Editora: Editorial Presença (2014)
Formato: Capa mole | 268 páginas
(A versão lida está em inglês, mas apresentam-se os dados da portuguesa).
Tenho este livro há imenso tempo (quantas vezes já comecei uma
opinião com estas palavras, I wonder) nas minhas estantes, mas só me decidi a
lê-lo depois de um fim de semana bem passado com a Whitelady em que ela, por
acaso, me perguntou se já o tinha lido.
Quando cheguei a casa decidi que seria a minha próxima
leitura.
Cassel Sharpe vive num mundo em tudo igual ao nosso, com uma
pequena diferença: no dele existem pessoas com uma “condição genética” que lhes
permite lançar feitiços e maldições. Cassel vem de uma dessas famílias, que
para além de ter poderes é também uma família de aldrabões e vigaristas, que
estão sempre a tentar enganar este ou outro. Com a mãe (que consegue manipular
emoções) na cadeia e os irmãos (que influenciam respetivamente o bem-estar
físico e a sorte) a trabalharem para uma das famílias criminosas mais poderosas
da cidade de Nova Jérsia, Cassel, que é o único sem poderes, não quer ter nada
a ver com a família, especialmente porque o faz lembrar de quando um
acontecimento trágico o separou para sempre da sua melhor amiga, Lila.
Mas o destino é engraçado. Cassel começa a sonhar com uma
misteriosa gata branca e quando quase cai do telhado do seu colégio interno
depois de um ataque de sonambulismo, tem mesmo de confrontar a família que não
quer ver. E talvez descobrir algumas verdades acerca de si próprio.
“Gata Branca” é um livro surpreendente negro, tendo em conta
o seu público-alvo. Não se foca em romances adolescentes (aliás, disso não há
quase nada), mas sim em Cassel e na sua perceção cada vez mais forte de que
algo está errado na sua vida.
O livro parece-se um pouco com o filme “Ocean’s Eleven”,
todo ele gira em torno de vigarices perpetradas tanto pelos irmãos de Cassel
como pelo próprio Cassel.
A caracterização das personagens é bastante interessante
(não existe uma sequer que não seja retorcida) e a história está cheia de
acontecimentos estranhos que apontam para uma conclusão definida: a autora é boa
na arte de deixar pequenas pistas ao leitor para que ele se aperceba do que aí
vem; adivinhei o que se passava exatamente ao mesmo tempo que o protagonista e
isso criou uma boa ligação com o mesmo.
Não posso dizer muito mais sobre a história para não spoilar, mas direi que me manteve
interessada durante todo o tempo. E que acabei este livro muito rapidamente.
No geral, uma boa leitura. Recomendado para quem gosta de
histórias com ritmo, mistério, uma data de vigaristas que se tentam vigarizar
uns aos outros, tudo isto misturado com magia. Quem sairá vencedor?
Comentários
Parece interessante, sobretudo a parte de que não tem romance adolescente e que é tudo retorcido. :D