Opinião: O Jardim Encantado (Sarah Addison Allen)

O Jardim Encantado de Sarah Addison Allen
Editora: Quinta Essência/Leya (2008)
Formato: Capa mole | 270 páginas
Géneros: Romance contemporâneo
Sinopse.

AVISO: Pequenos SPOILERS
"O Jardim Encantado" é o segundo livro que leio desta autora e estava preparada para gostar imenso. E na verdade, gostei. Não, a sério. Apesar de lhe ter dado apenas três estrelas. O problema não foi o livro em si, mas... o seu tamanho. Mas já lá iremos.

Numa pequena cidade do sul dos Estados Unidos vive a família Waverley, que sempre foi considerada estranha pelos vizinhos, apesar da sua estranheza ser aceite. O que se passa por detrás dos muros do famoso jardim das Waverley, com a sua antiga macieira é mais ou menos um mistério... ou pelo menos é suposto ser; a verdade é que todos sabem que as mulheres Waverley têm algumas capacidades especiais.

É por isso que Claire Waverly se dá bem no seu negócio de catering. Claire teve uma infância atribulada, com uma mãe "aventureira", até a irmã, Sydney nascer e a mãe as levar a ambas para a cidade de Bascom. Claire, encantada com a nova estabilidade, continua a manter viva a herança das Waverly; Sydney, sufocada pela rotina da vida em Bascom, foge à primeira oportunidade, decidida a ter aventuras, como a mãe antes dela.

"O Jardim Encantado" conta a história destas irmãs e das suas vidas. Quando Sydney regressa a Bascom com uma filha, tanto ela como Claire terão de enfrentar os seus medos e velhos ressentimentos que têm uma com a outra e, no caso de Sydney, com a herança mágica das Waverley.

Claire terá de aprender a abrir mão do controlo total da sua vida e a deixar entrar outras pessoas, incluindo o vizinho Tyler e Sydney terá de aceitar o seu lugar no mundo e de lidar com os seus erros.

Ao mesmo tempo a autora descreve-nos a magia subtil das Waverley e os respetivos talentos de cada uma das mulheres da família: o talento de Claire com as flores e os seus usos, o talento de Sydney com os penteados e o de Evanelle, a prima afastada das Waverley, em presentear as pessoas com objetos de que virão a precisar. Achei que o "realismo mágico" foi muito bem conseguido neste livro.

O meu único problema é que a autora escolheu operar grandes mudanças nas suas protagonistas e pareceu-me que as mesmas não se operaram de forma assim muito gradual. O desenvolvimento das personagens e do romance é apressado e merecia mais; muito mais, porque a história é tão boa e as personagens tão humanas, que mereciam mais detalhe, mais introspeção, mais sumo.

No entanto, achei que esta leitura foi bastante agradável, no geral. Recomendado para fãs de romance contemporâneo que não se importem com um pouco de magia.

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