real que quase poderia ser lido como não-ficção.» Douglas Preston, autor bestseller #1 do New York Times

Aquisições da Semana (47)

Finalmente, mais um Aquisições da Semana! Tinha mesmo de vos mostrar os meus fofinhos da Robin Hobb, que têm vindo a chegar, finalmente, ao longo da semana (ainda falta um)!

Mad Ship - Robin Hobb
Ship of Magic - Robin Hobb
Fool's Fate - Robin Hobb

Baseado na rubrica In my Mailbox.

It's Monday! What are you reading?


Hoje a rubrica vem um bocado tarde porque tive um dia marado e nem deu para escrever nada. Continuo numa de Ficção científica, esta semana.



E posts? Apenas uma opinião e um post sobre uma novidade... é o que dá ler livros grandes.

Rubrica da autoria de The Book Journey.

Novidade Saída de Emergência [junho]

Fonte
Finalmente, finalmente, finalmente! Chega a Portugal em junho o primeiro volume da série "Mistborn - Nascida nas Brumas" de Brandon Sanderson (ver a minha opinião aqui). Um livro altamente recomendado para quem gosta de fantasia épica!

Título: O Império Final
Autor: Brandon Sanderson
Tradutor: Jorge Candeias
Editora: Saída de Emergência
Data de lançamento: 6 de junho de 2014 (marquem nos vossos calendários)
Descrição (Bang!): "Num mundo onde as cinzas caem do céu e as brumas dominam a noite, o povo dos Skaa vive escravizado e na absoluta miséria. Durante mais de mil anos, o Senhor Soberano governou com um poder divino inquestionável e pela força do terror. Mas quando a esperança parecia perdida, um sobrevivente de nome Kelsier escapa do mais terrível cativeiro graças à estranha magia dos metais – a Alomância – que o transforma num “nascido nas brumas”, alguém capaz de invocar o poder de todos os metais. Kelsier foi outrora um famoso ladrão e um líder carismático no submundo. A experiência agonizante que atravessou tornou-o obcecado em derrubar o Senhor Soberano com um plano audacioso. Após reunir um grupo de elite, é então que descobre Vin, uma órfã skaa com talento para a magia dos metais e que vive nas ruas. Perante os incríveis poderes latentes de Vin, Kelsier começa a acreditar que talvez consiga cumprir os seus sonhos de transformar para sempre o Império Final…"

Opinião: Nova War (Gary Gibson)

Nova War by Gary Gibson
Editora: Pan MacMillan (2013)
Formato: Capa mole | 568 páginas
Géneros: Ficção científica
Descrição (GR): "Dakota and Corso are taken prisoner by the Bandati in the second book of The Shoal Sequence
Dakota discovered the Shoal's dark and dangerous secret, and now she works toward stopping not only the spread of this knowledge, but also the onset of the nova war. Found adrift near a Bandati colony world far away from Consortium space, Dakota and Corso find themselves the Bandati's prisoners, and it rapidly becomes clear to them that the humanity’s limited knowledge of the rest of the galaxy, filtered through the Shoal, is direly inaccurate. The Shoal have been fighting a frontier war with a rival species, the Emissaries, with their own FTL technology for more than 15,000 years. Realizing that the Shoal may be the Galaxy's one chance at sustained peace, Dakota is forced to work with Trader to prevent the spread of deadly knowledge carried onboard the Magi ships—but it seems that the nova war is inevitable."
Aviso: SPOILERS
O segundo livro de "The Shoal Sequence" começa quase imediatamente onde terminou o anterior. Dakota e Corso, os nossos dois protagonistas, emergem com a sua nave capaz de FTL num sistema controlado pelos Bandati, uma espécie alienígena que se organiza em "Colmeias" (como as abelhas). Os nossos dois heróis são capturados e torturados para que os Bandati obtenham informações sobre a estranha nave em que os dois humanos apareceram.

Ao mesmo tempo, numa colmeia rival, estão a ser reunidos esforços para uma missão de salvamento. Todos parecem interessados nesta nave com tecnologia FTL... e os mais interessados são os Shoal, porque a nave tem o potencial de fazer com que venha à luz um segredo que mantiveram escondido durante milhares de anos: uma guerra com outra espécie que também possui tecnologia FTL, os Emissários.

Nova War foi um livro com menos ação do que o primeiro, porque se foca antes nas intrigas de duas Colmeias Bandati, cada uma aliada a uma força poderosa na galáxia: uma das colmeias decide ajudar os Shoal a obter a nave de Dakota para que se mantenha o status quo; outra, faz um acordo com os misteriosos Emissários, com quem os Shoal travam uma guerra há milhares de anos pelo controlo da galáxia e das espécies "inferiores" que a habitam. Tanto os Shoal como os Emissários "encontraram" a tecnologia FTL (ou seja, não a desenvolveram por si mesmos) e não querem que mais ninguém a tenha. E os Shoal não querem que os Emissários descubram o poder destrutivo dos motores FTL porque isso faria com que a guerra fosse extremamente destrutiva para a galáxia.

Assim, Dakota e Corso são, novamente, peões de forças muito maiores e grande parte do livro descreve os seus dias enquanto prisioneiros dos Bandati.

Obtemos neste volume mais informações sobre o porquê dos Shoal estarem a mover o seu mundo pela galáxia, sobre as naves dos Magi e como são pilotadas, e sobre a espécie (denominada "os Criadores") que disseminou a tecnologia FTL pela galáxia.

A escrita continua a ser fluída e simples, pelo que a narrativa nunca se torna aborrecida.

Continua a não haver grande desenvolvimento das personagens e sinceramente penso que o autor acrescentou uns "twists" um bocado inverosímeis à história mas, no geral, Nova War foi mais um livro que li com gosto e que associo ao conceito "clássico" de ficção científica: extraterrestres, naves espaciais e colónias noutros planetas. Os diferentes governos planetários e ideologias pareceram-me ser bastante interessantes, mas infelizmente, o autor não entra muito na exploração dessas aspetos, preferindo focar-se mais na ação e em cenas repletas de tecnologia.

No geral, uma obra interessante, mas que podia estar mais bem desenvolvida.

It's Monday! What are you reading?

Mais uma segunda-feira. Nesta altura estou mais virada para a ficção científica (continuo à espera dos meus livros da Robin Hobb... sim, estou a olhar para ti, Correios!) e comecei uma trilogia da autoria de Gary Gibson, da qual estou a gostar bastante.


Nova War de Gary Gibson

Quanto a posts... tivemos apenas algumas opiniões, uma delas sobre o primeiro livro da série mencionada acima. 

Rubrica da autoria de The Book Journey.

Opinião: Stealing Light (Gary Gibson)

Stealing Light by Gary Gibson
Editora: Pan MacMillan (2013)
Formato: Capa mole | 604 páginas
Géneros: Ficção científica
Descrição (GR): "In the 25th century, only the Shoal possess the secret of faster-than-light travel (FTL), giving them absolute control over all trade and exploration throughout the galaxy. Mankind has operated within their influence for two centuries, establishing a dozen human colony worlds scattered along Shoal trade routes. Dakota Merrick, while serving as a military pilot, has witnessed atrocities for which this alien race is responsible. Now piloting a civilian cargo ship, she is currently ferrying an exploration team to a star system containing a derelict starship. From its wreckage, her passengers hope to salvage a functioning FTL drive of mysteriously non-Shoal origin. But the Shoal are not yet ready to relinquish their monopoly over a technology they acquired through ancient genocide."
Uma das minhas decisões para este ano (mais ou menos silenciosas) foi não ler imensos livros seguidos de um só género, para não "enjoar". Por isso, achei que estava na altura de mais uma ficção científica e escolhi o primeiro da "Shoal Sequence" do autor Gary Gibson. Adquiri os dois primeiros volumes há algum tempo, porque a história me pareceu francamente interessante. Felizmente, desta vez, o investimento compensou.

No século XXVI, a Humanidade colonizou apenas um número limitado de planetas na galáxia, devido às rígidas restrições dos Shoal, uma poderosa raça extraterrestre que tem em seu poder uma tecnologia capaz de dominar os restantes povos da Via Láctea: naves que viajam mais rápido do que a luz (FLT - Faster than Light). Os Shoal conseguiram, com as suas naves, fazer contacto com outras espécies e impor a sua vontade a todas elas, pois nenhuma conseguiu ainda criar naves assim tão rápidas, pelo que precisam que os Shoal os transportem.

As colónias humanas são governadas "não-oficialmente" pelo Consórcio, um poderoso grupo político e militar que monitoriza os diversos governos coloniais. Apesar de terem feito muitas (mas cuidadosas) tentativas, os Humanos não conseguiram obter os segredos tecnológicos dos Shoal.

Dakota Merrick, a nossa protagonista, é uma "machine-head", pois tem implantes no cérebro que lhe permitem interagir com computadores. É esta habilidade que leva um Senador de uma colónia distante a contratá-la para o guiar, juntamente com um pequeno contingente, até um sistema deserto e fora das rotas normais onde uma descoberta pode mudar o destino da Humanidade. E da Galáxia (inserir música dramática).

Stealing Light foi uma leitura compulsiva. Já li alguns livros de ficção científica, mas penso que nunca tinha lido uma Space Opera tão... Space Opera. Gary Gibson tem uma escrita fluída e envolvente e consegue manter um equilíbrio perfeito entre ação, explicações científicas (ou seja, não há um info-dump excessivo), mistério e uma galáxia extremamente interessante, povoada por diversas espécies todas restringidas pelos Shoal.

Foi um livro que me manteve sempre interessada, sempre a querer saber mais e que não se tornou demasiado complicado para seguir. Gostei do desenvolvimento do(s) mundo(s), do facto da Galáxia ser controlada economicamente e não pela força.

O único elemento que me desapontou foram as personagens. Não senti grande ligação com nenhuma delas e creio que o desenvolvimento de todas foi bastante incipiente.

No geral, uma ótima obra para quem gosta de ficção científica. Tem ação, mistério, naves espaciais e está bem escrita. Recomendado.

Opinião: Submissa (Shayla Black)

Submissa by Shayla Black
Editora: Chá das Cinco/SdE (2013)
Formato: Capa mole | 328 páginas
Géneros: Romance contemporâneo, Lit. erótica
Descrição (GR): "Kimber Edgington é uma virgem de vinte e três anos que está apaixonada, desde a adolescência, pela estrela de rock Jesse Mcall. Kimber sabe que estão destinados um para o outro e sonha com um casamento, mas a fama e viagens de Jesse tornaram-no uma celebridade conhecida por todo o tipo de aventuras sexuais. 
Determinada a provar que é uma mulher à altura para Jesse, Kimber recorre à ajuda do guarda-costas Deke Thornton, um amigo de longa data, e implora-lhe que a inicie no mundo do prazer. Embora Deke a avise de que está a brincar com o fogo, aceita, não querendo que a beleza inocente da jovem seja manchada por outros. É então que Deke e o seu amigo Luc dão a conhecer a Kimber as delícias do êxtase. O que Kimber ainda não sabe é que talvez não seja Jesse o homem certo para realizar os seus sonhos, afinal, é Deke quem invade as suas fantasias…"
A minha estreia "oficial" no género dos livros eróticos (excluo o Nove Semanas e meia porque acho o foco da história não é apenas o erotismo), podia ter sido melhor. Na verdade, apesar de ter revirado os olhos bastantes vezes ao longo desta leitura, por a achar inerentemente irrealista nalguns aspetos, não posso dizer que foi uma leitura propriamente penosa.

A protagonista desta história, Kimber, tem 23 anos e está a "guardar-se" para o amor da sua vida, a superestrela musical Jesse Mcall. Kimber sabe que os gostos do cantor são diferentes, que gosta de ménages pelo que decide pedir ajuda a um antigo empregado (?) do seu pai, que é conhecido por ter exatamente o mesmo tipo de preferências sexuais.

Deke sempre se sentiu atraído sexualmente por Kimber, mesmo quando ela tinha apenas 17 anos. (Aparentemente isso significa que ela é a mulher da sua vida, mas irei falar disso mais tarde). Por isso, quando ela lhe aparece à porta a pedir que ele a eduque sobre ménages, ele não fica propriamente satisfeito. Mas o seu parceiro de ménages, o seu primo Luc acha que devem dar uma oportunidade à rapariga. E Kimber decide que quer realmente começar a sua educação sexual na área, mas não quer sexo vaginal, porque se quer manter virgem para Jesse (revira olhinhos). Tudo o resto? É permitido. :P

E, enquanto Kimber aprende o que é fazer parte de um ménage decide também que talvez se esteja a apaixonar por Deke.

Enfim, esta leitura não constituiu propriamente uma surpresa. Esperava montes de sexo. Tem montes de sexo. O que não esperava era um tratamento tão "medieval" (nas palavras de uma pessoa com quem discuti isto) do tema da virgindade. Durante a sua "educação", Kimber participa em diversos atos sexuais que vão desde o sexo oral ao anal e, no entanto, continua a ser considerada "virgem" porque o seu hímen não foi tocado. Este conceito parece-me ser bastante ultrapassado (ou devia estar) e sinceramente, preocupa-me que a literatura contemporânea continue a perpetuar uma ideia errónea da virgindade feminina. Mas pronto, é um livro de ficção e não é o primeiro que leio que o faz.

As descrições de cenas de sexo, apesar de quentes q.b. (escaldantes, por vezes, eheh), acabaram por se tornar um bocado aborrecidas (eu sei, também fiquei surpreendida), porque havia tantas e havia tanto foco nas mesmas que o desenvolvimento da história (já de si fraquita) e das personagens sofreu.

Achei que o enredo não foi suficientemente desenvolvido. A premissa inicial (a Kimber aparecer na casa do Deke para lhe pedir que a "ensinasse") pareceu-me irrealista e não foi um bom começo para o que se adivinhava uma história de amor. No final, não consegui perceber muito bem como é que os protagonistas chegaram à conclusão de que se amavam. A história secundária, do maluco que persegue a família de Kimber não passa de uma desculpa para os protagonistas se encontrarem e... terem sexo.

Deke é previsivelmente torturado, mas a fonte dos seus medos é, para falar bem e depressa, uma parvoíce irrealista. Sinceramente, enquanto obstáculo a uma relação, não me convenceu.

Quanto às personagens, não gostei particularmente de nenhuma delas, exceto, estranhamente, de Kimber que mostrou ter personalidade, coragem e força. Mostrou ser uma mulher moderna e confortável consigo mesma. Kimber foi, juntamente com a escrita fluída, um dos pontos mais fortes do livro. Luc também me pareceu uma personagem equilibrada e espero que tenha um livro no futuro, porque me parece ser bem mais complexo do que Deke.

No geral, um livro pouco surpreendente que não é mais do que apregoa: um livro repleto de cenas de sexo com muito pouca história e um pobre desenvolvimento das personagens. É um bom livro para ler quando não se procura nada mais do que uma leitura extremamente leve, divertida e sexy.

Opinião: When the Duke Was Wicked (Lorraine Heath)

When the Duke Was Wicked by Lorraine Heath
Editora: Avon (2014)
Formato: e-book | 384 páginas
Géneros: Romance histórico
Sinopse.

Esta é a primeira vez que leio um romance histórico sobre os filhos de um casal protagonista de outro romance histórico. Neste caso, o livro "When the Duke was Wicked" conta a história de Grace, a filha dos duques de Greystone (Surrender to the Devil), uma herdeira que tem como grande sonho casar-se por amor... um amor correspondido.

Infelizmente, sendo herdeira e filha de duques, Grace precisa de ajuda para distinguir os caçadores de fortunas dos verdadeiros admiradores. E quem melhor do que o Duque de Lovingdon, amigo de infância de Grace e afamado pela sua vida repleta de jogo, mulheres e vício?

Lovington era um homem reto e responsável... até que, dois anos antes, a sua mulher Juliette e a sua filha Margaret adoeceram e morreram de febre tifoide. Quando Grace lhe pede ajuda para escolher o parceiro ideal, Lovington não fica entusiasmado, até porque isso implica voltar a mover-se entre a Alta Sociedade.

Esta foi mais uma leitura rápida. Não achei este romance histórico particularmente surpreendente, mas isso pode dever-se ao facto de já ter lido muitos livros do género e de já conhecer, quase na totalidade, todos os tipos de enredo que guiam geralmente este tipo de histórias.

O enredo centra-se na procura de um marido perfeito para Grace, que é bem mais do que a rapariga bem disposta que parece ao início.

Apesar de ter achado o livro "fofinho" (como o são muitas obras do género), não senti que houvesse grande química entre os protagonistas ou que o surgimento do amor fosse muito verosímil. No fundo, foi apenas uma leitura mediana, que podia ter sido mais emotiva do que foi, especialmente tendo em conta os temas que aborda.

No geral, mais uma leitura agradável, mas um livro que não fica na memória.

It's Monday! What are you reading?


Desta vez decidi sair um bocado da minha "zona de conforto" (i.é., livros que já sei que gosto de ler) e experimentar a literatura erótica (até tinha medo, depois do Nove Semanas e Meia). Estou a achar este livro uma leitura fácil mas não me parece ter grande história... enfim, veremos.


Submissa de Shayla Black

Quanto a posts, não houve muitos porque estive a semana toda embrenhada no segundo livro da segunda trilogia da Robin Hobb sobre os Seis Ducados (so good!), mas como participei no SLNB até tive alguma coisa para pôr no blogue.



Rubrica da autoria de The Book Journey.

Opinião: Os Dilemas do Assassino e O Sangue do Assassino (Robin Hobb)

Golden Fool by Robin Hobb
Editora: Spectra (2003)
Formato: e-book | 576 páginas
Géneros: Fantasia
Descrição: "Prince Dutiful has been rescued from his Piebald kidnappers and the court has resumed its normal rhythms. There FitzChivalry Farseer, gutted by the loss of his wolf bondmate, must take up residence at Buckkeep as a journeyman assassin.
Posing as a bodyguard, Fitz becomes the eyes and ears behind the walls, guiding a kingdom straying closer to civil strife each day. Amid a multitude of problems, Fitz must ensure that no one betrays the Prince’s secret—one that could topple the throne: that he, like Fitz, possesses the dread “beast magic.” Only Fitz’s friendship with the Fool brings him solace. But even that is shattered when devastating revelations from the Fool’s past are exposed. Bereft of support and adrift in intrigue, Fitz finds that his biggest challenge may be simply to survive."
"The Golden Fool", que corresponde, em português ao 2º e ao 3º livros da saga "Regresso do Assassino" (Os Dilemas do Assassino e O Sangue do Assassino), continua a seguir um leque de personagens que conhecemos na trilogia anterior (Fitz, Breu, Kettriken, Moli) e outras que nos foram apresentadas no volume anterior desta segunda (Respeitoso).

Fitz está agora completamente enredado nos problemas dos Visionários que se prendem não apenas com a fação violenta dos Sangue Antigo, de quem salvaram o príncipe Respeitoso, e que ameaça destronar a dinastia reinante mas também com o noivando iminente do príncipe com uma nobre das Ilhas Externas. Por outro lado, Calcede e Vilamonte, duas cidades-estado vizinhas, estão em guerra e isso dificulta o comércio e cria um sentimento de insegurança para os Seis Ducados.

Para além de tudo isto, Fitz tem de lidar com o seu filho adotivo Zar, que parece ter-se perdido de amores por uma mulher que não é apropriada para si e tentar manter a sua identidade secreta enquanto descobre formas de ajudar os Visionário e treina o príncipe no Talento... e o Bobo tem problemas próprios que são um entrave à amizade dos dois.

Este livro mostra a verdadeira mestria de Hobb. O mundo é desenvolvido de forma soberba, com descrições dos diferentes costumes e culturas dos territórios que interagem com os Seis Ducados. Temos também algumas revelações (apenas o suficiente para aguçar a curiosidade) sobre magia antiga, criaturas fascinantes e o que se terá passado num passado longínquo que terá feito desaparecer os Antigos. Infelizmente, este olhar mais aprofundado sobre outros territórios traz novas perguntas e mais desejo da parte do leitor de saber mais.

Achei que todos os pontos da intriga foram bem explorados neste segundo volume. Temos diversos focos, como a guerra entre os territórios vizinhos dos Seis Ducados, uma possível aliança com as Ilhas Externas e uma promessa de mais poder e segredos antigos. Sabemos mais sobre as origens do Bobo e sobre uma adversária temível, que parece estar a conspirar contra ele e a tentar destruir o futuro que o Bobo vê como "sustentável". E o melhor? Estes dois oponentes têm as mesmas características e poderes e o leitor não sabe, até agora, qual deles está "correto".

O sistema de magia, já intrincado, fica cada vez mais complexo, ganha novas nuances, torna-se ainda mais fascinante.

Para quem gosta de intrigas palacianas e políticas com muita magia à mistura, não pode, de todo, deixar de ler estes livros de Robin Hobb. Estou agora impacientemente à espera do último volume, que encomendei em inglês, para ver como a autora vai "atar" todas as pontas desta história.

No geral, um livro que nos prende do princípio ao fim com a sua escrita envolvente, o seu ritmo ao mesmo tempo propício ao detalhe, mas nunca aborrecido, as suas personagens intrigantes e o seu mundo complexo e misterioso que nos faz querer saber cada vez mais.