A famosa trilogia de Veronica Roth é bem conhecida em Portugal. E, depois de ver o primeiro filme, fiquei com vontade de reler o livro, cuja primeira leitura fiz em 2011, se não estou em erro e continuar a leitura com Insurgente e depois Convergente. Devido ao facto de Convergente não me estar a cativar tanto quanto os livros anteriores, pus o livro de lado por agora, mas li os dois primeiros volumes. Eis algumas impressões gerais (e mais ou menos curtas).
(Os livros foram lidos na versão original, mas são apresentados os dados bibliográficos das versões portuguesas.)
Editora: Porto Editora (2012)
Formato: Capa Mole | 352 páginas
Géneros: Ficção cientifica, Distopia, Lit. Juv./YA
Opinião: Quando li este livro pela primeira vez, achei-lhe bastante piada, por assim dizer. Achei que era um início sólido para uma trilogia distópica passada no futuro que tinha como alvo o público juvenil: tinha adolescentes carismáticos, alguns gadgets futuristas não muito complicados, uma estória cativante e um ritmo regular, sem tempos mortos.
Quando me preparei para o ler pela segunda vez, tive algum receio de não gostar tanto desta segunda leitura. Mas não precisei de me preocupar: esta segunda leitura foi tão compulsiva e agradável como a primeira. Os aspetos que me cativaram da primeira vez (os listados acima), cativaram-me novamente e li este livro num dia.
E é este o maior feito de Roth: a sua escrita viciante e a sua soberba noção de ritmo. Contudo, notei, talvez mais desta vez, que a premissa seria um pouco irrealista: pensar que os seres humanos pudessem comportar-se apenas segundo um valor parecia-me pedir demais de uma raça de seres que ainda possui demasiadas partes primitivas no cérebro. Por exemplo, para se fazer parte da fação dos Abegnados, seria necessária uma força interior quase sobre-humana... quer dizer, seres humanos sem um pingo de egoísmo? Qualquer população guiada apenas pelo altruísmo puro acabaria, eventualmente, por se autodestruir.
No entanto, a autora introduziu também, de uma forma bastante incipiente, o debate "natureza versus educação" ao elaborar o improvável sistema de fações.
Por isso, creio que, apesar da premissa algo irrealista, Divergente é um livro que se ergue acima de muitas distopias juvenis que para aí andam. No geral, uma boa leitura.
Editora: Porto Editora (2013)
Formato: Capa Mole | 376 páginas
Géneros: Ficção cientifica, Distopia, Lit. Juv./YA
AVISO: Pequenos Spoilers
Opinião: Este segundo volume tem início onde o primeiro termina: Tris, Four e os amigos fogem no comboio para a sede dos Cordiais, onde esperam encontrar abrigo, pois são perseguidos pelos Eruditos.
Tris teve uma jornada dura em que fez coisas que nunca se imaginava a fazer e neste segundo livro, isso é notório. É um livro com menos ação, com mais introspeção e definitivamente com mais desenvolvimento das personagens, especialmente Tris e Four. Estes dois personagens começam a conhecer-se melhor, em circunstâncias diferentes e surgem os primeiros conflitos. Devido à sua dor, Tris toma decisões menos corretas.
Achei que a autora desenvolveu as suas personagens de forma muito humana. Depois das suas ações no primeiro livro e tendo em conta a sua idade, Tris reagiu mais ou menos como imaginava que reagisse. Ao mesmo tempo continua a confiar nos seus instintos, o que a ajudará a levantar mais um pouco o véu que esconde o objetivo, o propósito de toda a sua sociedade.
A escrita e o ritmo (se bem que mais lento) contribuíram novamente para que esta leitura fosse novamente compulsiva, viciante e interessante. No geral, mais uma ótima leitura (lol).
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