Opinião: Gata Branca (Holly Black)

Editora: Editorial Presença (2014)
Formato: Capa mole | 268 páginas
Géneros: Fantasia Urbana, Lit. Juvenil/YA
Sinopse.

(A versão lida está em inglês, mas apresentam-se os dados da portuguesa).
Tenho este livro há imenso tempo (quantas vezes já comecei uma opinião com estas palavras, I wonder) nas minhas estantes, mas só me decidi a lê-lo depois de um fim de semana bem passado com a Whitelady em que ela, por acaso, me perguntou se já o tinha lido.

Quando cheguei a casa decidi que seria a minha próxima leitura.

Cassel Sharpe vive num mundo em tudo igual ao nosso, com uma pequena diferença: no dele existem pessoas com uma “condição genética” que lhes permite lançar feitiços e maldições. Cassel vem de uma dessas famílias, que para além de ter poderes é também uma família de aldrabões e vigaristas, que estão sempre a tentar enganar este ou outro. Com a mãe (que consegue manipular emoções) na cadeia e os irmãos (que influenciam respetivamente o bem-estar físico e a sorte) a trabalharem para uma das famílias criminosas mais poderosas da cidade de Nova Jérsia, Cassel, que é o único sem poderes, não quer ter nada a ver com a família, especialmente porque o faz lembrar de quando um acontecimento trágico o separou para sempre da sua melhor amiga, Lila.

Mas o destino é engraçado. Cassel começa a sonhar com uma misteriosa gata branca e quando quase cai do telhado do seu colégio interno depois de um ataque de sonambulismo, tem mesmo de confrontar a família que não quer ver. E talvez descobrir algumas verdades acerca de si próprio.

“Gata Branca” é um livro surpreendente negro, tendo em conta o seu público-alvo. Não se foca em romances adolescentes (aliás, disso não há quase nada), mas sim em Cassel e na sua perceção cada vez mais forte de que algo está errado na sua vida.

O livro parece-se um pouco com o filme “Ocean’s Eleven”, todo ele gira em torno de vigarices perpetradas tanto pelos irmãos de Cassel como pelo próprio Cassel.

A caracterização das personagens é bastante interessante (não existe uma sequer que não seja retorcida) e a história está cheia de acontecimentos estranhos que apontam para uma conclusão definida: a autora é boa na arte de deixar pequenas pistas ao leitor para que ele se aperceba do que aí vem; adivinhei o que se passava exatamente ao mesmo tempo que o protagonista e isso criou uma boa ligação com o mesmo.

Não posso dizer muito mais sobre a história para não spoilar, mas direi que me manteve interessada durante todo o tempo. E que acabei este livro muito rapidamente.

No geral, uma boa leitura. Recomendado para quem gosta de histórias com ritmo, mistério, uma data de vigaristas que se tentam vigarizar uns aos outros, tudo isto misturado com magia. Quem sairá vencedor?

Opinião: A Todos os Rapazes que Amei (Jenny Han)

Editora: Topseller (2014)
Formato: Capa mole | 272 páginas
Géneros: Romance contemporâneo, Lit. Juvenil/YA
Sinopse.

Oh joy! Um livro da Topseller que não me apetece atirar para o outro lado da sala devido à frustração e ao facto de ter gasto os meus preciosos euros em livros parvos!

Sem ofensa, a Topseller e outras editoras têm de começar a perceber que o facto de ter estado na lista de bestsellers do New York Times não torna um livro bom. Aliás, já ouvi dizer que esses lugares podem ser comprados. Seja ou não verdade, a verdade (eh) é que a maioria dos supostos “bestsellers” são-no porque o livro foi sujeito a uma massiva campanha de marketing. Ok, pode ser que a minha irritação com muitos dos livros que li ultimamente da Topseller se deva ao facto de não ser a maior fã do género (James Patterson e Samantha Hayes que escrevem dentro do género do thriller) em que se inserem, mas nos últimos meses não tenho lido nem um livro desta editora de que tenha gostado. Excetuando “O Marciano” que até foi fixe.

Falando agora deste livro em particular (só para lembrar é o “A Todos os Rapazes que Amei” da Jenny Han), fiquei agradavelmente surpreendida. Sim é uma história de amor adolescente bastante normal, escrita vezes sem conta, mas foi tão fácil de ler, tão envolvente e tão fofinha, que fiquei extremamente contente com a compra.

Este livro conta a história de Lara Jean, a irmã do meio de três irmãs, que tem uma família normal, com um pai atencioso e uma vida despreocupada. Lara Jean tem o hábito de escrever cartas de amor (sort of) a todos os rapazes que por quem se apaixona; depois guarda-as numa caixa de chapéus que herdou da sua mãe e segue em frente. Parece (e é) uma forma saudável de lidar com os sentimentos.

Mas quando as cartas são acidentalmente enviadas, Lara Jean mete-se em problemas. Porque um dos rapazes a quem ela escreveu uma carta foi Josh, o ex-namorado da irmã mais velha, que está longe, a estudar na Universidade da Irlanda. E outro foi Peter K., que antes era seu amigo (antes da secundária e de se ter tornado popular).

Quando Josh recebe a carta, a sua relação de amizade com Lara Jean deteriora-se. Desesperada, Lara Jean arranja um plano juntamente com Peter (que quer fazer ciúmes à ex-namorada) e fingem que são namorados.

Mas os planos mais bem arquitetados também têm falhas e quando Lara Jean começa a sentir algo por Peter (que é bonito, convencido e acha que é o presente de Deus para as mulheres), as coisas complicam-se.

A sinopse anterior é basicamente a história completa do livro. É tudo o que se passa. E é uma leitura bastante divertida (ainda mais divertida para adolescentes, aposto), com a escrita simples e envolvente e a narrativa ritmada e sempre alegre, apesar das situações caricatas.

Do que mais gostei foi do facto da família de Lara Jean ser tão… normal. Não há pais ausentes, dramas exagerados entre irmãs, rebeldia desmesurada. As três irmãs dão-se bem com o pai e este participa na vida das filhas. É notório o facto de se amarem uns aos outros. Isto, num género em que a maioria das famílias é retratada como problemática (para justificar a rebeldia dos jovens protagonistas ou para justificar o facto de estes jovens serem caçadores de vampiros e/ou vampiros, etc. e os pais não darem por nada).

As personagens são interessantes, alegres e mantiveram-me bem-disposta.

No geral, este livro não é nenhuma obra-prima, mas no género que se insere (romance juvenil) é uma leitura fresca, alegre e compulsiva. Certamente que o romance é algo inverosímil, mas não é por isso que a leitura se torna menos interessante. Vale a pena ler, se se gostar do género.

It's Monday! What are you reading?

Na semana passada entrei na veia do "YA" (Young Adult) e ainda não consegui sair. O que até é bom, considerando que tenho tantas obras do género lá por casa. Esta semana, estou a ler uma adaptação futurista de "Persuasão" de Jane Austen.


For Darkness Shows the Stars de Diana Peterfreund 

A semana passada foi melhorzita em termos de publicações:


Rubrica da autoria de The Book Journey.

Opinião: These Broken Stars (Kaufman, Spooner)

Editora: Disney Hyperion (2013)
Formato: Capa dura | 374 páginas
Géneros: Romance, Ficção científica
Sinopse.

These Broken Stars é o resultado do esforço conjunto das autoras Meagan Spooner e Amie Kaufman e é o primeiro livro de uma trilogia passada no futuro e direcionada a um público juvenil.

Neste livro conhecemos Lilac LaRoux, a filha do homem mais rico e importante da galáxia e o major Tarver Merendsen, um soldado condecorado que veio de origens humildes. Nunca se pensaria que o destino destas duas pessoas se viesse a cruzar, mas quando a nave espacial de lazer Icarus se despenha num planeta misterioso, Lilac e Tarver vão ter de pôr de lado a sua animosidade um pelo outro se querem sobreviver.

A primeira coisa que me veio à cabeça quando comecei a ler este livro foi o filme “Titanic” com o Leonardo DiCaprio e a Kate Winslet. A história principal de These Broken Stars, o romance entre estas duas personagens, parece mais ou menos tirada a papel químico do filme de 1997. No “universo” do livro, está novamente instituído um sistema de classes extremamente vincado; e a Icarus é uma nave de “recreio”, como se fosse um luxuoso transatlântico onde os mais ricos embarcam para se divertir e onde muitas pessoas de classe média e baixa fazem as suas viagens pela galáxia.

Lilac é uma jovem acostumada ao privilégio e à riqueza, mas tal como Rose em Titanic, também ela conhece o lado obscuro de ser uma “menina de sociedade”. Aparentemente, também aqui a Humanidade regrediu – ou deixou de progredir – porque é suposto as mulheres serem coqueluches vápidas; por exemplo, é-nos dito que o pai de Lilac não gostaria que a sua filha aprendesse engenharia e mecânica, e como consertar sistemas de naves ou mesmo que conhecesse os fundamentos teóricos das viagens pelo hiperespaço, porque… não eram “ocupações para uma mulher”. Sinceramente, sociedade ficcional ou não, isto entristeceu-me. Quero dizer, quando pudermos viajar pelas estrelas espero que já sejamos esclarecidos o suficiente para não fazermos este tipo de distinções idiotas.

Tarver é o “self-made man”. Como Jack é um rapaz bondoso, com algumas ambições. E, claro, nunca tentaria falar com Lilac porque tipo, são de classes tão diferentes.

Até que a nave Icarus se despenha num planeta parcialmente “terra formado” e os dois protagonistas parecem ser os únicos sobreviventes. Forçados a conviver, vão perceber que as opiniões e preconceitos que tinham acerca um do outro estão errados.

These Broken Stars é, primeiro que tudo, um romance. Tal como já apontei anteriormente, este romance tem semelhanças incríveis com o filme Titanic, exceto que o filme é um bocado mais “amor à primeira vista” ou “insta-love”. Neste livro as autoras não se coíbem de desenvolver realmente o romance e apesar de haver alguma atração, as personagens não acham que estão completamente apaixonadas logo nas primeiras dez páginas. O que é de louvar.

Mas, apesar de o livro ser um romance, não significa que romance seja tudo o que podemos esperar dele. A luta de Lilac e Tarver pela sobrevivência não é descrita apenas em termos que nos permitem discernir a sua aproximação um pelo outro; existe algo mais, vozes misteriosas, o mistério de um planeta que estava a ser colonizado mas que foi, por motivos desconhecidos, abandonado.

Este enredo tem quase tanto protagonismo quanto o romance e mantém os leitores investidos na narrativa. Devo dizer que o desfecho desta parte da história me pareceu um bocado irrealista demais, mas enfim… foi interessante o suficiente.

No geral, These Broken Stars foi uma leitura agradável. Sinceramente, com as ótimas críticas estava à espera de mais, tanto ao nível do romance como do resto da história, mas foi um livro que li com gosto, ainda mais porque se tenta afastar de tantos dos clichés que povoam a literatura juvenil: o protagonista não é um homem das cavernas, a protagonista tem mais de dois neurónios na cabeça e não os perde “por amor” e o desenvolvimento das personagens é consistente e realista (dentro dos possíveis). A parte da “ficção científica” merecia uma exploração mais cuidada, mas alas, não se pode ter tudo.

Opinião: O Palácio de Inverno (Eva Stachniak)

O Palácio de Inverno de Eva Stachniak
Editora: Casa das Letras (2014)
Formato: Capa mole | 536 páginas
Géneros: Ficção histórica
Sinopse: "Quando Vavara, uma jovem órfã polaca, chega à ofuscante e perigosa corte da imperatriz Isabel em Sampetersburgo, é iniciada em tarefas que vão desde o espreitar pela fechadura até à arte de seduzir, aprendendo, acima de tudo, a ser silenciosa - e a escutar.
Chega, então, da Prússia Sofia, uma frágil princesa herdeira, a potencial noiva do herdeiro da imperatriz. Incumbida de a vigiar, Vavara em breve se torna sua amiga e confidente e ajuda-a a mover-se por entre as ligações ilícitas e as volúveis e traiçoeiras alianças que dominam a corte.
Mas o destino de Sofia é tornar-se a ilustre Catarina, a Grande. Serão as suas ambições mais elevadas e de longo alcance? Será que nada a deterá para conquistar o poder absoluto?" 
O Palácio de Inverno de Eva Stachniak retrata uma época e um país sobre os quais não li assim muito: o século XVIII e a Rússia.

A história foca-se na personagem de Varvara Nikolayevna (ou Barbara, o seu nome “verdadeiro” polaco), uma jovem filha de um encadernador polaco que se muda para a Rússia com a mulher e a filha e consegue obter alguns trabalhos no palácio da Imperatriz Isabel. 

Quando os pais morrem, Varvara é levada para o palácio como órfã protegida da Imperatriz e poderia ter tido uma vida normal a trabalhar no guarda-roupa imperial, se o chanceler da Imperatriz não tivesse reparado nela e começado a treiná-la como espia para a soberana. Varvara aprende a espiar, ouvir às portas, desencantar informações escondidas em escrivaninhas, baús e mesmo no soalho. Mas depois, conhece a jovem Catarina, noiva de Pedro, o herdeiro do trono e forma-se, entre as duas, uma amizade tanto terna como perigosa… pois Catarina tem muitos inimigos na corte, e Varvara é, no fundo, a espia de Sua Majestade.

Este livro está repleto de intriga, traição e tudo o que qualifica um bom livro deste género, que se foca numa corte europeia, cheia de sumptuosidade e liderada por uma mulher aparentemente fútil.

Não sei praticamente nada sobre a história russa deste período, envergonha-me dizer, exceto que Catarina, com o cognome de “a Grande” conduziu a Rússia a uma época dourada de progresso e riqueza. Este livro propõe contar a “(…) implacável ascensão de Catarina, a Grande, vista através dos olhos da jovem espia da imperatriz na Rússia do século XVIII.” mas, na verdade, Catarina, apesar de presente durante grande parte do livro, não é, na minha humilde opinião, nem de perto nem de longe, a personagem principal. 

O livro foca-se mais na imperatriz reinante, Isabel e na amizade entre Varvara e Catarina, mas esta última nunca é retratada como particularmente envolvida na política imperial (exceto quando a envolvem) ou como estando a maquinar algo. Esse conhecimento é-nos dado em retrospetiva, no final do livro: afinal Catarina era mais calculista do que pareceu durante as 500 páginas anteriores; o que faz (ou pelo menos fez, no meu caso) com que Varvara pareça especialmente parvinha, no fundo. Enganada por uma jovem mais nova e não treinada (como ela) nas artes da espionagem.

Este ponto incomodou-me, confesso. De resto, foi uma leitura interessante e envolvente como são a maioria das obras que se centram nas intrigas da corte numa determinada época. Foi muito interessante ver como funcionava a corte russa, como a Rússia se relacionava com o resto da Europa e a mentalidade dos nobres e da corte. Foi bastante intrigante perceber que na Europa Central e de Leste, as monarquias permitiam que as mulheres reinassem como soberanas, enquanto tal não era permitido na maioria das monarquias na Europa do Oeste.

O palácio a cair, a pompa sem sentido, as dívidas da Coroa. Tudo isto me fascinou enquanto amante de História.

No geral uma obra muito interessante do ponto de vista da ficção histórica. Pena que a personagem principal não pareça primar muito pela inteligência e que o enredo não se tenha focado assim muito na “ascensão de Catarina”. 

Opinião: As Fadas de Edimburgo (Elizabeth May)

Editora: Planeta (2014)
Formato: Capa mole | 384 páginas
Géneros: Romance hist., Fant. urbana, Lit. Juv./YA, Ficção cient.
Sinopse: "Lady Aileana Kameron, a única filha do marquês de Douglas, estava destinada a uma vida cuidadosamente planeada em torno dos encontros sociais de Edimburgo - até ao dia em que uma fada assassina a sua mãe. Está determinada a encontrar a fada que lhe matou a mãe e, pelo caminho, vai destruindo todas aquelas que se alimentam dos humanos nas muitas ruelas escuras da cidade. O equilíbrio entre as exigências da alta sociedade e a sua guerra privada é, porém, delicado e, quando um exército de fadas ameaça destruir Edimburgo, ela tem de tomar algumas decisões. O que estará Aileana disposta a sacrificar?"
Já estou sinceramente a ficar farta de escrever opiniões más e “assim-assim”. Ok, eu adoro uma boa sessão de criticismo, especialmente quando o livro não me cativou e/ou chateou mas tudo o que é demais enjoa.

Acho que é esta uma das razões pelas quais não me tem apetecido escrever opiniões. Entre outras, claro, mas esta é importante.

As Fadas de Edimburgo, o primeiro livro de uma nova série “Young Adult” (ou juvenil), é uma mistura de romance histórico e de fantasia urbana. A protagonista, Lady Aileana Kameron é filha de um marquês e depois de uma ocorrência trágica em que a sua mãe morre às mãos de uma fada, Aileana alia-se, não sabemos bem como (nunca nos é explicado) a uma fada chamada Kiaran (um gajo bom e uma fada poderosa) para caçar, todas as noites, fadas malignas como a que matou a sua mãe. Estranhamente, no meio disto tudo, Aileana consegue fazer amizade com um duende (como são chamadas aquelas fadas tipo Sininho neste livro).

Ao mesmo tempo, Aileana tem de manter a sociedade, os seus amigos e o seu pai no escuro acerca das suas atividades.

Ai por onde começar? Talvez pelo conceito. Sim, este livro tem um bom conceito porque a) tem fadas (fae ficaria bem melhor, no entanto), b) steampunk e c) heroína kick-ass!

Mas não resultou porque… a autora falha redondamente tanto na caracterização, como no desenvolvimento do mundo.

Vejamos:
Esta Inglaterra de meados do século XIX parece ter algumas invenções e desenvolvimentos tecnológicos que não existiram realmente. Mas temos alguma razão para isto? Não, não nos é dada qualquer explicação sobre o surgimento de tudo isto. Ok, este é um livro juvenil, mas mesmo assim…

As fadas são seres que se alimentam da energia dos humanos. Mais do que isto, não se sabe. A caracterização destas personagens, tanto enquanto indivíduos como enquanto raça sobrenatural é escassa e a que há, pouco interessante. Porque é que as fadas querem sugar a energia dos humanos? Como eram vistas antigamente? Como estão organizadas? Nada disso se sabe.

Kiaran: é um verdadeiro estereótipo. Diz que não é humano mas comporta-se como tal. Não mostra assim muita emoção, mas isso não o torna diferente dos humanos, apenas um idiota. Não dá para ver como é que passou de ser completamente indiferente a "amar" a protagonista.

Aileana: apesar de ser uma heroína que dá porrada nos mauzões, não gostei particularmente dela. Para já é demasiado perfeita: bonita, rica, sabe construir coisas, etc. E claro que tinha de ser uma "escolhida" super, hiper, mega especial, uma "Falcoeira". Depois é demasiado convencida e antipática.

O romance pareceu-me ter pouco brilho e ser pouco realista. Apesar de Aileana e Kiaran terem “discussões” (nem lhes chamo debates com espírito, porque para isso seria necessário que houvesse conversa espirituosa), nunca senti nenhuma faísca entre os dois.

O enredo está mal desenvolvido, primeiro que tudo porque começamos logo a meio e certas coisas (muitas) não nos são explicadas. As relações entre as personagens já estão estabelecidas e são-nos explicadas através de flashbacks confusos. A história é bastante simplista e pouco interessante no geral.

No geral, uma leitura rápida mas menos intrigante do que previa. Gostaria que a história e as personagens tivessem sido melhor desenvolvidas e que os protagonistas não fossem tão... pouco interessantes.

It's Monday! What are you reading?


E cá temos mais uma segunda. Comecei hoje a ler mais um livro de ficção histórica, desta vez centrado em Maria Antonieta.



Quanto a publicações, ando com alguma preguiça para escrever opiniões, parece que não me sai nada.


Rubrica da autoria de The Book Journey.

Opinião: Um Pequeno Escândalo (Patricia Cabot)

Um Pequeno Escândalo de Patricia Cabot
Editora: Quinta Essência/Leya (2013)
Formato: Capa mole | 416 páginas
Géneros: Romance histórico
Sinopse.

Mais uma leitura da autoria de Patricia Cabot.

Sinceramente, gostei mais deste livro do que do anterior (e primeiro) que li dela. As personagens e a história puxaram-me mais, a história pareceu-me mais intrigante e, no geral, achei que foi um livro melhor.

Kate Mayhew trabalha como precetora e dama de companhia mas já houve tempos em que se movimentava na alta sociedade londrina. Um escândalo que lhe destruiu a reputação e matou a família fez com que a jovem deixasse de ter lugar entre os ricos e privilegiados.

Por isso, é com alguma trepidação que Kate entra de novo nesse mundo quando Burke Traherne, um marquês, lhe oferece uma fortuna para tomar conta da sua endiabrada filha de dezassete anos, Isabel. Kate aceita e vai viver algumas peripécias, especialmente porque o aparecimento do homem que Kate julga ter sido o responsável pela sua desgraça e pela morte dos pais reaparece. Mas também porque a sua atração para com Burke vai crescer perigosamente.

Como já referi, uma leitura rápida e envolvente q.b. Estranhamente (não o fiz de propósito), este livro trata, como o anterior, de uma jovem caída em desgraça na sociedade, mas gostei mais da forma como Cabot explorou este tema do que da forma como Hunter o fez.

Achei que Burke e Kate tinham mais química do que as personagens do outro livro que li da autora, mas ainda assim não chegou àquele nível em que me parece que a narrativa, o romance fazem todo o sentido. Cabot não conseguiu ainda que acreditasse no romance, o que não é bom.

Umas das personagens de que mais gostei foi Isabel, a filha de Burke, que achei engraçadíssima. Tenho pena que tenha aparecido tão pouco.

Quanto à história do antigo inimigo de Kate, foi relativamente interessante com o passado misterioso e trágico de Kate e o também passado misterioso e trágico de Burke. Não acrescentou muito ao enredo principal (o romance), mas não foi penosa de se ler.

No geral, uma leitura agradável e rápida, mas não foi o melhor romance histórico que já li. Faltou alguma química entre as personagens e química é o ingrediente vital deste tipo de livros. Mesmo assim melhor do que a obra anterior que li da autora.

It's Monday! What are you reading?

Mais uma segunda feira, mais uma leitura. Esta semana, virei-me novamente para os livros Young Adult, mas não sei se sou eu que estou com pouca paciência para eles ou se este é para revirar realmente um bocadito os olhos. Veremos.



Quanto a publicações, sempre tivemos mais do que na semana passada.


Rubrica da autoria de The Book Journey.

Opinião: Deslumbrante (Madeline Hunter)

Deslumbrante de Madeline Hunter
Editora: Asa (2013)
Formato: Capa mole | 320 páginas
Géneros: Romance histórico
Sinopse.

Já há algum tempo que não leio um livro de Madeline Hunter, porque o primeiro que li dela não me encantou assim muito. Mas o tempo apaga muita coisa, e sendo Hunter uma autora tão popular entre o público português, decidi que talvez tivesse apenas pegado no livro errado. 

Infelizmente, não foi o caso. 

"Deslumbrante" é o primeiro livro da série "As Flores Mais Raras" e narra a história de Audrianna (que raio de nomes que as pessoas inventam para as suas personagens), uma jovem caída em desgraça (juntamente com a família), após o suicídio do seu pai, que era, aparentemente, um homem corrupto que deixou que pólvora má fosse enviada para a frente de batalha na Guerra Napoleónica. 

Audrianna não acredita que o seu pai seja culpado, claro. É por isso que vai encontrar-se sozinha, com um personagem envolto em mistério, o Dominó, numa estalagem, depois de este último ter posto um anúncio no jornal dizendo que queria falar com o pai de Audrianna (sou só eu que penso que só um grande idiota não se aperceberia de que esta pessoa só pode ter más intenções). Ahem. 

Sebastian, irmão de um marquês e membro da Casa dos Comuns (what?), foi o investigador principal. E também decide ir apanhar o Dominó no ato. Mas depois encontra Audrianna e bam! Dá-lhe um choco, because... reasons. 

E assim começa uma história de traições, pólvora, marqueses feridos na guerra e um homem misterioso (que não é Sebastian). 

Dá ideia que Madeline Hunter não sabe bem o que quer escrever. Se um mistério histórico, se um romance. E como tal, todas as vertentes deste livro sofrem: o mistério é insípido, as personagens são irritantes e o romance é inverosímil. E mais, "(...) reading this translated to Portuguese, was the nail in the coffin... Who hires this people?" (tive mesmo de citar a Susana, porque não consigo encontrar frase mais apta para descrever o que senti ao ler isto em português. A prosa... parece ter sido alvo de alguma mutilação neste livro, as cenas de sexo eram a coisa mais confusa que já li. Não me lembro de Madeline Hunter as escrever assim. 

Algumas das personagens secundárias pareceram-me interessantes (as amigas de Audrianna, por exemplo e mesmo o marquês), mas as principais foram extremamente aborrecidas e o "insta-love" não ajudou. Acho que é bastante triste quando as personagens secundárias nos interessam mais do que as principais. Entre os protagonistas não havia qualquer química que pudesse interessar o leitor (ou esta leitora, pelo menos); e muito menos houve qualquer desenvolvimento das personagens. 

Enfim, por tudo isto tenho a dizer que, no geral, esta leitura ficou aquém das expectativas. E podia dizer mais, mas sinceramente não me apetece dizer mais sobre um livro do qual não gostei assim tanto como isso.


Mais obras da autora no blogue:

Opinião: O Primeiro Marido (Laura Dave)

Editora: Topseller (2014)
Formato: Capa mole | 255 páginas
Géneros: Romance
Sinopse: "Annie Adams está a alguns dias de celebrar o seu 32.º aniversário e pensa que encontrou, finalmente, a felicidade.
Jornalista, escreve uma coluna semanal sobre viagens e passa a vida a explorar os lugares mais exóticos e interessantes do mundo. Vive em Los Angeles com Nick, o namorado com quem já pensa casar, numa relação aparentemente feliz que já conta com cinco anos. Quando Nick chega a casa e a informa de que, «segundo a terapeuta», talvez precisem de «um tempo», Annie fica destroçada.
Perdida num turbilhão de sentimentos, Annie acaba por conhecer Griffin, um charmoso chef, que de imediato a conquista. E em apenas três meses, Annie dá por si casada, a reconstruir a sua vida numa zona rural do Massachusetts.
Mas quando Nick lhe pede uma segunda oportunidade, Annie fica dividida entre o seu marido e o homem com quem ela sente que deveria ter casado."
Ora bem, vamos lá então tecer uma opinião ao livro “O Primeiro Marido”. Que também pode ser intitulada “Como a Patrícia é enganada, vez após vez, pelas sinopses e capas dos livros e mesmo assim não aprende a lição”.

“O Primeiro Marido” conta a história de uma mulher (não me lembro do nome dela, I kid you not, mas isso agora não interessa nada) que tinha uma relação com um homem que, de repente decidiu que queria “dar um tempo”. E a mulher, com o coração partido, vai a um bar, embebeda-se, conhece um homem giro e, três meses mais tarde está casada (não, não estou a gozar).

E o resto do livro é uma espécie de “overload” de prosa horrorosa, pseudo poética que pretende dizer muito e vir mesmo, mesmo, do coração, mas não diz nada e quase não passa de um conjunto de frases aleatórias.

E o que se aprende com esta treta deste livro é que a protagonista tinha uma vida em que se sentia confortável (lembrem-se quem não gostava era o namorado) e que chega um homem qualquer todo bom e ela casa-se, e de alguma forma ele convence-a de que ela não sabe bem o que quer (ela escrevia sobre viagens, viajava e sentia-se bem com a sua vida), mas ele sabe e é ir viver para a aldeia onde ele nasceu (população 300) e tentar arranjar lá emprego enquanto ele abre o restaurante dos seus sonhos. E sinceramente, este livro é uma treta tão grande que já me saía incredulidade pelos olhos.

Assim, com uma prosa pretensiosa e horrível e uma história que pretende mostrar como uma mulher “se encontrou a si própria” (vivendo intensamente os sonhos do seu homem), esta é uma das piores leituras deste ano. Bestseller do New York Times ou não. 

Opinião: A Queda dos Gigantes (Ken Follett)

Editora: Editorial Presença (2010)
Formato: Capa mole | 916 páginas
Géneros: Ficção histórica
Sinopse: "Ken Follett, esse grande mestre do romance, publica uma nova obra de grande fôlego histórico, a trilogia O Século, que atravessará todo o conturbado século XX. Neste primeiro volume, travamos conhecimento com as cinco famílias que nas suas sucessivas gerações serão as grandes protagonistas da trilogia. Mas não esgotam a vasta galeria de personagens, incluindo figuras reais como Winston Churchill, Lenine ou Trotsky, que irão cruzar-se uma complexa rede de relações, no quadro da Primeira Grande Guerra, da Revolução Russa e do movimento sufragista feminino. Um extraordinário fresco, excepcional no rigor da investigação e brilhante na reconstrução dos tempos e das mentalidades da época."
No ano passado li “Os Pilares da Terra” de Ken Follett e achei que o autor tinha bastante “jeito”, digamos assim, para a construção de personagens e para tecer uma boa história.

A leitura de “A Queda dos Gigantes” cimentou essa ideia. A estrutura é semelhante, uma vez que seguimos diversas personagens (desta vez, em diversos países) durante pouco mais de uma década, num século onde as mudanças sociais, políticas e mesmo económicas foram profundas.

O problema é que… não gosto especialmente desta época. A cadeira de “História contemporânea” foi das que menos gostei na faculdade. Não sei bem porquê, nunca me cativaram as guerras, as mudanças sociais e a emergência de novas potências ao nível mundial. Por isso, esta trilogia de Follett nunca esteve no meu radar.

Mas quando o livro me apareceu em casa (mais um daqueles raros, que não fui eu que comprei), decidi experimentar. A escrita de Follett tinha-me cativado no passado; talvez voltasse a fazê-lo. E fez.

Ken Follett conseguiu manter o meu interesse num livro sobre os inícios do século XX, uma das épocas históricas de que gosto menos, durante 900 páginas.

A história centra-se em cinco famílias diferentes, duas inglesas (ou galesas), uma americana, uma russa e uma alemã e tece com mestria uma tapeçaria dos inícios do século XX, da luta das classes operárias, das mulheres pela igualdade e das mudanças sociais e políticas que ocorreram em toda a Europa.

Ok, houve um pouco de caracterização exagerada da América como um país perfeito, mas de resto, Ken Follett conseguiu apresentar um retrato bem construído das profundas mudanças operadas na Europa e mesmo no mundo, através das vivências das suas personagens.

Personagens essas, que achei bem caraterizadas e interessantes. Walter, o alemão que se bate contra a guerra, Ethel, a sufragista, William o rapaz simples mas sábio e os seus pais, que representam as gerações mais conservadoras apesar do seu progressismo.

No geral, podia dizer muito sobre este livro, falar da época que abarca e das mudanças, tão importantes, que descreve (e para falar disso seria necessária alguma pesquisa). Mas não é esse o tipo de opinião que quero publicar; quero apenas dizer que este foi um livro do qual gostei bastante, apesar do tema não me entusiasmar muito, geralmente, e que é também um livro que recomendo sem reservas; uma ótima leitura dentro da ficção histórica.

It's Monday! What are you reading?

Depois daquela arma de arremesso que foi "A Queda dos Gigantes" de Ken Follett, decidi dedicar-me, esta semana, a uma leitura mais leve.


O Primeiro Marido de Laura Dave

Também devido à arma de arremesso, não houve assim muitas publicações no blogue. Apenas uma:


Rubrica da autoria de The Book Journey.